Magic: the Gathering

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Legacy: Análise do Metagame do Eternal Weekend NA

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1155 jogadores! A etapa norte-americana do Eternal Weekend foi o maior torneio Legacy do ano e nos fornece um oceanos de dados para tentar entender o que se passa em nosso formato. Com o desempenho fora da curva de um arquétipo específico, o que podemos aprender com esse torneio?

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revu par Tabata Marques

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Apresentação

Olá, pessoal do Legacy! Todo ano, nessa época, acontecem os Eternal Weekend. São 3 eventos enormes de Legacy e Vintage, um na Europa, um no Japão e um nos Estados Unidos. A etapa norte-americana aconteceu no final de semana de 22 a 24 de novembro e contou com impressionantes 1.155 jogadores inscritos para o Legacy e 407 para o Vintage!

Como o foco aqui é Legacy, vamos olhar para essa etapa. Um torneio desse tamanho é ótimo para obtermos dados e avaliar o Metagame, já que aqui encontramos não só os melhores jogadores do circuito como também um enorme volume de informação.

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O Meta do Final de Semana

É um fato já conhecido que o Legacy atual é um formato com um forte domínio de um certo anfíbio Dourado (Psychic Frog) e que pode estar com os dias contados. Só que dessa vez a grande história do dia ficou por conta de outro deck: Forge Combo!

O deck de combo de Artefatos fechou a etapa de suíço na 1ª, 2ª e 3ª colocações, com o 3º colocado Kelvin Wallace vencendo o torneio. O mais impressionante é que nem de longe o arquétipo foi o mais popular.

Como o torneio foi registrado no melee.gg, nós temos acesso a todos os dados de jogos e gostaria de agradecer ao youtuber Matt Chow que fez uma bela compilação da informação. Com base na informação disponível, nós podemos dividir a popularidade dos arquétipos da seguinte maneira:

• Frognator – 14,55%

• Dimir Aggro – 9,00%

• Red Stompy – 7,97%

• Eldrazi Aggro – 6,06%

• Painter – 5,54%

• Nadu Midrange – 4,94%

• Cephalid Breakfast – 4,16%

• Forge Combo – 3,46%

• Jeskai Control – 3,38%

• Doomsday – 3,20%

• Death and Taxes – 3,20%

• Sneak and Show – 2,59%

• Lands – 2,25%

• Stiflenought – 1,94%

• Reanimator – 1,55%

• Cradle Control – 1,55%

• Outros arquétipos – 24,66%

Para fins de comparação da evolução de um ano para cá, eu revisei minha análise do Eternal Weekend do ano passado e curiosamente também havia 16 decks acima da marca de 1,5% de presença, só que o total de “outros arquétipos” totalizava cerca de 38%, uma diferença brutal de diversidade.

O deck mais popular, então, era o Uro Control, com cerca de 8% de fatia no formato – quase a metade do líder da edição desse ano. Ou seja, o formato perdeu bastante variedade de lá para cá, e certamente Modern Horizons 3link outside website tem uma boa parcela de culpa nisso.

Análise de Winrate

Outra vantagem de ter acesso aos dados jogo a jogo de um torneio gigante como esse é poder fazer uma análise do desempenho dos principais arquétipos e tivemos, entre os 10 arquétipos mais jogados, um ponto bem fora da curva: Forge Combo teve um desempenho de mais de 60% de Winrate, um valor que pode ser considerado absurdo levando-se em conta o tamanho do evento.

Como é um deck com certa vulnerabilidade a cartas de Sideboard, a indicação é que ele foi subestimado e os jogadores em geral não se preparam adequadamente contra ele. Outro fator que pudemos apurar é que esse arquétipo foi bastante efetivo (72,50%) contra Frognator, o deck mais popular do evento. Os índices gerais de Winrate foram os seguintes (excluindo-se mirror matches):

• Forge Combo: 61,99%

• Frognator: 53,10%

• Doomsday: 53,09%

• Nadu Midrange: 52,96%

• Painter: 52,88%

• Cephalid Breakfast: 52,05%

• Eldrazi Aggro: 51,55%

• Dimir Aggro: 50,52%

• Red Stompy: 48,55%

• Jeskai Control: 42,54%

Há mais dois destaques que eu gostaria de fazer: primeiro, o desempenho abismal do Jeskai Control. O deck teve resultado negativo contra todos os arquétipos do top 10 com exceção apenas de Dimir Aggro, 61,54% e, ironicamente, Forge Combo – esmagadores 77,78%!

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O segundo destaque é que apesar de ser o deck mais popular e, consequentemente, o mais mirado, Frognator ainda se manteve como a segunda melhor Winrate do torneio, o que normalmente demonstra ser um sinal de que o Metagame não está ainda conseguindo se autorregular. Esse é um indício de que um formato não está saudável, o que me leva ainda mais a crer, dado o histórico da Wizards, que os dias do Psychic Frog estão contados.

O Top 8

Como já dei spoiler anteriormente, tivemos 3 Forge Combo no Top 8 do torneio. Os outros 5 integrantes foram representantes de 5 arquétipos diferentes: Cephalid Breakfast, Death and Taxes, Frognator, Painter e Nadu Midrange.

Foi um festival de decks de combo e apenas um deck com Psychic Frog, mas é bom informar que ficaram de fora do top 8 pelos critérios de desempate outro Frognator e um Esper Aggro (basicamente um Dimir com um pequeno splash para branco).

Campeão

Embora os 3 primeiros colocados da etapa do suíço tenham usado o mesmo arquétipo, os 2 primeiros perderam logo no top 8, mas o terceiro colocado, Kelvin Wallace, acabou levando o título. A sua principal diferença para o que podemos considerar a lista padrão do deck é a adição de Candelabra of Tawnos, um Artefato do distante passado do Magic, capaz de gerar uma quantidade obscena de mana com Urza’s Tower e Urza’s Workshop e convenientemente tutorável por Urza’s Saga. Quase um Kindred de Urza!

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Forge Combo já era um deck com potencial no formato, e um sobre o qual eu tinha um grande receio de que pudesse estourar. Pois bem, Modern Horizons 3 trouxe a massa crítica que faltava ao deck através de Glaring Fleshraker e, na maioria das listas do arquétipo, Planar Nexus. O Eldrazi permite ao deck finalizar o jogo muito rapidamente, gerando fichas de Eldrazi Spawn que vão drenando a vida do oponente enquanto geram ainda mais mana.

Combinado com Mystic Forge e/ou The One Ring, é muito fácil acabar com os pontos de vida do oponente de uma só vez. É particularmente forte aliado a Kozilek’s Command. Já o Nexus permite não só combinações explosivas de mana com Urza’s Tower como também faz com que o deck consiga gerar mana colorida mesmo sob a presença de Null Rod. Esse Artefato de Weatherlight simplesmente decretava o fim do jogo para o deck nas versões pré-MH3, mas agora o deck tem acesso a respostas, seja Wastescape Battlemage, Boseiju, Who Endures ou Portable Hole.

Vice-Campeão

Quando saiu o spoiler de Nadu, Winged Wisdom (um dos maiores erros de design de cartas na minha humilde opinião), havia claramente uma casa para a carta no Legacy: Cephalid Breakfast já fazia uso de Nomads en-Kor, portanto era só colocar a carta lá e se aproveitar do efeito extra.

Não demorou muito para vários jogadores perceberem o tamanho da bomba que o passarinho de MH3 era e que ao invés de colocá-lo como plano B em um plano de combo, dava para utilizá-lo dentro de outra estrutura: a combalida casca do Elfos, tão judiada pelos Orcish Bowmasters e reciclada no Cradle Control.

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Assim surgiu o Nadu Midrange, e como pudemos observar pelos números do Eternal Weeked, teve resultados melhores do que o próprio Breakfast. O jogador Bailey Sarkis reverteu a desvantagem de não começar jogando no top 8 e top 4 antes de finalmente tombar diante do bicho papão do torneio.

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Top 4

Ao top 4, chegaram dois decks de combo. Em 4º lugar no suíço, o jogador Max Deresh levou o Cephalid Breakfast e, portanto, o segundo deck de Nadu, Winged Wisdom para uma batalha dos passarinhos nas semifinais.

Cephalid Breakfast é um combo tão antigo quanto o Legacy, mas que se reformulou várias vezes ao longo dos anos até se estabilizar com a Thassa’s Oracle (também na minha opinião, competidora voraz para o título de maiores erros de design). O deck foi bem no torneio, o que deve chamar mais ainda a atenção para cima do Nadu.

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Na outra vaga do top 4, estava o veterano do Pro Tour Ari Lax pilotando o Painter. A sua lista, além de ter o plano de combo A de Painter’s Servant com Grindstone, também apresentava a opção de Agatha’s Soul Cauldron com Phyrexian Devourer.

O arquétipo faz bom uso de usar Blasts (Pyroblast/Red Elemental Blast) no main deck num mar de decks azuis, mas pode acabar sendo pego num fogo cruzado de um hate elevado contra Artefatos que deve acontecer em resposta ao bom desempenho do Forge.

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Top 8

Dos outros dois Forge que caíram no top 8, a lista do 1º colocado, John Barber, era praticamente idêntica à do campeão (1 carta diferente no main deck, algumas diferenças no sideboard). Já a do 2º colocado, Joshua Cronk, abre mão da combinação de Planar Nexus e Urza’s Tower. Essa configuração tem o que costumo chamar de piso mais alto e teto mais baixo – ela é menos explosiva mas também não fica sujeita a mãos de Urza’s Tower desligadas. Ela também é mais vulnerável à Null Rod.

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Já tem um tempo que muitas listas de Death and Taxes têm incorporado uma segunda cor para ajudar na sua estratégia. Só que ao contrário da maioria que opta pela versão Orzhov, AJ Franklin seguiu pelo caminho Boros.

A adição de Vermelho fornece ao deck Broadside Bombardiers, umas das criaturas mais fortes a serem lançadas para o Legacy, como o Red Stompy pode muito bem dizer. Os goblins são particularmente eficientes quando aliados a Ajani, Nacatl Pariah. Também dá acesso a Magus of the Moon e Chainsaw no main deck e Pyroblast no sideboard. Achei bem interessante essa versão.

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Fechando o top 8, temos o ainda líder do formato, Frognator, nas mãos de Dominic Vernazza. A lista utilizada é a mais padrão do arquétipo possível, um sinal de que o arquétipo já está mais do que refinado. Mas pode ser o deck precise dedicar mais espaço do sideboard contra Forge, já que o deck teve um desempenho abismal (25%) contra esse deck.

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Conclusão

No final de semana de 6 a 8 de dezembro teremos a terceira etapa do Eternal Weekend, direto de Praga. Vai ser o último grande torneio do ano antes do anúncio de banimentos do dia 16 de dezembro, que deve invariavelmente trazer repercussões ao Legacy.

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Espera-se que o excelente desempenho do Forge traga os holofotes para cima do deck, que é algo que quem joga com ele não quer, já que é um arquétipo que costuma predar formatos que pegam leve no hate de artefatos. Nada indica que os Sapos terão alguma queda pronunciada, mas talvez uma redução leve na quantidade.

Jeskai e Red Stompy, que não foram tão bem podem perder espaço, embora exista um movimento pró-Jeskai devido ao seu excelente pareamento contra Forge.

Vamos ver se os resultados desse terceiro final de semana podem causar alguma influência na decisão da Wizards sobre quem deve ir para a fazendinha das cartas banidas. Embora o Sapo pareça ser uma aposta segura, tem crescido um burburinho de que Vexing Bauble possa fazer companhia ao anfíbio. É realmente excelente ter acesso a um volume de dados que um torneio desse porte fornece.

Um abraço eterno, espero que tenham gostado e até a próxima!