Magic: the Gathering

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Metagame: O que Pode ser Banido em 10 de novembro

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A Atualização de Banidas e Restritas de 10 de novembro vai trazer mudanças para o Standard. Resta saber o quão grandes elas serão, e se este será o único formato afetado pela nova banlist.

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revised by Tabata Marques

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Na próxima segunda-feira, 10 de novembro, Magic: The Gathering lançará a última atualização de banidas e restritas de 2025. O anúncio tem como objetivos públicos corrigir os problemas do Standard causados pelo combo de Vivi Ornitier e Agatha’s Soul Cauldron e definir o futuro do card High Tide no Pauper, mas também é a oportunidade de fazer a manutenção nos outros ambientes competitivos.

Uma das maiores demandas da comunidade tem sido no Legacy, onde os decks de Reanimate dominam o Metagame desde que jogadores reformularam o arquétipo para as cores Dimir Magic Symbol UMagic Symbol B e o transformaram em um Tempo com finisher de Combo. O Pioneer também possui sua própria demanda de banimentos, mas com a pouca relevância que a Wizards of the Coast tem dado ao formato, parece pouco provável que uma intervenção aconteça.

Salva-se o Modern desta vez. O Pro Tour Edge of Eternities mostrou um Metagame diversificado e houve mudanças consideráveis nos decks durante o ano com adições dos sets de 2025, e sem uma nova onda de power creep a caminho, é provável que o formato se mantenha estável durante o próximo ano.

Standard

A provável maior mudança na atualização será no formato Standard, onde Izzet Cauldron, um deck de Combo agressivo que utiliza a interação de Agatha’s Soul Cauldron com Vivi Ornitier dominou o Metagame desde a rotação — a Wizards of the Coast admitiu abertamente que o deck era um problema, e optou por não fazer uma intervenção de emergência para manter a consistência dos calendários de RCQs e Spotlight Series.

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É mais que evidente que Agatha’s Soul Cauldron e/ou Vivi Ornitier serão os principais alvos dos banimentos de 10 de novembro. Enquanto jogadores debatem que um deles deveria ficar — Soul Cauldron só é quebrado na temporada atual porque Vivi existe, enquanto Vivi tem problemas de design notórios, mas que só se manifestam como uma ameaça ao Metagame por Soul Cauldron burlar a restrição da habilidade de mana —, a escolha mais prudente pode ser banir ambos.

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Nada de bom vai sair de Agatha’s Soul Cauldron. A habilidade de copiar habilidades ativadas e a ampla interação com marcadores +1/+1 no Standard atual é a receita perfeita para quebrar o artefato com qualquer outro efeito mais forte que possa sair durante o próximo ano.

Podemos nos sentir “seguros” com a ideia de que existem respostas suficientes para artefatos e cemitérios no formato, mas isso não impediu o Izzet Cauldron de polarizar o Metagame, e portanto, não podemos “confiar” novamente nessa disponibilidade de respostas para lidar com outra potencial interação problemática.

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Será intrigante descobrir se a Wizards of the Coast optará por banir um dos cards mais cobiçados da expansão de Magic mais vendida de todos os tempos. A habilidade de gerar mana de Vivi Ornitier sai de controle muito fácil e coloca jogadores em uma posição muito à frente dos seus oponentes com a base certa de cards: antes de Soul Cauldron, existia Stormchaser’s Talent como mana sink, e o fato de Vivi também proporcionar alcance de dano com cada mágica conjurada é um bônus indesejado para as circunstâncias atuais do Standard.

Pode-se argumentar que, sem Cori-Steel Cutter, os decks de Prowess ficaram fáceis de responder e, portanto, Vivi pode permanecer no Standard, mas seu problema é muito parecido com o de Agatha’s Soul Cauldron: uma vez que apareça outra combinação de cartas que o favoreça, nada de bom vai sair do melhor Black Mage de todos os tempos no Standard. Esse é um risco alto demais para um card que, diferente de Cauldron, ainda ficará três anos no formato.

O banimento de pelo menos uma das peças acima parece óbvio. Resta saber se a proposta da Wizards com a atualização será de fazer apenas uma correção de um erro e tentar manter o restante do Metagame intacto, ou se a empresa aproveitará para fazer outra grande manutenção no Standard para resolver outras lacunas que a banlist pré-rotação tenha deixado.

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No segundo caso, Mono Red Aggro também é alvo de debates. Em tese, sua posição no formato hoje se deve principalmente por ele ser o melhor predador de Izzet Cauldron quando faz dezenas de concessões de deckbuilding para punir o oponente com cards como Razorkin Needlehead e até Scalding Viper, além de se beneficiar que o hate dedicado nos Sideboards acaba mais voltado em lidar com o melhor deck do que em responder ao “deck que ganha do melhor deck”.

Se uma manutenção mais extensa ocorrer, o desafio é acertar no que remover do Mono Red quando este já perdeu Heartfire Hero e Monstrous Rage na temporada passada.

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Screaming Nemesis é o único card com alguma mínima possibilidade de banimento na configuração atual do arquétipo porque apenas ela apresenta algum padrão problemático para o desenvolvimento das partidas ao travar pelo resto do jogo um dos principais meios de interagir com decks agressivos vermelhos: ganhar vida.

Além disso, Nemesis também carrega, em partes, o mesmo problema que existia em Monstrous Rage: por causar dano ao oponente quando recebe dano, ele basicamente pune bloqueios porque tentar impedir os três de dano que ele causa travará para sempre sua capacidade de segurar o clock do Mono Red, mesmo quando bloqueamos com uma ficha 1/1.

Uma intervenção no Mono Red, entretanto, parece pouco provável. Sem Cauldron no caminho, jogadores terão mais espaço para lidar com outras estratégias, inclusive adotando mais respostas para resolver os Aggros, incluindo mais interações para Screaming Nemesis.

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Outra preocupação da comunidade é o Dimir Midrange dominar o Standard na ausência do Izzet Cauldron, dado que este é o único arquétipo fora do eixo Izzet-Mono Red com resultados expressivos.

Em essência, o Dimir Midrange é um deck composto de várias criaturas baratas e remoções misturadas com Enduring Curiosity e Kaito, Bane of Nightmares para vantagem em cartas, e a discussão tende a girar em torno de banir um dos dois: Kaito desvia de Counterspells e remoções no turno em que entra enquanto se beneficia de reutilizar os ETBs e Enduring Curiosity é uma ameaça difícil de remover que facilmente transforma qualquer criatura com Flying em um problema na mesa.

A probabilidade de um banimento neste arquétipo, no entanto, é extremamente baixa: Dimir Midrange é categorizado como um deck justo, e a Wizards of the Coast tende a aceitar ou até considerar ideal que a melhor estratégia do Standard seja um Midrange ou Tempo, dado que estes costumam funcionar como reguladores do formato — além disso, assim como no caso do Mono Red, a ausência do Izzet Cauldron também oferece aos jogadores a oportunidade de se adaptar contra outras estratégias, e existe uma boa parcela de respostas eficientes contra Dimir hoje.

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Omniscience tem protagonizado um combo com Kona, Rescue Beastie e os Planetas de Edge of Eternities para colocar o encantamento em jogo de graça, culminando numa sequência similar ao que ocorria com Abuelo’s Awakening na temporada passada e levando novamente à discussão de banir Omniscience ou seu habilitador.

Diferente dos outros arquétipos, combos dessa categoria tendem a apresentar padrões perigosos e polarizam Metagames, o que justificaria banir o encantamento de vez após ele ser uma ameaça ao formato pela segunda vez consecutiva — mas parece improvável que essa intervenção aconteça em um momento onde parece uma aposta segura que, somado com inclusões de respostas assertivas, retirar a estratégia dominante do Metagame também afetaria a posição de outros combos.

Pioneer

Dada a falta de atenção da WotC com o Pioneer e a ausência do formato no panorama competitivo de 2026, parece improvável que a próxima atualização de Banidas e Restritas realize mudanças substanciais para o formato — afinal, que mudanças o Pioneer precisa quando ele não tem qualquer reconhecimento?

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Em um artigo recentelink outside website, mencionei que uma das maneiras de salvar o Pioneer do esquecimento passa por ser mais agressivo com banimentos para o formato ter um novo senso de identidade que pareça atrativo para os jogadores, visto que o Metagame atual passa a impressão de ser parado demais, o que envolveria remover uma dúzia de staples e cards potencialmente problemáticos para resetar* o cenário competitivo.

Modern

O Modern não precisa de banimentos.

Os resultados do Pro Tour Edge of Eternities e dos eventos subsequentes mostram um formato diverso e com a ascensão de estratégias novas, como as variantes de Blink com Quantum Riddler, o Affinity com Pinnacle Emissary, e as listas de Prowess com Cori-Steel Cutter.

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Sem Modern Horizons 4 para 2026, é provável que o Metagame do formato se mantenha saudável por um bom tempo, pelo menos até a comunidade resolver os quebra-cabeças para “resolver” o formato novamente.

Pauper

A próxima banlist também marca a data do veredito sobre a permanência ou saída de High Tide do “desbanimento de teste” proposto pelo Pauper Format Panel.

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Existem motivos para manter o card no formato, mas também há riscos e circunstâncias ocasionadas pelo seu combo prejudiciais para eventos presenciais, por High Tide ser um combo não-determinístico que pode ocupar dez ou mais minutos do evento inteiro se seu controlador começar a sequência de mágicas durante os cinco turnos finais da partida.

Na última semana, publicamos um artigo dedicado a debater este banimentolink outside website. O veredito, apesar de apresentar os prós e contras de manter ou retirar High Tide do Pauper, é que o card representa um risco para a saúde de médio prazo do formato e intervém na presença de alguns arquétipos no ecossistema competitivo, impedindo-os de existir.

Há uma relação simbiótica entre este arquétipo e os Blue Tempo também, visto que High Tide segura arquétipos cujo histórico é de servirem como predadores de Faeries e Blue Delver, mas carecem de velocidade e ferramentas para lidar com um combo não-interativo, enquanto esses mesmos decks azuis são os que seguram High Tide hoje e evitam sua dominância no Metagame competitivo.

Legacy

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Com os resultados do Eternal Weekend, a discussão sobre banimentos no Legacy voltou a abordar um card que existe no formato há décadas, mas cujas melhorias na qualidade das ameaças o tornaram um problema: Entomb.

Decks de Reanimator têm sido a melhor estratégia do Legacy há dois anos quando mudaram da configuração de “combo” para “Tempo com um finisher de Combo”, e já levaram ao banimento de Grief, Troll of Khazad-dûm e Psychic Frog, mas a WotC se nega a mexer no coração do arquétipo e intervir em cards como Reanimate e Entomb, que são a base da sua consistência, na esperança de o deck ainda ter a base para um dia voltar ao estado de “full combo”.

A essa altura, já é evidente que o Reanimator nunca vai voltar ao que era. Uma vez descoberto que um arquétipo de justo consegue comportar uma base de cards injusta e manter a consistência em interagir e ganhar partidas, há poucos motivos fora da velocidade para retornar ao plano de jogo original (Rakdos) que, hoje, se tornou mais vulnerável e cuja principal necessidade para existir — velocidade — é suprimida também pela qualidade de cards das versões Magic Symbol UMagic Symbol B.

Portanto, espera-se que, desta vez, Entomb leve finalmente o martelo após dois anos por facilitar demais em efetuar o plano de Reanimate ao buscar qualquer card no deck para colocar no cemitério. Este poderia ser substituído por efeitos de looting como Careful Study, que está muito longe do padrão de qualidade que um tutor garante — o Reanimator, em tese, permaneceria um deck viável, mas agora existem concessões maiores em utilizá-lo.

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Tamiyo, Inquisitive Student também é alvo comum de pedidos de banimentos.

Assim como outros one-drops antes dela, Tamiyo interage um pouco bem demais com o ambiente do Legacy, onde sua habilidade desencadeia com um Brainstorm, e o valor acumulado por ela, se não for respondida a tempo, é alto demais e carregará a partida.

Banir Tamiyo visaria quase o mesmo objetivo da maioria das intervenções no Legacy: enfraquecer os decks azuis, cuja estrutura com Force of Will e cantrips funciona como reguladora do formato e, por estarem nessa posição, qualquer empurrão de nível de poder os coloca na posição de opressor com facilidade.

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Nadu, Winged Wisdom tem desviado da banlist do Legacy há mais de um ano, e seu deck evoluiu para algumas variantes desde então — de Gaea's Cradle Control que utiliza o pássaro com Nomads en-Kor em poucas cópias para fechar o combo quando necessário até versões all-in que tentam finalizar a partida cedo.

Enquanto Nadu não é um risco nas plataformas digitais, ele possui os mesmos problemas logísticos no Legacy que apresentou no Modern e até no Commander e se assemelha ao High Tide do Pauper nessa categoria, onde o “turno do combo” pode levar muito tempo para ser executado, o que prejudica o desenvolvimento da partida entre os jogadores e também o fluxo dos torneios.

Hoje, o Eternal Weekend é o único evento presencial que possui alguma relevância aos olhos da WotC no momento de intervir no Legacy, e portanto o único lugar em que Nadu, Winged Wisdom tem a oportunidade de mostrar seu potencial no formato, e enquanto existem diversas ferramentas para segurá-lo, os problemas logísticos persistem e podem, em algum momento, servir como justificativa para um banimento.

Concluindo

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