Magic: the Gathering

Deck Guide

A fuga do planeta dos Ragavans: vencendo o macaco no Legacy

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No artigo dessa semana vamos falar da nova staple Legacy que vem varrendo o formato e dar algumas opções para vencê-la.

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revisado por Tabata Marques

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Olá, jovens!

Mais uma semana e mais um artigo. Hoje vamos falar do impacto de MH2 e como sobreviver à horda de Ragavan, Nimble Pilferer que vem tomando o Legacy de assalto.

O Metagame do Legacy Atual

Como toda boa coleção voltada para o Moderno, Modern Horizons 2, vulgo MH2, teve um impacto ainda mais profundo no Legacy. Isso já era de se esperar, uma vez que a gigantesca pool de cartas do Legacy aliada a um power level consideravelmente mais alto que o do formato moderno permite usar e abusar das novas bombas que são despejadas a cada coleção (eu nem sequer vou mencionar o conceito de design da F.I.R.E e o quanto o mesmo costuma se mostrar inadequado diante dos formatos eternos).

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A verdade é que MH2 causou um impacto profundo no formato, reformulando o metagame e já causando gritos por banimentos nos quatro cantos da internet. Uma breve análise do metagame atual do Legacy nos mostra a profundidade e a profusão desse impacto. Senão vejamos.

Nessa semana nosso querido Romeu, que sofre de um caso terrível de Onisciência, escreveu esse artigo espetacular de metagamelink outside website onde ele cobre absolutamente todos os formatos conhecidos do Magic. Nos interessa sobremaneira sua análise sobre o Legacy.

Se tomarmos somente os últimos dois Legacy Challenge do MOL (sempre muito simbólicos do metagame) os decks que se baseiam em Ragavan, Nimble Pilferer foram 50% de ambos os top 8 (4 decks em cada) e o macaco albino foi a criatura mais usada no top 32 de ambos os torneios.

Izzet Delver e Jeskai Tempo, ambos os decks solidamente ancorados em Ragavan, Nimble Pilferer e que marcaram presença nos Top 8 dos dois dias já respondem somados por 15% do meta. Novas builds formadas em torno de vencer o macaco, como a versão Dimir, já começaram a surgir no top 32.

A interação entre Ragavan, Nimble Pilferer e Urza's Saga não passou despercebida e o fato de nosso querido símio gerar tokens de tesouro vem sendo explorado nas novas builds do Jeskai Tempo que abusa da vantagem gerada pelo macaco para "escondê-lo" atrás de um Standstill, gerando assim ainda mais card advantage. O deck também abusa de Prismatic Ending se tornando uma espécie de "pile"; ou seja, uma "pilha de coisas boas" que tendencialmente funcionarão juntas.

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No caso da build UR, a proposição é muito mais direta. Uma versão ainda mais agressiva do antigo UR Delver que dependia de Monastery Swiftspear e criaturas como Sprite Dragon e o falecido Dreadhoard Arcanist (viverá para sempre em nossos corações), o novo Izzet Delver é o deck mais "intensivo" em cartas de MH2 no formato, contando em sua maioria das vezes com 13 cards da nova coleção, 4 Ragavan, Nimble Pilferer, 4 Dragon's Rage Channeler, 3 Murktide Regent e 2 Unholy Heat.

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Não somente os "decks de Ragavan" usam Ragavan, Nimble Pilferer, o macaco já se tornou lugar comum no main e no side do Sneak and Show, sendo que o tradicional player JPA93, que esteve presente em um dos Top32, já se rendeu ao uso dos macacos. Algumas builds que estão fazendo 5-0 no MOL já estão usando 4 no main deck!!

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A febre do macaco já chegou em outros combos, e o 9º colocado do último Challenge, uma lista de Painter's Stone - deck que supostamente venceria com o combo gerado pela interação de Painter's Servant e Grindstone, contava com 3 Ragavan, Nimble Pilferer de main:

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Até agora pintamos um cenário tenebroso... estaríamos nós presos no Planeta dos Macacos? Há como escapar à horda de Ragavans que nos cerca?

Creio que a resposta é sim.

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Opção 1 - Selesnya Depths

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A versão GW ou GWx é no atual meta a melhor shell para o combo de Dark Depths e Thespian's Stage. Muitas vezes contra decks tempo a própria velocidade explosiva do combo é o bastante para "correr" contra as ameaças do oponente.

Se não bastasse isso, essa versão Selesnya traz o grande assassino de Delver of Secrets que nos foi brindado por MH2, Endurance. O pack natural de 4 Sword to Plowshares com a recente adição de ao menos 2 Prismatic Ending maindeck cria um match de atrição ainda mais difícil para o símio albino e seus colegas.

Em adição a tudo isso ainda temos a possibilidade do deck sequer necessitar do combo, vez que contando com \endurance, 4 Knight of the Reliquary e 4 Elvish Reclaimer no main, muitas vezes os matchs serão resolvidos pelas próprias criaturas.

O pós-side ainda facilita o match up com a possibilidade de board in dos Prismatic Ending 3 e 4 além dos 3 Choke que, quando bem encaixados, costumam não permitir a volta do oponente ao jogo.

Opção 2 - Big Drazi

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O Big Drazi é um deck que teve uma boa presença física antes da pandemia e que havia caído no esquecimento. Ultimamente sua presença vem aumentando cada vez mais no MOL a partir precisamente das mudanças causadas por MH2.

O deck tem vários ângulos pelos quais ele pode atacar as diversas variantes de decks de Ragavan, Nimble Pilferer. O primeiro deles é pela negação. O deck conta com 4 Chalice of the Void de main, além de cópias de Warping Wail e uma Walking Ballista] no main com a possibilidade de buscar outra no side via [[Karn, The Great Creator.

O segundo é o lock a partir do próprio Karn, The Great Creator. Em um deck abundante em lands, com 8 sol lands, 4 City of Traitors e 4 Ancient Tomb, além de 11 "posts", 4 Cloudpost, 4 Glimmerpost e 3 Vesuva e 4 Grim Monolith, é muito fácil castar o planeswalker que é um combo de uma carta só (que busca no side Mycosynth Lattice). Normalmente quando o Karn resolve, é caixa.

A terceira forma é com o rio de eldrazis do deck. O deck tem criaturas nas curvas 3, 4, 5 e 6, o que ironicamente com essa base de mana significa turnos 1, 2 e 3. Em várias oportunidades o exército de criaturas pandimensionais gigantes é mais do que o bastante para vencer seus oponentes.

O pós-side pode trazer ainda mais remoção na forma de Warping Wail e Spatial Contortion, bem como colocar no main uma Ratchet Bomb enquanto a outra junta da segunda Walking Ballista estão sempre a um Karn, The Great Creator de distância.

Se você gosta de combos e de criaturas enormes, o Big Drazi é uma excelente opção.

Opção 3 - "Dragon Stompy"

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Nós, players antigos, ainda chamamos o arquétipo de Dragon Stompy, mesmo o deck não tendo mais "dragons" e não sendo somente um "stompy" (arquétipo que busca por meio de criaturas baratas terminar o jogo o mais rapidamente possível).

A atual versão do Big Red, Mono Red Prison ou Basuta Red (em homenagem a um de seus criadores) se foca cada vez menos nas peças de lock, abandonando os Magus of the Moon e as Trinisphere de main e focando no pack Blood moon e Chalice of the Void para punir as bases de mana abusivas, como é o caso do Jeskai Tempo, ou cercear o acesso a spells de curva baixa por meio dos cálices, como é o caso do Izzet Delver.

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Além disso, o deck conta com 24 criaturas sendo que oito delas funcionam também como remoções, 4 Bonecrusher Giant e 4 Fury. Inclusive a adição do elemental de MH2 é absurdamente sinérgica com a habilidade do Fireflux Squad que se alimenta dos tokens de Goblin Rabblemaster e Legion Warboss e pode acabar "cuspindo" um Fury em campo, batendo 6 com seu double strike e tirando um blocker ou planeswalker da frente.

É exatamente o fato de absolutamente qualquer spell do deck ser uma "bomba" que torna o match up tão bom para o Mono Red: o que cair no field é lucro. Além disso, para um bom player "contornar" as Dazes é algo factível, restando somente os hard counters pra darem conta do recado.

Pós-side temos Trinisphere, Leyline of the Void e Dead//Gone que servem para "desligar" o cemitério, aumentar a potencialidade do lock e remover e dar bounce em ameaças e bloqueadores.

Se você gosta de punir bases de mana e matar atacando, o Mono Red Prison pode ser o seu deck.

Opção 4 - Doomsday

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Depois da adição de Thassa's Oracle, o Doomsday deixou de ser um deck fringe cujas pilhas complexas eram o assunto de vastos tratados só conhecidos por seus poucos amantes, para se tornar um dos decks de combo mais resilientes, senão o mais, do atual metagame.

Só no último Challenge houveram dois doomsday no top 32 com seus pilotos fazendo, respectivamente, 7-1 e 6-2, o que mostra todo o potencial do deck.

A pilha mais simples e que ocupa menos slots do main pode deixar o deck ainda mais dedicado aos disrupts e às cantrips. Isso significa que no deck, o que não comba ou compra carta, ou da counter, ou descarta a mão do oponente.

É tanta recursão com tanto counter pra dar backup, que muitas vezes os decks tempo simplesmente não conseguem ganhar a batalha de counter contra o doomsday, que ainda pode combar no turno 0.

Pós-side o deck pode se tornar ainda mais dedicado aos counters e aos descartes, o que aumenta a inevitabilidade do combo. Além disso, peças como Fatal Push, um excelente spot removal e Leyline of the Void que "desliga" o Murktide Regent e o Dragon's Rage Channeler podem entrar e permitir ao Doomsday um jogo de atrição até chegar no combo.

Apesar de muitas vezes o doomsday ser resolvido já com uma threat na board forçar à construção de uma pilha rápida e dependente de edge of autumn e ideas unbound com back up de counter, ainda assim o doomsday é hoje o melhor deck injusto do formato.

A curva de aprendizado do Doomsday com certeza é alta, requerendo que seu piloto saiba se adequar às situações que são impostas e aos draws, mas uma vez que você se torne mestre desse deck, suas possibilidades de contornar os piores cenários são quase infinitas.

Conclusão

A verdade é que o field atual do Legacy, apesar do crescimento perigoso das variantes de decks baseados em Ragavan, Nimble Pilferer está diverso e convidativo, com opções de decks aggro, combo, control e tempo para todos os gostos. MH2 foi um baita format shaker e trouxe diversas cartas que aos poucos vão encontrando seu lugar nas mais diversas shells do formato.

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O macaco é absurdo, mas não é incontornável. Eu sei que parece difícil, mas resista à tentação...

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