Magic: the Gathering

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Pauper: Vamos falar sobre o Affinity... de novo

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Cranial Ram já chegará ao Pauper praticamente banida e reforça o que tem ocorrido no formato desde Modern Horizons 2: qualquer nova interação com artefatos se tornará potencialmente perigosa demais por conta do Affinity.

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审核人 Tabata Marques

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Sejamos honestos: quantos cards o Affinity ainda vai banir até admitirmos que a mecânica, conhecida por protagonizar uma das maiores levas de banimentos da história do Standard, é quebrada para o Pauper?

Apenas nos últimos anos, essa mecânica colocou em evidência diversas variantes que, eventualmente, levaram ao banimento de quatro cards-chave consecutivos: Atog, Disciple of the Vault, Sojourner’s Companion e o recém-banido All That Glitters, além de um banimento “colateral” com Prophetic Prism.

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Agora, Cranial Ram, o quinto card potencialmente absurdo Affinity já chegará no formato com uma provável data de validade: 24 de junho, dia do próximo anúncio oficial de banidas e restritas de Magic e o problema continua lá: um deck que recebeu adições muito poderosas e Modern Horizons 2 permanece sendo a maior causa de banimentos da história do Pauper em poucos anos, onde enfrentaremos, de novo, outra situação onde o problema maior não está sendo adereçado.

Cranial Ram - Uma Análise

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Cranial Plating foi banida por um motivo, All That Glitters foi banida pelo mesmo motivo e Cranial Ram será banida também. Ponto, não existe qualquer situação no Pauper hoje em que a inclusão de uma “Cranial Plating que temos em casa” seja benéfica ao formato à menos que tenhamos o lançamento de um card comum que destrua ou exile mais artefatos do que Dust to Dust por um custo baixo - e dada a impossibilidade de um Shatterstorm com esteróides ser lançado em raridades baixas, é provável que Cranial Ram dure menos de um mês.

Com essa bomba fora do nosso caminho, vamos falar do verdadeiro problema?

Terrenos Artefato - Uma Análise

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Os terrenos artefatos de Mirrodin são um dos principais pilares do Pauper e um dos ciclos de cards que estiveram sempre no cenário competitivo.

Primeiro como parte das listas de Affinity, depois nas variantes de Kuldotha Boros, e posteriormente ganharam mais prevalência conforme mais interações com artefatos surgiram, estando hoje no Kuldotha Red e até em algumas listas de Golgari Gardens ou Goblins para sacrificar com Deadly Dispute.

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Em um contexto mais direto, esse ciclo conta como uma “Sol Land” para qualquer card com afinidade por artefatos, com as principais do formato hoje sendo Frogmite, Myr Enforcer e Thoughtcast, além de fazerem seus land drops contarem para qualquer card que se importe com artefatos - como o recém-banido All That Glitters e, obviamente, Cranial Ram.

Elas beneficiam as posturas mais agressivas e “all-in” do Affinity enquanto colaboram para que decks como Boros Synthesizer consigam manter a consistência de conjurar Glint Hawk ou habilitar o Metalcraft para Galvanic Blast - e antes mesmo do lançamento de MH2, era comum encontrar variantes de Jeskai Affinity com 12 desses terrenos e Prophetic Prism para habilitar Auriok Sunchaser.

O ciclo, entretanto, só se tornou um problema quando outro ciclo de terrenos mitigou sua principal fraqueza no Metagame:

Bridges - Uma Análise

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Desde Modern Horizons II, a quantidade de interações com artefatos e/ou arquétipos que fazem algum uso delas aumentou significativamente no Pauper. Não se trata mais apenas do Affinity fazendo coisas: o Golgari Gardens, Jeskai Ephemerate, entre outros aproveitam das Bridges para criar micro-interações com Metalcraft e/ou para cards como Deadly Dispute, forçando o formato a se adaptar com o uso constante de Dust to Dust e similares, como Deglamer, nos Sideboards.

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Uma vez no formato, as Bridges basicamente ditaram o Metagame na maioria das vezes, com exceções ocorrendo quando uma mecânica ainda mais quebrada surgia no Pauper (Dianteira é um bom exemplo) ou quando um arquétipo como o Kuldotha Red conseguia jogar por baixo de decks como Affinity, ou quando os jogadores se preparavam demais com oito ou mais peças no Sideboard apenas para as partidas onde elas importam.

Essa natureza, apesar de cíclica, não mudou: o ciclo de MH2 continua ditando o Pauper e deu para Affinity e outras estratégias dependentes de artefatos a válvula de segurança perfeita para mitigar suas maiores fraquezas: Gorilla Shaman não funciona tão bem quando o oponente possui oito ou mais terrenos indestrutíveis, e enquanto Dust to Dust pode vencer a partida por conta própria - principalmente se jogado no turno 3 na play - ela perde muita eficácia conforme o jogo se estende.

Para fins práticos, as Bridges deram resiliência demais ao Affinity enquanto lhe ofereceram também a consistência necessária para o acesso de cores ideal tanto em variantes de duas cores quanto nas de três cores.

Os terrenos são realmente o problema do Affinity?

Cranial Plating foi um dos primeiros cards banidos do Pauper e por um motivo: para manter o restante do arquétipo funcional, era mais prático bani-la do que banir o ciclo de terrenos-artefato. É a lógica reversa ao que foi aplicada no Modern, onde o receio da opressão do arquétipo e de outras possíveis interações fizeram com que os terrenos fossem removidos do formato antes mesmo do primeiro Pro Tour Modern.

Essa lógica manteve-se no Pauper por bastante tempo e Atog e Fling nunca foram um problema antes de Modern Horizons II porque, tal qual Dredge e outras estratégias mais lineares no Modern, o Affinity no Pauper se mantinha em um espaço onde era excelente quando ninguém esperava por ele e péssimo quando o número de Gorilla Shamans e/ou Shenanigans começava a crescer nos Sideboards para mantê-lo em cheque.

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E se olharmos por este espectro, é difícil afirmar que o problema então sejam os terrenos de Mirrodin, sendo fácil apontar as Bridges como culpadas da ascensão e opressão em potencial do deck, mas e se olharmos novamente para os cards banidos desde o seu lançamento?

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Sojourner’s Companion foi uma bomba que agregava consistência demais em todos os sentidos: mana, ameaças, pressão, interações - ela seria provavelmente banida com ou sem as Bridges, pois não havia espaço para um plano de jogo tão agressivo que ainda comportasse a interação entre Atog, Fling e Disciple of the Vault.

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Atog e Disciple of the Vault foram uma consequência natural das Bridges. O Affinity se tornou consistente demais, podendo ter posturas de Aggro, Midrange ou Combo dependendo de cada partida, e os hates comuns como Dust to Dust interagiam muito mal com Atog e sua combinação com Disciple of the Vault - além disso, Deadly Dispute criou outra interação no deck e o beneficiou com ainda mais card advantage, deixando-o um passo a frente do restante do Metagame.

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All That Glitters é um caso peculiar, pois apesar de ser banido por motivos muito parecidos com o de Atog (dar a um deck consistente a possibilidade de combo-kill), o seu banimento foi ocasionado pela velocidade que o ciclo original de Mirrodin ofereceu às variantes Azorius enquanto Razortide Bridge ofereceu consistência de jogar com 16 terrenos-artefato sem qualquer concessão - e ainda somado ao lançamento de Novice Inspector em Murders at Karlov Manor, que alavancou a quantidade de one-drops que geram valor e artefatos na mesa para a contagem.

Em resumo, nós podemos culpabilizar as Bridges por um ciclo de banimentos, os terrenos de Mirrodin por outro e temos Sojourner’s Companion, que provavelmente seria banido com ou sem as Bridges.

E é importante lembrar que não foram só um ciclo de terrenos que entrou no formato e deu suporte ao Affinity.

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Magic, como um todo, tem se tornado um jogo mais baseado em permanentes e uma consequência natural é termos mais cards criando permanentes e/ou permanentes fazendo efeitos que, antes, veríamos em feitiços.

No Pauper, isso resultou em mais artefatos sendo lançados e mais cards que criam artefatos presentes no formato.

Blood Fountain, que gera um token de Blood e recursão, facilmente seria um feitiço em outros tempos. Deadly Dispute, que se tornou uma staple, jamais criaria essa ficha de Tesouro antes, e outras permanentes como Tithing Blade seriam efeitos de édito genéricos com mecânicas de edição que não seriam voltadas para permanentes como os cards de duas faces modais.

A ascensão do Affinity passa, naturalmente, pelo sinal dos tempos de Magic - um jogo que tem trabalhado muito mais com a informação da mesa do que com a mão agora do que em décadas anteriores.

Como consertar o problema do Affinity no Pauper?

Dado os pontos acima, como podemos, então, adereçar o Affinity no Pauper ao ponto dele não ser mais o perigo iminente do formato a cada novo lançamento ou deslize da equipe de design em torno de interações com artefatos em cards comuns?

Banimentos mais imediatos

A primeira e provável das opções são e de reduzir o tempo entre o lançamento do card e seu banimento. É muito provável que Cranial Ram, pelas óbvias comparações com Cranial Plating e o precedente recente criado por All That Glitters, seja o card a ser banido mais rápido da história do Pauper, mas teremos a mesma velocidade com outros problemas menos óbvios?

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No geral, o Pauper Format Panel tem feito um bom trabalho em banir problemas óbvios muito cedo enquanto também deixam espaço para jogadores tentarem resolver problemas antes que tomem uma medida precipitada: os cards de Dianteira levaram poucas semanas para serem banidas justamente porque ficou evidente que não havia meios de solucionar o problema gerado por elas e o seu deck naturalmente se apresaria do resto do formato porque a melhor maneira de aproveitar a mecânica era jogá-la cedo demais com aceleração de mana.

No entanto, também tivemos casos como All That Glitters, que levou nove meses para ser banido e cuja intervenção provavelmente veio da ascensão do Boros Glitters como um dos melhores decks do formato após Novice Inspector entrar no Pauper.

Podemos afirmar que, antes dessa mudança, o Metagame estava relativamente balanceado e o Azorius Affinity não causava tantos problemas porque os demais decks conseguiam se adaptar, mas o precedente do “free win” já estava em todo lugar - de novo, Cranial Plating foi banida por um motivo - e uma versão Aura do card claramente não era o que o Affinity precisava na época.

Logo, se vamos aceitar que o Affinity em sua atual composição veio para ficar no Pauper, é necessário considerar, também, que ele é o arquétipo com maior potencial de quebrar o formato hoje e, consequentemente, demanda mais atenção e respostas mais imediatas do que outras estratégias no formato hoje.

Banir as Bridges

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Enquanto elas não são necessariamente culpadas pelo atual estado do formato, as Bridges mudaram o Pauper para sempre e serão os pilares do Affinity enquanto permanecerem no formato.

Querer consertar permanentemente o problema do arquétipo envolve, consequentemente, banir as Bridges e deixar que o formato se corrija a partir da sua ausência, mesmo que as consequências não sejam necessariamente as mais positivas que muitos jogadores esperam.

Lançar respostas mais eficientes

Por ser um formato altamente influenciado pelo Limitado das edições, é natural que o Pauper tenha mais ameaças e problemas do que respostas para elas.

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Como mencionei no meu artigo anterior, o formato sofre com a ausência de mágicas como Flusterstorm para lidar com Chatterstorm ou Vandalblast para lidar com Myr Enforcers e Frogmites, e qualquer card comum que tente cobrir este problema acaba entrando na categoria de soluções paliativas, como Cast into the Fire, que funcionam para o que se propõe, mas não são o suficiente para desacelerar o avanço do Affinity ou outro arquétipo de forma mais específica.

Cards como Fiery Cannonade são raros, e dificilmente vão entrar no Pauper sem ser por meio de downshifts vindos de sets de Multiplayer como Commander Masters, nos relegando a lançamentos muito situacionais para incluir sweepers ou outros efeitos mais impactantes nos slots de comuns - e ainda assim, alguns efeitos como Stony Silence ou Rule of Law jamais sairiam nessa raridade porque seus efeitos são parasíticos e frustrantes demais para o Limitado.

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Essa relação entre Limitado e Pauper não vai mudar e, até um ponto, faz parte da beleza do formato, mas as consequências naturais são de termos sempre mais ameaças ao Metagame do que respostas eficientes para elas, nos faltam recursos para lidar com mecânicas que requerem hates mais específicos, como no caso de Storm e Affinity.

Aceitar o Affinity como novo Faeries e esperar o power creep fazer o trabalho

Por fim, a outra opção é o de nada mudar.

Durante muitos anos, as estratégias azuis de Tempo, conhecidos pela combinação de Spellstutter Sprite com Ninja of the Deep Hours ou por serem liderados por Delver of Secrets e counterspells, foram considerados os melhores decks do Pauper durante anos com a combinação de cantrips eficientes, Gush, Daze e, posteriormente, o uso de splashes para outras cores.

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Foi necessária a ascensão do Boros Monarch e, posteriormente, o banimento de Gush e Daze, ocasionado pelo lançamento de Foil em Ultimate Masters, para reduzir o espaço do Faeries ao ponto dele não ser sempre o melhor deck do formato, e ainda assim, ele se manteve e continua estando no topo do Metagame.

O Affinity tem seguido um padrão similar: sua base é tão consistente que é difícil tirá-lo do topo, e tal qual Foil ou Fall from Favor e Treasure Cruise comprovaram com o Faeries, qualquer adição um pouco mais poderosa é o suficiente para fazê-lo desbalancear o formato - mas tal qual seus predecessores, ele também tem um papel no cenário competitivo ao manter certas estratégias em cheque enquanto é vulnerável contra outras.

Aceitar essa natureza do formato e o Affinity como um dos pilares dele é uma necessidade. A intervenção por banimentos das Bridges é menos provável, enquanto o ciclo original de Mirrodin dificilmente ficará fora do formato visto que não apresentam o verdadeiro problema no arquétipo.

Um dia, as marés podem mudar

Magic é um jogo em constante evolução, e o power creep é uma realidade nele a cada ano: metade das comuns que jogam no Pauper hoje seriam incomuns ou até raras em 2017, e eventualmente, cards mais poderosos com mecânicas voltadas para outras estratégias serão lançadas e farão com que o formato sofra mudanças em torno de um novo melhor deck.

Eventualmente, este melhor deck não será quebrado, apenas forte o suficiente, e o Metagame vai se moldar em torno dele. Não sabemos se o Affinity estará nesta equação, mas ele deixará certamente de atrair todos os olhares porque um novo competidor surgiu para tomar seu lugar, e nesse momento, a atenção das discussões online sobre a saúde do Pauper deixarão de lado a controvérsia das Bridges para falar do novo “problema”.

Enquanto esse dia não chega, meus planos nas primeiras semanas de Modern Horizons 3link outside website são de equipar um Ornithopter com Cranial Ram e atacar voando, com a garantia de que, caso ele tome um Lightning Bolt, meu Myr Enforcer pode vestir a nova Cranial Plating e exercer a mesma pressão.

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Obrigado pela leitura!