Final Fantasy, a expansão mais aguardada de Magic: The Gathering em 2025, chegou.
Além do set completo de 310 cartas novas disponíveis em booster packs, a parceria entre os dois universos conta com uma diversa gama de produtos, que vão de Gift Bundles e Commander Decks até o Starter Kit — um produto voltado para iniciantes em Magic, com dois decks utilizando cards mais simples e mecânicas fáceis de aprender, mas também com alguns cards exclusivos que só existem neste produto.
Diferentemente do Starter Kit de Assassin’s Creed, este produto de Final Fantasy é válido no Standard e vem com dois códigos para adquirir ambas as listas no Magic Arena, a plataforma digital do jogo — o que leva à dúvida: vale a pena melhorar o deck? E quais rotas podemos seguir?
Este artigo visa responder a estas perguntas. Tenham em mente que estes decks são voltados para um público iniciante — muitos que entraram em Magic através de Final Fantasy — e consequentemente estes são jogadores mais casuais. Portanto, nossas modificações não levam em mente o Metagame competitivo do Standard, mas o aproveitamento do produto para o jogador e a maneira de melhorá-lo enquanto o mantêm esteticamente coeso com a proposta do produto.
Regras do Deckbuilding
O objetivo desses upgrades não é o de tornar essas listas as mais competitivas possíveis, mas deixá-las mais consistentes enquanto ampliamos a imersão dos jogadores no universo de Final Fantasy conforme descobrem novos cards. Portanto, seguimos as seguintes regras:
- A primeira será inteiramente baseada em flavor no que batizei de Modo Dissidia, onde apenas uma de cada lendária e/ou Summons é incluída para aumentar a quantidade de personagens icônicos que podemos ter em ambos os decks, criando um tema entre eles de “Heróis vs. Vilões”.
- A segunda manterá o flavor de usar apenas cards de Final Fantasy, mas utilizando as técnicas de deckbuilding tradicionais de Magic. Ou seja, cartas ruins saem para entrar mais cópias de cartas boas — nesse caso, respeitaremos o tema proposto pelos decks nas suas listas iniciais.
- A terceira será a imersão de universos: cards dos demais sets de Magic entram para agregar mais consistência e poder para as listas. Essas são as versões que recomendamos para quem quer jogar um Magic “mais sério” em jogos ranqueados e/ou torneios locais.
Cloud Strife
O deck de Cloud, Planet’s Champion é essencialmente um Midrange — ou seja, nem tão agressivo ao ponto de jogar na corrida, e nem tão reativo ao ponto de querer ir para o décimo turno — com uma base diversificada de criaturas, onde algumas se importam com equipamentos enquanto outras, honestamente, parecem estar ali apenas para compor a curva de mana.
O que sai
Antes de falarmos das listas, precisamos entender o que sai do deck original e por que sai. Lembre-se de que outros cards podem deixar a lista para manter outra temática, mas os nomeados abaixo são os primeiros cards que você deve considerar retirar, independente da mudança que fizer.

Dwarven Castle Guard faz sentido se pensarmos que nosso oponente possui cards que destroem criaturas, mas ele não faz absolutamente nada em torno da temática do deck, e com os custos de equipar sendo tão altos nessa edição, é difícil extrair valor da ficha que eles colocam em jogo.
O mesmo problema se aplica à Coeurl: como remoção, existem cartas mais eficazes e, como criatura, ele não interage com nossa estratégia.

Por mais que tenha interações com as criaturas equipadas, Item Shopkeep não faz nada por conta própria, e a maioria dos equipamentos que priorizaremos já garante algum tipo de evasão.

Ambos Cloudbound Moogle e G’raha Tia fazem muito pouco pelo custo de mana deles, e com 25 terrenos, é difícil imaginar situações onde realmente precisamos de um Plainscycling para garantir o terreno do turno.

Queremos priorizar os equipamentos mais eficientes da edição: os que possuem alguma habilidade relevante, ou que garantem, além do Job Select, algum tipo de evasão. White Mage’s Staff e Warrior’s Sword não se encaixam nesse padrão.
Ultima Weapon é um caso complicado: entendo o flavor de querer mantê-lo na lista por ser uma espada icônica da série, mas por para jogar e ainda precisar pagar
para equipar, ele parece o pior equipamento da lista.

Slash of Light é tematicamente coeso com o deck, mas existem opções mais eficientes na expansão que não dependem da quantidade de criaturas e equipamentos em jogo.
Fate of the Sun-Cryst e The Crystal’s Chosen custam muito caro para os seus efeitos e podem ser substituídos por cards mais eficazes.
Com isso fora do caminho, podemos falar dos upgrades.
Modo Dissidia: Naya Legends
No Modo Dissidia, decidimos adicionar levemente uma terceira cor para criar um deck mais coerente com a temática. Poderíamos apostar em para Squall, SeeD Mercenary, mas focamos em
para Serah Farron, que permite criar um deck baseado em lendas com mais sinergias entre as criaturas.

A adição da terceira cor também garante Torgal, a Fine Hound para adicionar mana e fortalecer os humanos — a maioria das criaturas do deck são Humanos — e Rinoa Heartilly, que interage com a quantidade de criaturas na lista, além de Tifa Lockhart, que se beneficia do aumento de poder de alguns equipamentos e da quantidade de terrenos na lista.

Para comportar tantas lendas, retiramos quase integralmente o tema de Equipamentos, deixando apenas algumas cópias pontuais, como Samurai’s Katana, que oferece Trample e Haste em jogos mais longos. Como temos Cloud, Midgar Mercenary, também adicionamos alguns equipamentos como Lion Heart e Buster Sword.

The Wind Crystal é um bom finalizador se ativarmos sua habilidade, e junto de Rosa, Resolute White Mage, ele é nossa principal fonte de marcadores +1/+1 para Aerith Gainsborough, que fortalece a equipe inteira se for destruída.

Por falar em ganho de vida, Battle Menu entra como quatro cópias porque funciona em qualquer momento da partida. Complementamos com duas cópias de Suplex, Thunder Magic e White Auracite para interagir com o oponente.

Quanto às criaturas, adicionamos as lendas que fazem algo relevante quando entram em jogo, ou aquelas que geram muito valor quanto mais turnos ficarem na mesa. Dispensamos algumas lendas que interagiam com Summons porque elas dispersariam ainda mais o foco da lista.

Caso queira manter o deck mais temático em torno de Final Fantasy VII, é possível trocar Seifer Almasy por Barret Wallace, mas perdemos muito do potencial dele com menos equipamentos, e Seifer é particularmente letal com Tifa Lockhart ou Lightning, Army of One.
Apesar dos custos altos, nossa lista está com valores bem distribuídos entre duas e três manas, permitindo-nos reduzir a quantidade de terrenos para 24, visto que temos quatro fontes que geram mana entre nossas permanentes. Além disso, adicionamos alguns terrenos que adicionam para o splash, com um set completo de Starting Town, o melhor terreno da expansão.
Adicionar verde também possibilitou incluir Zanarkand, Ancient Metropolis, uma opção melhor do que as demais Adventure Lands que existem no set para essa estratégia.

Modo Final Fantasy: Boros Equipments
Essa versão mantém o foco no tema de Equipamentos e inclui ambos cards que são individualmente poderosos nas cores de Boros e também a base que interage com este tema. Entre eles, destacam-se Cloud, Midgar Mercenary e Raubahn, Bull of Ala Mhigo, onde um permite buscar equipamentos no deck enquanto o outro os anexa de graça.

Maximizamos a quantidade dos equipamentos que conferem evasão, e adicionamos Machinist’s Arsenal como um boost de poder considerável, além da Buster Sword como um alvo flexível para buscar com Cloud.

No pacote de criaturas, Lightning, Army of One e Seifer Almasy ganham mais sinergias quando temos Raubahn para anexar equipamentos de graça, e aumentamos a quantidade de mágicas com Opera Love Song além de Battle Menu, que aumenta o poder das criaturas com Trample, ou oferece mais fôlego no decorrer da partida.
Também temos Summon: Brynhildr como uma criatura que oferece um “draw” enquanto está em jogo, e o Haste para outras criaturas funciona perfeitamente com Raubahn, Lightning e Seifer.

Ishgard, the Holy See ganha mais sentido quando ampliamos a quantidade de equipamentos, e Lindblum, Industrial Regency coloca mais um corpo na mesa para anexarmos equipamentos, além de oferecer mais alcance com as mágicas de não-criatura.

Modo Magic: Boros Equipments
Ao adicionar cards de outras expansões de Magic, temos melhorias suficientes nos custos de mana e nos terrenos para reduzirmos a quantidade deles para 23, talvez até 22, se quisermos cortar alguns cards com valor três ou maior.
Duskmourn oferece Chainsaw como remoção que podemos buscar com Cloud, Midgar Mercenary, enquanto o set de Phyrexia garante cards com a mecânica de “For Mirrodin!”, que é tecnicamente melhor do que a de Job Select.
Celestial Armor confere evasão, mas também funciona para proteger suas criaturas de remoções, enquanto Lost Jitte interage com Cloud para garantir dois marcadores por combate, que podem ser usados para tirar bloqueadores do caminho ou desvirar terrenos para gerar mais mana.

Também temos Basilisk Collar para Lifelink e Cori-Steel Cutter, que, somado com a quantidade de mágicas baratas e Opera Love Song, não tem dificuldades em criar fichas novas a cada turno.
Vale ressaltar a possibilidade de Cori-Steel Cutter ser banida no fim de junho. Neste caso, recomendaria trocá-lo por Sheltered by Ghosts, que apesar de não ser buscado com Cloud ou equipado com Raubahn, oferece remoção, Lifelink e proteção em um só card.

Considere também que Bladehold War Whip e Battlefield Forge vão rotacionar do Standard em 1 de agosto, com o lançamento de Edge of Eternities. Forge pode ser substituída por outra dual como Restless Bivouac, mas Bladehold War Whip não possui um substituto direto no momento, mas podemos sempre incluir Joshua, Phoenix’s Dominant ou até Samurai’s Katana nesse slot.
Sephiroth
O deck de Sephiroth, Planet’s Heir é o seu clássico Control: ele quer matar criaturas, comprar cartas, jogar o Finisher (no caso, o próprio Sephiroth ou Xande, Dark Mage) e ganhar o jogo.
Como o Starter Kit é um produto mais proativo, diversas criaturas foram inseridas e a maioria delas faz muito pouco em termos de sinergias, então temos bastante espaço para substituir coisas.
O que sai

Você pode manter esses cards se preferir uma proposta mais Midrange, mas Sephiroth quer ir para o jogo longo e esses dois fazem muito pouco por conta própria, tornando-se topdecks ruins.

As criaturas de três manas funcionam com a base dos Starter Kits, mas são bem ruins quando começamos a pensar em upgrades para as listas, meramente porque existem cards melhores em outras raridades.

O mesmo caso se aplica em algumas mágicas: elas são divertidas, funcionam no produto fechado em um jogo de 1v1, mas quando pensamos em melhorias, elas se tornam cards obsoletos.
Modo Dissidia: Grixis Villains
Como fizemos com o deck de Cloud, a lista de vilões ganha uma terceira cor com , e o principal motivo para essa adição se resume em Kefka, Court Mage, provavelmente um dos cards mais poderosos de Final Fantasy.

Junto dele, adicionamos o pacote (quase) completo de vilões de Final Fantasy, cujo splash vermelho garantiu Garland, Knight of Cornelia e Kuja, Genome Sorcerer. Tenho alguns problemas em adicionar Golbez, Crystal Collector nessa lista sem quase nenhuma interação com artefatos, mas pareceu estranho deixá-lo de fora com tantos vilões icônicos no mesmo deck.

Esses vilões também ampliam nossa curva de mana, então adicionamos Summon: Primal Odin como um potencial hit-kill em uma lista com tantas interações de mesa, e fechamos o topo da curva com Ardyn, the Usurper, que interage com Resentful Revelation e Memories Returning — Emet-Selch, Unsundered também se encaixa nos cards que interagem com o plano de Surveil/Mill, permitindo-nos reutilizar todos os cards do cemitério se transformado.

Para representar Final Fantasy XII, Vayne’s Treachery se junta a Overkill como nossa principal fonte de interação, sendo complementados por Zenos yae Galvus e Sephiroth, Planet’s Heir — e com tantas remoções e mágicas pretas na lista, The Darkness Crystal parece uma inclusão automática.

Assim como nas listas acima. Starting Town e algumas duais vermelhas foram incluídas para tornar a mana mais consistente, além de Midgar, City of Mako, que garante mais alguns cards em jogos mais longos.

Modo Final Fantasy: Grixis Villains
Não há tanta diferença de versões entre esta e a lista acima, apenas removemos os piores cards para ampliar a quantidade das opções mais poderosas, e aumentando as cópias de Memories Returning para ter mais vantagem em cartas, e mais Blitzball, que se transforma em draw extra com quase qualquer criatura que causar dano ao oponente nessa lista.

Nosso plano consiste em se transformar num Midrange que esculpe sua mão e controla o jogo nos primeiros turnos com remoções, seguido de uma ameaça seguida da outra que soterra o oponente em alguma forma de vantagem em cartas: Emet-Selch, Unsundered e Kefka, Court Mage são especialmente versáteis nesse sentido e pavimentam o caminho para extrairmos o máximo de Ardyn, the Usurper.

Infelizmente, não existem sweepers na cor preta em Final Fantasy, o que talvez seja o maior problema dessa, já que contamos apenas com Zenos yae Galvus e Sephiroth, Planet’s Heir como remoção global. Felizmente, ambos podem sequenciar ou serem sequenciados com Summon: Primal Odin.

Modo Magic: Grixis Reanimator
Tentar seguir a linha Midrange com outros cards significa perder muitas peças de Final Fantasy, então nossa proposta visa extrair o máximo de Kefka, Court Mage e Emet-Selch, Unsundered em um deck de Reanimator, onde os principais alvos são Ardyn, the Usurper e as Sagas Summon: Knights of Round e Summon: Bahamut.

Também incluímos Trumpeting Carnosaur, um alvo clássico de Reanimator no Standard que pode trazer qualquer uma das nossas ameaças na mesa. Nossa jogada ideal, inclusive, envolve reanimar Ardyn, para este reanimar Canosaur, e assim colocar três permanentes em jogo com um único card, mas podemos aproveitá-lo como remoção no início do jogo.
Para habilitar o combo, temos Fear of Missing Out e Overlord of the Balemurk, duas criaturas cujos tipos também interagem bem com Kefka, Court Mage, permitindo comprar mais cartas por trigger. Por falar em fontes de descartes, Emet-Selch, Unsundered pode parecer meio estranho em uma lista de Reanimator, mas sua transformação é um may, o que significa que não somos obrigados a transformá-lo enquanto não quisermos. Dessa forma, jogar os cards no cemitério e ter Selch em jogo é o equivalente a fazer um "Setup" para o combo, já que poderemos reutilizar os Zombify de lá para reanimar as criaturas.

A interação inclui a maioria das staples clássicas do Standard que permanecerão no formato com Edge of Eternities. Infelizmente, Cut Down e Go for the Throat não estão entre elas, mas temos Torch the Tower e, na combinação de cores , Molten Collapse, que lida com Stormchaser’s Talent.

A base de mana considera que todas as Fast Lands aliadas e Pain Lands rotacionarão em agosto, portanto, incluímos a mescla de Surveil Lands com as Verges para compensar, além de Starting Town como um terreno multicolorido.

Concluindo
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!













— Comentários 0
, Reações 1
Seja o primeiro a comentar