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O dilema sobre o futuro do Pioneer

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"O Pioneer está morto" se tornou uma frase muito comum nas redes sociais nas últimas semanas. No artigo de hoje, analiso o que há de errado com o formato e o que poderia ser feito para consertá-lo.

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によってレビュー Tabata Marques

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Em 21 de Outubro de 2019, toda a comunidade de Magic foi surpresa com o anúncio repentino de um novo formato eterno: O Pioneer, formato que abrangeria todas as edições à partir de Return to Ravnica, onde as fetch lands eram banidas por facilitar a criação de decks multicoloridos e onde a banlist seria gradualmente criada com atualizações semanais.

O formato possuía como objetivo dar ao jogador de Standard um lugar para utilizar suas cartas que rotacionaram. Afinal, o Modern já existia há mais de oito anos e o preço das cartas do formato estava aumentando significativamente no último ano, tornando da barreira de acessibilidade dos jogadores muito maior, já que o investimento em cards seria bem mais significativo e com o valor possivelmente equivalente a montar 4 decks de Standard.

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Não era mais possível, como foi originalmente planejado para o formato, fazer com que o jogador de Standard possa simplesmente migrar para o Modern. Já havia uma distância significativa entre as coleções, os cards que rotacionavam já não eram mais tão impactantes para formatos eternos, e logo se tornou necessário criar um novo formato para dar validade a estes cards, para dar espaço para que os jogadores de Standard não sentissem estar apenas queimando o próprio dinheiro ao investir no formato.

A comunidade ficou em polvorosa, cartas como Jace, Vryn’s Prodigy, Aetherworks Marvel, Torrential Gearhulk, Emrakul, the Promised End, entre outros começaram a ter um spike significativo, criadores de conteúdo começaram a explorar o formato desde o dia 0, com todo o tipo de combinação possível e não levou tempo até que o Pioneer se tornasse um formato promissor aos olhos de jogadores, organizadores de eventos e da própria Wizards, que havia prometido GPs e outros eventos grandes abrangendo o formato a partir de 2020.

Até mesmo organizadores de grandes eventos como a StarCityGames enxergaram grande potencial no formato, a ponto de substituir o seu circuito de Legacy, que estava se tornando cada vez mais inacessível para a maioria dos jogadores por conta dos constantes spikes das cartas da Reserved List.

O que a Wizards, os jogadores e absolutamente ninguém no mundo esperava era que o ano de 2020 traria junto com ele a pior pandemia dos últimos cem anos, que impossibilitaria completamente a possibilidade de qualquer grande evento acontecendo e transferindo todas as competições para as plataformas digitais e o Magic Arena.

A ironia é que antes mesmo de sermos assolados pela pandemia, o Pioneer já se apresentava num estado complicado quando ocorreram seus primeiros GPs, onde o Dimir Inverter já se mostrava o principal deck predominante do formato, enquanto o Lotus Breach e o Heliod Combo seguiam logo atrás.

Essa época ficou conhecida como a era da tríade do combo, e levou alguns meses para a Wizards tomar uma decisão direta para com o formato. Nesse período, o Pioneer pareceu decair lentamente com um Metagame polarizado, onde basicamente os melhores decks do formato eram todos decks de Combo e onde os Challenges começaram a não ter, repetidas vezes, quórum o suficiente para preencher o número mínimo de jogadores.

Foi apenas em 3 de Agosto de 2020 que a Wizards optou por banir essencialmente todos os decks de combo que faziam resultados no formato, e o Pioneer finalmente pôde renascer das cinzas e iniciar um novo ciclo no seu Metagame.

Nove meses depois, e o Pioneer... Bom, o Pioneer está novamente tendo problemas em completar quórum e basicamente quase ninguém está falando dele.

Mas o que está acontecendo? Surgiu um deck novo e quebrado que está afastando as pessoas? O Metagame está polarizado? Decks desagradáveis estão no topo?

Nada disso. Não está acontecendo nada no Pioneer.

E na minha visão em particular, o problema é justamente esse: nada está acontecendo no Pioneer, e essa mesmice parece ser uma parte do que está afundando o formato.

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Portanto, vamos elaborar um pouco sobre algo que a comunidade tem se questionado faz algumas semanas:

O que há de errado com o Pioneer?

Há algumas formas de considerar como responder a esta pergunta, mas eu acredito que podemos afirmar que nada está especificamente errado com o Pioneer, enquanto podemos afirmar que tem muita coisa errada com o formato.

Quando falamos de Metagame, o Pioneer se encontra num estado bem saudável faz bastante tempo: O deck mais jogado dos últimos três meses, Niv-to-Light, compõe apenas 9% do Metagame, enquanto o segundo mais jogado, Dimir Control, compõe 8,3%, seguido de Izzet Phoenix com 7,5% e Boros Burn com 6,3%.

Não existe discrepância no Metagame do Pioneer, não existe um “melhor deck”. O próprio Niv-to-Light nem esteve tão em alta nas últimas semanas, e você possui uma boa gama de decks diferentes e diversificados que você pode utilizar:

Se você quer jogar de Midrange, você possui o Niv-to-Light, o Rakdos Pyromancer e o Jund Food.

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Se você quer jogar de Aggro, você tem o Boros Burn, o Auras, o Selesnya Company e o Mono-Black Aggro.

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Se você quer jogar de Control, você tem o Dimir Control, o Azorius Control e os recentes decks de Indomitable Creativity.

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Se sua opção é jogar de Tempo, você tem o Izzet Phoenix e o Spirits.

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E se você quer jogar de Combo, o Lotus Combo ainda é um bom competidor no formato e agora com variantes.

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Então no que se trata de saúde do formato, o Pioneer está num bom lugar e com bons decks, com opções viáveis para todo jogador. Logo, o problema do Pioneer não se encontra especificamente no Metagame, mas possivelmente na mesmice.

O que eu quero dizer é que, essencialmente, o Pioneer tem sido praticamente o mesmo formato desde que baniram a Tríade dos Combos. Nada muito impactante apareceu, nada novo surgiu, nenhum deck que já não conhecíamos no formato explodiu.

As novas coleções não trouxeram cards o suficiente para impactar o Pioneer e nem trazer novos arquétipos de grande impacto. Claro que tivemos novas boas adições como Faceless Haven para o Mono-Black, Elite Spellbinder para o Selesnya Company e até surgiram alguns arquétipos interessantes como o Sultai Valki, variantes de Lotus Field procurando utilizar Emergent Ultimatum e Alrund’s Epiphany, e temos recentemente visto novas variantes de decks vermelhos como o Izzet Prowess.

Mas, em geral, O Pioneer tem sido essencialmente o mesmo formato por todo esse tempo.

Num mundo normal, isso não seria uma característica ruim porque cria uma estabilidade financeira para o formato. Você não precisa correr para comprar aquela Staple ou ver o seu deck ser totalmente invalidado porque um deck absolutamente melhor surgiu. Isso cria longevidade ao formato, torna dos jogadores engajados nele e dos eventos mais empolgantes de se jogar porque não vai existir um absoluto melhor deck.

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Mas esse ponto só se aplica de maneira amplamente positiva quando estamos falando de jogos presenciais. Quando nos referimos aos jogos Online, essa dinâmica muda por conta dos programas de aluguel e ainda mais quando você tem outros formatos se transformando repetidamente nos últimos meses com produtos voltados para formatos eternos.

Recentemente, tivemos o lançamento de Modern Horizons II impactando todos os outros formatos eternos do Magic Online e é óbvio que isso afastou os jogadores de Pioneer do formato quando eles quiseram experimentar as novidades do Modern, do Legacy e do Pauper.

Ainda não existe, de maneira ampla, um compromisso com o formato. Não existe aquela base de jogadores plenamente dedicada ao Pioneer. Você pode perceber isso até pela ausência de conteúdo do formato em artigos e conteúdos de grandes sites de Magic.

E isso deve-se ao fato de que o Pioneer, diferente dos outros formatos, é muito jovem e não conseguiu criar engajamento por conta da suspensão de jogos presenciais e o desbalanceamento do formato que durou sete meses que atrapalhou e anulou muito do interesse que os jogadores poderiam ter no formato.

Diferente do Modern, o Pioneer não cobriu uma base de jogadores já preexistente. Ninguém esperava por ele, honestamente suponho que ninguém realmente pensava em querer ele até ele existir.

Comento isso porque uma história que poucos se lembram é que a criação do Modern não foi um ato repentino, houve um planejamento significativo nele: o Extended, que estava num estado relativamente negativo por conta da ascensão de decks como o Hexmage Depths e o Thopter Sword, acabara de se tornar um formato que abrangia agora bem menos edições, basicamente começava de Lorwyn e ia até Scars of Mirrodin, uma decisão que foi extremamente repentina e mal-recebida pela comunidade, essencialmente matando o formato.

Isso criou uma parcela significativa de jogadores que ficou órfã de um formato onde pudesse usar suas Shocklands, Dark Confidant, entre outros cards e gradualmente foi surgindo os rumores de que um formato que abrangeria tudo o que saiu de Oitava Edição adiante seria lançado.

Algum tempo depois, para a felicidade geral da comunidade, o Modern foi anunciado como, adivinhem só, uma alternativa barata para o Legacy que estava cada vez mais se afastando de um formato eterno acessível para os jogadores que perdiam suas cartas no Standard e serviria como uma “ponte” entre os formatos. Os jogadores poderiam investir no Modern com suas cartas rotacionadas e, se quisessem, a partir disso investir no Legacy.

Inclusive, especulo que esta foi a motivação que levou as Fetchlands aliadas a serem reprintadas em Khans of Tarkir além de, é claro, servirem para baratear a manabase do Modern que estava ficando cada vez mais caras com o preço das fetchs inimigas.

O que eu quero dizer contando essa história é que o Pioneer não teve esse terreno.

O formato foi fabricado, não havia necessariamente uma comunidade que já estava engajando essa ideia (okay, você pode até mencionar o Frontier, mas o Frontier nunca foi um formato que a comunidade realmente se dedicou e popularizou, tornando-se apenas um “hit de um verão só”), logo, não havia ninguém realmente dedicado e eles apenas jogaram o formato ao público e deixaram inclusive que os jogadores determinassem com seus jogos o que seria banido ou não, que era um dos fatores mais empolgantes que ele costumava ter.

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Com o formato estabilizado, o planejamento para o Pioneer incluía popularizá-lo entre os jogadores com os eventos sancionados, que fortaleceriam a comunidade e criariam uma base de jogadores fieis que se especializariam no formato. Inclusive muitos jogadores investiram seu tempo e dinheiro no Pioneer apostando no seu crescimento ao longo dos anos.

Entretanto, sem esses eventos, o Pioneer acabou sendo jogado à própria sorte no Magic Online, disputando espaço com formatos muito mais consolidados lá e deixado num estado miserável e polarizado por muito tempo, o que levou jogadores a perderem o interesse. E quando esse problema foi resolvido, as pessoas voltaram a se interessar no formato, mas os demais formatos começaram a parecer mais interessantes quando existem coleções que as impactam mais ou quando são especificamente dedicadas a este formato.

Outro ponto relevante em que o Pioneer parece estar defasado é o fator diferencial. Falta algo que torne do Pioneer um formato que empolgue as pessoas e não que exista e faça as pessoas jogarem apenas por restrições monetárias.

Hoje, com exceção de alguns poucos decks, o Pioneer parece um amontoado de versões mais fortes de decks do Standard, com versões adaptadas de decks do Historic e versões menos explosivas de decks do Modern.

Ou seja, em resumo, o Pioneer mistura versões mais fortes de decks do Standard com versões mais fracas de decks do Historic (que hoje possui um power level maior por conta da Mystical Archives) e do Modern.

Não há originalidade, não há nada que seja próprio do formato, não há uma empolgação no Metagame dele que eu possa ter somente no Pioneer. Ele parece basicamente uma versão mais fraca de outros formatos.

Pode até ser que seja justamente a identidade do formato e o objetivo da Wizards que o Pioneer se torne basicamente um espaço para que jogadores possam adaptar seus decks para outros formatos, mas isso também faz com que o formato pareça não ter um diferencial, algo que realmente motive os jogadores a optarem pelo Pioneer ao invés de outros formatos.

Tudo isso somado torna do Pioneer um formato desinteressante demais para criadores de conteúdo e pouco empolgante para jogadores não-dedicados ao formato. O Pioneer carece de um diferencial, de algo que atraia os jogadores a jogarem o formato.

Resumindo pontualmente, os problemas do Pioneer são:

1 – O formato foi feito para tabletop e a pandemia atrapalhou todo e qualquer planejamento que a Wizards poderia ter para o Pioneer.

2 – Sem uma base de jogadores consolidada e com sete meses de um Metagame polarizado até que tomassem uma atitude, o formato perdeu força e popularidade.

3 – O Metagame está estagnado nos mesmos decks desde Agosto do ano passado. O que seria bom se o formato estivesse agitado e à todo vapor nos jogos em loja, mas o torna menos empolgante que outros formatos em plataformas digitais.

4 – O Pioneer carece significativamente de uma natureza própria e algo que o defina como um formato único. Ele parece um amontoado de decks nerfados de outros formatos juntos em único lugar.

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O que pode ser feito para salvar o Pioneer?

A primeira coisa que pode ser feita é algo que já está ocorrendo nos Estados Unidos e ocorrerá em breve na Europa e em parte da Ásia: O retorno dos jogos presenciais.

O Pioneer foi planejado como um formato para jogos presenciais, e o fator estabilidade é muito mais relevante quando você está investindo dinheiro real em cartas reais para jogar em mesas reais. Mas existe um grande desafio neste quesito: fazer os jogadores se animarem a jogar Pioneer novamente depois de um ano e meio sem contato direto com o formato através de jogos em lojas e eventos. Não é como se a Wizards tivesse investido em manter o formato interessante neste período.

Nesse quesito, o fator investimento deve ser considerado já que o Pioneer é o segundo formato eterno sancionado mais barato do Magic, ficando atrás apenas do Pauper (que hoje não se encontra no seu estado mais saudável, mas não ficará assim para sempre).

A média de preço de um deck Tier 1 do Pioneer, com exceção de Goodstuff decks com o Niv-to-Light, é em torno de 50 a 100 dólares a mais do que a média para um deck Tier 1 do Standard e isso pode ser um bom motivo para convencer um jogador a adentrar ao formato.

Porém, este investimento para a maioria dos jogadores só valerá a pena quando os grandes circuitos de jogos presenciais voltarem, como o SCG Open ou os MagicFests. Caso contrário, a maioria dos jogadores sentirá estar apenas jogando um sub-formato enquanto outros formatos eternos estão tendo muito mais atenção por parte da comunidade e muito mais investimento em produtos por parte da Wizards.

E nesse quesito, existe outra maneira eficiente de motivar jogadores a jogar um formato e, inclusive, torná-lo mais acessível: produtos suplementares.

Vocês se lembram do Pioneer Masters? Seria um set a ser lançado no Magic Arena no fim de 2020 e que basicamente introduziria o Pioneer para a plataforma digital. Em Setembro, foi anunciado que a coleção foi adiada para 2021 e desde então não tivemos notícias dele.

Eu adoraria dizer que levar o Pioneer para o Magic Arena seria uma solução viável, mas a plataforma anda tão desanimadora de se jogar e a sua economia é tão absurdamente predatória que acredito que, particularmente, não vejo jogadores da plataforma deixando de jogar seus formatos favoritos para jogar Pioneer e não acredito que os jogadores de Pioneer estejam dedicados a gastar o dinheiro necessário para ter uma pool viável na plataforma digital.

Porém, e se trouxéssemos o Pioneer Masters para o Magic físico? Claro que não existem cartas de 400 reais no formato como era o caso com Tarmogoyf quando, em tempos mais simples, o primeiro Modern Masters foi anunciado.

Mas a coleção saiu dois anos após o sancionamento do Modern e colaborou muito, com reprints significativos de grandes Staples do formato como o já mencionado Goyf, Dark Confidant e a então ainda staple Vendilion Clique, ajudando em não apenas tornar do formato mais acessível como também a divulgá-lo a novos jogadores e popularizá-lo em lojas que antes não sediavam eventos do formato.

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O Pioneer já possui alguns cards que poderiam ser reprintados para aumentar a disponibilidade, somado a necessidade de popularizar o formato e convencer os jogadores de que o formato é acessível e divertido de se jogar é uma boa mistura para a criação deste produto. Seria possível até mesmo adicionar alguns cards que não estejam no formato para torná-los válidos no Pioneer, como foi feito com Modern Horizons.

Adicionar esses cards, inclusive, trabalharia outro problema crônico que o formato possui ultimamente: A falta de uma identidade própria.

Particularmente eu acredito que a ideia poderia ser bem-aplicada, mas dado o histórico desastroso com coleções como as Mystical Archives no Historic, eu tenho um grande receio de que não seria possível dosar cuidadosamente como cada card poderia adentrar ao formato.

Eu sei, é muito arriscado tentar mudar a estrutura de formatos. Nós vemos o que acontece em diversos formatos quando algo não sai como o planejado ou não é testado extensivamente e isso poderia criar um metagame polarizado ou um deck predominante, mas, ao mesmo tempo, seria um risco que acredito ser justo de se correr se isso pudesse dar ao formato algumas coisas que o torne único, que faça o Pioneer ter a sua própria natureza como formato e sua própria identidade. É uma opção melhor do que deixar o formato definhar.

Especialmente porque entra no terceiro ponto do que pode ser feito para salvar o Pioneer: Unificar a comunidade e divulgar o formato para jogadores de fora.

É muito mais fácil convencer seus amigos a jogarem um formato quando ele possui o seu próprio diferencial. Jogadores de Pauper sabem muito bem disso, quantas vezes enquanto o formato não era amplamente conhecido no Magic IRL não tivemos de nos reunir em pequenos grupos em lojas e jogar o formato entre rodadas de outro torneio, ou antes de um torneio começar para mostrar aos demais frequentadores das lojas que o Pauper era um formato divertido?

Porém, o Pauper tinha e ainda tem um diferencial. Muitas das cartas que jogam o formato e muitas das suas interações são coisas que não vemos em nenhum outro formato. A natureza do Pauper é única e isso, junto do fator budget, o torna empolgante.

Porém, isso é muito mais desafiante de ser feito quando o formato em questão não possui uma natureza única e um atrativo exclusivo para ele, como é o caso do Pioneer.

Formatos crescem e declinam. É normal. A popularidade dos formatos sobe e desce conforme os eventos em que eles aparecerem e quando aparecem. Conforme a fidelidade da comunidade e de acordo com como cada região e loja escolhe abordar o formato e com que frequência.

Se os jogadores de cada comunidade local se reunirem para jogar e procurar introduzir mais pessoas ao formato emprestando decks para eles experimentarem o formato e construindo uma base sólida para a realização de eventos na sua região, o Pioneer com certeza pode voltar a ser um formato popular e receber de volta a atenção de grandes eventos e da Wizards.

Portanto, em resumo, acredito que para salvar o Pioneer seja necessário:

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1 – O retorno de jogos presenciais sancionados, incluindo grandes circuitos onde o formato esteja presente, e essa solução provavelmente só poderá ser aplicada amplamente em 2022.

2 – A criação de produtos voltados para o formato, à fim de promovê-lo para uma quantidade maior de jogadores que hoje não se interessam ou até desconhecem o Pioneer.

3 – A proposta de criar uma natureza ou característica própria do Pioneer para que ele se torne algo além de apenas um amontoado de decks de outros formatos em versões mais fracas.

4 – O trabalho por parte da comunidade de jogadores para promover o formato em suas lojas e comunidades locais, criando um ambiente amigável e jogando partidas que demonstrem que o formato pode, sim, ser interessante.

Conclusão

Esta foi minha análise sobre o estado do Pioneer e o que pode ser feito quanto ao formato para torná-lo popular novamente.

Diferente do que muitos jogadores costumam dizer, eu não acredito que o Pioneer está necessariamente morto, mas ele passa por um sério problema de identidade e planejamento depois que ocorreu com os planos para ele e o que ocorreu com basicamente todos os nossos planos para 2020: foram frustrados e deram errado.

Com o retorno dos jogos presenciais nos Estados Unidos, na Europa e em boa parte da Ásia, acredito que o formato terá a possibilidade de brilhar novamente caso a comunidade se interesse em jogar o formato e a Wizards se interesse em promovê-lo em seus próximos eventos de grande porte que provavelmente só ocorrerão em 2022.

No Brasil, onde a acessibilidade de cards é limitada pelo valor dos mesmos e onde os formatos eternos estão com faixas de preço altíssimas por conta do dólar alto, acredito que o Pioneer se manterá vivo por bastante tempo, já que se trata do formato eterno mais acessível hoje, depois do Pauper, que já possui uma base de jogadores bem consolidada, mas não atende aos jogadores que querem jogar com cards mais impactantes e efeitos mais poderosos.

Infelizmente, provavelmente ainda levará bastante tempo para podermos voltar às nossas jogatinas sancionadas após um dia de trabalho e/ou nos fins de semana nas nossas lojas e comunidades com conforto e segurança.

Obrigado pela leitura!