Apresentação
Legacy:
Psychic Frog is banned.
Vexing Bauble is banned.
Nadu, Winged Wisdom is not banned.
É com esses 3 anúncios que eu dou bom dia, boa tarde e boa noite aos meus amigos do Legacy! Tivemos hoje o tão esperado anúncio de banimentos (o do Modern foi bem movimentado!) e embora o resultado tenha sido tão pessimista quanto eu achei que seria – minha opinião é que a Wizards só levaria o Psychic Frog embora – ele deixou um gostinho amargo, pois deixa no ar uma expectativa de mais alguns meses de um formato focado em um certo pássaro problemático.
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Vamos tentar entender o que nos levou a essa situação de necessitar de uma intervenção no formato.
O Metagame Pré-Banimento
Desde o começo do ano, o Dimir Reanimator se estabeleceu como o deck mais forte do Legacy e a situação só se agravou com a chegada do Psychic Frog. A Wizards entendeu em Agosto que banir Grief poderia ser o suficiente para reduzir o potencial do deck. Percebemos hoje que ela entendeu errado o recado. O Sapo não apenas segurou o deck no topo, como também lançou o Dimir Aggro para o tier 1 ao custo das demais versões de decks de Tempo Azul – Grixis (esse ainda teve uma sobrevida) e Temur (esse ficou morto, mortinho). Não bastasse isso, ele começou a aparecer em decks que não tinham anteriormente nenhum interesse em rodar criaturas como Doomsday e listas de 4-Color Control.
Paralelamente a isso, Vexing Bauble ganhou tração nos Red Prison no lugar de Chalice of the Void: ambos são Lock Pieces que quebram ângulos de interação do oponente, mas o Artefato de 1 mana não trava o uso de Pyroblast/Red Elemental Blast, cartas essenciais em um ambiente dominado pelo temível anfíbio. Se fosse só isso, a Bauble seria somente mais um incômodo. Mas aí ela começou a ser usada por decks de Combo como Painter e Forge como uma maneira de impedir interação por parte dos oponentes, já que a grande maioria das contramágicas do Legacy custam 0 mana. Forge, em particular, ganhou muito destaque após o Eternal Weekend North America.
Por fim, após causar problemas no Modern e Commander, onde foi banido, o já declarado pela Wizards como um erro de design Nadu, Winged Wisdom começou também a fazer barulho no Legacy, postando resultados fortes sobretudo na versão Nadu Elves e Cephalid Breakfast, esse último vencedor do Eternal Weekend Europe. O grande problema da carta, é que além de ter um Power Level elevado, mas não necessariamente destoante do que podemos encontrar no Legacy, ela gera padrões de jogo que não costumam se adequar à proposta da Wizards, com uma infinidade de habilidades desencadeadas e jogos que acabam sendo de um jogador só.
Assim, com o anúncio de banimento marcado para 16 de Dezembro, a comunidade aguardava ansiosamente o resultado.
Psychic Frog
Baseado na influência da carta no Metagame e pelo histórico de banimento de outras criaturas semelhantes – Ragavan, Nimble Pilferer e Dreadhorde Arcanist, o futuro do nosso problemático Sapo já parecia selado bem antes do banimento ser anunciado.
Ele faz muitas coisas de uma vez só por baixo investimento de mana: paga os custos alternativos de Force of Will (e pagava também o de Grief enquanto ela ainda era válida), é praticamente imune a remoções baseadas em dano, possui evasão fácil de ser ativada, serve como mecanismo de colocar bichos grandes no cemitério para serem Reanimados, mantém constante o fluxo de cartas em decks que normalmente não geram Card Advantage (Expressive Iteration foi banida por esse motivo) e é capaz de encerrar o jogo em uma só pancada caso você tenha cartas o suficiente para descartar – já viu o que acontece com um Sapo e uma Tamiyo, Seasoned Scholar na mesa?
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Não havia esperança dele sobreviver a essa rodada de banimentos. Ele não sobreviveu.
Vexing Bauble
Bauble foi uma carta cujo spoiler vazou antes de ser oficialmente confirmada e até que tivéssemos a certeza de que de fato seria lançada, eu tinha uma ponta de esperança de que o vazamento fosse fake. Era um efeito forte demais. À época, em minha análise de MH3, eu disse o seguinte: “Vexing Bauble tem tudo para ser a carta mais impactante para o Legacy de Modern Horizons 3. Ela simplesmente corta um dos ângulos mais importantes de jogo no formato, que são as cartas de custo 0 ou custo alternativos. (…) O fato de ela ser artefato significa que ela pode jogar em basicamente qualquer deck e torna o fator Play/Draw ainda mais relevante do que já é, pois quem começa tem a opção de fazer cartas de custo 0 no primeiro turno antes de negar ao oponente essa oportunidade. (..). Se eu tivesse que apostar em uma carta para ser banida dessa edição, Vexing Bauble leva o meu palpite.”
A justificativa da Wizards para o banimento do Artefato irritante foi a sua adoção por uma parte de decks que estão com uma taxa de vitórias elevada enquanto ignoram um dos principais pilares do jogo e ainda pode ser substituída quando deixa de ser útil.
Nadu, Winged Wisdom
Assim como no Modern e Commander, onde sua existência foi aniquilada, Nadu começou a fazer bastante barulho no Legacy. Era de se esperar que em um vácuo de poder pós-banimento do Sapo, que os decks de Nadu estariam na espreita para tomar de assalto o novo formato. Esse era o consenso geral. Esse também era, de acordo com seu próprio anúncio, o entendimento da Wizards.
Mas ainda assim, ela optou, dessa vez, por não tomar ação contra a ameaça alada, em uma decisão muito semelhante – até mesmo nas escolhas de palavras – à que tomaram quando não baniram Psychic Frog junto de Grief. Segundo eles, “o recente sucesso de variantes de deck de Nadu nos fará olhar de perto o Nadu. Por enquanto, nós acreditamos que as mudanças de hoje deverão navegar o formato em uma posição mais diversa e saudável”.
Não funcionou para o Sapo, e, sinceramente, não me parece que funcionará para o Pássaro.
O Metagame Pós-Banimento
Obviamente, os grandes vencedores dessa rodada foram os decks de Nadu que fizeram como o Neo em Matrix e escaparam da bala, dessa vez. Mas além desses – que agora terão de lidar com um baita alvo em suas testas – é de se acreditar que decks como Red Prison, mesmo sem a Bauble, e Eldrazi Aggro saiam fortalecidos, já que tinham desempenho positivo contra decks de Nadu e problemas para lidar com o Psychic Frog.
O Prison deve retornar às raízes com Chalice of the Void, uma carta que corta acesso a uma parte fundamental do combo com Nadu – Nomads En-Kor e Shuko, além do fato de que Fury é mortal contra a versão Elves do deck.
Doomsday e Sneak and Show, por outro lado, também se beneficiam de uma queda do Reanimator e uma ascensão de decks que são bons adversários, no caso Prison e Eldrazi.
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O Reanimator e o Forge ainda são combos muito poderosos e o seu Plano A de jogo segue inalterado sem as cartas banidas, mas suas válvulas de escape e defesas ficaram bem mais vulneráveis agora. Ainda devem ser membros importantes do formato.
Decks com acesso a respostas diretas no main deck contra o combo do Nadu, como decks de Urza’s Saga que pode encontrar Pithing Needle, podem ganhar um destaque. As Blasts, embora menos cruciais sem ter que lidar com o Sapo, ainda são uma resposta eficiente contra o Pássaro. E de resto, o meta vai levar um tempo para assentar e nos dar uma amostra do que vai ser nos dias vindouros.
Conclusão
Encerro aqui essa pequena análise, ainda cheia de muita adrenalina, sobre o resultado do anúncio. Em uma opinião de quem gosta de analisar o formato, poderia ter sido melhor, mas também poderia ter sido pior – eu realmente achei que eles só baniriam o Sapo e nos deixariam com um formato de Forge/Nadu.
Ainda teremos que lidar alguns meses com o Nadu, até que ele possa virar uma memória de uma carta que nunca deveria ter visto a luz do dia e uma lição sobre design de cartas às pressas – aparentemente não aprenderam com Skullclamp, outra carta feita em cima da hora e que causou um estrago por onde passou.
Dito isso, seja bem-vindo novo formato Legacy! O rei (Sapo) está morto, longa vida ao rei (Pássaro)! Um abraço banido/não-banido e até a próxima!
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