Estamos de volta com mais um Metagame, onde fazemos nossa análise semanal dos formatos competitivos e dos eventos do último fim de semana.
Antes de começarmos, gostaria de enfatizar que o formato Standard 2022 não teve torneios relevantes ou com um grande número de jogadores pelo segundo fim de semana seguido, portanto não estarei citando o formato neste artigo e estarei suspendendo sua seção nesta série até que surjam novos eventos que possuam um quórum suficiente para realizarmos uma análise.
Dito isso, vamos começar, como de costume, com o Standard.
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Standard
O Standard Challenge de Sábado terminou com o seguinte Top 32:
7 Sultai Ultimatum
5 Jeskai Cycling
4 Rakdos Sacrifice
3 Mono-Green Aggro
2 Mono-Red Aggro
2 Naya Winota
2 Mono-White Aggro
2 Dimir Control
1 Naya Adventures
1 Dimir Rogues
1 Azorius Artifacts
1 Temur Lukka
1 Gruul Adventures
1 Izzet Dragons
E o seguinte Top 8:
2 Sultai Ultimatum
2 Dimir Control
1 Mono-Red Aggro
1 Rakdos Sacrifice
1 Naya Winota
1 Naya Adventures
No Domingo, o Standard Challenge terminou om o seguinte Top 32:
8 Sultai Ultimatum
7 Temur Lukka
3 Naya Winota
3 Gruul Adventures
2 Naya Adventures
2 Jeskai Cycling
2 Mono-Green Aggro
1 Mono-Red Aggro
1 Rakdos Sacrifice
1 Dimir Control
1 Mono-White Control
1 Azorius Artifacts
E com este Top 8:
3 Sultai Ultimatum
1 Mono-Red Aggro
1 Temur Lukka
1 Naya Adventures
1 Gruul Aggro
1 Azorius Artifacts
Além disso, o circuito SCG Satellite voltou, trazendo diversos eventos com um quórum de cerca de 100 jogadores em cada um deles. Entretanto, visto que as colocações destes eventos são consideradas por quantidade de vitórias e que estamos falando de uma média de oito eventos, tornaria-se absurdamente longo fazer um levantamento de cada deck que construiu um resultado positivo nos eventos, portanto estarei os compilando num único “evento”, colocando apenas os arquétipos que fizeram 6-0.
4 Temur Lukka
3 Dimir Rogues
1 Jeskai Cycling
1 Gruul Adventures
1 Mono-Green Aggro
1 Abzan Yorion
Neste fim de semana, também tivemos o SCG Tour Online 5K Championship Qualifier, com 186 jogadores e que terminou com o seguinte Top 32:
8 Naya Winota
6 Gruul Adventures
3 Temur Lukka
3 Abzan Yorion
3 Mono-Green Aggro
2 Jeskai Mutate
2 Dimir Rogues
1 Dimir Control
1 Rakdos Sacrifice
1 Jeskai Cycling
1 Sultai Ultimatum
1 Mono-White Aggro
E o Top 8 foi composto por:
2 Naya Winota
2 Gruul Adventures
2 Jeskai Mutate
1 Temur Adventures
1 Sultai Ultimatum
Alguns pontos interessantes para se mencionar sobre este fim de semana:
Apesar da alta representação nos Challenges, os decks de Sultai Ultimatum não fizeram um bom resultado nos eventos da StarCityGames, que apresentam uma taxa de conversão muito mais significativa do Metagame (mais de mil decks no total) do que os Challenges.
Os dois decks que se destacaram este fim de semana foram o Naya Winota e o Temur Lukka, enquanto o deck com a maior Winrate foi o Gruul Adventures.
Winota, Joiner of Forces, um card que peculiarmente ainda é banido do Historic, sempre esteve a um ou dois passos de fazer alguma diferença no Standard, surgindo na season passada com uma versão Mardu e recebendo lentas, porém eficientes, adições nos últimos meses para tornar-se um deck viável, porém que não fosse quebrado.
Com Adventures in the Forgotten Realms, o deck mudou para uma base de Naya, passando a utilizar cards como Lotus Cobra, Tangled Florehadron e o novo Prosperous Innkeeper para ter corpos bons de ativar o trigger de Winota, enquanto permitem conjurá-la ainda no turno 3, garantindo pelo menos um trigger do card no processo.
Os payoffs do deck ainda incluem Elite Spellbinder como uma criatura disruptiva com evasão, Blade Historian, que muitas vezes pode fechar o jogo no mesmo turno ou em poucos turnos e Kenrith, the Returned King, que possui uma série de habilidades que vão de vida extra até evasão ou pump para suas criaturas.
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O deck também conta com Esika’s Chariot e Den of the Bugbear para criar, com permanentes difíceis de remover, dois ou mais triggers da Winota, adicionando ainda mais consistência ao deck.
Algumas listas utilizam também Minsc, Beloved Ranger, uma criatura do tipo Humano com um custo aceitável, que cria outro token que desencadeia a habilidade de Winota na forma de Boo, e cuja habilidade também permite crescer suas criaturas, permitindo-as sobreviver no combate ou causar dano letal, sendo uma ótima combinação com cards evasivos como Elite Spellbinder.
O Temur Lukka cresceu significativamente nesta semana, por ser um dos poucos arquétipos que possui uma partida aceitável ou até boa contra decks como o Mono-Green Aggro e o Sultai Ultimatum, demonstrando novamente como o Standard se adapta em cada semana para lidar com o melhor deck da semana anterior.
Historic
O Torneio 5K da Insight eSports contou com 63 jogadores, e seu Top 32 foi composto por:
10 Jeskai Control
5 Jund Food
2 Orzhov Auras
2 Izzet Phoenix
2 Dragonstorm
2 Dimir Rogues
2 Five-Color Niv-Mizzet
1 Golgari Stompy
1 Mono-Black Aggro
1 Mono-White Aggro
1 Goblins
1 Vampires
1 Grixis Control
1 Sultai Ultimatum
E o Top 8 terminou com os seguintes decks:
4 Jeskai Control
1 Orzhov Auras
1 Dragonstorm
1 Izzet Phoenix
1 Jund Food
Estes foram os resultados do primeiro evento desde a suspensão de Brainstorm.
O que podemos perceber é que houve um enfraquecimento significativo do Izzet Phoenix, anteriormente considerado o melhor deck (ou, pelo menos, o deck mais jogado) do formato.
O declínio do Izzet Phoenix leva também ao declínio dos decks que procuravam se apresar do arquétipo, como o Dimir Control e o Azorius Auras, enquanto promove os decks que buscam jogar um “fair game” de trocas favoráveis e card advantage, como é o caso do Jeskai Control:
O Jeskai Control, com um declínio do Izzet Phoenix e, por consequência, também um declínio nos hates de cemitério, adotou primariamente o package de Magma Opus + Mizzix’s Mastery e/ou Torrential Gearhulk para criar situações de jogo explosivas, enquanto também propõe uma estratégia de control muito eficiente, onde pode fechar o jogo com Teferi, Hero of Dominaria após responder às diversas cartas do oponente com cards como Lightning Helix e Anger of the Gods, ou atrasando o plano de jogo do oponente com Memory Lapse.
Em mundo de fair game, Midranges e decks que conseguem se apresar dos Aggros, o Jund Food definitivamente se destaca já que a mistura de Mayhem Devil com a inevitabilidade de Witch’s Oven + Cauldron Familiar é suficiente para lidar com a maioria dos decks Aggro do formato, enquanto o uso de Trail of Crumbs para gerar valor e Korvold, Fae-Cursed King como um card que ganha o jogo em poucos turnos dá ao deck meios suficientes para jogar bem contra os decks Control.
Aparentemente, a ausência de Brainstorm no formato levou ao declínio os diversos decks de combo que faziam parte do formato, como os de Indomitable Creativity, mas o jogador Sam Beaulieu fez um ótimo resultado com uma versão de Dragonstorm que utiliza da combinação de Bladewing the Risen + Terror of the Peaks para causar dano infinito ao oponente:
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Você puxa dois Bladewing + Terror of the Peaks do deck para o campo de batalha, sacrifica um Bladewing pela regra de lendárias, com o trigger do outro Bladewing você devolve o Bladewing sacrificado para o campo de batalha, sacrifica um deles para a regra de lendárias, devolvendo-o com o trigger de Bladewing the Risen e repetindo este loop para causar dano infinito com Terror of the Peaks.
Ainda é cedo para definir o que acontecerá com o Historic após a suspensão de Brainstorm, mas independente do que aconteça, provavelmente será ofuscado pelo lançamento de JumpStart: Historic Horizons, que trará mais de 370 cartas novas para o formato, incluindo algumas Staples do Modern como Ranger-Captain of Eos, e cards exclusivos que existirão apenas no Magic Arena.
Caso queira entender melhor esta história e a minha análise sobre o que este novo set significa para o formato e para o Magic Arena , você pode ler meu artigo neste link.
Pioneer
O Pioneer Challenge de Sábado terminou com o seguinte Top 32:
6 Mono-Black Aggro
4 Niv-to-Light
3 Dimir Control
2 Enigmatic Fires
2 Lotus Combo
2 Mono-Green Walkers
2 Selesnya Angels
1 Bant Spirits
1 Rakdos Pyromancer
1 Izzet Phoenix
1 Boros Burn
1 Selesnya Company
1 Mono-White Devotion
1 Gruul Legends
1 Azorius Ensoul
1 Simic Devotion
1 Azorius Yorion
1 Azorius Control
E o Top 8 foi composto por:
1 Mono-Black Aggro
1 Dimir Control
1 Enigmatic Fires
1 Azorius Yorion
1 Bant Spirits
1 Mono-White Devotion
1 Selesnya Angels
1 Boros Burn
No Domingo, o Pioneer Challenge terminou com o seguinte Top 32:
6 Niv-to-Light
3 Bant Spirits
3 Azorius Ensoul
3 Azorius Yorion
2 Dimir Control
2 Izzet Phoenix
2 Boros Burn
2 Mono-Green Walkers
2 Mono-White Aggro
1 Rakdos Midrange
1 Lotus Combo
1 Four-Color Ascendancy
1 Vampires
1 Mono-Black Aggro
1 Enigmatic Fires
1 Mono-Red Aggro
E o seu Top 8 foi com os seguintes decks:
1 Dimir Control
1 Bant Spirits
1 Niv-to-Light
1 Vampires
1 Four-Color Ascendancy
1 Izzet Phoenix
1 Mono-White Aggro
Temos visto um aumento das listas de Azorius Yorion no Pioneer, enquanto decks novos como o Selesnya Angels e o Mono-White Devotion parecem estar perdendo espaço no formato, com o Azorius Ensoul sendo o único arquétipo dentre os mais beneficiados com Adventures in the Forgotten Realms a manter boas colocações, crescendo significativamente no formato.
Existem duas variantes de Azorius Yorion.
A que possui resultados menos expressivos são as listas que procuram tirar proveito de uma temática de “blink”, com diversos efeitos de ETB e incluindo o combo de The Book of Exalted Deeds com Mutavault para fins de soft-lock enquanto acumula uma enorme quantidade de valor.
As outras variantes são mais próximas do Azorius Control, como a lista acima. O deck conta com diversos cards que possuem bons efeitos para segurar o jogo e obter card advantage na forma de encantamentos como Omen of the Sea e Omen of the Sun, enquanto utiliza de Shark Typhoon e Planeswalkers para fechar o jogo.
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É importante lembrar que Yorion, Sky Nomad também exila Planeswalkers, o que pode fazer uma grande diferença quando você precisa lidar com permanentes problemáticas com o -3 de Teferi, Hero of Dominaria, ou para resetar os marcadores de Narset, Parter of Veils.
Fora desses cards, o deck conta com o clássico pacote de Control que vemos no formato, com counters como Dovin’s Veto e Absorb, além de sweepers na forma de Supreme Verdict e Settle the Wreckage e um removal de custo baixo com Portable Hole.
Outro deck que se destacou neste fim de semana, fazendo um Top 8 no Domingo, foi o Mono-White Aggro, que infelizmente não posso chamar de uma opção “budget” para o formato por conta de Skyclave Apparition subir o preço do deck em 60 tix.
A lista aposta numa tática adotada pelo Mono-White Aggro do Standard, apostando no valor individual das criaturas e no valor agregado de cards como Luminarch Aspirant para ganhar o jogo, utilizando outros cards poderosos do formato como Elite Spellbinder, Thalia, Heretic Cathar, Basri’s Lieutenant e Ajani, Adversary of Tyrants.
O deck também conta com um card pouco utilizado do Standard, Sparring Regimen, que funciona como cópias extras de Luminarch Aspirant, que não podem ser removidas facilmente, mas que obrigam a criatura a atacar para receber um marcador. O card também possui a habilidade de Learn, o que significa que o deck pode adotar alguns cards para buscar em seu sideboard, como Academic Probation e Reduce to Memory.
Pontos extras para o fato do deck utilizar Archangel Avacyn no sideboard, um card que particularmente sinto que não recebe o respeito merecido no Pioneer.
Modern
O Modern Challenge de Sábado teve o seguinte Top 32:
6 Living End
5 Hammer Time
2 Izzet Tempo
2 Amulet Titan
2 Jund Company
1 Rakdos Shadow
1 Jund Lurrus
1 Jund Shadow
1 Elementals
1 Urza’s Kitchen
1 Dimir Mill
1 Temur Cascade
1 Esper Control
1 Burn
1 Goblins
1 Grixis Tempo
1 Four-Color Turns
1 Colorless Tron
1 Jeskai Control
E terminou com o seguinte Top 8:
2 Izzet Tempo
1 Jund
1 Jund Shadow
1 Living End
1 Grixis Tempo
1 Amulet Titan
1 Elementals
No Domingo, o evento terminou com os seguintes decks no Top 32:
4 Hammer Time
4 Izzet Tempo
3 Temur Cascade
3 Living End
2 Elementals
2 Grixis Tempo
1 Mardu Shadow
1 Urza’s Kitchen
1 Dimir Mill
1 Orzhov Stoneblade
1 Jund
1 Ad Nauseam
1 Esper Control
1 Boros Burn
1 Goblins
1 Rakdos Lurrus
1 Jund Lurrus
1 Temur Tempo
1 Four-Color Omnath
1 Four-Color Turns
E o seu Top 8 foi composto por:
2 Hammer Time
2 Temur Cascade
1 Elementals
1 Izzet Tempo
1 Urza’s Kitchen
1 Dimir Mill
Também tivemos neste fim de semana o Modern Super Qualifier, que terminou com o seguinte Top 32:
5 Hammer Time
5 Izzet Tempo
3 Grixis Tempo
3 Temur Cascade
2 Four-Color Turns
2 Heliod Company
2 Four-Color Scapeshift
2 Grixis Shadow
2 Living End
1 Golgari Yawgmoth
1 Jeskai Control
1 Mardu Lurrus
1 Boros Taxes
1 Tron
1 Boros Prowesss
E o evento terminou com o Top 8:
3 Grixis Tempo
2 Four-Color Turns
1 Hammer Time
1 Izzet Tempo
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1 Heliod Company
Também tivemos neste fim de semana o ManaTraders Series, que ocorreu no formato Modern, ao qual temos acesso a bastante informações deste evento em particular graças ao compilado feito pelo usuário Bamzing no PasteBin.
Começando pelo Metagame do evento, que contou com 213 jogadores:
33 Hammer Time
16 Izzet Tempo
14 Living End
14 Temur Cascade
11 Grixis Tempo
8 Dimir Mill
7 Rakdos Lurrus
7 Elementals
6 Mardu Lurrus
6 Amulet Titan
6 Eldrazi Tron
4 Boros Burn
4 Jeskai Control
4 Jund
4 Jeskai Breach Station
3 Heliod Company
3 Four-Color Turns
3 Ad Nauseam
3 Cascade Glimpse
2 Grixis Shadow
2 Golgari Infect
2 Orzhov Weenies
2 Izzet Prowess
2 Golgari Yawgmoth
2 Bant Ephemerate
2 Mono Red Prowess
2 Azorius Spirits
2 Five-Color Scapeshift
2 Gruul Ponza
2 Bant Stoneblade
2 Jeskai Kitchen
2 Orzhov Stoneblade
1 Dredge
1 Gruul Titan
1 Four-Color Shadow
1 Four-Color Cascade
1 Izzet Breach Station
1 Grixis Rogues
1 Jeskai Prowess
1 Hardened Scales
1 Amulet Breach
1 Reanimator
1 Dice Tron
1 Elves
1 Jeskai Stoneblade
1 All Spells
1 Jund Lurrus
1 Goblins
1 Mono-Red Obosh
1 Grixis Food
1 Four-Color Creativity
1 Mono-Blue Tron
1 Jund Company
1 Naya Enchantress
1 Sultai Food
1 Jeskai Tempo
1 Humans
1 Izzet Swans
1 Four-Color Ephemerate
1 Izzet Delver
Os seguintes decks fizeram mais do que 18 pontos no evento:
5 Izzet Tempo
4 Hammer Time
4 Mardu Lurrus
2 Boros Burn
2 Temur Cascade
1 Grixis Tempo
1 Dredge
1 Grixis Shadow
1 Amilet Titan
1 Living End
1 Gruul Titan
1 Heliod Company
1 Rakdos Lurrus
1 Four-Color Shadow
1 Golgari Infect
1 Four-Color Cascade
E o Top 8 foi composto por:
3 Hammer Time
2 Izzet Tempo
1 Dredge
1 Grixis Tempo
1 Grixis Shadow
Portanto, há muita coisa para se avaliar no Modern, a ponto de que acredito que o formato esta semana merece um artigo próprio para uma análise mais profunda do seu Metagame dois meses após o lançamento de Modern Horizons II, e prometo fazê-lo o quanto antes.
Mas, não vamos deixar em branco esta seção do artigo, e vamos fazer uma análise mais superficial do que esses eventos nos mostraram.
O primeiro ponto é que, em escolha pessoal e em resultado, Hammer Time é considerado o melhor deck do Modern hoje.
Hammer Time foi, de longe, o deck mais jogado do ManaTraders Series e um dos decks que constantemente aparece no Top 8 dos Challenges e de outros eventos. A combinação explosiva que a base do deck já tinha em conjunto com uma consistência adicional na forma de Urza’s Saga, além de novas inclusões como Esper Sentinel e Ingenious Smith tornam deste arquétipo um dos decks mais jogados e mais respeitados do formato hoje.
Os outros decks que sucederam nos eventos e no Metagame são os decks de Ragavan, Nimble Pilferer, que possuem diversas variantes entre as versões Izzet, as inúmeras versões com Lurrus of the Dream-Den, entre outras.
Um movimento que temos visto no formato nesta semana foi, inclusive, a utilização de splashes ou do uso de verde nas listas Rakdos e preto nas listas Izzet para obter melhores respostas para ambos os arquétipos que definem o formato hoje.
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A adição de verde aos decks significa a inclusão de Tarmogoyf para aumentar o clock, mas principalmente de Wrenn and Six, um card cuja habilidade de causar 1 de dano em qualquer alvo por um custo muito baixo prova-se eficiente demais num mundo de Ragavans, Dragon’s Rage Channelers sem Delirium, Esper Sentinels, entre outros, permitindo ao deck deixar seus removals mais eficientes para outras ameaças.
Já a adição do preto aos decks Izzet, que cortam inclusive Murktide Regent para ter acesso a Lurrus of the Dream-Den, permite ao arquétipo ter acesso a descartes como Thoughtseize e Inquisition of Kozilek, ótimas maneiras de lidar com um deck como o Hammer Time, já que você pode ter acesso à informação do que o oponente tem na mão e possivelmente tirará uma peça importante do que o deck precisa para funcionar.
Incluir preto ao deck melhora significativamente a matchup contra Hammer Time já que também dá acesso a cards como Drown in the Loch, que funciona como um hard counter/removal quando a curva de mana do deck do oponente é muito baixa, além de Kolaghan’s Command, que gerou sempre incríveis efeitos de 2-por-1 contra decks de artefato, enquanto também serve como um elemento de Grind ao lado de Snapcaster Mage.
Acredito que, dois meses após o lançamento de Modern Horizons II, o formato finalmente parece ter estabelecido quais são seus principais decks e o impacto da nova coleção é notável na hora de definir estes decks.
Agora, caberá aos jogadores adaptarem-se ao novo Metagame do Modern, como já estão fazendo ao incluir splashes nos principais decks do formato.
Lembrando que estarei elaborando melhor algumas ideias sobre o formato em breve, num artigo dedicado exclusivamente ao Metagame do Modern.
Pauper
O Pauper Challenge de Sábado teve os seguintes decks no Top 32:
9 Affinity
6 Storm
6 Dimir Faeries
5 Tron
3 Mono-Blue Delver
2 Dimir Delver
1 Elves
E o Top 8 foi composto por:
2 Mono-Blue Delver
2 Storm
2 Dimir Faeries
1 Tron
1 Affinity
No Domingo, o Top 32 terminou com os seguintes decks:
8 Affinity
6 Storm
6 Dimir Faeries
4 Mono-Blue Delver
2 Mono-White Soul Sisters
1 Orzhov Pestilence
1 Dimir Delver
1 Tron
1 Elves
1 Dimir Serpentine
1 Jund Cascade
E o seguinte Top 8:
2 Affinity
2 Storm
1 Dimir Faeries
1 Mono-Blue Delver
1 Orzhov Pestilence
1 Dimir Delver
Apesar do Top 8 de ambos os eventos criarem uma falsa sensação de estabilidade ou até diversidade no formato, o Pauper continua lidando com um problema ocasionado por arquétipos que se tornaram predominantes demais no formato.
Algumas pessoas argumentam que, apesar de o Storm ser um deck quebrado, o Affinity não é um problema para o formato, principalmente porque ele é colocado em cheque pelos decks Dimir com Snuff Out e Cast Down.
Sobre o Affinity, um ponto a se considerar é quantos outros decks Aggro você vê no Top 32 dos Challenges nas últimas semanas. Olhe esta semana, por exemplo: o único deck Aggro no Top 32 é o Affinity, com o Soul-Sisters aparecendo timidamente com duas cópias.
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O grande problema do Affinity hoje se trata muito mais do fato de que ele é o único deck Aggro viável no Pauper hoje do que se existem respostas o suficiente para ele hoje. Nenhum deck consegue jogar por baixo dele quando o arquétipo começa com sua sequência de criaturas grandes, nenhum outro Aggro consegue criar uma posição de mesa maior que a dele, e nenhum outro deck consegue estabelecer tanta pressão na mesa quanto ele sem perder o fôlego.
É relevante sim, considerar quantas respostas existem para o arquétipo, mas não é porque um deck como Dimir Faeries consegue lidar com ele, que significa que o deck está “ok” para o formato.
Para definir o quão saudável um deck é para o formato, é necessário avaliar o quanto está impactando o Metagame, e não apenas a percepção pessoal dos jogadores que pilotam o deck ou que jogam com decks que ganham do arquétipo.
Isso não significa também que eu particularmente não considere que os Blue-Based decks também não estejam demonstrando o quão “além do power level do formato” eles estão, principalmente os decks Dimir, mas estes decks antes de Modern Horizons II tinham os decks de Cascade, além de outros arquétipos, para conseguir jogar “por cima” deles, enquanto decks como Boros Bully e Stompy conseguiam estabelecer pressão o suficiente.
Dito isso, ainda estamos vendo o formato tentando se adaptar:
O deck vencedor do Pauper Challenge de Sábado, por exemplo, é uma lista de Mono-Blue Delver que leva muito a sério a teoria de Turbo Xerox de Alan Comer, onde o deck utiliza apenas 14 lands, enquanto utiliza 18 meios de comprar cards, além de meios de fixar o topo do deck com Faerie Seer e uma curva de mana onde todas as suas mágicas de maindeck podem ser jogadas por no máximo duas manas, permitindo ao deck reduzir significativamente sua mana e ter mais elementos de “ação” no jogo, para aplicar pressão na mesa do oponente com criaturas evasivas, ou para responder às ameaças com cards como Vapor Snag e Spell Pierce.
Históricamente falando, Tempo decks sempre foram o predador natural dos Combo decks em praticamente todos os formatos competitivos, e não difere no Pauper, onde o Mono-Blue Delver possui uma manabase limpa e meios muito eficientes de, quando jogado bem e sabendo como, quando e o que anular, apresenta resultados ótimos contra o Storm, e temos visto desde a última semana este arquétipo crescer no formato para se adaptar ao Metagame atual, já que suas criaturas evasivas e o uso de respostas de custo baixo como Vapor Snag e Annul permitem ao deck jogar relativamente bem contra Affinity também.
Do outro lado, fazendo um resultado de 3-3, tivemos esta lista de Jund Cascade totalmente focada em responder aos dois principais decks do formato com descartes e land destruction para lidar com o Storm, enquanto Fangren Marauder, Plundering Barbarian e Conclave Naturalists lidam com o Affinity.
Aparentemente não funcionou, especialmente considerando o quanto os Blue-Based Decks tiveram uma boa representação neste fim de semana.
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No final das contas, o Pauper parece continuar preso no seu trio de Storm-Affinity-Blue Decks, com o Tron se aproximando de uma opção viável no último Sábado com cinco cópias no Top 32, enquanto os demais decks tornam-se absolutamente ofuscados.
Compare este estado de formato com o Modern, ou com o Pioneer, ou até mesmo com o Legacy, e você perceberá que existe uma diferença significativa entre o atual estado do Pauper agora e o de outros formatos.
Legacy
O Top 32 do Legacy Challenge de Sábado foi composto por:
9 Izzet Delver
3 Miracles
2 Jeskai Tempo
2 Death and Taxes
2 Doomsday
2 Izzet Painter
2 Lands
2 Dimir Delver
1 Jeskai Delver
1 Temur Cascade
1 The Epic Storm
1 Selesnya Depths
1 Reanimator
1 Maverick
1 Eldrazi Post
1 Slivers
E o Top 8 terminou com os seguintes decks:
3 Izzet Delver
2 Miracles
1 Jeskai Tempo
1 The Epic Storm
1 Selesnya Depths
No Domingo, o Top 32 do Legacy Challenge terminou com os seguintes decks:
6 Izzet Delver
5 Miracles
3 Lands
3 Jeskai Tempo
2 The Epic Storm
1 Death & Taxes
1 Hogaak
1 Elves
1 Karn Echoes
1 All Spells
1 Mono-Red Painter
1 Doomsday
1 Hammer Time
1 Grixis Control
1 HollowVine
1 Azorius Bomberman
1 Jeskai Planeswalkers
E o Top 8 foi composto pelos seguintes decks:
2 Jeskai Tempo
1 Death and Taxes
1 Hogaak
1 Izzet Delver
1 HollowVine
1 Lands
1 Jeskai Planeswalkers
Um primeiro ponto que eu gostaria de ressaltar é porque ver nove cópias de Izzet Delver no Top 32 de um Challenge do Legacy não me incomoda tanto quanto ver nove cópias de Affinity no Pauper Challenge.
A primeira coisa a se considerar nessa ocasião é o papel que os Delver decks exercem no formato, o de ser o “fun police”, ou seja, os decks que mantém as estratégias mais injustas do formato em cheque.
Historicamente falando, Tempo decks são os predadores naturais dos Combo decks, comentei na seção de Pauper sobre como é justamente este ponto que faz com que os Blue-Based decks consigam suceder no Metagame do formato atualmente, e não difere no Legacy.
Existe um debate relativamente bem longo ao decorrer dos últimos anos no formato sobre o quão saudável é ter Delver of Secrets no Legacy, onde as cantrips, respostas e manabase são muito eficientes, o quanto realmente vale a pena ter o seu deck como a melhor estratégia do formato, colocando números significativos durante a maioria dos fins de semana.
Particularmente, acredito que o papel de Delver of Secrets no formato é bem estabelecido e não consigo imaginar o formato sendo melhor sem uma criatura 3/2 Flying por uma mana colocando pressão nos decks injustos enquanto os decks justos conseguirem lidar com o arquétipo, o que nem sempre é o que ocorre porque as listas atuais de Tempo decks em todos os formatos contam com aspectos de atrito e card advantage como, no caso do Izzet Delver, Ragavan, Nimble Pilferer e antes dele, Oko, Thief of Crowns e Dreadhorde Arcanist no Temur Delver.
Isso não significa que estou dizendo que devemos banir Ragavan ou remover os elementos de atrito do Legacy (apesar de acreditar que o arquétipo ficou muito melhor e muito mais consistente com Modern Horizons II), sou uma das pessoas que acredita fielmente que Tempo Decks sempre serão os melhores decks de seus respectivos formatos quando possuem os elementos necessários para isso, e o Legacy é abundante nestes elementos com Daze, Force of Will, Lightning Bolt, Wasteland, boas cantrips, entre outras coisas, e que isso não é necessariamente ruim porque Tempo decks tendem a funcionar como um regulador para o formato, mantendo as estratégias injustas em cheque enquanto consegue se manter contra as estratégias justas do Metagame.
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Mas como é possível vencer ou se apresar dos Delver decks do Legacy? Bom, o João fez um ótimo artigo onde ele explica como lidar com os decks de Ragavan, que em sua maioria são Tempo Decks atualmente, e quais estratégias ou decks conseguem suceder.
Eu poderia, é claro, resumir os pontos do artigo em particular entre decks que não permitam que os Tempo decks executem bem o seu plano de jogo utilizando cards como Chalice of the Void, ou decks que conseguem criar uma posição de mesa muito forte rapidamente.
Inclusive, senti falta da menção dos decks de Hogaak neste ponto, um deck que até algum ponto, considero um predador natural dos decks de Delver, não apenas porque consegue criar uma posição na mesa absurda no turno 2 ou 3, mas também porque adere a outra estratégia que funciona muito bem contra Tempo decks: trapacear em mana melhor do que eles, virtualmente invalidando as trocas de 1-por-1.
Um deck como Hogaak consegue fazer isso porque cards como Hogaak, Arisen Necropolis e Vengevine podem jogar em volta de counterspells e removals muito facilmente, tornando dessas trocas infrutíferas para os Delver decks enquanto suas criaturas naturalmente serão maiores que as dele e/ou você não se importa de fazer trocas entre criaturas porque as suas voltam do cemitério, tornando do plano de jogo do oponente insignificante perante o seu.
Outro deck que surge com esta proposta desde o lançamento de Modern Horizons II é o HollowVine, ou Madness, se você preferir.
O deck consegue ter turnos absurdamente explosivos ainda no turno 1 com a junção de Lion’s Eye Diamond com Basking Rootwalla e Blazing Rootwalla, junto de cards como Vengevine e Hollow One que se aproveitam de habilidades de descarte para garantir uma posição de mesa extremamente vantajosa, enquanto cards como Anje’s Ravager e Ox of Agonas permitem ao deck manter um fluxo de cards na mão para manter a eficiência do seu plano de jogo.
Por fim, um deck interessante que surgiu neste fim de semana foi o Planeswalkers Stompy, que o jogador MrApple65 utilizou para chegar ao Top 8 do Challenge de Domingo.
A lista utiliza o pacote de Sol Lands junto de Interplanar Beacon e manafixers como Azorius Signet e Izzet Signet para conjurar seus Planeswalkers cedo no jogo, contando com um pacote poderosíssimo que inclui Dack Fayden, Teferi, Time Raveler, Jace, The Mind Sculptor, Teferi, Hero of Dominaria e o pacote de Karn, the Great Creator e um toolbox de artefatos acessíveis do Sideboard.
O deck também conta com disrupções na forma de counters e peças de lock com Chalice of the Void, Dovin, Hand of Control (que é uma tech muito interessante contra Tempo Decks e Storm), além da combinação de Karn, the Great Creator com Liquimetal Torque para dar um lock permanente ao oponente, destruindo seus terrenos.
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Conclusão
Esta foi minha análise do Metagame dessa semana.
O Standard parece ter dado uma pequena reviravolta nesta semana, com o Sultai Ultimatum fazendo resultados ruins enquanto os decks que estavam em baixa, como os Adventures, ressurgiram e Naya Winota explodiu como um potencial competidor.
Não há muito o que se dizer do Historic porque, apesar da predominância já esperada dos decks Jeskai no formato, seu Metagame irá mudar significativamente com o lançamento de Historic Horizons em 12 de Agosto.
O Pioneer parece não ter mudado muito esta semana e seu Metagame parece estar se estabilizando novamente com as adições de Adventures in the Forgotten Realms.
Após dois meses, podemos finalmente definir os novos Tiers do Modern e observaremos nas próximas semanas como os jogadores vão se adaptar ao atual estado do formato.
Não há muito a ser dito sobre o Pauper enquanto Storm e Affinity continuarem se apresando do resto do formato, mesmo em semanas onde o Top 8 parece menos focado neles, e mais voltado para os Blue-Based decks.
Falando em Blue-Based, o Izzet Delver é o melhor deck do Legacy hoje, tal como o arquétipo é o melhor deck do formato por anos. Apesar dele apresentar números expressivos, ele não está removendo a diversidade do formato, portanto é importante avaliar se mantê-lo como melhor deck do Legacy (e isso não significa exatamente manter Ragavan no formato ou não) torna-se uma opção saudável para o Metagame.
Obrigado pela leitura!
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