A cada nova expansão, o surgimento de potenciais combos de duas cartas para os formatos competitivos parece crescer e se tornar mais frequente. Enquanto alguns não chegam a afetar o Metagame por suas limitações e concessões de deckbuilding, outros escalam rapidamente ao topo do cenário competitivo, como foi o caso com Amalia Benavides Aguirre no Pioneer.
O próximo lançamento de Magic, Outlaws of Thunder Junction, traz outra poderosa interação de duas cartas capaz de vencer jogos no instante em que seus efeitos são combinados, não apenas para o Pioneer, mas também para o Standard com a recém-revelada Rush of Dread!
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Confira, neste artigo, as primeiras impressões sobre este novo combo, como ele funciona e seu potencial para os formatos competitivos!
Como Funciona o combo de Rush of Dread?
Rush of Dread é um dos cards mais únicos e poderosos que a nova edição de Magic trouxe até agora, sendo um reminiscente de efeitos como Rankle’s Prank ou Smallpox de maneira assimétrica, onde apenas o oponente sofre com seus efeitos, tornando-o versátil e eficiente em certas ocasiões e mirrors de Midrange.
Seu potencial de combo, no entanto, está em sua terceira linha de texto, onde o oponente-alvo perde metade da sua vida arredondada para cima. Ao lado de efeitos que dobram a perda de vida e/ou fazem com que o oponente perca vida igual ao total que ele já perdeu no turno, ele cria um “combo-kill” similar ao que vemos com Sanguine Bond e Blood Tribute no Standard de Alara-Zendikar.
Hoje, o Standard conta com um dos efeitos de “dobrar perda de vida” mais eficientes em custo e corpo da história do jogo - e por intenção ou conveniência, ambos os efeitos curvam perfeitamente um para o outro, quase como se fossem inseridos em edições distintas com este objetivo.
Com Bloodletter of Aclazotz em jogo, sua habilidade faz Rush of Dread causar o dobro da metade da vida do oponente, arredondado para cima. Ou seja, se seu oponente tem 15 de vida, ao invés de perder 8, ele perderá 16 - uma derrota imediata, cuja única janela de resposta está no momento em que conjuramos a mágica, pois a habilidade de Bloodletter é um efeito de substituição.
Em um custo de mana viável para ambas as peças em uma curva de mana decente, enquanto ambos os cards são suficientemente úteis por conta própria, é possível de estarmos em uma nova situação onde um arquétipo híbrido de combo com Midrange ou Control pode ganhar espaço no Metagame competitivo.
O mais próximo dessa combinação que consigo imaginar como válido no atual Metagame é a interação entre Archfiend of the Dross com Metamorphic Alteration, onde transformar uma criatura do oponente em uma cópia de Archfiend o faz perder o jogo na sua próxima fase de manutenção.
Archfiend of the Dross é uma criatura mais forte em um vácuo e uma condição de vitória mais impactante do que Bloodletter of Aclazotz, apesar deste ter mais espaço para micro-interações com efeitos de dano ou perda de vida, mas Rush of Dread é um card muito mais útil do que Metamorphic Alteration apesar do seu custo baixo, raramente sendo um topdeck ruim enquanto melhora conforme a partida se estende.
Rush of Dread no Standard
O Standard é um espaço interessante para essa interação, mas do qual não parece uma adição instantânea pela mesma razão que o combo entre Ob Nixilis, Captive Kingpin e All Will be One não encontram espaço no Metagame competitivo: ambas as peças requerem um sequenciamento específico para funcionarem e não são tão impactantes por conta própria - apesar de Rush of Dread ser melhor que All Will be One em ocasiões fora do combo, além de Ob Nixilis requerer algum meio do oponente perder vida e/ou sofrer um de dano para iniciar o looping enquanto Bloodletter of Aclazotz funciona por conta própria.
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Sendo o principal deck competitivo do Standard hoje, o Dimir Midrange poderia realizar algumas concessões para incluir o combo, especialmente se não for obrigado a usar múltiplas cópias dele ao incluir Insatiable Avarice como um tutor eficiente.
Bloodletter of Aclazotz ajuda em ampliar o clock de ameaças pequenas da lista, mas poderia terminar competindo por espaço nos slots de four-drops, especialmente se considerarmos Rush of Dread como uma mágica de cinco manas.
No fim, o combo poderia demandar espaço demais para o Dimir Midrange ao ponto de atrapalhar o desenvolvimento do seu plano de jogo, e a competição das suas peças-chave com Sheoldred e Ertai Resurrected não os coloca em uma posição muito favorável.
Uma versão mais voltada para Control também poderia funcionar, mas também sofre com o excesso de interação caso seja sua única condição de vitória. Afinal, este é um combo fácil de telegrafar e do qual demanda apenas uma remoção contra Bloodletter of Aclazotz para falhar.
Em um ambiente sem Dispel ou outras proteções mais eficientes de custo baixo, fica mais difícil proteger sua condição de vitória e aplicá-la no timing certo sem precisar estender o jogo ao ponto de fechá-lo em um único turno por nove manas ou criar uma barreira de counterspells antes de conjurar uma das peças.
Talvez, versões mais proativas sejam a solução para o combo encontrar um lar, mas tal qual no Dimir Midrange, Bloodletter of Aclazotz continua competindo com Sheoldred, the Apocalypse e/ou outros cards cujo valor individual é muito mais impactante, como Gix’s Command.
Rush of Dread no Pioneer
Rush of Dread e seu combo sofrem com problemas parecidos no Pioneer: o quão mais eficiente esses dois cards são para os atuais Midranges pretos do formato e como podemos tirar proveito de suas habilidades?
Seria uma versão de Rakdos Sacrifice viável, já que ambos os cards alimentam seu clock e a combinação entre o módulo de sacrificar criaturas da nova mágica com Mayhem Devil é potencialmente devastador? O quão melhor e mais consistente em vencer partidas Bloodletter of Aclazotz é quando comparado com Sorin, Imperious Bloodlord e Vein Ripper? O fato dele fechar um “kill” contra Abzan Amalia independente do quanto de vida o oponente tenha ganho faz diferença nessa equação?
Apesar dos seus prós e contras e a necessidade de considerá-los em comparação com outros combos do formato, este possui um potencial tão grande quanto ou até maior que o de Archfiend of the Dross e Metamorphic Alteration, além de ser uma ótima oportunidade de revisitar um velho arquétipo do Pioneer - Mono Black Devotion.
Quando Bloodletter of Aclazotz foi lançado, jogadores tentaram reviver as estratégias de Devotion sem muito sucesso. Afinal, as suas falhas inerentes permanecem e as limitações entre manter um campo de batalha cheio para abusar da mana extra enquanto interage com a mesa do oponente é um desafio do qual, muitas vezes, torna do deck justo demais para o Metagame.
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Agora, com Rush of Dread, o Mono Black Devotion ganha uma proposta de jogo mais injusta, e a adição de Nykthos, Shrine to Nyx possibilita eventualmente chegar às nove manas necessárias para fechar o combo em um único turno.
Além do combo, o pacote de devoção agrega ainda mais consistência em chegar até suas condições de vitória: Warlock Class oferece um ponto de devoção, funciona como seleção de cartas e última habilidade interage com Rush of Dread para vencer o jogo enquanto desvia das remoções que comumente lidariam com Bloodletter.
A mana extra pode também ser utilizada para pagar diversos módulos de Insatiable Avarice, permitindo manter a vantagem em cartas enquanto busca por uma das peças restantes no turno.
Gray Merchant of Asphodel permanece como principal recompensa para o pacote de Devoção ao lado de Nykthos, Shrine to Nyx. Apenas com ele e Bloodletter of Aclazotz, o oponente já perde dez pontos de vida, mas como ele requer mais concessões e não é tão relevante por conta própria, além da consistência agregada pelo combo, seus números foram reduzidos e podem até chegar a zero se necessário.
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, ou sugestões, fique a vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!
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