Em toda temporada de previews, e andamos tendo muitas nos últimos meses, uma das novidades mais esperadas são os Planeswalkers — eles normalmente são um bom medidor do power level do set e não só retratam alguns dos protagonistas da lore, como costumam ser fortes o suficiente para impactar os formatos competitivos, especialmente o Standard. Já outros acabam ficando abaixo da média esperada ou, apesar de ter atributos e habilidades fortes, terminam por não encontrar um lar devido ao resto do ambiente competitivo.
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O novo Teferi vem sendo um dos cards mais discutidos na comunidade desde que foi anunciado. Afinal, ele parece se encaixar na categoria de poderoso o suficiente para impactar alguns formatos competitivos, mas que talvez não tenha um lar no atual cenário competitivo.
Entendendo Teferi, Temporal Pilgrim
Planeswalkers de cinco manas não são mais tão relevantes quanto já foram um dia a menos que façam algo realmente absurdo ao ponto de torná-lo uma opção até mesmo em formatos como o Modern, como foi o caso de Teferi, Hero of Dominaria.
Hoje, as melhores opções costumam ser os Planeswalkers que se encontram na curva 3 ou 4, como Liliana of the Veil e The Wandering Emperor.
O novo Teferi, no entanto, carrega um set de habilidades sinérgicos entre si e que facilmente saem de controle se ele permanecer na mesa. Primeiro, ele não ganha lealdade através da ativação de suas habilidades, mas sim com cada vez que você compra um card, o que significa que para cada draw spell ou cantrip que você usar durante os turnos, Teferi ganhará um marcador extra, e como sua primeira habilidade garante um draw, ele recebe até +2 de lealdade por turno.
Isso nos leva à segunda habilidade: Teferi cria um token de Espírito que, assim como o próprio, também ganha marcadores toda vez que você compra uma carta. Essa é a habilidade mais forte do Planeswalker, meramente porque é muito fácil esses tokens crescerem mais do que devem e saírem do controle do oponente. Além disso, Teferi começa o jogo com quatro de lealdade, ou seja, ele garante pelo menos dois tokens em jogo e permanece em jogo após essas ativações, e ao lado de outros efeitos que garantam draws extras, como Connive, tanto Teferi quanto seus tokens podem crescer muito além do esperado.
Por fim, o finisher, se acompanhado com uma posição de mesa positiva, pode ganhar o jogo instantaneamente, já que você "limpa" o board do oponente enquanto mantém o seu, e como ele devolve quase todas as permanentes não-terreno para o deck ao invés da mão do dono, mesmo que você não ganhe em um turno, é provável que seu oponente tenha sérias dificuldades em voltar para o jogo rápido o suficiente.
Ou seja, Teferi, Temporal Pilgrim é um Planeswalker robusto que garante card advantage, meios de proteger a si mesmo ou aumentar a pressão na mesa e um finisher capaz de salvar a sua partida ou garantir uma vitória fácil. Ele tem todas as qualidades para ver jogo no cenário competitivo de Magic, mesmo que por um custo relativamente mais alto do que o padrão.
Teferi, Temporal Pilgrim no Standard
Teferi tem potencial para brilhar nas variantes de Midrange e/ou Tapout que conseguem garantir alguma posição na mesa relevante o suficiente para que, quando ele entrar em jogo, possa punir o oponente por ser obrigado a lidar com as outras ameaças que vieram antes e/ou puni-lo por precisar lidar com ele e com seu token enquanto as demais criaturas continuam a pressionar o oponente.
Ele não é um bom finisher para Control se você jogá-lo na curva, mas agrega mais valor ao jogo se você conseguir protegê-lo no turno em que ele entra em jogo, tanto pelos draws extras quanto pela infinidade de corpos na mesa que ele consegue produzir por conta própria.
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A inclusão mais óbvia para o Planeswalker provavelmente é no Esper Midrange, onde ele conta com uma base sólida de mágicas e criaturas enquanto oferece draws extras e/ou melhora a posição na mesa, sem contar a óbvia interação entre Teferi e Raffine, Scheming Seer.
A base que naturalmente beneficiaria Teferi também beneficia Sheoldred, the Apocalypse, hoje uma das principais staples do formato, tornando-o uma opção ainda mais sólida para o maindeck dos Black-Based Midranges que recorrem também ao azul, e o fato dele entrar em jogo um turno após a pretora Phyrexiana é um ótimo meio de acumular uma bola-de-neve contra as respostas do oponente.
Falando em Black-Based, outro arquétipo onde o novo Planeswalker pode encontrar um lar é no Grixis Midrange, onde pode substituir algum outro card da mesma categoria ou custo — o que pode se provar um desafio, já que Jaya, Fiery Negotiator, Sorin the Mirthless e Invoke Despair são poderosíssimos por conta própria.
Aqui, Teferi interage também com uma infinidade de draws extras e filtragem de mão que o arquétipo possui, como Fable of the Mirror-Breaker, do qual infelizmente não interage tão bem com os tokens produzidos pelo Planeswalker.
É claro, Izzet Control e Jeskai Midrange também são lares para Teferi, Temporal Pilgrim, mas ambos os arquétipos estão em baixa hoje e não vêm produzindo resultados expressivos nos torneios. Portanto, não são opções recomendáveis no momento porque o novo card sozinho não fará o suficiente para colocá-los numa posição entre os principais competidores do Metagame.
Um último ponto de debate sobre a viabilidade do novo Teferi no Standard neste fim de semana passou pela dúvida de se ele teria um lar nos decks de Tempo que surgiram nas últimas semanas, especialmente nas variantes Izzet, como a lista acima usada por Julien Wellman no campeonato mundial, do qual é um híbrido entre o Mono Blue Tempo e o Izzet Control.
Teferi, Temporal Pilgrim no Pioneer
Nos formatos eternos, o caminho para Teferi é bem mais complicado.
No Pioneer, ele compete no Azorius Control com Teferi, Hero of Dominaria, do qual tende a exercer melhor essa função pelo mesmo custo. Por outro lado, ele é tão forte quanto ou até mais eficiente do que Ashiok, Nightmare Muse nas variantes Dimir, dado que ambos oferecem valor imediato com presença na mesa. No entanto, Ashiok lida com permanentes problemáticas no momento em que ela entra em jogo, então é possível que seu slot nessas listas já esteja consolidado.
Por outro lado, ele parece excelente nas variantes Izzet que recorrem às combinações entre Narset, Parter of Veils e Collective Defiance e/ou Day's Undoing, já que tanto ele quanto os tokens podem crescer rapidamente nessa variante.
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Por fim, a opção de inclui-lo no Sideboard do Izzet Phoenix para partidas de atrito também é atrativa, visto a interação que ele possui com um deck que é basicamente um tribal de cantrips e recorre a Treasure Cruise como seu principal mecanismo de draw.
Conclusão
Teferi, Temporal Pilgrim é uma adição importante que The Brothers' War está trazendo para o universo de Magic: The Gathering. Ele pode não ter o mesmo hype e impacto imediato que outros cards tiveram quando foram revelados em outras temporadas de spoilers, mas sua composição de habilidades é sólida o suficiente para tornar dele uma staple em potencial no Standard e uma inclusão útil ao Pioneer.
Obrigado pela leitura!
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