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Timeless: O Formato precisa de conserto?

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O Timeless completou um ano e o seu cenário competitivo é bem diferente de quando ele nasceu. Mas será que chegou o momento de restringir mais cards dele, ou essa decisão iria contra a filosofia do formato?

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에 의해 검토 Tabata Marques

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Quando anunciado em dezembro de 2023, o formato Timeless ganhou os holofotes de jogadores que queriam um espaço no Magic Arena para jogar sem quase nenhuma restrição e/ou alteração de cards. A proposta dele é ser o ápice do nível de poder da plataforma digital, um lugar onde tudo vale - até staples banidas do Legacy e restritas do Vintage como Necropotence, ou cards quebrados recentes como Lurrus of the Dream-Den.

Um ano depois, o Metagame mudou bastante. A inserção de cards vindas de Modern Horizons 3 e da série Special Guests fez com que o formato subisse muito de nível de poder. Decks como Titan Field ou Yawgmoth Combo não existem mais porque são lentos se comparados com outros arquétipos e, no fim, o Metagame dele hoje está mais polarizado do que ele já foi.

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Timeless hoje é dividido em três categorias: Aggro com o Mardu Energy, Tempo com o Dimir Frog e uma dúzia de combos envolvendo Show and Tell, Goblin Charbelcher, Storm, entre outras opções. Há menos espaço para outras estratégias, mesmo que elas estejam presentes, então seria o momento para uma intervenção da Wizards? Ou o formato é melhor sem precisar de qualquer regulamentação? Seria o Timeless capaz de se resolver sozinho?

Restrição: Uma Alternativa para Banimentos no Timeless?

Um dos atrativos do Timeless é uma placa gigantesca nele: sem banlist. Muitos podem não admitir, mas quando não envolvem premiações grandes e investimento pesado, jogadores gostam de formatos com poucas restrições e o Timeless nasceu desse gosto para o Magic Arena.

Hoje, o formato conta com apenas três cards restritos:

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É um pouco engraçado, mas Channel e Tibalt’s Trickery estão restritos pelo mesmo motivo: evitar promover situações de anti-jogo em excesso. Ou seja, partidas que nem sequer começam, pois jogadores dão mulligan muito agressivos e/ou vencem rápido demais.

Demonic Tutor está restrito para fins de consistência: é forte demais ter acesso a qualquer carta por Magic Symbol 1Magic Symbol B sem concessões. Assemble the Legion e Diabolic Intent possuem restrições e são pilares de decks de combo do formato, então é fácil imaginar o que seria do formato sem essa restrição.

O Timeless também é o único ambiente além do Vintage em que restrições são uma maneira de mitigar o estrago. Para formatos como Modern, Legacy, ou Pioneer, a ideia de limitar o uso de um card para uma cópia parece absurda, mas ele funciona nessas regras porque, no fim, a Wizards quer que os jogadores possam aproveitar todos os cards disponíveis no Magic Arena.

Porém, se um dia a Power 9 entrasse na plataforma, é improvável que elas seriam banidas do Timeless. Se Strip Mine entrasse, seria arriscado demais deixá-lo livre, já que afetaria o aproveitamento das partidas. Então, o mesmo poderia ser dito dos seguintes cards?

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Sim, também é necessário abordar o caso do Energy, mas, por enquanto, vamos falar desses três: Show and Tell protagoniza o combo mais famoso do Timeless hoje onde é usado junto de Atraxa, Grand Unifier e Omniscience, Dark Ritual é o motor de mana gratuita mais eficiente do Timeless e um dos principais meios dos decks de combo ganharem o jogo mais cedo ou conjurarem bombas como Necropotence cedo demais, o mesmo efeito é aplicável com Sacrifice se utilizado com as interações certas.

O que ocorre no Timeless hoje é a prova do que já sabemos desde os primórdios de Magic: mana gratuita e trapacear em custos de mana cria ambientes quebrados. E são necessários meios gratuitos e eficientes de os combos e outras estratégias quebradas que surgiram a partir delas - não estamos mais em um formato onde Dark Ritual para Necropotence leva até uma Sheoldred, the Apocalypse no segundo turno, mas em um onde Dark Ritual leva até a vitória com Tendrils of Agony ou Goblin Charbelcher e com uma consistência ainda maior.

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Nesse caso, seria ideal que a Wizards restringisse Dark Ritual e Sacrifice para desacelerar a velocidade do Timeless.

Show and Tell é um caso estranho. Idealmente, o formato tem respostas o suficiente para lidar com seus combos e ele requer bons setups que, talvez, arquétipos mais interativos conseguiriam se adaptar e vencer a partida antes que Omniscience entrasse em jogo. Na prática, ele é consistente demais, mas esse problema poderia ser mitigado com a restrição de cards como Assemble the Team.

O Dilema do Energy

Só que enquanto passamos tempo debatendo se o Timeless é injusto demais por ter combos muito rápidos, o melhor deck do formato é um Aggro, talvez o melhor que já tenha existido em muito tempo: Mardu Energy usa da base já conhecida do Boros Energy do Modern - que acabou de levar um banimento - e o soma com cards disruptivos o suficiente para atrasar os combos e ganhar deles na velocidade.

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As variantes de Boros não ficam muito atrás, mas Mardu oferece cards como Thoughtseize e Juggernaut Peddler para controlar a mão do oponente, enquanto tem Lurrus of the Dream-Den e Chthonian Nightmare como suas ferramentas de atrito.

Se o Mardu Energy é o melhor deck e ele suprime os demais Aggros do Metagame, e seguindo a lógica apresentada acima de restrições, ele também precisaria perder o acesso a quatro cópias de algum card. O problema é que o pacote de Energy de Modern Horizons 3 é muito eficiente.

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O Modern baniu Amped Raptor porque era parte do mecanismo de atrito do Energy e único card da lista que não compartilha slots com outros decks. A mesma lógica poderia ser aplicada no Timeless, mas em um formato com Lurrus of the Dream-Den e o acesso a diversas staples mais poderosas - faria mesmo diferença restringir o Raptor?

Outra opção, da qual defendo o banimento no Modern é Guide of Souls, mas a lógica não se aplica no Timeless: Energy pode ser o melhor deck, mas se o formato é um lugar para você jogar com o que quiser, restringir o coração do arquétipo parece exagerado. Energy não sobreviveria sem Guide of Souls.

Resta Ajani, Nacatl Pariah, que possui um claro erro de design com seu efeito de ETB e trigger que o transforma. Faria sentido o restringir, já que ele faz algo que não era a intenção inicial que ele fizesse, mas não estaríamos então ditando o destino de cards como The One Ring que possuem o mesmo problema?

Talvez a solução para o Energy seja encontrada quando outros arquétipos puderem deixar de focar tanto nos combos para jogar mais com a mesa. Menos Thoughtseizes e counterspells baratos e condicionais em prol de mais remoções e interação de mesa. Ou talvez o formato só ficaria ainda polarizado em torno de um arquétipo com respostas ainda mais situacionais para o Aggro mais resiliente de todos os tempos.

Seria a hora de um Timeless Anthologies?

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Outra solução seria inserir respostas melhores para o Timeless através de um bundle do Magic Arena, com lições a serem aprendidas de formatos como o Legacy e Vintage: entender o que faz Energy não ser tão competitivamente viável lá, saber quais respostas contra Combos são viáveis para diversificar o Metagame e compreender quais peças poderiam aumentar a quantidade de estratégias viáveis.

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A inserção desses cards não é garantia de que o Timeless seria melhor, tanto quanto restringir também não garante um ambiente mais diverso, me parece até certo ponto um erro “Legacificar” o formato e dar a ele as mesmas exatas respostas que poderiam criar um ambiente entre Blue-Based, Combo, Energy e o resto. O formato pode precisar desses cards, mas seria preferível que ele encontrasse outras soluções, ou apenas seguisse os mesmos passos que seus irmãos mais velhos do mundo real?

Afinal, o Timeless precisa de solução?

O Atrativo do Timeless é poder jogar com qualquer coisa que já foi lançada no Magic Arena, e é claro que cards como Show and Tell ou Dark Ritual não foram inseridos na plataforma pensando em como seriam fortes no formato - eles são banidos do Historic porque esse é o formato no qual essa gestão é necessária, o Timeless é o lugar para quem quer jogar com tudo o que o MTGArena tem a oferecer.

Em um formato “sem regras”, é claro que combos e arquétipos rápidos serão a melhor escolha. Não existe um “meio-termo” e a diversidade se dá pela autorregulação do ambiente conforme novos cards entram. Talvez, restringir só prejudicaria a proposta inicial do formato, ou as restrições sejam o que ele precisa para ser um pouco mais popular com algumas demografias.

Não há uma resposta correta para esse dilema hoje: ele depende mais da comunidade do que da Wizards, pois a proposta dela já foi anunciada e permanece sendo a mesma - a de estabelecer um formato onde jogadores podem usar todos os cards do MTGArena sem qualquer nerf ou banimento.

Obrigado pela leitura!