Pioneer: Leyline of the Guildpact Pode Trazer o Mono-Green Devotion de Volta?

Murders at Karlov Manor trará de volta um tema clássico de Ravnica com Leyline of the Guildpact. Ao todo, já foram lançados três ciclos de Leylines no jogo, e todas podem começar o jogo no campo de batalha se estiverem na sua mão inicial. Algumas delas, como Leyline of the Void e Leyline of Sanctity, se tornaram staples em vários formatos.

Leyline of the Guildpact, assim como as outras leylines, pode entrar em jogo direto da sua mão inicial. Também dá todos os tipos básicos às lands que você controla, além de atribuir todas as cores às permanentes que você controla, tornando-as multicoloridas.

No Modern, essa carta possibilita algumas jogadas e interações interessantes, como Scion of Draco no turno 2 do Domain Zoo, garantindo que todas as suas criaturas, incluindo o próprio Scion, tenham Vigilance, Hexproof, Lifelink, First Strike e Trample. Por possuir as cinco cores, ela também serve como descarte para pagar os custos alternativos de todas as incarnações, como Grief e Solitude, além de free spells, como Force of Negation.

Apesar de essas interações parecerem bem poderosas, todos os decks do Modern já tem mecanismos próprios, que ajudam essas interações acontecerem de forma natural e eficiente, como usar fetchlands no Domain e outras cartas mais interessantes para pagar pelo Evoke de uma Grief no Rakdos Scam sem atrapalhar a consistência do deck, por exemplo.

É no Pioneer que essa carta nova parece ser mais interessante. Principalmente quando olhamos para seu custo de mana e notamos os quatro símbolos de mana híbrida desta carta, pois lembramos que, neste formato, há um deck que se interessa bastante por símbolos de mana e Devoção ao Verde.

O Pioneer foi lançado em 21 de outubro de 2019. Logo no início deste formato, o Green Devotion se tornou um dos decks mais fortes e opressivos do metagame, e eventualmente Oath of Nissa e Leyline of Abundance se tornaram alvos de banimentos. Estas duas cartas eram muito importantes neste arquétipo, pois maximizavam os efeitos do coração dessa estratégia: Nykthos, Shrine to Nyx.

A grande razão pela qual esta Leyline foi banida tão rápido foi pela sua sinergia poderosa com a estratégia deste deck. Ela era uma permanente que poderia começar o jogo já no campo de batalha, adicionar 2 de Devoção e dobrar as manas geradas pelos dorks Llanowar Elves e Elvish Mystic. Isto acelerava muito o início do Mono-Green, além de colocar marcadores +1/+1 em todas as suas criaturas com sua segunda habilidade ativada.

Esta carta sozinha não parece grande coisa, mas seu papel nos inícios explosivos deste deck na época, e a velocidade com que foi banida mostram sua importância.

Mas e a Leyline nova? Será que ela proporcionará a mesma explosão para este deck, mesmo agora que Karn, the Great Creator deixou este formato? Como essa carta entraria no Mono-Green atual?

Para tentar responder essas perguntas, vamos analisar a seguinte lista.

Karn era uma das grandes razões para jogar de Mono-Green no Pioneer, mas após seu ban, este deck precisará encontrar outros caminhos. Essa lista se aproxima muito do Mono-Green de 2019, pois foca em criaturas impactantes, mas mantém cartas poderosas da build pré-ban mais recente, como Cavalier of Thorns e Storm the Festival.

Agora, iremos analisar a seguinte hipótese de mão inicial:

Com essa mão inicial, podemos começar um turno 1 já com Leyline of the Guildpact e Nykthos na mesa, gerar uma mana verde para jogar o Elfo e finalizar o turno com cinco de Devoção ao verde. No turno 2, podemos jogar a segunda land, gerar cinco manas com Nykthos, jogar Kiora para desvirar Nykthos e então gerar 6 manas para conjurar Cavalier of Thorns. Caso o Cavalier encontre outro Nykthos, poderemos gerar ainda mais mana e conjurar Storm the Festival, o que é um turno 2 extremamente explosivo.

Com esse exercício mental, está bem claro que Leyline of the Guildpact tem potencial nesse deck.

Há ainda outras vantagens se adicionarmos esta Leyline nova no Mono-Green. Uma delas é a facilidade para conjurar cartas que normalmente não entram nesta lista, mas criam possibilidades novas para este deck. É o caso de Leyline Binding, por exemplo, que pode ser conjurada cedo, já no turno 1, por apenas uma mana, o que permite que o Mono-Green interaja com o oponente, e remova alguma ameaça indesejada ou até mesmo alguma forma de hate que o oponente jogue, como Damping Sphere.

Porém, há também pontos negativos nesta carta que precisamos observar. Para extrair o quanto podemos dela, teremos que usar quatro cópias dela neste deck e isso abre espaço para situações estranhas, como ter múltiplas cópias de Leyline of the Guildpact na mão inicial.

Comprar uma Leyline no draw também não é nada eficiente. Outra questão a considerar é o que deverá sair desta lista para abrir espaço para esta carta nova? Na lista que propus, optei por retirar as cópias de Oath of Nissa, que me parece ser a escolha mais lógica inicialmente, mas precisaremos de muitos testes antes de chegarmos a uma conclusão definitiva.

Leyline of the Guildpact gerou bastante discussão na comunidade e opiniões diversas. É uma carta que sozinha não parece fazer muita coisa, mas pode proporcionar interações extremamente poderosas. É por isso que esta carta gerou tanta discussão.

É difícil afirmar que essa carta trará o Mono-Green de volta ao topo do Pioneer ou que sequer tornará este deck um dos melhores deste formato novamente. O Pioneer pós-ban mudou, e só o tempo dirá se Leyline of the Guildpact pode ajudar o Green Devotion a conquistar um lugar de destaque neste formato outra vez.

Mais um artigo finalizado, espero que tenham gostado. Deixem suas dúvidas ou sugestões para artigos futuros nos comentários e tentarei responder a todos.

Até a próxima!