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O Futuro de Alrund's Epiphany: Banir ou Não Banir

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O assunto mais quente do Standard na última semana foi a possibilidade do banimento de Alrund's Epiphany. Afinal, como chegamos até este assunto, e o card realmente merece ser banido?

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revisado por Tabata Marques

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O card mais polêmico da última semana no Standard definitivamente foi Alrund’s Epiphany.

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E quando me refiro a polêmico, essencialmente quero dizer “card com um excesso de debate sobre seu futuro banimento”, com direito a artigos extensivos feitos defendendo o banimento e o não-banimento do mais famoso turno extra do Standard atualmente.

Mas afinal, Epiphany realmente merece ser banido? Diversos grandes nomes do Magic, como Ross Merriam e Seth Manfield acreditam que sim, enquanto outros igualmente grandes jogadores como Todd Anderson e Ari Lax acreditam que não.

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Vou poupar o seu tempo e dizer que, no momento em que estou escrevendo este artigo, a minha resposta é eu não tenho certeza, porque existem muitos pontos por onde é compreensível pensar num possível banimento, e há também muitos pontos onde não parece necessário.

O que pretendo elaborar neste artigo é uma análise da situação geral do Standard, o espaço que os decks que utilizam Alrund’s Epiphany possuem, o comportamento do Metagame para com o card e as consequências de seu banimento ou permanência no formato e, talvez, ao final dele, eu consiga chegar na minha conclusão pessoal após compartilhar estas informações e análises com vocês.

Epiphany no Standard

Vamos começar entendendo a situação em cima de alguns pontos para termos uma ideia geral de qual é o estado do Standard atualmente e onde os decks de Epiphany se encaixam.

Alrund’s Epiphany possui um histórico estranho, onde foi de um card que estava claro que se tornaria uma staple do formato após a rotação, um fato que ficou evidente durante os jogos do Standard 2022, mas que, de alguma maneira, parece ter se tornando inaceitável para o formato com o lançamento de Galvanic Iteration em Innistrad: Midnight Hunt.

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Caso você desconheça o conceito do Izzet Epiphany ou não tenha acompanhado os jogos do Mundial, ou Standard em geral, o “combo” funciona da seguinte maneira: o arquétipo conjura Galvanic Iteration para copiar Alrund’s Epiphany, criando quatro tokens e acumulando dois turnos extras.

No primeiro turno extra, você utiliza meios de cavar fundo no deck (comumente com Memory Deluge) para (provavelmente) encontrar outro Alrund’s Epiphany, e no segundo turno extra, utilizará o Flashback de Galvanic Iteration para repetir a sequência, o que essencialmente significa jogar “sozinho” em uma parcela significativa de turnos e, caso não jogue, se colocará tão a frente na partida que o oponente dificilmente conseguirá ganhar.

E o que o deck faz enquanto não consegue fechar a sequência de turnos extras? Bom, ele controla o jogo com removals, sweepers, e às vezes consegue ganhar a partida com Hall of the Storm Giants, é o clássico Combo-Control (pretendo me aprofundar melhor neste macro-arquétipo na semana que vem).

Porém, não é só no Izzet Epiphany que o card possui um impacto significativo.

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Alrund’s Epiphany é, essencialmente, um pilar do Standard ao lado de Esika’s Chariot, Wrenn and Seven, Goldspan Dragon e Expressive Iteration.

E, honestamente, considero o Izzet Epiphany essencialmente a pior variante de decks com o turno extra porque ele é tão focado em fazer o combo que não capitaliza tanto nos turnos quanto outras variantes fazem.

Veja o Izzet Dragons, por exemplo: não apenas Goldspan Dragon facilita o uso de Epiphany no turno seguinte, como apenas um turno extra produzido pelo card gera tanto valor para você que, muitas vezes, você não precisará jogar outro, especialmente se ele for acompanhado de uma transformação de Smoldering Egg.

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E o Grixis Epiphany é, essencialmente, um Lier Control que possui o combo de Alrund’s Epiphany como parte das suas winconditions, e é o principal motivo de considerá-lo a melhor versão: esta variante joga o “fair game” muito melhor do que as listas Izzet por suas respostas serem mais abrangentes e melhores contra alguns dos principais cards do Standard atualmente, algo que o torna muito melhor contra o Metagame geral do formato.

A inclusão de Lier, Disciple of the Drowned torna cada turno extra ainda mais importante, porque é mais um turno onde você abre um leque de possibilidades para obter valor contra seu oponente, enquanto cópias anuladas ou descartadas de Epiphany podem ser reutilizadas com o card.

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E não vamos esquecer Galvanic Iteration, que pode ser devastador quando utilizado com outros cards também, como vimos no Mundial, onde ele foi utilizado para copiar de Demonbolt para remover ameaças contra decks agressivos até Go Blank para destruir a mão do oponente na Mirror Match.

Então enxergo o Grixis Epiphany como uma evolução natural do Izzet, que consegue capitalizar melhor em cima das peças do combo, enquanto possui respostas mais abrangentes contra o resto do formato.

Em resumo, Alrund’s Epiphany é essencialmente um card que pode vencer jogos por conta própria nas combinações certas, e muitas vezes, sem dar a oportunidade de resposta ao oponente por sua base ser muito sólida e consegue esperar o tempo que for para realizar seu combo.

Como um Turno Extra se tornou um problema?

Me perguntei isso diversas vezes enquanto observava a discussão crescer no Twitter durante a última semana. Afinal, já tivemos uma combinação de cards relativamente parecidas no mesmo Standard anteriormente e nunca foi um problema.

É sério, Time Warp e Twincast estiveram no mesmo Core Set e não fizeram absolutamente nada, mesmo estando num formato ao lado de Stoneforge Mystic, Celestial Collonade e Jace, the Mind Sculptor.

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É claro que Time Warp não colocava dois tokens e Twincast não podia ser conjurado do cemitério, e isso nos leva até o ponto que devemos analisar para entender como Alrund’s Epiphany pode ter se tornado um problema: o aumento de power creep na última década, o que, nessa ocasião, acredito que podemos exemplificar com Mulldrifter e Baneslayer Angel.

Mulldrifters, Baneslayers e Titãs

A teoria de Mulldrifters e Baneslayers foi criada por Patrick Chapin, e em resumo diz que você possui duas categorias de criaturas que você deveria considerar para o seu deck: Mulldrifters e Baneslayer Angels.

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Mulldrifters são criaturas que geram valor à partir do momento em que você as utiliza, seja comprando cards, criando tokens, causando dano, destruindo criaturas, etc.

Exemplos dessa categoria incluem a maioria das criaturas com algum efeito de ETB, mas também criaturas que geram valor imediato durante o ataque com Haste, ou que punem o oponente por interagir com elas, como Prosperous Innkeeper, Shriekmaw, Shardless Agent ou Spellstutter Sprite.

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Já Baneslayers são criaturas que não geram valor algum, mas que são muito eficientes em virar a partida ou encerram o jogo rapidamente se ficarem na mesa por alguns turnos.

Exemplos podem incluir Tarmogoyf, Questing Beast, Death’s Shadow ou Gurmag Angler.

Comumente, estes cards terão representatividades diferentes numa partida, onde Mulldrifter normalmente serviria para aumentar seus recursos e acelerar seu jogo ou prolongar a partida, enquanto um Baneslayer Angel possui o objetivo de permanecer em jogo por tempo o suficiente para até mesmo ganhar por conta própria.

Mas faz alguns anos e ciclos em que nós temos cards que são Baneslayer Angel e Mulldrifter em simultâneo, do qual chamamos Titans por conta do famoso Titan Cycle de Magic 2011/2012:

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Os Titans são cards que oferecem um valor imediato na partida enquanto também são ameaças que podem encerrar o jogo em poucos turnos e, os Titans foram um ciclo poderosíssimo do Standard que viram jogo no cenário competitivo durante toda a sua permanência no formato, e acredito fielmente que ainda seriam relevantes se fossem reprintadas atualmente.

Posso enumerar uma quantidade significativa de Titans printados em Magic nos últimos anos, mas vamos nos ater aos principais do Standard:

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E quando você possui tantos Titans no formato, Time Warps se tornam muito melhores porque a quantidade de ações que você possui ao decorrer da partida agregam muito mais valor.

Um turno extra com um Baneslayer Angel é um acréscimo de cinco de dano no oponente e cinco de vida para você. Um turno extra com um Mulldrifter são duas cartas a mais e um corpo 2/2 na mesa.

Mas um turno extra com um Goldspan Dragon significam quatro de dano ao oponente e duas manas para você utilizar como quiser com um único card. O mesmo pode ser dito de Esika’s Chariot, ou Wrenn and Seven, ou qualquer ameaça com valor agregado utilizado junto de Alrund’s Epiphany.

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Considere Smoldering Egg, um card que essencialmente funciona como uma Barreira 0/4 no Early-Game e que, após transformar-se, adiciona um Shock para todas as suas mágicas e, curiosamente, pode ser transformado por conta própria com apenas um Epiphany.

Agora considere este efeito para as diversas criaturas e Planeswalkers existentes no formato hoje e nas próximas edições. Quantos deles podem desencadear um efeito de bola-de-neve na partida se você desvirar com eles por alguns turnos, e quantos deles, por conta própria, não tornam da partida simplesmente impossível para o oponente depois de alguns ataques ou ativações?

Um Time Warp com um Baneslayer Angel é pouco relevante, mas um Time Warp com um Goldspan Dragon é devastador porque se acumulam os recursos gerados por ele.

Mas existe também outra perspectiva que gostaria de mencionar aqui: Alrund’s Epiphany não é um Time Warp, é um Mulldrifter.

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O que quero dizer é que, no atual contexto do formato, Alrund’s Epiphany não é um turno extra, ele é uma “criatura” (já que cria 2 tokens) que possui um feito de ETB de lhe dar um turno extra por seis ou sete manas.

Mulldifter viu muito jogo nos decks Control da sua época de Standard e você jogaria com um Mulldrifter de seis manas que te oferece um turno extra ao invés de comprar dois cards? E você estaria mais inclinado a jogar com ele se pudesse copiar ele por duas ou três manas com uma mágica que também é útil e sinérgica com o restante do deck?

No atual cenário, onde cada vez mais cards com efeitos de bola-de-neve existem, ter um “Mulldrifter de turnos extras” definitivamente faz muita diferença, e existem poucos motivos para não utilizá-lo.

Alrund’s Epiphany deveria ser banido?

Existem diversos argumentos de porque Epiphany deveria ser banido, e também argumentos que defendem sua permanência no formato.

Começando pelo mais recente: o card esteve presente em mais de 60% do Metagame do Campeonato Mundial de 2021, com quatro Izzet Epiphany, quatro Grixis Epiphany, um Izzet Dragons e um Azorius Tempo.

Além disso, três dos quatro decks do Top 4 do evento foram listas com Epiphany, o que simboliza que ele esteve mais presente do que o desejado, certo?

Depende da perspectiva. Apesar de todo o peso que o Campeonato Mundial possui, ele ainda se trata de um evento de dezesseis jogadores com um Metagame muito seleto e pouco amplo, e torna-se difícil avaliar todo um formato com base no que vemos neste torneio por a amostragem ser muito pequena. Você não pode automaticamente nomear o Izzet Dragons como “melhor deck do formato” porque ele fez 11-0 no Mundiallink outside website.

O ideal, é procurarmos observar amostragens mais amplas e, nesse quesito, o site MTGDatalink outside website faz um ótimo trabalho em apresentar a amostragem dos eventos de cada fim de semana no Magic Arena, e estarei utilizando a planilha deles para fazer esta análise hoje.

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Se observarmos os resultados dos eventos deste fim de semana, providenciados pelo MTGData, podemos observar que nenhum deck de Epiphany obteve uma winrate acima de 50%, com seus principais predadores sendo o Mono-White Aggro e o Izzet Dragons (sendo outro deck de Epiphany, tecnicamente), numa semana onde provavelmente os olhos de fato estavam mirados neles.

Uma coisa importante que precisamos nos lembrar sobre o Standard é o formato ser extremamente cíclico quando não existe um absoluto melhor deck nele, comumente tendo um “melhor deck da semana” ao invés de um “melhor deck do formato”, e o alvo nas costas do “melhor deck da semana” cresce e diminui de acordo com como o Metagame vai se adaptando a ele e os jogadores escolhem arquétipos que se apresam, afastando-o do cenário competitivo por uma ou duas semanas, até que ele retorna com outras configurações ou porque ele tem uma boa match contra o melhor deck da próxima semana.

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E nesse cenário, os decks de Epiphany foram “segurados” pelo resto do formato nesta semana, e provavelmente veremos o arquétipo precisar se adaptar a estas mudanças no Metagame nas semanas seguintes, e assim o fluxo segue até o próximo lançamento.

Outro argumento comumente utilizado sobre este assunto é que o formato se desenvolveu em torno de haver apenas três decks viáveis: Epiphany, Mono-Green Aggro e Mono-White Aggro.

E, olhando para os números das últimas duas semanas, é verdade: Epiphany compõe cerca de 35% do Metagame, o Mono-Green, 28%, e o Mono-White 10%, enquanto o resto do Metagame fica com os outros 27%, e isso pode e deve ser encarado como um formato de três decks, algo que particularmente não parece haver solução neste caso, exceto considerar se banir Alrund’s Epiphany realmente tornará das coisas melhores, ou se apenas veremos o formato polarizar em torno de outro card: Esika's Chariot.

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O que nos leva ao terceiro ponto mencionado de maneira recorrente: o Izzet Epiphany afasta os Midranges, comumente forçando-os ao espectro de decks Aggro, pois o excesso de respostas convencionais não costumam superar a qualidade de card selection que um Combo-Control possui, independente de quantos Duress, Go Blank, ou qualquer outro card você tenha para lidar com ele.

O que nos leva novamente à Esika’s Chariot, um artefato absurdamente poderoso utilizado no Mono-Green Aggro e nas mais diversas variantes de Gruul e Selesnya no formato, e que possui uma combinação capaz de ganhar jogos por conta própria com Wrenn and Seven, ou apenas acumular valor constante com seus tokens a cada turno, forçando que o oponente possua uma resposta imediata, ou seja, engolido pela quantidade de pressão oferecida pelo artefato.

Num mundo de Midranges, Esika’s Chariot é muito mais fácil de ser respondida do que Alrund’s Epiphany, já que se trata de uma permanente e cards como Binding the Old Gods ou até mesmo um reprint de Putrefy, ou até mesmo Abrade, poderiam dar aos decks os meios necessários para resolvê-lo (apesar dos tokens permanecerem em jogo).

O caso de Alrund’s Epiphany é bem diferente: não há Duress ou Go Blank que resolva o problema porque o custo de Foretell essencialmente o protege destes efeitos, enquanto oferece inevitabilidade. O que significa que, para você jogar contra Epiphany, você precisa estar utilizando counterspells, essencialmente lhe forçando a jogar de azul.

E então questiono outro ponto: Por quanto tempo os Aggros conseguirão segurar os decks de Epiphany?

Enquanto o ciclo ocorrer, os Midranges podem retornar e se apresar dos Aggros enquanto será apresado pelos decks de Epiphany, que serão apresados pelos Aggros e temos o ciclo natural do Standard se formando.

Parece o cenário ideal, não?

Exceto que, se os Midranges não conseguem jogar minimamente bem contra um Combo-Control, surge outro problema: o Epiphany conseguem se adaptar muito melhor do que o resto do formato.

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Compare-o com o Mono-Green Aggro, que não possui os meios, versatilidade e slots necessários para se adaptar às respostas de um formato ajustado, tornando-se relativamente obsoleto, um elemento que comumente vemos no Mono-Red em temporadas passadas.

Por exemplo, se você espera um Metagame com mais criaturas, quais são suas opções? Aumentar o número de Inscription of Abundance ou Devouring Tendrils?

E quando há mais removals? Você possui Snakeskin Veil como uma forma de proteção e.. É isso.

Comparemos ao Izzet Epiphany, que pode ter mais counterspells, sweepers, ameaças, mudar para Izzet Dragons, se ajustar para novas variantes como Grixis ou Jeskai, utilizar as respostas certas para o melhor deck daquela semana, e possui muito mais acessibilidade e facilidade em fazer isso por duas razões:

1) O pacote que define as suas winconditions é composto de poucas cartas, enquanto cada carta de uma lista mais linear como o Mono-Green funcionam essencialmente para ganhar a partida.

2) O pacote de card selection torna do arquétipo muito mais consistente em encontrar as respostas necessárias.

E qual é o único deck que conseguiria se adaptar tanto quanto o Epiphany com as respostas certas para cada mudança do Metagame? Os Midranges.

E quais são os melhores Midranges que teríamos no formato atualmente?

Pesquisei por diversas listas dentro deste macro-arquétipo no Standard que tenham feito algum resultado e, particularmente, com exceção do Izzet Dragons, a maioria deles parecem um amontoado de cartas boas que funcionam mal juntas, ou um amontoado de cartas ruins que tentam fazer uma coisa boa em conjunto.

Misturar um subtema de Sacrifice com cartas boas individualmente não é uma estratégia boa porque o topdeck não vai te favorecer (e Midranges comumente se aproveitam que o topdeck deles é melhor que o do oponente após as trocas de 1-por-1).

As versões de Rakdos são um bom começo, mas essencialmente são listas de Criaturas + Removals que só parecem bons no momento porque dois dos três arquétipos mais jogados são Aggro, e não consigo imaginá-los tendo vantagens contra nenhum deck Control, mesmo sem Alrund’s Epiphany.

Ou seja, não se trata apenas de que os Midranges são afastados pelo Epiphany, é também que as combinações para esta estratégia hoje incluem cartas que não parecem se encaixar bem para formar uma estratégia abrangente.

E o fato do melhor Midrange do formato atualmente ser um deck Izzet não tem muito a ver com Alrund’s Epiphany, mas sim que a base de cards Izzet no atual Standard é muito poderosa e consistente, e cria justamente a combinação certa que um Midrange deveria ter entre respostas eficientes, card advantage e ameaças que precisam ser respondidas.

Por conta disso, mesmo que o banimento caia sobre Epiphany, não acredito que esta situação mudará, e o melhor Midrange ainda será o Izzet Dragons.

O Fator Diversão

Um ponto que considero elementar para este assunto, e vi poucos jogadores comentando sobre, é o fator diversão.

Este ponto é muito importante quando conversamos sobre banimentos por conta de o Standard ser o principal formato do Magic Arena, onde a Wizards possui como objetivo sempre crescer o engajamento da plataforma e a quantidade de jogadores ativos e, apesar de vermos alguns exemplos ocasionais de decks pouco divertidos como Tibalt’s Trickery ou os tokens infinitos de Scute Swarm, eles nunca foram competitivamente viáveis e o matchmaking eventualmente os levariam para níveis muito abismais dos jogos ranqueados.

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Mas, no caso dos decks de Epiphany, o arquétipo é muito competitivamente viável e, com certeza, jogadores o enfrentarão nas mais diversas variantes nas ranqueadas e em eventos, o que torna do fator diversão um ponto a ser analisado quando falamos de banimentos porque houveram cards que já foram banidos do formato por trazer padrões de jogo pouco divertidos:

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Em especial, Nexus of Fate, que essencialmente funcionava de maneira muito parecida com Alrund’s Epiphany, já que você jogaria um turno extra e utilizaria este turno para buscar outra cópia, para jogar outro turno extra, e assim por diante até ganhar o jogo.

Epiphany segue o mesmo padrão, copiando turnos extras até criar uma situação de jogo onde a vitória é irreversível. E jogadores odeiam perder o jogo “de graça” no meio da partida.

Portanto, considero que, mesmo que os números apresentem que o formato está se adaptando, Alrund’s Epiphany pode estar sempre no limiar do banimento por criar um padrão de jogo que não corresponde ao que a Wizards almeja para o Standard, onde um jogador tecnicamente joga “sozinho” repetidas vezes até ganhar o jogo.

O que pode ser feito

Com o arquétipo tendo um fim de semana ruim no Metagame geral, e com a possibilidade de que o aumento da visibilidade no Mundial faça com que ele possua um alvo ainda maior para os jogadores, considero que a melhor opção no momento pode ser apenas esperar e ver como o formato se desenvolve, especialmente se considerarmos que Innistrad: Crimson Vow sai daqui a pouco mais de um mês, e é possível que o formato seja modificado novamente com as adições da nova coleção.

Por outro lado, como mencionei anteriormente, os decks de Epiphany possuem uma capacidade de adaptação muito grande, e a possibilidade deles ficarem cada vez melhores conforme o desenvolvimento do Metagame e o lançamento de novas edições é uma possibilidade real, talvez até inevitável, e caso a Wizards preveja não haver um formato que possa ser saudável com Alrund’s Epiphany por conta deste risco e pelo conhecimento interno do que está planejado para Crimson Vow, talvez bani-lo nesta semana ou na próxima seja uma opção.

Mas, se for para anunciar banimentos para o Standard, prefiro plenamente que a Wizards faça o trabalho certo e anuncie o ciclo de banimentos necessários de uma única vez, ao invés de resolver apenas um problema para então pensar em resolver outro quando ficar evidente que existem outros cards problemáticos.

E, quando menciono cards problemáticos, estou dizendo que, se Alrund’s Epiphany for banido, Esika’s Chariot também precisa partir, pois, não importa o quanto digam que existem respostas para o artefato, ele oferece uma vantagem absurdamente alta no jogo e interage bem demais com Wrenn and Seven e diversos outros cards para podermos considerar saudável a sua permanência no formato.

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Na minha opinião, o Standard (provavelmente) seria um formato mais diversificado na ausência destes dois cards, mas sou amplamente a favor de ver como o formato continuará se desenvolvendo, e o que Crimson Vow vai nos trazer antes de sair gritando “Tem que banir!” para todo canto.

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Portanto, resumindo, meu posicionamento é:

1 — Esperar as próximas semanas para ver como o formato vai se desenvolver. Se não houver nenhuma discrepância absurda nas próximas semanas, podemos esperar até o lançamento de Crimson Vow, que sai em pouco mais de um mês, e observar novamente.

2 — Se a situação do Metagame se agravar, Alrund’s Epiphany deve ser banido e, pela saúde posterior do formato Esika’s Chariot também precisa partir para tornar do formato mais diversificado e divertido.

Conclusão

Essa foi minha análise sobre o assunto referente ao banimento de Alrund’s Epiphany, um dos tópicos mais debatidos da última semana.

Tenho consciência que uma parcela de jogadores e leitores podem não concordar com meu ponto de vista sobre o formato, o card e as soluções que considero saudáveis de se aplicar, e isso é natural: assuntos polêmicos, especialmente banimentos, sempre levam a grandes discussões com opiniões divergentes de todo gênero.

O que gosto de lembrar nesses momentos de opiniões conflitantes é o quão pequenos somos como indivíduos, e o quanto o nosso poder de decisão perante estes assuntos é mínimo e que a decisão final não é minha ou sua, portanto, não precisamos agir como se fossemos os detentores da verdade absoluta.

Obrigado pela leitura!