Magic: the Gathering

Deck Guide

Modern: UW Spirits e os novos ares chegando

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Aqui vamos analisar algumas cartas novas de Innistrad - Midnight Hunt e ver se elas vão funcionar no nosso querido tribal de espíritos.

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revisado por Tabata Marques

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Meus artigos até agora eram sobre decks que se destacaram em algum campeonato recente, mas com o fim da temporada de spoilers de Innistrad - Midnight Hunt, resolvi fazer algo diferente: vamos falar sobre um deck que mora no meu coração e infelizmente anda um pouco sumido no formato.

Sim! Hoje é dia de falar sobre o UW Spirits! A coleção trouxe alguns suportes para a tribo e hoje nós vamos analisar o arquétipo e deduzir tanto o que fez com que o deck ficasse um pouco apagado no meta atual, quanto analisar as cartas novas e ver se elas são o suficiente para dar um up no baralho para o Modern. Vamos lá?

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Deck Modern Spirits em 2022

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Para quem não conhece, o UW Spirits é um deck tribal que ao meu ver é baseado em três fatores principais: Sinergia entre a tribo, disrupção e evasão natural. Esses três pilares são o que praticamente sustentam o deck e precisam estar funcionando alinhados ao metagame, então primeiro acho importante que a gente fale um pouco sobre o que são esses pontos.

A Sinergia entre a tribo é um dos fatores mais básicos de um tribal, é aquilo que funciona como uma recompensa para o jogador por ele optar em usar todas ou quase todas as criaturas com o mesmo tipo. Temos como exemplos o Thalia's Lieutenant no Humans, os lordes dos Merfolks ou a Flamekin Harbinger no Elementals.

No caso do Spirits nós temos tanto um aumento no poder ofensivo, com o Supreme Phantom e o Drogskol Captain, quanto a vantagem estratégia que o Rattlechains pode fornecer. São cartas extremamente importantes para o deck, que trazem consistência e poder.

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Já a disrupção não é exclusivamente tribal, sendo que as cartas que você vai utilizar para interagir com o jogo do oponente podem ser cartas naturalmente boas que calham de ser da tribo. O humans, por exemplo, conta com Reflector Mage e Meddling Mage.

Nós temos o famoso Spell Queller, que sempre é lembrado pelos oponentes por ser uma excelente tempo play e a não tão clássica, mas poderosíssima Skyclave Apparition, que é uma ótima alternativa para lidar com permanentes que acabaram caindo na mesa antes do Spell Queller conseguir resolver algo. Claro que também existem cartas que realizam funções híbridas entre esses dois pontos, como o Shacklegeist, que é uma criatura sinérgica com a tribo e uma disrupção para a board no jogo.

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O terceiro ponto é algo bem mais próprio do Spirits, a evasão natural que a tribo tem é extremamente relevante para o deck, o que faz com que dificilmente espíritos que não voem joguem aqui, com excessão da já citada Skyclave Apparition (porque ela é tão forte que compensa, convenhamos). Essa evasão acaba sendo um ponto positivo ao baralho em comparação aos seus semelhantes, pois até o Merfolk que conta com travessia de ilha precisa de um setup para que funcione de maneira global.

Todas essas peças são cruciais e o funcionamento delas ditam diretamente o funcionamento do próprio deck, e é exatamente sobre isso que a gente precisa falar...

Curva e Disrupção

E é aí que chegamos no ponto do tripé que não está funcionando tão bem atualmente: em questão de disrupção, nossas peças não são respostas tão eficientes no meta atual por uma mera questão de curva.

Principalmente após Modern Horizons II, o formato acabou seguindo por um caminho mais focado nas curvas 0, 1 e 2, com mágicas poderosas aliadas a um custo baixíssimo, o que é horrível quando as nossas melhores respostas são de valor de mana 3. Isso faz com que todo o nosso setup fique atrasado em relação a esses baralhos.

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É bem desvantajoso se ver obrigado a usar o Spell Queller para responder uma mágica de custo 1, e é ainda mais desvantajoso fazer isso e receber outra remoção de custo 1 em seguida... Foi apenas um dos exemplos, mas acontece em diversos outros momentos, a sensação que você tem é que o baralho em si está muito pesado para o ambiente contemporâneo e, embora sejam cartas-chave, o topo da curva do deck ser tão volumoso (com doze slots quase que obrigatórios sendo de Valor de Mana 3) acaba sendo um grande problema aqui.

Aí veio Midnight Hunt...

Mas agora vamos para o grande motivo desse artigo! Innistrad: Midnight Hunt está chegando e como uma boa coleção desse plano, veio com um monte de espíritos. Tudo bem que muitos deles vieram atrelados a habilidade Disturbed, uma mecânica não tão boa para o deck, porém mesmo assim vieram algumas cartas interessantes e acho perfeitamente válido falar sobre elas!

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Começando pelo lorde, Patrician Geist é uma carta que "bate na trave". Seu efeito de dar mais ataque e resistência para toda tribo é sim algo relevante, mas custar 3 manas apenas para fazer isso (já que o efeito de redução é inútil para o baralho) a torna pior que as outras duas opções, já que seus "irmãos" ou custam menos, no caso do Supreme Phantom, ou possuem uma habilidade adicional relevante, que é o caso do Drogskol Captain...

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Agora vamos passar para uma carta bem interessante. Spectral Adversary é uma criatura que parece cair como uma luva no deck.

Sim, ele é pior que o Rattlechains em quase tudo, mas possui uma versatilidade interessante quando se pensa que o efeito dele também pode ser utilizado em criaturas do oponente, num cenário em que ao invés de proteger suas criaturas de remoções, você quer atrasar o clock inimigo. É verdade que é um efeito pesado, mas a interação que a carta tem com Aether Vial, associado ao fato de que estamos falando de uma criatura de valor de mana 2, esse aqui pode ser uma boa opção para deixar o baralho mais leve.

Como eu disse antes, a maioria dos espíritos virem na mecânica de Disturbed foi um pouco complicado para o deck convencional, pois mesmo com algumas cartas sendo bem legais, como o Malevolent Hermit, elas acabam não funcionando tanto, já que na primeira face da carta ela não faz parte da tribo.

Além disso, não foi lançado nenhuma opção viável para o drop 1, que é algo que o deck está precisando bastante, então a conclusão meio pessimista é que o que foi lançado na coleção provavelmente não é o suficiente para alavancar o deck de volta ao formato.

Mas não vamos perder a esperança

Mas é inevitável pensar que o Spectral Adversary é realmente uma carta interessante a ser testada, e que nem tudo está perdido. Pensando em maneiras de encaixar o deck no Modern Contemporâneo, acabei chegando a uma alternativa ousada:

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Aqui temos um approach parecido com o do merfolk. Já que temos apenas um drop 1 relevante, que tal usarmos uma das melhores cartas para combater o formato atual? Chalice of the Void está extremamente bem posicionada hoje, lidando bem contra os três decks principais do formato atualmente: Hammer Time, UR Tempo e Crashing Footfalls.

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Com Aether Vial e Cavern of Souls, o baralho é bem pouco punido pelo uso do mesmo, é uma estratégia que está ficando cada vez mais popular em decks que não querem utilizar Ragavan e Dragon's Rage Channeler.

O Adversary está aqui exatamente para abaixar um pouco a curva do deck; tirar cópias de Skycleave Apparition pode doer um pouco, mas é um preço justo para manter a fluidez do baralho, já que é a única carta que não voa e uma das poucas que não possui lampejo. Assim, acredito que essa versão alternativa mais pensada em metacall me parece uma opção bem interessante e eu estou ansioso para testá-la!

Conclusão

Innistrad: Midnight Hunt acabou não trazendo a mudança que os jogadores de UW Spirits sonhavam para o deck, mas ainda assim, a coleção nos entregou uma nova peça interessante e principalmente esperança, já que teremos Innistrad novamente na próxima coleção.

E é nessas notas esperançosas que eu me despeço. Até a próxima!