Spoiler Destaque: Ciclo de Flares no Modern

Agora que a temporada de prévias de Modern Horizons 3 começou oficialmente, podemos dar início aos nossos destaques e abordarmos os principais cards da expansão e seu potencial de impacto no formato Modern.

Como de costume, MH3 traz mais um ciclo de free spells, dessa vez chamados de Flares, onde seu custo alternativo envolve sacrificar uma criatura não-ficha da cor da mágica, limitando assim seu uso se comparado aos ciclos de sets anteriores, cujo custo envolvia exilar um card da cor escolhida da mão.

Cada um possui um efeito específico e relativamente mais condicional do que outros ciclos, tornando-os notoriamente menos explosivos e/ou menos quebrados do que os Evokers de MH2. Mas isso não significa, necessariamente, que este ciclo não terá espaço no Metagame do Modern.

Neste artigo, avaliamos as Flares de MH3 no Modern e especulamos em quais decks cada uma delas pode ver jogo no cenário competitivo!

Talvez, essa seja a primeira vez que o card branco de um ciclo de free spells, seja a mais interessante, e não é à toa: as Flares valorizam muito a extensão da mesa como um recurso adicional e decks brancos tendem, naturalmente, a ter mais criaturas no campo de batalha do que outras estratégias em outras cores.

White-Based Aggro tem sido afastado do Modern desde antes de MH2, e deve permanecer em baixa enquanto não surgirem staples fortes o suficiente para alavancar esses arquétipos.

No entanto, Flare of Fortitude faz exatamente tudo o que decks de criatura querem: protege suas ameaças, garante que você não perca o jogo para algum combo de dano ou perda de vida infinita e pode ser jogado sem precisar guardar mana para essas ocasiões, deixando-o um passo a frente de outros cards do mesmo tema.

Outro uso, menos voltado para Aggro, está na interação entre a sua primeira linha de texto (“seu total de vida não pode mudar neste turno”) com efeitos que causem dano a si para alguma interação quebrada aos moldes de Madcap Experiment e Platinum Emperion - não tenho certeza de quais interações poderíamos extrair dessa maneira, mas o potencial existe e deve ser considerado após o full spoiler.

Quais Decks querem Flare of Fortitude?

Flare of Fortitude, obviamente, beneficia decks de criatura que tenham cards o suficiente para aproveitar seus custos - ou seja, precisamos de criaturas brancas.

Hammer Time é, naturalmente, o primeiro deck que vem em mente, mas ele também é uma estratégia com um número muito alto de criaturas-artefato e, em alguns casos, ter a mana branca para conjurar Surge of Salvation ou Blacksmith’s Skill será mais fácil do que ter um alvo válido para sacrificar, exceto se começarmos a ver um acréscimo de drops brancos no arquétipo, seja com Novice Inspector, ou com outras criaturas que podem surgir na nova edição.

O Heliod Combo é outro arquétipo onde Flare of Fortitude poderia fazer alguma diferença e do qual usa um número decente de criaturas brancas para conjurar o card, apesar deste reduzir a consistência de Collected Company e, provavelmente, ficar relegado ao Sideboard.

O Humans requer mais do que uma mágica de proteção para voltar ao Metagame do Modern, mas é, junto do Death and Taxes, claramente uma das estratégias que mais se beneficiam do card e tem potencial de aproveitá-lo para preservar sua mesa e evitar combos.

Curiosamente, o Boros Convoke fez resultados em um Modern Challenge em 12 de maio, e por utilizar uma curva de mana baixa ao lado de muitas criaturas brancas, ele é outra opção viável para encaixar Flare of Fortitude no Sideboard.

Por fim, o Mono White Martyr teve alguns resultados ocasionais na última temporada de RCs, e por compor uma base majoritariamente Mono-White, pode comportar a nova mágica sem muitos problemas.

Flare of Denial é possivelmente um dos cards mais hypados de MH3 até aqui e uma das principais razões pelas quais jogadores clamam que Merfolks finalmente voltará ao Metagame competitivo.

Em um vácuo, a ideia de sacrificar uma criatura para anular qualquer mágica e sem restrição de turnos para pagar os custos alternativos o torna comparável com Force of Will, mas existem problemas severos na natureza deste card se comparado com os demais, que podem ser resumidos na restrição de não-ficha.

Por exemplo, considere decks como os de Delver of Secrets do Legacy. É comum, nele, usar Daze e Force of Will para atrapalhar o Tempo do oponente enquanto Delver ataca por cima e mantém a pressão rolando. Seu outro uso, normalmente, é o de evitar que combos degenerados aconteçam muito cedo.

No primeiro caso, Flare of Denial não funciona porque você precisaria sacrificar o próprio Delver of Secrets ou ter outra criatura azul em jogo para sacrificar - e decks de Tempo baseados em mágicas tendem a ter poucas criaturas. Já no segundo, a mágica fica muito condicionada ao quão absurdo é o combo que seu oponente está fazendo ao ponto de querer sacrificar uma criatura para pará-lo, pois existe uma redução importante de clock.

Quais decks querem Flare of Denial?

Flare of Denial se encaixa em Aggro ou de Tempo que conseguem comportar um número decente de criaturas enquanto precisam de jogadas reativas para manter a pressão.

A primeira e óbvia opção é o Merfolks, mas a mágica nova não parece uma staple instantânea como alguns afirmam, pois existem dois custos a serem considerados: o quanto de pressão o jogador está abdicando em prol de anular uma mágica e quantos slots ele abrirá mão para incluir o novo counter.

O Merfolks possui alguns slots flexíveis. Spreading Seas, Dismember e Force of Negation costumam adentrar eles para manter a estratégia consistente e interativa, e Flare of Denial poderia entrar em pelo menos um desses slots.

Spirits desapareceu desde a “rotação” do primeiro Modern Horizons e nunca mais fez resultados relevantes. Logo, não acredito que um novo counterspell será o suficiente para levá-lo de volta ao Metagame, mas estratégias neste molde podem se beneficiar melhor do card.

Por falar nelas, Faeries teria algum interesse em Flare of Denial caso receba suporte o suficiente para competir no Modern de novo. Além disso, diferente do Merfolks ou do Spirits, suas interações não giram em torno de acréscimo de poder para suas criaturas, mas em usá-las para gerar Tempo positivo e controlar o jogo do oponente - uma Spellstutter Sprite pode ser facilmente sacrificada uma vez que sua função foi cumprida no momento em que ela entrou em jogo.

Flare of Malice é o mais jogável e digno de maindeck do ciclo. Afinal, seu custo é relativamente fácil de executar com Orcish Bowmasters ou Dauthi Voidwalker, e enquanto quatro manas é um custo alto de conjurar, ele ainda é um excelente pitch para Grief, e seu efeito é ideal para lidar com Planeswalkers ou criaturas específicas de custo mais alto, como Atraxa, Grand Unifier, Scion of Draco ou até Yawgmoth, Thran Physician.

Ele não é uma staple instantânea (ou não parece ser), mas merece atenção dos jogadores pela prevalência do pacote de Grief e Orcish Bowmasters no formato atualmente, além de ser um excelente Meta Call para caso tenhamos de lidar com Eldrazis e/ou outras criaturas colossais pós-MH3.

Quais decks querem Flare of Malice?

Esse, na verdade, é o mais fácil de identificar:

Qualquer deck que tenha o pacote de Grief e Orcish Bowmasters pode querer Flare of Malice em seu Sideboard ou até maindeck. É necessário considerar a contagem de criaturas pretas em cada lista para considerarmos a consistência com qual ela pode ser conjurada, mas seu efeito não parece obrigatório para o maindeck e dificilmente o veremos como um 4-of nos Sideboards - logo, não parecem haver dificuldades para qualquer Midrange preto usá-lo.

Flare of Duplication é extremamente difícil de avaliar porque o seu teto é muito alto, ou muito baixo. É mais fácil explicar com exemplos.

Vale a pena sacrificar uma criatura sua para copiar um Lightning Bolt, Tribal Flames ou até Shrapnel Blast? A resposta, em maioria, é depende.

Sacrificar o meu Territorial Kavu para dar mais 5 de dano ao oponente vai vencer a partida? O Lightning Bolt copiado pelo custo do meu Ragavan, Nimble Pilferer vai lidar com alguma ameaça imediata ou vencer o jogo? Se sim, em ambos os casos, valeria a pena - mas se você comprou Flare of Duplication fora dessas ocasiões, você provavelmente tem uma carta morta na mão.

Agora, se olharmos para o outro lado do espectro com bombas de custo alto que, normalmente, vencem o jogo por conta própria, vale a pena ter Flare of Duplication como um backup para Indomitable Creativity? Em teoria, sim. Na prática, teríamos de sacrificar um de seus alvos? Ou seria seguro sacrificar uma ficha de Dwarven Mine para estourar o Tesouro criado por Fable of the Mirror-Breaker? Talvez.

Isso vai proteger sua mágica de um Dovin’s Veto ou Counterspell? É possível usar a cópia em um alvo diferente para garantir que acerte mesmo diante de uma remoção e um counterspell?

Flare of Duplication é muito condicional, mas também é o card com maior potencial de fazer alguma coisa absurda e fora do radar do ciclo. Logo, é necessário ficar de olho nas possíveis aplicações que ela pode ter com combos e/ou mágicas que geram muito valor.

Quais decks querem Flare of Duplication?

Depende, e é difícil de avaliar.

Domain Zoo, Burn e, talvez, Creativity, são os decks no Metagame atual que podem se interessar na nova Flare para ter mais alcance. No entanto, seu potencial pode estar oculto com outros cards de MH3 ou com alguma combinação inesperada com outras peças no formato.

Flare of Cultivation pode parecer pouco empolgante em uma primeira olhada, mas ramp de graça até no primeiro turno sempre tem o potencial de quebrar as métricas do jogo.

Uma combinação de Fetch land + Dryad Arbor + Flare of Cultivation não só acelera a mana do jogador no primeiro turno como, também, garante o próximo land drop dele em sua mão. A mesma combinação pode ser feita com Arboreal Grazer ou qualquer outro one-drop verde disponível no formato, fazendo comumente com que jogadores tenham uma vantagem significativa no segundo turno.

Apesar de condicional, essa combinação pode acelerar jogadas de criaturas como Yawgmoth, Thran Physician ou Primeval Titan sem dificuldades, além de estabelecer posturas mais agressivas e consistentes em torno da combinação de Dryad Arbor com fetch lands.

Por outro lado, o quão diferente Flare of Cultivation é de Delighted Halfling ou Noble Hierarch quando falamos de acelerar mana? Claro, ela não toma Fatal Push ou Lightning Bolt, mas seu impacto pode ser redundante no formato por conta desses dorks que possuem algum bônus adicional e podem ser sacrificados com Eldritch Evolution.

Quais decks querem Flare of Cultivation?

Provavelmente Big Mana e combos que possuem uma quantidade relevante de criaturas verdes.

Amulet Titan pode certamente se beneficiar de Flare of Cultivation com algumas alterações na sua lista. A inclusão de Arboreal Grazer já garante a criatura necessária para conjurá-la de graça, um Cultivate não é completamente ruim para o arquétipo e existem alguns outros cards que ele pode sacrificar para jogar Primeval Titan mais cedo. Por outro lado, este é um deck que já sofre com problemas para encontrar slots, e seus espaços flexíveis têm sido cada vez menores.

O Golgari Yawgmoth possui uma quantia relevante de criaturas verdes e pode usar Flare of Cultivation para conjurar suas peças de combo um turno mais cedo, além de poder sacrificar Young Wolf para conjurar a mágica e ainda manter uma criatura em jogo para colocar pressão e/ou manter suas peças de combo rodando.

Isso é tudo por hoje!

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