Spoiler Destaque: Overlord of the Mistmoors no Standard e Pioneer

Após uma semana de banimentos e controvérsias em torno do design de Nadu, Winged Wisdom, Magic: The Gathering entrou oficialmente na temporada de prévias da sua nova expansão, Duskmourn, onde visitamos um plano em que o demônio Valgavoth se manifestou por todos os lugares após forjar um pacto com a jovem Marina em sua mansão.

Duskmourn é um set fortemente inspirado nos filmes de terror clássico dos anos 80 e 90, e enquanto ele abusa um pouco demais das referências e tropos desse material, o set design da expansão tem algumas mecânicas novas, além do retorno das Criaturas-Encantamento, dessa vez com custos alternativos na habilidade de Impending.

Um desses é Overlord of the Mistmoors, nosso destaque de hoje. Uma criatura que remete ao famoso ciclo de Titãs lançados em M11 e que, pela sua cor e interação com encantamentos, pode já ter lares definidos no Standard e no Pioneer!

Overlord of the Mistmoors faz parte de um ciclo de míticas de Duskmourn em que criaturas-encantamento possuem um trigger de ETB e ataque e a habilidade de Impending. Essa keyword é uma nova variante de Suspend onde a permanente entra em jogo pelo custo alternativo com quatro marcadores de tempo, realiza o seu ETB, mas não é uma criatura até que seu último marcador seja removido.

Para fins práticos, essa habilidade é um Suspend com benefícios quando falamos de permanentes e especialmente de criaturas. Apesar de Suspend dar Haste para criaturas quando elas removem o último marcador, Impending permite “resetar” esses cards turnos antes com efeitos de blink, como Yorion, Sky Nomad.

Overlord of the Mistmoors é o segundo card do ciclo que foi revelado até agora. Ele é o Grave Titan do ciclo e suas fichas, diferente do seu antecessor, possuem evasão em detrimento de um ponto de resistência - o que costuma ser uma troca mais do que justa em qualquer card de Magic, e tal qual Grave Titan, ele só precisa de um ETB e uma fase de combate para tornar da posição de mesa um pesadelo para o oponente.

Seu subtipo de encantamento e custo alternativo também possuem algumas interações. Por um lado, ele se torna mais fácil de ser respondido com cards como Pick Your Poison, que pode ser uma boa válvula de segurança e, por outro, ele tem interações com qualquer card que se importe com encantamentos e, principalmente, com valores de mana - Enigmatic Incarnation, por exemplo, pode usá-lo para buscar criaturas grandes muito cedo.

O Standard permanece em evolução conforme as semanas passam após lançamento de Bloomburrow e a rotação. Dentre as principais staples do formato hoje, está um card que se importa bastante com fichas: Caretaker’s Talent.

Caretaker’s Talent.

No Standard, este encantamento é fundamental para os principais decks brancos. Boros Control, Mono White Tokens e até Azorius Control o usam com Archangel Elspeth e Beza, the Bounding Spring para extrair valor dos triggers, e Overlord of the Mistmoors se encaixa no mesmo molde enquanto é uma condição de vitória muito forte por conta própria.

Acredito que o Overlord seja comparável com Urabrask’s Forge neste sentido. Ele está lá, entra em jogo relativamente cedo para essas estratégias e vira um problema conforme cada turno passada e com cada fase de combate em que ele permanece em jogo. E como ele não é uma criatura até perder o último marcador temporal, é possível criar setups com Sunfall ou outro sweeper em um turno anterior para, em seguida, ameaçar o oponente com dez de poder na mesa.

Eu não tenho dúvidas de que ele será uma staple em potencial no Standard, e talvez até encontre lar como payoff de Big Mana ou em versões com efeitos de blink para trapacear nos custos dos Overlords - e tal qual o ciclo de Titãs, se todos eles forem tão fortes quanto os revelados até agora, é possível que eles se ditem os rumos do Metagame após o lançamento de Duskmourn.

O Pioneer tem um lar muito específico para o ciclo de Overlords.

Devido a como Enigmatic Incarnation é escrito e por Impending colocar a permanente em jogo como um Encantamento, podemos “trapacear” nos custos de mana com Enigmatic Incarnation e qualquer card do novo ciclo.

Curiosamente, para Overlord of the Mistmoors, esse “combo” não é tão poderoso quando o usamos como habilitador porque não temos criaturas com valor de mana 8 impactantes o suficiente no Pioneer hoje, e não podemos buscar cards com custo menor.

Ashen Rider é provavelmente a melhor opção que temos hoje, com Cityscape Leveler sendo um segundo lugar bem próximo. Eles não se comparam com Atraxa, Grand Unifier, mas são o suficiente quando comparados com Agent of Treachery, especialmente quando entram em jogo no quarto ou quinto turno.

Por outro lado, Overlord of the Mistmoors ainda é um Grave Titan e podemos buscá-lo com Leyline Binding para colocar fichas em jogo, atacar no turno seguinte e então o sacrificar para buscar um dos cards acima, gerando muito valor de mesa para um “combo” só.

Tal como no Standard, Caretaker’s Talent também trouxe um novo arquétipo ao Pioneer com o Mono White Yorion, uma mistura de meta call com possibilidade de aproveitar a interação do Talent com Wedding Announcement. Nessas listas, que aparecem em algumas ocasiões, o novo Overlord também pode encontrar espaço pela sua interação com o plano de jogo do deck e por podeemos reutilizar e “resetar” os marcadores com Yorion, Sky Nomad, criando uma posição de mesa difícil de combater em jogos de atrito.

Overlord of the Mistmoors é um desses cards que é poderoso demais em um vácuo para ignorar. Grave Titan foi uma das maiores staples do Standard durante alguns anos e até encontrou espaço em outros formatos por um tempo, e as semelhanças são grandes entre os dois.

Tanto o Standard quanto o Pioneer possuem lares para ele habilitados por um card de Bloomburrow, e o combo do ciclo com Enigmatic Incarnation pode até criar padrões problemáticos para o Pioneer no futuro se um deles vier no custo certo e com as habilidades que o deck precisa.

Obrigado pela leitura!