Olá! Hoje vamos entrar a fundo no Izzet Dragons, deck utilizado pelo novo campeão mundial de Magic, Yuta Takahashi, que terminou invicto no torneio na parte do construído com o recorde de 11-0 após abrir 0-3 na parte dos drafts.
Desde a rotação ocorrida em setembro com o lançamento de Innistrad: Midnight Hunt (MID), esse vem sendo meu arquétipo preferido no Standard pelo fato de conseguir se adaptar para ganhar qualquer match, seja contra aggros, control, midranges ou combos.
Ad
Por que o Izzet Dragons nesse torneio?
Por ter sido um campeonato de apenas 16 jogadores, o metagame foi bastante restrito e o foco era vencer esse field específico. O Grixis Turns é o melhor exemplo disso, um deck que não é bom para se jogar na ladder do Arena, mas foi bem escolhido para o mundial por ter matches mais favoráveis contra decks aggro do que a versão Izzet e até contra o próprio Izzet Turns tem a vantagem dos descartes.
Vimos algumas jogadas de Galvanic Iteration copiando Go Blank ou Duress e dizimando a mão do oponente que, apesar de jogar com um deck bastante recursivo, perder 2 ou 4 cartas da mão é extremamente punitivo.
Vamos à lista e vou tentar explicar da melhor forma possível os slots de cada carta para o campeonato mundial, apesar de não conseguir fazer jus ao novo campeão.
Conhecendo o Izzet Dragons
Primeiramente, os destaques/pilares do baralho são:
Essas cartas são o que caracterizam esse arquétipo. Goldspan Dragon tem o potencial de virar a chave muito rápido e consegue se proteger com counters ao gerar fichas de tesouro e é a principal carta do deck. O turno extra vem sendo discutido há algumas semanas como a melhor carta do formato, inclusive sendo passível de banimento, se depender de parte das jogadoras. Todos sabemos que jogar 2 ou 3 turnos seguidos é extremamente relevante e quebra a dinâmica da partida, especialmente quando além de jogar outro turno, criamos 2 fichas 1/1 com voar.
Expressive Iteration é a carta que dá consistência ao baralho e sem dúvida uma das cartas mais fortes lançadas desde Strixhaven. Excelente quando utilizamos no turno 3 para desenvolver o jogo, excelente no late game para cavarmos ameaças e/ou respostas no deck, a carta é incrível por si só e poderíamos fazer um artigo somente para ela. O importante é ter em mente que ela traz muita consistência ao deck e permite que quase sempre tenhamos alguma resposta necessária ou cada vez mais vantagem de cartas.
Já Memory Deluge é uma cantrip muito, mas muito boa mesmo, o que me surpreendeu foi o uso de 4 cópias no main deck por Yuta Takahashi. Acredito que esperando um field repleto de decks azuis lentos, como foi o mundial, essa carta seja chave porque é um pouco problemático gastar um counter com ela, mas não queremos que oponentes olhem 4 ou 7 cartas e ponham 2 na mão. Outro pilar de consistência do deck que cava bem demais no deck atrás do que precisarmos, e o fato de ter flashback é exatamente o que faz não ser tão interessante em usar counterspell nela.
O arquétipo já é bastante conhecido, e o que difere essa lista de outras (além de que somente esta foi campeã mundial) são algumas techs muito bem pensadas para o torneio. Na ladder do Arena e em torneios, vemos muitas cópias de Burning Hands no main deck porque são ambientes infestados de Mono Green e alguns Gruuls, mas, no mundial, tivemos 3 Mono Green e 1 Gruul com splash para anulações.
Ad
Takahashi preferiu 2 cópias de Thundering Rebuke para dar alvo em outros Goldspan Dragon, Smoldering Egg, Old-Growth Troll e Lier, Disciple of the Drowned. A carta vinha sendo utilizada no sideboard, então o que Takahashi fez foi passar os Burning Hands para o side e Rebuke para o main deck.
As cartas que estavam sendo pouco utilizadas ou não viam jogo no deck são:
Vamos entender qual o objetivo de cada uma dessas cartas na lista de Takahashi.
Spikefield é uma ótima remoção barata para cartas como Magda, Brazen Outlaw, Malevolent Hermit // Benevolent Geist, o principal alvo do Spikefield, e Lotus Cobra que foi utilizada por Seth Manfield em seu Mono Green.
Fading Hope é uma boa tempo play contra alguns aggros, especialmente Mono Green, que pode tomar 2 para 1 ao dar uma remoção ou pump em alguma criatura. Fichas de cartas como Wrenn and Seven e Ranger Class também são ótimos alvos para o novo bounce.
Jwari sempre me agradou muito pela versatilidade de ser terreno quando necessário ou um counter quando temos terrenos suficientes e acredito que ela tenha espaço nesse deck. Para quem assistiu o top 4 do mundial, percebeu o quão boa essa carta pode ser, o próprio Depraz deve ter alguns pesadelos com ela depois dos jogos das finais porque a forma com a qual Jwari quebra a curva é muito eficiente. É basicamente 2 manas, atraso seu jogo em 1 rodada, e além disso, raramente as pessoas jogam em volta dela a menos que tenham tomado o counter em outro game.
Já Dissipate é uma carta para mirar os decks com Lier, Disciple of the Drowned, para anular mágicas antes que ele entre em campo. Essa sim é uma anulação interessante para usar no Deluge para exilar de uma vez ou num Hermit, ou seja, cartas que podem ser conjuradas do cemitério. Foram poucas vezes que vimos a carta sendo utilizada, mas sua função foi bem específica e não acredito que seja um counter muito bom para torneios mais abertos, como Arena Open e Red Bull Untapped.
Divide By Zero vem sendo bastante usada nos Izzet e Grixis Turns, mas nem tanto no Dragons, e passei a gostar dela após um período de reticência quanto à eficiência da carta e o uso de lições de side, o que reduz slots para focar em alguma match específica. Todavia, as 2 lições no side têm objetivos bem definidos quanto aos momentos da partida, além de que ciclar uma carta da mão pode ser muito útil, como quando Stráský jogou para o out de um Spikefield ao ciclar uma carta com Divide By Zero e achou a remoção.
Essa é a típica tempo play muito chata de tomar porque não é um counter, mas pode agir como tal, ela “countera sem counterar” como Aether Gust. Ela burla efeitos incounteráveis como Lier, a parte de trás do Hermit, Toski, Bearer of Secrets e Inferno of the Star Mounts como exemplos no Standard. Para o caso do mundial foi justamente esse, poder contornar Lier e Hermit que houve muitas cópias, não me surpreendo se ela for mais utilizada em decks de dragões daqui em diante.
Ad
O resto do main deck não tem mistério, é uma base bastante consolidada até mesmo em números. Smoldering Egg se mostrou uma das melhores cartas de Midnight Hunt por conseguir segurar bem o early game e se tornar uma ameaça muito forte ao se transformar em dragão, fechando rapidamente uma partida.
Prismari Command é uma carta boa contra decks que usam Esika’s Chariot e basicamente só, por isso 1 ou 2 cópias no máximo. O kit de anulações é complementado com Saw it Coming e Negate. Num metagame com vários decks de Lier, realmente não vale a pena utilizar muitos counters e vimos que metade das listas do mundial era Epiphany com Lier. Num field mais aberto, mais cópias de Saw It Coming são boas, especialmente esperando muitas mirrors de Dragons. Shatterskull Smashing // Shatterskull, the Hammer Pass é uma remoção praticamente incondicional no late game e excelente mana sink.
Escolhas de sideboard
O sideboard utilizado por Takahashi não apresentou inovações com relação a outras listas, exceto as duas lições, já que tem 2 Divide By Zero no deck. Inclusive as duas lições, como dito anteriormente, não me parecem atrapalhar muito o side em questão de tirar 2 slots porque tanto Environmental Sciences quanto Mascot Exhibition podem ser úteis em qualquer match para não perder land drops ou pressionar a mesa com fichas.
Malevolent Hermit // Benevolent Geist é provavelmente a melhor carta pós-side em mirrors de decks azuis que jogam para trás. Joguei e vi muitas partidas assim serem definidas por quem tem mais Hermit na mesa o quanto antes porque, além de pressionar com 2 de dano por turno, impede que algumas mágicas importantes resolvam sem que haja counter pro Hermit, já que é uma habilidade ativada e não uma mágica.
A parte de trás, o Geist, bate 2 com evasão e deixa suas mágicas não-criatura imbloqueáveis, ou seja, não precisa ter medo de fazer turno extra, Deluge ou qualquer outra instant ou sorcery que desenvolva/ganhe o jogo. Esperando muitos decks com Epiphany, 4 cópias não são demais!
O counter solitário, Test of Talents é muito bom em mirrors de Izzet Dragons e outros decks com Epiphany, caso Lier e/ou Geist não estejam na mesa. Poder exilar todas as cópias de Deluge, Galvanic Iteration, Expressive Iteration ou turno extra por apenas 2 manas foi o suficiente para que esse counter ganhasse um slot.
Quanto ao pacote anti-aggro, temos muito mais opções com várias remoções rápidas e mais uma cópia de Fading Hope para proporcionar tempo ao deck até que tenha disponíveis as jogadas de alto impacto.
Cinderclasm é boa contra decks de criaturas pequenas, como o Gruul e MonoW, Burning Hands é o principal hate contra decks verdes e pode ser útil contra MonoW porque mata quase todas as criaturas e a segunda cópia de Prismari Command nas 75 é contra decks que usam Carroça.
Ad
De todas as remoções, a única que não é vista com tanta frequência e eu gostaria de chamar atenção é Heated Debate.
Além de ser boa contra decks de criaturas, ela é excelente em mirrors de dragões e decks com Lier porque não pode ser counterada e mata Goldspan, Lier e Egg. Acredito que só tenha uma cópia ao invés de 2 porque Yuta já tinha 4 Hermit para essas matches, mas essa remoção deve ser mais vista nas próximas semanas em torneios.
Finalizando
Espero que tenham gostado da análise do deck do novo campeão mundial de Magic, Yuta Takahashi. Quaisquer dúvidas, comentários ou feedback estou disponível nos comentários abaixo. Abraços e até a próxima!
— Comentários0
Seja o primeiro a comentar