Magic: the Gathering

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Análise da edição Mystical Archives para o Historic

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No artigo de hoje, apresento-lhes uma análise do possível impacto da Mystical Archives para o Historic.

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revisado por Tabata Marques

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Strixhaven já nos parece ser uma das edições mais empolgantes do Magic nos últimos tempos. Seja pela nostalgia a-la Harry Potter que muitos de nós temos ao vermos as casas da grande escola de magia, seja por conta do deslumbrante visual das ilustrações, seja pela introdução de novas keywords empolgantes, ou por reprints em versão especial de mágicas icônicas do jogo com a Mystical Archives.

Para o jogador de Historic, a Mystical Archives traz uma empolgação ainda maior: A compilação de 63 cartas especiais estará disponível nos boosters do Magic Arena numa proporção de um card por booster, substituindo um slot de carta comum, o que é tecnicamente vantajoso para os jogadores que jogam e/ou gostariam de adentrar ao formato.

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Por outro lado, há um agravante: Todas as cartas da Mystical Archives que não estão disponíveis no Standard virão em raridades de Raras e Míticas Raras, o que é compreensível considerando do que esses cards se tratam dentro da lore do jogo (são mágicas de todo o Multiverso que estão acessíveis em Strixhaven), mas reforça ainda mais um problema crônico que torna do Historic um formato cada vez mais difícil de adentrar e acompanhar: a economia do Magic Arena.

Não pretendo me prolongar no assunto porque não é o foco deste artigo (posso, em outro momento, fazer outro artigo dedicado a esse assunto), mas o sistema de economia do Magic Arena é apenas o pior que já presenciei em jogos online na minha vida e, de longe, um dos mais predatórios para o consumidor, e eu não estou exagerando.

Por conta do jogo não habilitar trades (como feito no Magic Online), não habilitar meios de transformar suas cartas inúteis em algo relevante (como é feito no sistema de Dust de Hearthstone) e por conta da má distribuição do sistema de crafting de cards do jogo (onde você utiliza Wildcards para criar suas cartas de acordo com a raridade, e você recebe 1 Wildcard Raro a cada 6 Boosters abertos ou 1 Wildcard Mítico a cada 24 Boosters abertos), além de uma decisão economicamente prejudicial para o jogador em tornar de Jumpstart um produto que ficou disponível por tempo limitadíssimo, a economia do Magic Arena se torna o maior obstáculo para um jogador adentrar ao formato eterno da plataforma porque lhe obriga a investir um dinheiro muito alto ou uma quantidade de tempo absurdamente alta em drafts para conseguir construir sua coleção.

O fato de cards como Brainstorm, Faithless Looting ou até mesmo Sign in Blood virem como raras na Mystical Archives só agrava ainda mais o problema pois muito provavelmente haverão ainda mais cards que os jogadores poderão querer utilizar em seus decks mas que terão dificuldades em conseguir sem comprar diretamente boosters na loja do jogo para conseguir mais Wildcards para craftar ainda mais cards raros.

Até jogadores conhecidos como Todd Anderson ou criadores de conteúdo renomados como SaffronOlive já tem demonstrado preocupação como como a economia do Arena pode afastar os jogadores ainda mais do formato Historic ou do jogo como um todo, e que este problema necessita ser resolvido (e existem muitas sugestões de maneiras de resolver) pela Wizards.

Em resumo, é um momento bem ruim (especialmente se você for brasileiro, onde o dólar já beira R$ 5,80) para jogar Historic se você já não tem uma coleção bem estabelecida e, até mesmo se você tiver, se prepare para gastar pelo menos 20 ou mais Wildcards raros só com a Mystical Archives da nova edição.

Dito isso, vamos ignorar este tremendo agravante em termos de economia para o formato, e vamos falar do que realmente interessa: Os cards da Mystical Archives e como eles podem afetar o Historic à partir do lançamento de Strixhaven.

Gostaria de ressaltar que, enquanto escrevo este artigo (terça-Feira, 30 de Março de 2021), a edição ainda está sendo revelada através de spoilers diários, e as inclusões de determinados cards da coleção ao formato pode mudar significativamente a avaliação que possui de alguns cards ou decks dentro do formato até o lançamento oficial.

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Outro ponto a ressaltar é que existem cards da Mystical Archives que estão preventivamente banidos do Historic devido á questões de power level, são elas:

Swords to Plowshares

Counterspell

Dark Ritual

Demonic Tutor

Lightning Bolt

Channel

Natural Order

Quanto aos cards que você provavelmente pode esperar ver tendo algum impacto no formato, acredito que podemos até mesmo dividi-los por categorias:

As Staples

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Brainstorm está na Mystical Archives e será válido no Historic à partir do lançamento de Strixhaven e é, de longe, o card mais comentado dentre as que entrarão para o formato e não é pra menos: o card é considerado por muitos a melhor cantrip existente em Magic: The Gathering até hoje e um verdadeiro definidor de formatos no Legacy.

Brainstorm provavelmente será o card mais jogado da coleção no Historic, já que o formato carece de outras boas cantrips, tendo como único “competidor” nesse slot Opt ou cards de custo 2 como Omen of the Sea, desvia de descartes pontuais onde o formato agora possui acesso aos dois melhores descartes de custo 1 do Magic (Thoughtseize e Inquisition of Kozilek), e me parece um auto-include em uma quantidade significativa de decks, e é justamente essa a parte que será mais peculiar em ter o card no formato: veremos muitos decks jogando com Brainstorm de maneira errada e caindo nas suas clássicas armadilhas.

Me refiro ao fato de que Brainstorm é um ótimo card, mas também é um card que pode colocar os jogadores em uma situação de “soft-lock” por alguns turnos se não for utilizado com meios de livrar seu topo das cartas ruins que você colocar nele, especialmente quando você precisa de uma resposta específica ou uma land. E sei que muitos jogadores esquecerão este detalhe nas primeiras semanas pois estamos falando de interações que jogadores menos familiarizados com formatos eternos não conhecem e tentarão apenas utilizar o card por ser a melhor Cantrip disponível.

Quanto a meios de “limpar o topo” após fazer a cantrip, acredito que o Historic possui sim interações o suficientes para fazer com que Brainstorm possa ser utilizado na sua máxima utilidade (dentro das devidas restrições do formato), já que temos Fabled Passage e Field of Ruin, além de cards que permitem jogar cards do topo para o fundo como Omen of the Sea, Narset, Parter of Veils ou cards que permitem descartar as cartas inúteis como Faithless Looting.

Falando nisso, dado o provável uso constante do card nas primeiras semanas do formato pós-Strixhaven, Narset, Parter of Veils parece um ótimo card para se ter no seu deck já que ela é um jeito de travar tanto o Brainstorm do oponente quanto o próximo card da lista:

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Ilustrações abstratas à parte (vocês apenas não estão acostumados com esse tipo de ilustração numa carta de Magic), Faithless Looting é outro card que será amplamente utilizado nas primeiras semanas por habilitar antigos arquétipos do Modern no Historic.

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Tal como Death’s Shadow trouxe uma gama de jogadores a jogar o formato por conta da sua influência no Modern, veremos jogadores de arquétipos como Arclight Phoenix e Hollow One tentando criar versões do seu deck para o formato. Além disso, Faithless Looting também interage muito bem com decks como o Rakdos Arcanist, interage incrivelmente bem com Escape e pode habilitar outros tipos de arquétipos por conta própria além de também servir como um meio de filtrar o deck para decks menos dedicados á interações de cemitério.

No geral, Faithless Looting também me parece ser um dos cards mais potencialmente perigosos da edição e um card que se beneficiará de toda e qualquer interação de cemitério existente no formato hoje e toda interação de cemitério que surgir no formato futuramente. Portanto, não me surpreenderia se, em algum futuro, Faithless Looting viesse a ser banida do formato, tal como feito no Modern.

E é claro que, como todo jogador que já jogou de Izzet Phoenix no Modern, me vejo no dever de elaborar minha própria lista:

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A proposta desta lista é seguir os passos da versão Modern do deck e procurarmos atacar por diversos ângulos: Enquanto Arclight Phoenix demanda do oponente interações de cemitério e/ou meios de exilar criaturas, Young Pyromancer pune o oponente por focar demais em ameaças individuais adotando um plano de “Go-Wide” na mesa. Já Crackling Drake é o tipo de ameaça que precisa de uma resposta imediata por parte do oponente ou pode encerrar o jogo em pouquíssimos turnos sem muita dificuldade, o que pode ser um problema para ele caso ele tenha gasto recursos demais tentando lidar com as demais ameaças.

O resto do deck segue a boa e velha lógica de ser um “tribal de cantrips”, onde seu objetivo é unicamente comprar cartas e descartar a maior quantidade possível de fênix da sua mão para coloca-las em jogo, com algumas poucas interações de custo baixo que são muito necessárias num formato como o Historic. Dentre essas, se destaca Prismari Command, já que todos os seus módulos podem ser extremamente úteis para o arquétipo.

Em geral, acredito que decks de Arclight Phoenix podem sim se tornar viáveis no Historic agora, mas não creio que serão opressivos dentro de um formato que possui boas respostas para o deck, especialmente Narset, Parter of Veils, a qual acredito que verá ainda mais jogo graças á essas inclusões ao formato.

Mas falamos um tanto de cantrips, e precisamos agora olhar o outro espectro e ver o que será outro card de gigantesco impacto no Historic:

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O segundo melhor descarte de custo 1 já printado no Magic estará disponível no Historic através da Mystical Archives, e ela pode ser uma interação significativa no formato, inclusive em conjunto com Thoughtseize, que também está no formato.

A grande vantagem de ter acesso a Inquisition of Kozilek no formato é que o card funciona melhor contra decks mais agressivos já que costuma tirar as ameaças que você precisa tirar sem necessariamente precisar perder vida pra isso, enquanto contra decks control o descarte pode ser usado para tirar a resposta de custo baixo do oponente enquanto Thoughtseize pode ser posteriormente utilizado para remover uma wincondition ou um Planeswalker de custo mais alto. Essa sinergia entre os dois cards é amplamente conhecida nos formatos eternos e provavelmente veremos muitas cópias de Inquisition of Kozilek sendo utilizada individualmente ou em conjunto com Thoughtseize em diversos decks como Rakdos Arcanist, Death’s Shadow, Black-Based Aggro e Midrange, Jund Food, Abzan Midrange, e outros.

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Um ponto a se considerar sobre Inquisition of Kozilek, entretanto, é que o card não remove algumas das principais ameaças do formato como Collected Company, Muxus, Goblin Grandee, Korvold, Fae-Cursed King e Teferi, Hero of Dominaria, portanto, podem haver sim ocasiões onde Thoughtseize seja a melhor opção para o jogador naquele momento, mas existe uma enorme probabilidade dos cards serem utilizados em conjunto já que cobrem bases totalmente diferentes.

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Apenas mais um esboço do Rakdos Shadow, mais voltado para mágicas e disrupções com ameaças de custo baixo e grande impacto.

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Nos afastando das interações com cartas na mão e indo para o campo de batalha, temos Lightning Helix que, inicialmente pode até não parecer tão impactante para o jogo, mas a adição de mais um efeito de Lightning Strike e um efeito que permite remover uma criatura ou causar dano ao jogador E ganhar vida pode fazer uma enorme diferença em diversas ocasiões.

Se você é um deck Aggro, Lightning Helix pode ser mais uma forma de ter alcance no jogo e/ou manter a vantagem na race.

Se você é um deck Midrange, Lightning Helix permite a você remover uma criatura por um custo baixo e prolongar o jogo para lançar suas ameaças maiores na mesa no turno seguinte ou causar os últimos pontos de dano no oponente.

Se você é um deck Control, Lightning Helix se junta à diversas outras remoções como mais um meio de interagir com as criaturas do oponente sem muitos problemas (e 3 de dano mata bastante coisa no formato).

Se você é um deck de Combo, você não deveria estar jogando com Lightning Helix. Porque você está fazendo isso?!

Brincadeiras à parte, Lightning Helix pode ser inclusive mais um card que faz com que o Burn do Historic fique mais próximo do Burn do Pioneer.

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Essa lista me foi enviada por um amigo, e acredito que serve como um bom ponto de partida de como utilizar o card de maneira proativa num deck Aggro sem perder o valor do card servir como removal e uma maneira de manter seu clock á frente do oponente.

Adicionar branco também habilita ao deck utilizar Lurrus of the Dream-Den, que como muitos jogadores de Pioneer sabem, é um ótimo meio de voltar pro jogo e possui ótima interação com Viashino Pyromancer como dano recorrente e, nesta lista, com Heartfire Immolator como remoção recorrente. Além disso, foi revelado hoje o card Clever Lumimancer, que pode ser outro ótimo motivo para recorrer ao Boros Burn já que esta criatura pode crescer em proporções significativas com tantas spells de custo baixo que servem tanto como dano ou removal disponíveis.

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Talvez colocar Memory Lapse como uma possível staple seja um exagero, visto que o card não é exatamente um Counterspell ou um Mana Leak. Porém, Memory Lapse não deixa de ser um counter incondicional de custo 2 e um enorme Tempo play para decks Midrange ou Tempo.

Por conta disso, podemos supor sim que Memory Lapse verá uma quantidade significativa de jogo pois assemelha-se de muitas maneiras á Remand e atrasar um turno do seu oponente pode fazer uma diferença significativa quando você vai explodir no próximo turno com algum Planeswalker ou apenas para se colocar ainda mais á frente no jogo, além de poder, em estágios mais avançados, ser utilizado junto de cards como Field of Ruin para fazer o oponente perder permanentemente o card sem custo algum.

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Posso ver diversos tipos de decks utilizando-o: Bant Midrange, Bant Company, alguma quantidade em decks Ux Control (apesar de que, provavelmente, em menor quantidade pois o card não é tão eficiente se seu plano pro próximo turno é desvirar e não fazer nada), Ux Tempo, Rogues (afinal é uma bela interação com a temática de Mill do deck), entre outros.

Os Combos

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Os cards de Storm são provavelmente os mais difíceis de avaliar da Mystical Archives, pois a mecânica possui um histórico problemático no jogo, e me surpreende muito ver estes cards adentrando o formato (especialmente Mind’s Desire).

Porém, decks de Storm precisam de enablers significativos como rituais, cantrips e free-spells, além de redutores de custo para fazer com que suas mágicas gerem mais mana com as interações certas. E o Historic carece significativamente de bons rituais, fazendo com que os jogadores precisem considerar outras alternativas para tentar fechar o combo fazendo múltiplas mágicas num turno, e é aí que se encontra o principal problema.

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Veja essa lista de Mono-Red Storm, por exemplo. Você conta com cards como Runaway Steam-Kin, Birgi, God of Storytelling e Rowan, Scholar of Sparks para servirem como pseudo-rituais e/ou redutores de custo das suas cartas, tornando-as efetivamente boas e podendo ser jogadas até de graça por conta da mana extra que você adiciona. Mas todos os cards requerem um setup de dois ou talvez três turnos para você combar, e são todas criaturas ou Planeswalkers, permanentes removíveis do jogo através do combate ou de remoções num formato ao qual você não pode esperar que seu oponente vá apenas esperar você “explodir” com o Storm. Alguns jogadores tem comentado sobre a interação de Steam-Kin ou Birgi com Grinning Ingus, onde você consegue gerar Storm infinito e, apesar de parecer funcional, considero uma possibilidade ainda mais frágil pro deck no que se trata de interações apesar de, honestamente, parece mais versátil do que tentar sequenciar múltiplas mágicas.

O mesmo problema pode ser visto nas versões UR que tenho visto com Baral, Chief of Compliance e Goblin Electromancer: Diferente do Modern, a ausência de rituais e Manamorphose faz com que você não tenha meios eficientes de “gerar mana de graça” fora cards que produzam Treasures, e mesmo esses cards podem demorar algum tempo e demandar mais setup para serem realmente viáveis.

Honestamente, eu acredito que existirá sim um deck de Storm, especialmente porque jogadores de Storm sempre dão um jeito de fazer suas maluquices funcionarem mas, se eu fosse apostar numa maneira de trabalhar esse deck, seria com alguma versão utilizando Bolas’s Citadel para jogar múltiplas mágicas num turno enquanto recupera vida com Weather the Storm e Tendrils of Agony.

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Mizzix’s Mastery é outro card cujo potencial só tende á crescer no formato para cada edição que sair pois se beneficia de literalmente qualquer mágica absurda que seja printada, já que permite jogar qualquer mágica do seu cemitério sem pagar o custo por apenas 4 manas (ou todas elas por 8 mana), podendo criar por conta própria a sua versão de um deck poderosíssimo sem muito build-around (ou com bastante build-around, fica a seu critério) já que fazer uma mágica gigante por um custo baixo tende a te colocar em muita vantagem e não faltam meios de jogar mágicas grandes pro cemitério com Faithless Looting, Seize the Spoils, Cathartic Reunion, entre outras.

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Já quanto as mágicas disponíveis para serem jogadas, também temos uma quantidade significativa disponíveis: Alrund’s Epiphany, Emergent Ultimatum, Inspired Ultimatum, Genesis Ultimatum, Planewide Celebration ou a recentemente revelada Magma Opus, que inclusive não precisa de nenhum enabler para descarte e permite agilizar seu cast ao criar um token de Tesouro, podendo ser utilizado via Mastery no turno 3.

Eu acredito que Mizzix’s Mastery ainda vai surpreender muitos jogadores e pode potencialmente ser um dos cards mais quebrados da Mystical Archives.

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Uma das maiores surpresas que tive com a Mystical Archives foi o fato de Time Warp estar dentro e não ser banida do formato. Não que eu considere o card quebrado de alguma maneira, mas existe um desgosto geral nos usuários do Magic Arena por turnos extras e um turno extra de custo 5 pode ser desgastante para muitos jogadores.

Porém, não só a Wizards adicionou Time Warp ao formato, como adicionou a sua “peça de combo”, Regrowth junto, um card que por um momento já chegou a ser banido até do Legacy, mas cujo power level se tornou significativamente reduzido com o passar dos anos.

Apesar de não ser exatamente um combo infinito, o fato de que, diferente de outros turnos extras existentes no Magic recentemente, Time Warp ir para o cemitério significa que é possível recorrer ao turno extra com card que voltem coisas do cemitério, como Regrowth faz e, contanto que você tenha mana e recursos o suficiente, jogar uma quantidade arbitrariamente grande de turnos seguidos.

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Veja essa lista, por exemplo. Você tem Regrowth, você tem Bala Ged Recovery que dobra como um land drop quando necessário, você tem Tamiyo, Collector of Tales tanto para buscar seus turnos extras quanto para recorrer Time Warp também e você possui uma quantidade significativa de meios de rampar comprar mais cards para ter consistência em achar seus turnos extras, além de uma ótima wincondition que também adiciona quantidade absurda de mana na forma de Nissa, Who Shakes the World.

De muitas maneiras, o deck se assemelha aos antigos decks de Nexus of Fate, exceto que requer muito mais setup e build-around do que o card anterior mas cujo custo reduzido de Time Warp e suas interações com cemitério acabam por compensar as concessões. Inclusive, o deck conta também com Alrund’s Epiphany para adicionar ainda mais consistência aos turnos extras e God-Eternal Kefnet como um meio de ser capaz de “dobrar” as mágicas que você compra enquanto ainda serve como uma wincondition por conta própria. Garanto que nada parece mais quebrado do que fazer uma cópia de Time Warp custando 3 manas e ainda ter o card original em sua mão para jogar outro turno.

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Por fim, porém não menos importante, temos uma velha conhecida (e muito cara no IRL) staple de Commander: Tainted Pact.

Este card é bem... Estranho de muitas maneiras, e não é algo que você esperaria ver tendo algum impacto significativo em formatos não-singleton, mas o card tornou-se uma staple de Commander por combar com dois cards que também temos acesso no Historic:

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O combo funciona da seguinte maneira: Tainted Pact revela cartas do seu deck até você optar por colocar uma na mão ou até revelar dois cards do topo do seu deck com nomes iguais e exila tudo o que for revelado. O que significa que, caso você jogue um Thassa’s Oracle e em resposta á habilidade faça um Tainted Pact e exile todo o seu deck, você ganha o jogo. Se você fizer um Tainted Pact e em seguida comprar um card com Jace, Wielder of Mysteries na mesa, você ganha o jogo.

Isso até lembra um certo deck banido do Pioneer, não?

Tainted Pact é o combo mais eficiente em termos de mana que me lembro de ter existido no Historic, mas é também o combo com a maior restrição de deckbuilding existente na história do Magic: Só possuir apenas uma cópia de cada card no seu deck. Ou seja, jogar Brawl enquanto todos jogam Historic.

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A boa notícia é que considero que existe redundância o suficiente para criar uma lista que possa funcionar bem com esse combo: Temos remoções condicionais e incondicionais boas o suficiente, anulações relevantes, descartes bons, cantrips, sweepers e diversas outras coisas que podem ser úteis na elaboração desse deck.

Além disso, podemos contar com diversos tutores para as peças do combo como Grim Tutor, Wishclaw Talisman e Mastermind’s Acquisition que, junto de Fae of Wishes também possibilita o deck pegar peças adicionais do combo vindas do Sideboard, onde elas podem estar constantemente protegidas até que sejam necessárias. Dessa forma, você tem potencialmente 5 cópias de cada peça do combo num deck singleton.

Outro ponto a se considerar também é que Lutri, The Spellchaser pode ser usado como Companion e pode se tornar outro 2-card combo com Tainted Pact: Com Lutri na mão, você pode castar Tainted Pact, copiá-lo com Lutri e, com a cópia, buscar Thassa’s Oracle no deck, enquanto a original deve exilar cartas do seu deck até sobrar apenas uma carta no topo para, em seguida, castar Thassa’s Oracle e ganhar o jogo.

A grande dúvida que fica é se um deck com tamanha restrição pode ver jogo competitivamente no Historic e o quão prejudicial o preço de não ter tanta consistência nas suas escolhas de cards (mesmo que muitos façam efeitos universalmente bons) pode ser ruim, mas este deck é, de longe, o que estou mais empolgado para testar e pilotar com a introdução destes cards.

Cards com Potencial

Além dos cards que serão Staples e das potenciais peças de combo, há alguns cards que acredito que podem ter potencial para ver jogo no formato dentre as demais da Mystical Archives. Se um card não estiver listado abaixo, provavelmente é porque considero que ele não será impactante o suficiente ou porque temos outro efeito similar dentro do formato que seja parecido ou superior á ele.

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Mana Tithe é um ótimo card que acredito que poderemos ver algumas cópias sendo utilizadas em alguns decks do formato, especialmente em alguns White-Based Aggro já que estes decks conseguem estabelecer pressão o suficiente no oponente para que ele seja obrigado a se dar tap-out todo turno, que é onde cards como Force Spike costumam brilhar em outros formatos.

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Não acredito que muitos dos decks brancos que joguem no formato hoje realmente queiram o card, principalmente porque muitos incluem verde para Collected Company, mas imagino ser possível ver uma versão mais agressiva como White Weenie ou Hatebears utilizando este card especialmente contra oponentes desprevenidos.

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A staple de Pauper Ephemerate possui algumas ótimas interações num formato que possui cards como Thragtusk ou Skyclave Apparition e interage bem com o blink supremo do formato, Yorion, Sky Nomad então eu poderia ver versões de decks de Blink tentando utilizá-lo, mas não acredito que adicione ao deck o que é necessário para torna-lo mais competitivo

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Compulsive Research, infelizmente, compete com Thirst for Knowledge e Thirst for Meaning como um efeito de “compra 3 e descarte 2 ou um tipo de permanente”, e o fato de ser uma Sorcery não ajuda muito. Porém, decks como os de Mizzix’s Mastery possivelmente se beneficiariam mais deste card do que dos dois anteriores pois há ocasiões onde descartar uma land é muito mais relevante do que descartar dois cards, então não retiro todo o seu mérito.

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Crux of Fate é o primeiro sweeper, na maioria das vezes, incondicional que o preto possui no Historic e, portanto, provavelmente verá muito jogo no maindeck de listas como Dimir Control ou no sideboard de decks Midranges mais voltados pro late-game.

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Eu acredito que temos muitos removals bons de custo 2 no preto e a maioria deles matam tudo o que Doom Blade poderia matar, tornando-o uma remoção mais restrita do que as demais. Ainda assim, se trata de mais um removal custo 2 no formato e é relevante termos acesso a mais cartas como essa.

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Talvez decks de Death’s Shadow queiram esse card ou outros Black-Based Aggros gostem da ideia de incluí-lo em suas listas. Infelizmente, não tivemos acesso a Night’s Whisper, que facilitaria o uso deste tipo de card por ser mais fácil de splashar, mas Sign in Blood é próximo o suficiente para ser uma opção plausível dentro de algumas listas.

Por outro lado, Castle Locthwain existe dentro do formato e é tecnicamente uma draw engine muito mais eficiente que não consome slots de nonlands. Portanto, pode ser que Sign in Blood não seja bom o suficiente no Historic já que o formato é significativamente mais lento do que o Modern, onde Night’s Whisper é mandatório em algum número em listas de Death’s Shadow.

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Abundant Harvest é um card bem difícil de avaliar porque se trata de algo novo e nunca utilizado na história do Magic, um card sem histórico algum.

Eu acredito que, se tratando de uma cantrip verde e que interage bem com Brainstorm (você pode jogar dois cards inúteis pro topo e usar Harvest para jogá-las ao fundo) o card possui um bom potencial dentro do jogo e sempre vai te trazer o que você precisa, seja uma land para cortar a zica ou uma mágica para ter mais ação no jogo.

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Existe a real possibilidade de Abundant Harvest se tornar uma staple do formato, mas prefiro ser conservado com um card que nunca foi utilizado e mantê-lo na categoria de card com potencial.

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Primal Command é outro card com potencial para se tornar uma Staple do formato, mas tratando-se de um card de custo 5, ele compete com outras bombas significativas existentes no Historic nos decks verdes ou GXx como Nissa, Who Shakes the World, Teferi, Hero of Dominaria, Yorion, Sky Nomad, entre outros e, portanto, fica difícil avaliar o quanto de valor este card pode ter no formato.

Por outro lado, Primal Command dá acesso aos decks de Ramp a tudo o que o deck pode precisar pra funcionar: Vida extra contra decks agressivos, tutor para suas ameaças, interação de mesa significativa e até mesmo um jeito de recorrer ao cemitério, podendo portanto ser o card necessário para trazer outros Green-Based decks não-agressivos ao formato.

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Eu não tenho certeza se Electrolyze vai ter algum impacto significativo no Metagame do Historic, mas o fato de atingir múltiplos alvos e comprar um card pode ser relevante para determinados decks Control e decks Tempo se decks como o Rakdos Pyromancer, Elves ou outros arquétipos com múltiplos X/1 tornarem-se populares.

Conclusão

Essa foi minha análise dos cards da Mystical Archives para o Historic, o qual acredito que terá um grande impacto no formato e criará novos decks viáveis e competitivos dentro do Metagame.

Por fim, o que realmente recomendo aos jogadores é craftar Inquisition of Kozilek e Brainstorm caso esses se encaixem nos decks aos quais você costuma jogar, pois são os cards mais prováveis de serem inclusos em múltiplos decks. Eu também faria apostas pontuais em Faithless Looting e Abundant Harvest já que estes são cards com grande potencial dentro do formato.

Entretanto, também precisamos ter consciência de que estão entrando cartas poderosíssimas dentro do formato, e que isso pode significar mudanças inesperadas no formato e até mesmo criar decks que possam ser eficientes demais para os padrões do Historic e, portanto, deixo aqui uma pequena lista de cards que acredito terem alguma mínima possibilidade de poderem ser banidas em algum momento:

1. Faithless Looting

2. Mizzix’s Mastery

3. Time Warp

4. Tainted Pact

5. Mind’s Desire e/ou Tendrils of Agony

Sim, dos cinco cards, quatro são peças de combos e isso se deve ao histórico da Wizards de possuir um certo desgosto por combos dentro dos seus formatos mais recentes, e o mesmo vale para loops de turnos extras. Enquanto Faithless Looting é um card com um potencial perigoso visto que habilitava uma gama significativa dos melhores decks do Modern durante o período em que foi permitido no formato.

Por fim, eu gostaria de agradecer ao jogador Henrique (vizzerdrinks) por ter me ajudado a elaborar algumas das ideias para as listas apresentadas neste artigo!

Agradeço a leitura!

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