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Metagame: Primeiras Impressões dos Banimentos de 30 de junho

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A atualização de Banidas e Restritas de 30 de junho tirou sete cards do Standard, rotacionando o Metagame um mês antes do lançamento de Edge of Eternities. Neste artigo, avaliamos cada um dos banimentos, como os decks afetados podem se reconstruir e quais estratégias podem crescer no próximo mês

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revisado por Tabata Marques

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Após uma longa espera pela atualização de Banidas e Restritas, o Standard amanheceu no fim de junho com sete cartas a menos no formato:

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De uma única vez, a Wizards, com essa atualização, antecipou os efeitos da rotação enquanto corrigiu diversos problemas inerentes do formato nos últimos meses: a predominância dos decks Vermelhos, o excesso de valor ocasionado por efeitos de Bounce e Up the Beanstalk, e também a falta de jogos mais interativos por conta do combo de Omniscience.

Além dessas mudanças, a empresa também anunciou que, em 2026, teremos duas manutenções no Standard durante o ano, que é uma ótima janela de resposta em comparação ao que testemunhamos durante 2025. Padrões problemáticos como o que este ano ofereceu precisam ser adereçados com mais assertividade, ao mesmo tempo que sem exagerar por conta das demandas de mídias sociais — uma janela semestral garante exatamente esta oportunidade, tornando do Standard empolgante sem o deixar volúvel demais.

As próximas semanas serão tempos peculiares para o formato, onde estaremos explorando novas possibilidades agora que os fundamentos e regras gerais do formato foram demolidas para criar um novo status quo do que funciona ou não no Metagame.

Os Banimentos

Acredito que quase todos os banimentos são muito evidentes para quem acompanhou o Standard durante o ano. O Pro Tour Final Fantasy solidificou os resultados que eram vistos em torneios de pequena e larga escala nos últimos meses ao ponto, com tempo o suficiente para coletar dados e criar embasamento estatístico para justificar cada uma delas.

Abuelo’s Awakening

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O combo de Omniscience está virtualmente morto sem Abuelo’s Awakening. Cards como Yuna, Hope of Spira serão provavelmente o próximo passo para tentar reanimar o encantamento e iniciar loopings, mas a esta altura, parece mais benéfico trazer Summon: Knights of Round ou qualquer Overlord de volta ao invés de esperar um ciclo de turnos inteiro para vencer o jogo — este é um traço que ele compartilhará com o que hoje é o Domain Overlords, segmentando-se entre as listas tradicionais de Ramp e as que tentarão um “combo” com efeitos de descarte e mill para trazer encantamentos caros de volta.

Monstrous Rage e Heartfire Hero

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O mais afetado para fins práticos, mas que não está morto, é o Mono Red. Monstrous Rage era um banimento óbvio e estava claro que apenas ele não seria o suficiente. Nos últimos meses, apontamos duas opções viáveis para melhorar a situação do formato em relação à velocidade: Heartfire Hero, cuja interação com pumps e Manifold Mouse ganhava jogos rápido demais e punia remoções baratas, e Screaming Nemesis, cuja habilidade de travar ganho de vida pelo resto do jogo é prejudicial para uma das principais counterplays contra Aggro — a Wizards optou pela primeira opção.

Sem Hero, o Mono Red Mice como o conhecemos deixa de existir. É possível jogar com ele, mas Manifold Mouse perde muito do seu potencial sem um one-drop de qualidade e não temos um camundongo vermelho de uma mana além do novo card banido. A rota provável em um primeiro momento será a de abdicar do pacote de Mice em prol de um plano de Prowess ou Go Wide Aggro.

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No primeiro caso, Monastery Swiftspear e Cacophony Scamp garantem uma boa cola até a rotação, mas o arquétipo precisará novamente se redefinir com Edge of Eternities, talvez sem muitos meios de manter o plano sólido e consistente o suficiente, ou apostando mais em mágicas de Burn para habilitar Ghitu Lavarunner.

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No plano go wide, abdicam-se das mágicas de não-criatura baratas em prol de mais poder permanente na mesa. Nesse caso, o arquétipo precisaria se reformar por completo e seria notoriamente distinto da versão que conhecemos hoje e mais próxima da que vimos na temporada passada.

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Para o pacote de camundongos, talvez a melhor rota seja seguir para Boros, com Flowerfoot Swordmaster como one-drop e ganhando encantamentos como Sheltered by Ghosts. Nesses casos, uma possibilidade interessante é de incluir Raging Battle Mouse para baratear suas mágicas a partir do terceiro turno, se tivermos como sequenciá-las apropriadamente.

Cori-Steel Cutter

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Cori-Steel Cutter era um pouco forte demais para o Standard. Existe um problema em você oferecer ameaças constantes para um arquétipo de Turbo Xerox: eles compram melhor do que você, conseguem achar duas mágicas com mais facilidade e, consequentemente, desencadeiam Cutter todo turno, invalidando remoções pontuais que não lidem permanentemente com o artefato.

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Como esperado, Vivi Ornitier escapou do banimento e ainda veremos muito do que o Black Mage favorito pode fazer no Standard — seja com Prowess ou com Agatha’s Soul Cauldron.

Sem Cutter, Prowess permanece um deck viável, mas agora enfrenta o desafio de não ter uma criatura em jogo todo turno, independentemente de quantas delas estão na decklist. Vivi oferece uma ameaça, Stormchaser’s Talent outra, e Astrologian’s Planisphere também. Temos Slickshot Show-Off se necessário e Stock Up ainda é a principal cola para o arquétipo em jogos mais longos, então tem bastante espaço para evolução e resiliência nele.

O que muda é a possibilidade de respostas. Agora, um Cori-Steel no segundo turno não é mais uma preocupação, e os custos para cards como Planisphere ou Vivi são mais fáceis de responder com trocas de um-por-um — não mais precisamos abarrotar nossas listas de Temporary Lockdowns e podemos voltar a considerar trocas de um-por-um com o Prowess.

Up the Beanstalk

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Up the Beanstalk foi um erro de design, e sua maior vítima — apesar de o banimento ser para o Domain Overlords — são outros arquétipos que podiam gerar valor burlando seus custos, como o Golgari Mill.

Não existe uma fórmula de recuperação exata para esses decks. No caso do Domain Overlords, é possível dele voltar para as shells tradicionais com Atraxa, Grand Unifier como bomba de vantagem em cartas para repôr sua mão, mas para o Golgari Mill, o mais próximo de utilidade provavelmente será Garruk’s Uprising, que se beneficia do poder das criaturas para comprar cards, mas três manas é um valor consideravelmente mais alto para sequenciar o encantamento com uma ou duas criaturas. Até segunda ordem, é provável que este deck esteja morto.

Podemos também mencionar o Simic Terror e as listas de Otters, mas estes também perderam outro card essencial para seu plano de jogo.

This Town Ain’t Big Enough

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Com efeitos de ETB baratos, This Town Ain’t Big Enough se tornou eficiente e flexível demais ao ponto de chegar em estratégias distintas de todos os níveis. Há meses, os decks de Bounce protagonizaram situações desconfortáveis com o card e a adição dele no Prowess com Vivi Ornitier e Stormchaser’s Talent selou o caixão do card nesta segunda-feira.

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A maioria dos decks dependentes de This Town e Up the Beanstalk estão praticamente mortos agora, e para as listas de Bounce, restam agora as dúvidas de se o splash de Magic Symbol U é válido apenas para Kaito, Bane of Nightmares e Stormchaser’s Talent, visto que Sunpearl Kirin já cobre a função que seria de Fear of Isolation com um pouco mais de flexibilidade.

Do contrário, as listas de maior sucesso de Bounce hoje são Orzhov por conta da interação de Temporary Lockdown com o Metagame pré-banimentos e pelo fato do encantamento, se devolvido para a mão, poder reutilizar todos os ETBs no campo de batalha. Com a rotação, ou se Lockdown perder espaço, talvez os decks de Bounce precisem de azul para Kaito, Bane of Nightmares para gerar mais valor, especialmente se as partidas de Midrange voltarem a ficar em alta ao ponto de reutilizar Unholy Annex para criar fichas não seja uma estratégia muito eficaz.

Hopeless Nightmare

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Mas Bounce também perdeu outra ferramenta, e uma cheia de controvérsias: Hopeless Nightmare. Por mais simples que seja seu efeito, muitos jogadores pediram o banimento do card pelo sequenciamento que ele permitia com Nurturing Pixie, onde o oponente começava o jogo com dois cards e quatro de vida a menos — particularmente, este banimento me parece um erro.

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O maior problema dos cards de Bounce em Magic é que a eficiência de custos e as mudanças no design fazem com que efeitos de ETB possam ser reaproveitados por um custo muito baixo. Hoje, com todas as coisas supereficientes de uma, ou duas manas, que quando entram em jogo fazem algo, parece pouco oportuno que os efeitos de Bounce em si custem menos do que duas manas.

This Town Ain’t Big Enough custava duas manas para voltar duas permanentes para a mão, enquanto Nurturing Pixie custa uma mana para dar um bounce — essa troca de uma mana por um bounce é o cerne do problema, não uma mágica de descarte e dano que tem como substituto Tinybones Joins Up.

As linhas de sequenciamento com Hopeless Nightmare seriam muito mais aceitáveis se o banimento fosse em Nurturing Pixie ao invés do encantamento. Existe um motivo para Experimental Synthesizer ser tão bom nos decks de Boros do Pauper enquanto Hopeless Nightmare não consegue o mesmo resultado nas listas Orzhov: Glint Hawk permite reutilizar artefatos por uma mana, e Nurturing Pixie oferece a mesma eficácia, mas para qualquer permanente.

Talvez a Wizards tenha receio de matar permanentemente os decks de Bounce se retirar Nurturing Pixie, mas o que eles podem ter feito é postergar um problema por conta de um card que só vai melhorar com cada ETB barato que sair durante o resto do ano e nos próximos nove meses.

No que ficar de Olho agora

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Agora que o formato ficou mais lento, o “combo de turno quatro” mais eficiente do formato será provavelmente o de Unstoppable Slasher com Bloodletter of Aclazotz. Combinado com Duress, Deep-Cavern Bat e todo o pacote de remoções e demônios para habilitar um plano interativo, justo e capaz de finalizar jogos cedo quando necessário.

Seja Mono Black ou com duas cores, esta provavelmente será uma das escolhas mais seguras nas próximas semanas.

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A verdadeira escolha segura do formato até a rotação deve ser o Dimir Midrange. Sem Cori-Steel, ele volta a se beneficiar da mescla de ameaças eficientes e remoções baratas para criar um plano de jogo interativo enquanto soterra o oponente em vantagem em cartas. O Metagame mais lento somado com o hit gigante que o Domain Overlords tomou com o banimento de Up the Beanstalk deve o colocar em evidência.

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É possível que estratégias baseadas em cemitérios tenham um pouco mais de destaque, mas com nenhum deles tomando um hit direto com os banimentos, também é natural que outros arquétipos se preparem com mais hate de cemitério agora que podem abrir slots que outrora estavam alocados contra Mono Red, Prowess e Bounce.

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Estratégias que utilizam o cemitério, mas que não dependem exclusivamente dele, podem ser um dos que melhores se destacam nas semanas que precedem a rotação. Entre eles, o Boros Monument merece ser revisitado, e talvez mais surpresas agradáveis com descarte e Monument to Endurance nos aguardem.

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Jogadores que compraram ou craftaram Vivi Ornitier no Magic Arena provavelmente tentarão Prowess por algum tempo, mas podem migrar para o deck de Izzet Cauldron que se destacou no Pro Tour Final Fantasy utilizando a interação entre Agatha’s Soul Cauldron com o mago e criaturas que ganham marcadores +1/+1, como Marauding Mako e Voldaren Thrillseeker.

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Apesar de não estar muito claro em como, os Red Aggro encontrarão uma maneira de se reestabelecer no formato. Se fosse apostar, consideraria algo similar às versões de Boros Aggro/Mice, ou com alguma versão de Mono Red/Gruul Prowess. Os decks de Tifa Lockhart são uma opção se jogadores não respeitarem Aggro o suficiente.

Concluindo

Isso é tudo por hoje!

Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!

Obrigado pela leitura!