Magic: the Gathering

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Deck Tech: Mono-Black Control (Pauper)

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No artigo de hoje, dissecamos a atual versão do Mono-Black Control, utilizada pelo jogador Tweedel para chegar ao Top 8 do Pauper Challenge desta semana!

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revisado por Tabata Marques

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Não existe deck de Pauper que seja mais popular no Brasil do que o Mono-Black Control.

Se você disser que deseja começar a jogar Pauper e pedir sugestões para os jogadores de uma comunidade sobre qual deck montar primeiro, com certeza pelo menos um deles mencionará que você pode montar o Mono-Black.

E isso tem histórico: O Mono-Black Control foi o melhor deck do formato por alguns anos, especialmente durante a época em que os torneios brasileiros utilizavam a “lista de papel”, onde cards como Hymn to Tourach e Sinkhole eram válidos, o que potencializava um deck que já se mostrava bem forte desde o lançamento de Gray Merchant of Asphodel em 2013.

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Isso levou o Mono-Black Control a se tornarmarca registrada do Pauper no país, aponto de que Gray Merchant of Asphodel foi utilizado por anos como a “capa” do Nacional Pauper brasileiro.

Os anos passaram, os decks evoluíram, e ainda assim sempre foi muito comum ver ao menos dois ou três decks Mono-Black sendo jogados nos eventos de Pauper, o que levou inclusive jogadores á vertentes como o Rakdos Monarch, que foi amplamente popularizado nos torneios do Rio de Janeiro.

Então a pandemia veio e jogos presenciais ainda não são possíveis no território brasileiro, e nesse período, o formato mudou drasticamente mesmo se desconsiderarmos o atual estado pessimamente polarizado do Pauper: Cascade decks existem agora, Bonder’s Ornament se tornou uma das principais engines de Card Advantage, Dimir Faeries se estabilizou no Metagame, entre diversas outras mudanças das quais ainda não conseguimos presenciar no tabletop.

Entretanto, isso não significa que o Mono-Black tenha ficado por fora do imaginário brasileiro. Pelo contrário, como organizador do Pauper Masters, por diversas vezes vi decks de Mono-Black ou Black-Based decks como Rakdos Monarch ganharem torneios ou estarem presentes no Top 8, e isso também ocorre em outros eventos, por exemplo, a jogadora Jesy, usuária recorrente e fiel do clássico Mono-Black Devotion, ganhou as finais do Pauper Royale de Abril deste anolink outside website utilizando o arquétipo.

Em resumo, o Mono-Black Control é essencialmente um deck que á essa altura é parte do imaginário brasileiro quando falamos de Pauper. É o deck mais conhecido, mais recomendado para quem quer entrar no formato, mais popular e definitivamente continuará, mesmo quando não está entre os decks Tier 1 do formato, amado e jogado pelos seus fãs mais adeptos na comunidade.

A comunidade brasileira de Pauper ama o Mono-Black Control.

O Metagame

Dito isso, o Pauper atualmente continua no seu estado miserável do qual eu mencionei a pouco mais de um mês atrás neste artigolink outside website, mas com uma diferença: Dimir Faeries tem se tornado cada vez mais presente neste formato polarizado.

O formato permanece sendo um formato de três decks, com Dimir Faeries, Affinity e Storm compondo sempre acima de 50% dos decks presentes no Top 32 dos Challenges, isso quando não chegam a até 60% ou mais do Top 32 de um evento em específico, e dada essas circunstâncias e que estamos esperando por banimentos faz meses traz para mim e para boa parte da comunidade um sentimento de desolação e desesperança para com o atual estado do formato e uma ausência significativa de qualquer empolgação ou boa perspectiva para o futuro do Pauper no curto prazo.

Porém, o Pauper possui uma das comunidades mais dedicadas e apaixonadas pelo jogo e pelo formato, e isso deve-se muito de que o reconhecimento que o Pauper recebeu nos últimos anos só foi possível porque a comunidade se uniu em prol deste propósito, e apesar das inúmeras controvérsias de discussões existentes na comunidade quanto ao que deve ser feito, a direção que o formato precisa tomar, entre outros pontos, todos concordam em um ponto em particular: Querem que o Pauper tenha o reconhecimento e oportunidades de crescer e se tornar cada vez mais ativo no mundo do Magic.

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E justamente por existir esta comunidade apaixonada e por conta de uma parcela significativa de jogadores que são grinders no formato, os Challenges continuam ocorrendo e disparando sem muitos problemas (apesar de estarmos vendo um decréscimo significativo de número de jogadores nestes eventos), e ainda existem aqueles corajosos o suficiente para jogar com arquétipos que não se encontrem no eixo Faeries-Storm-Affinity.

Porém, jogar fora deste eixo não pode jamais significar desconsidera-los. Diversos jogadores procuram construir suas listas hoje com base em jogar bem contra estes decks, especialmente Storm por ser o arquétipo com o maior botão de “free-win” do formato atualmente, ou apenas ignora-los e tentar ganhar o jogo antes que eles ganhem.

No quesito de ignora-los temos decks como Heroic, Burn e Elves, que podem jogar o jogo não-interativo tão bem quanto o Storm e se aproveitam que as interações do formato atualmente não estão focadas em lidar com suas respectivas estratégias.

Do outro lado, temos inúmeros decks tentando jogar em torno da atual tríade do formato, vemos comumente decks como Jund Cascade utilizando opções específicas de Meta Call, vemos o Mono-Blue Delver apostando no uso de Spell Pierce e outras mágicas de custo baixo para ganhar no Tempo, e esta semana, vimos o Mono-Black Control fazer a mesma coisa e conseguir um Top 8 no Pauper Challenge do último Domingo, nas mãos do jogador Tweedel.

O Deck

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Historicamente falando, o Mono-Black foi um dos decks que conseguiam ter uma match positiva contra os antigos decks de Storm porque continham uma mistura perfeita de pressão na mesa com elementos disruptivos como descartes acoplados a um sideboard eficiente com opções como Duress e Choking Sands, e eu tenho certeza que se apenas Chatterstorm fosse o problema hoje, o Mono Black e suas vertentes fariam parte dos decks que conseguiriam manter uma winrate positiva contra o deck.

Porém, não apenas os decks de Storm possuem uma gigantesca capacidade de efetuar o combo em torno dos mais diversos hates graças á Galvanic Relay, como o formato também é ditado por decks que demandam respostas diferentes das que seriam utilizadas contra o Storm, como o Affinity e o Faeries, e o Mono-Black nunca foi muito favorecido contra ambos (á ponto de que o Rakdos Monarch inicialmente existiu como uma forma de dar ao deck acesso á Pyroblast e Gorilla Shaman), o que dificulta que o deck possa suceder em se estabilizar no Metagame.

A palavra-chave para você jogar com qualquer arquétipo que não se encontre na tríade atualmente é se adaptar para eles, e é exatamente isso que Tweedel tentou fazer com sua lista, ao abdicar de algumas Staples muito estabelecidas do formato como Chittering Rats e Cuombajj Witches em prol de um plano de jogo que apostasse em jogadas mais proativas enquanto possui todas as respostas necessárias para trocar de maneira favorável contra Affinity e Storm, visto que apenas responder ao o que o oponente faz não é um caminho útil para a vitória mesmo quando você acumula uma quantidade significativa de card advantage.

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Decks como o Affinity e o Storm possuem um fator de inevitabilidade: O Storm pode esperar quantos turnos forem necessários para fazer o combo de maneira segura se o oponente não interagir com ele, e cards como Duress resolvem muitas das cartas que comumente são problemáticas para o deck.

Já o Affinity pode prolongar o jogo sem problemas para terminar a partida numa combinação de Atog + Fling, especialmente contra decks que não utilizam counters para responder á Atog.

Dessa maneira, o deck precisa ser proativo, e é á partir dessa premissa que vemos cards como Dauthi Slayer recebendo espaço na lista em detrimento de outras opções.

Vamos analisar um pouco melhor como os cards desta lista operam:

Maindeck

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Uma das maiores diferenças desta lista em comparação com uma lista “padrão” é a inclusão oito criaturas que compram cards ao entrar em jogo, uma significativa diferença de oito permanentes á mais para estabelecer uma gradual pressão na mesa contra decks não-interativos.

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Falando em agressão, Dauthi Slayer é uma criatura proativa que comumente vemos em listas menos populares como Mono-Black Aggro, Black Burn ou Suicide Black, mas aqui o card permite ao deck ter aberturas mais agressivas na mesa enquanto adiciona dois pontos de devoção para Gray Merchant of Asphodel

O fato de Dauthi Slayer possuir Shadow torna-se relevante para puxar mais dano contra o oponente independente da situação da mesa, estabelecendo dessa maneira um clock que facilmente se acumula ao decorrer da partida e aumenta o alcance que cards como Gray Merchant e Crypt Rats precisam possuir para ganhar o jogo.

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Tal como as versões tradicionais do deck, esta versão ainda executa muito bem o clássico plano do arquétipo de “Destruir tudo o que o oponente fizer nos primeiros turnos e jogar uma Thorn of the Black Rose no turno 4 pra acumular card advantage”, visto que esta linha de jogada comumente coloca o Mono-Black Control muito á frente contra os decks justs e permite ao deck manter o seu plano de atrito funcionando pelo resto da partida.

Thorn of the Black Rose também apresenta algumas vantagens no combate por lidar com literalmente qualquer ameaça por conta do Deathtouch, apesar de não ser a melhor escolha para partidas contra decks como Affinity, pois o oponente comumente terá uma posição de mesa maior do que a sua, e a última coisa que você deseja é dar cards extras para um deck explosivo.

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O seu endgame ainda inclui Gray Merchant of Asphodel, um card que comumente entra em jogo causando 4 ou mais de dano ao oponente, permitindo-o se reestabelecer contra decks agressivos enquanto aumenta a pressão contra os decks não-interativos.

Nesta lista em particular, Gray Merchant of Asphodel parece uma jogada menos explosiva do que nas listas tradicionais por conta da ausência de Chittering Rats, mas este é um preço justo á se pagar para se obter bons resultados no atual Metagame, já que o formato demanda que você tenha mais respostas eficientes.

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Crypt Rats funciona tanto como um finisher ao causar o dano restante necessário para fechar o jogo, enquanto também funciona como um sweeper contra Faeries e principalmente contra Chatterstorm, caso você tenha tempo o suficiente para desvirar com ele.

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A draw spell mais eficiente do Mono-Black sempre foi Sign in Blood por oferecer dois cards por duas manas e, diferente de Night’s Whisper também oferecer a ocasional opção de causar os últimos dois de dano necessários para fechar a partida.

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É particularmente bem interessante o Split entre Duress e Distress que esta lista utiliza entre o maindeck e o Sideboard.

Duress tende á atingir cartas pontuais de decks como o Affinity e o Dimir Faeries enquanto serve como a melhor resposta contra Storm, já que lhe oferece toda a informação que você precisa da mão do oponente enquanto remove preferencialmente um Chatterstorm ou Galvanic Relay

Distress, por outro lado, funciona como um descarte universal que nunca perde sua validade no começo ou meio de jogo, podendo remover um Atog da mão do oponente, ou um Ninja of the Deep Hours, entre outras opções relevantes.

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O pacote de remoções adotado pelo deck corresponde muito bema o que esperar do formato hoje.

Defile é um card que fica melhor de acordo com como o jogo se estende, podendo até mesmo matar um Myr Enforcer ou Gurmag Angler no late-game, enquanto é uma resposta barata para cards como Spellstutter Sprite e Ninja of the Deep Hours no early game.

Cast Down é um reflexod o quanto responder incondicionalmente á criaturas é importante no formato hoje, principalmente quando estamos lidando com múltiplos 4/4, Atog, Gurmag Angler, dentre outros cards que outras remoções seriam condicionais demais para resolver.

Por fim Echoing Decay (que particularmente me surpreende ser apenas um 2-of nas 75 da lista) serve justamente para lidar com tokens de Esquilo feitas por Chatterstorm, enquanto também pode ocasionalmente lidar com tokens de Pássaro de Battle Screech, Elfos de Lys Alana Huntmaster ou múltiplas cópias de uma criatura específica na mesa.

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Uma adição recorrente do Mono Black desde seu lançamento em Throne of Eldraine, Witch’s Cottage oferece bastante valor no jogo quando combinado com cards como Crypt Rats ou Gray Merchant of Asphodel e não prejudica a contagem de pântanos para cards como Defile.

Sideboard

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Hate adicional contra esquilos.

Um Trespasser’s Curse resolvido acompanhado de um clock de criaturas essencialmente significa que o Storm possui turnos contados para realizar o combo, e que ele dificilmente consegurá realizar um one-turn kill contra o seu deck porque você receberá 1 de vida para cada criatura que entrar em jogo no campo dele.

Dois Trespasser’s Curse resolvidos, por outro lado, é essencialmente um jogo ganho se o oponente não tiver sidedado Echoing Truth.

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Removal adicional.

Oubliette é muito lento para o formato atualmente, mas ainda é uma boa resposta contra outros decks justos que procuram trocar recursos, e também é uma boa opção para aumentar o número de cartas que lidam com as ameaças do Affinity.

Chainer’s Edict é uma resposta necessária para o Heroic, deck que faz ocasionais resultados no formato atualmente, enquanto também serve contra Bogles, arquétipo que anda em baixa por interagir mal contra os principais decks do formato, mas que você pode esperar ver uma ou duas cópias nos eventos.

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Descarte adicional.

Divest é a melhor opção que o deck possui para sidear contra o Affinity, já que o card pode remover criaturas relevantes, atrapalhar a manabase do deck ao remover terrenos ou remover um colorfixing necessário.

Como mencionado na parte de maindeck, Duress e Distress servem á propósitos parecidos, mas Distress trata-se de uma resposta mais abrangente que pode ser útil contra uma gama maior de decks, apesar de ambos os cards provavelmente serem utilizados e/ou retirados em conjunto na maioria das partidas.

Mais linhas de MBC

DECK TECH Joelson MBC, Pauper Royal...

Conclusão

Este foi o deck tech do novo Mono-Black Control, que fez Top 8 no Pauper Challenge deste fim de semana diante de um Metagame polarizado.

Como podemos ver, o arquétipo passou por algumas mudanças para se adaptar ao formato, e este é o caminho necessário para conseguir competir no Pauper hoje enquanto (ainda) aguardamos uma atualização na lista de banidas e restritas.

Modern Horizons II foi lançado no Magic Online no dia 3 de Junho, e desde a segunda semana, temos visto mudanças drásticas ocorrerem no Metagame ocasionadas pela presença massiva de decks como Storm e Affinity no formato, gradualmente, também vemos o Dimir Faeries se tornar o único deck capaz de competir de maneira igualitária neste atual Metagame.

Dois meses e duas semanas depois, ainda somos obrigados a fazer a mesma pergunta de sempre: Onde está o ban?