Falemos de Devoted Company, Vizier Devoted, GW Devoted, Selesnya Company, Counters Company ou como preferir chamar. A própria Channel Fireball fez o favor de nomear o meu deck de duas formas diferentes em suas publicações a respeito do Day 2 do Main Event do Magic Fest São Paulo 2019.
Para os novos por aqui, o deck é sobre conseguir reunir um Devoted Druid não enjoado e um Vizier of Remedies.
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Como podem reparar, essa combinação nos permite gerar o quanto for necessário de mana verde, desvirando o druida incessantemente. Ok, mas o que fazer com essa mana? Essa provavelmente vai ser a principal resposta para muitas das perguntas sobre o deck, mas... depende da lista. No caso da lista que usei no Magic Fest, a ideia é encontrar a solitária Walking Ballista e resolvê-la para X = 10000000 ou apenas um número grande o suficiente para matar o seu adversário com alguma folga. Para encontrá-la, iremos utilizar a habilidade do Duskwatch Recruiter repetidamente. Uma “win condition” secundária da minha lista é utilizar o terreno Kessig Wolf Run e atacar com o próprio druida não enjoado. Nas demais listas vocês podem encontrar combos com Rhonas the Indomitable, Mirror Entity, Shalai, Voice of Plenty, entre outros.
E se eu tiver meu combo exilado ou o oponente simplesmente tem tanto removal que não consigo desvirar com o druida em campo? Isso é algo que vai acontecer com frequência, após a ascensão do UR Phoenix, todos jogam com mais removals e surgical no sideboard. Buscando contornar isso, busquei uma lista que me proporcionasse uma forte estratégia midrange. Assim, contaremos com cartas com Knight of the Reliquary, Eternal Witness, Militia Bugler e todo o sideboard que pode entrar no lugar de peças do combo. Sim, é exatamente o que estão pensando, em muitos matchups eu reduzo demais a quantidade de cada peça do combo e confio que meu sideboard e minha estratégia de midrange darão certo.
A lista sempre tem alguns slots livres e isso possibilita com que você pegue uma lista pronta, mas dê a sua cara ao deck. Considero que meu deck possui cinco slots discutíveis, que são:
• 2 Militia Bugler
• 1 Scavenging Ooze
• 1 Ramunap Scavator
Esses slots são importantes e devem ser adaptados ao seu meta local. Optei pelo Ramunap, por exemplo, pois esperava encontrar muitos jogadores de Tron, Titanshift e Amulet Titan no Magic Fest. Ooze contra Dredge e Phoenix. Couser na expectativa de ser emparceirado contra Burn e afins. Os Bugler eu acho extremamente fortes quando caem no Company, me permitindo olhar boa parte do deck e escolher o que for mais relevante. Outras cartas que poderiam pensar em utilizar nesses slots são:
• Tireless Tracker, dentre inúmeras outras. Como disse, devem adaptar ao metagame da sua loja ou região.
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O deck não tem um matchup fácil contra UR Phoenix, que representava quase 20% do metagame, e mesmo assim escolhi utilizá-lo no Main Event do Magic Fest e o motivo é simples: acredito que seja melhor jogar com um deck que considero entender em sua totalidade e adaptá-lo o quanto for necessário ao meta do que pegar um deck de última hora e não extrair o melhor do mesmo, apenas na expectativa de encontrar jogos favoráveis.
Fechei o primeiro dia do Magic Fest 6-2, ganhando de um UR Phoenix com adaptação que comentei anteriormente, se não me engano foram 9 ou 10 cartas que entraram do side. Além desse, encontrei Humanos, Tron (duas vezes), Titanshift, Dredge, Bogles e Affinity. Não acho que tenha cometido nenhum erro grave, nada que mudaria algum resultado e acredito que as partidas que perdi foram por falta de sorte, nada que o deck não possa resolver em encontros futuros. Para compensar meu Collected Company não encontrando nenhuma criatura em um dos jogos que perdi, tive a oportunidade de “topdeckar” um Kataki, War's Wage que praticamente ganhou o jogo sozinho contra o Affinity.
No segundo dia encontrei Humanos, Death and Taxes, UR Phoenix, Grixis Death Shadow, Titanshift e fui até a penúltima rodada com chance de premiar, mas tive a infelicidade de encontrar um Storm e começar na draw. Essa match costuma ter o primeiro game decidido no dado, uma vez que nenhum dos dois decks tem muitas formas de interagir com o outro, quem começa acaba saindo vitorioso. Após o side, acho que a match fica um pouco mais favorável para o Devoted Combo, pois temos muitas cartas no sideboard que podem atrasar bastante o Storm. Infelizmente não comprei muito bem e o mulligan castigou bastante, acabando com minha chance de premiação. Assim, fechei o segundo dia 4-3, totalizando 10-5 e a 108ª posição dentre os quase 1400 jogadores. Um resultado que me deixou bastante contente, considerando que foi meu primeiro Magic Fest (ou Grand Prix).
Para mais informações sobre decks similares: foram para o Day 2 desse Magic Fest São Paulo outros 3 Devoted Combo. Um deles era o clássico Abzan, que conta também com o combo do Kitchen Finks, Viscera Seer e Vizier of Remedies. Outro usou uma estratégia pouco convencional em builds de Devoted Combo e optou por utilizar Chalice of the Void e Simian Spirit Guide, tech que foi utilizada por muitos decks para tentar parar o UR Phoenix. O último dos 4 classificados não teve a lista divulgada, mas pelo nome “Devoted Evolution”, acredito que deve ser bem parecido com o deck que fez Top 16 no Main Event de Tampa. Um deck que é mais toolbox de criaturas e confia na força do Eldritch Evolution em detrimento de cartas como Chord of Calling.
Como podem ver, os 4 Devoted Combo que fizeram bons resultados no evento eram extremamente diferentes, então não há certo ou errado, os 4 eram competitivos e cada jogador soube extrair o melhor de sua própria versão. Deixo para todos aqui a lista que utilizei no Magic Fest São Paulo 2019. Sintam-se a vontade para tirar dúvidas ou fazer sugestões.
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