Se você está no Magic há muito tempo, provavelmente já ouviu falar da sigla KCI. As três letras são a abreviação de Krark-Clan Ironworks, um artefato do bloco de Mirrodin banido do Modern desde 2019, o qual motivo para banimento é um dos mais controversos até hoje: KCI ficou conhecido como o protagonista de um dos decks mais entediantes da história do Modern - o Eggs.
Em 2024, o formato reviveu os terrores que o Eggs causava com os combos de Nadu, Winged Wisdom: apesar de diferentes, as consequências das jogadas de ambos eram as mesmas para fins logísticos - a de um combo não-determinístico que realiza funções repetitivas enquanto seu oponente assiste na esperança de que seu controlador ganhe rápido o suficiente para ir para a próxima rodada.
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Agora, KCI voltou. Bom, ele não voltou de verdade, mas Aetherdrift trouxe um card mecanicamente parecido, capaz de trazer as mesmas interações para o Pioneer que teve no Modern.
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Radiant Lotus custa duas manas a mais, precisa virar para ativar sua habilidade, mas gera três manas ao invés de duas - e de qualquer cor. Em teoria, seus passos extras compensam o seu custo mais alto e o que deve ser seu maior limitador em alguns formatos: a habilidade dela não é uma habilidade de mana, mas ativada, portanto, ela vai para a pilha e pode ser respondida com efeitos como Stifle, Tishana’s Tidebinder ou Consign to Memory.
Este card traz a possibilidade de um novo combo direto para o Pioneer, que tem as ferramentas para habilitá-lo, e também no Modern, onde tem desafios muito maiores do que o seu predecessor no atual Metagame.
Como o Eggs funciona?
Eggs nasceu originalmente da interação de Myr Retriever e efeitos com artefatos que podem ser sacrificados para gerar mana e comprar mais cards. Idealmente, um deck usará várias cópias desses artefatos para filtrar cores e cavar em busca de uma mágica que permita estabelecer um looping - esses comumente envolvendo voltar os artefatos do cemitério para o campo de batalha e repetir o processo até achar sua condição de vitória.
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No caso do KCI, o combo envolvia usar Krark-Clan Ironworks para sacrificar artefatos como Chromatic Star e desencadear Scrap Trawler para trazer Lotus Bloom de volta, sacrificar Bloom para gerar mana, jogar outro artefato, comprar um card, sacrificar, voltar Lotus Bloom, gerar mana, e repetir até chegar ao ponto em que seria possível fazer loopings com Pyrite Spellbomb para dano letal.
Construir um Eggs não é fácil, principalmente no Pioneer ou no Standard (que não cobrirei neste artigo, pois há poucos habilitadores para este card no formato), mas podemos dividir as necessidades dele em quatro categorias:
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A regra geral para este combo funcionar é que todos os passos precisam gerar mana positiva no fim do processo porque é com essa mana que você continua o looping e consegue fazer omelete - sua condição de vitória.
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Open the Vaults é um bom exemplo de como a mana positiva importa no Eggs, principalmente com Radiant Lotus: se eu sacrificar dois artefatos com a Lotus e conjurar Open the Vaults, gerei seis manas no processo para pagar - o valor que Vaults gerou foi pouco relevante. Por outro lado, se eu sacrifiquei quatro artefatos e voltei todos eles para mais uma rodada com o mesmo card, minha mana triplicou, e com 18 manas disponíveis, posso continuar o looping em busca de uma segunda Lotus e/ou outro Open the Vaults enquanto jogo mais artefatos na mesa.
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Radiant Lotus no Pioneer
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O primeiro ponto que torna Radiant Lotus viável no Pioneer é o fato de existir uma base bem sólida para ele. Entre Emry, Lurker of the Loch, Scrap Trawler e Whir of Invention, além dos mais variados artefatos de duas ou até três manas que oferecem algum efeito benéfico como comprar cards, não há dúvidas de que as peças necessárias para um Eggs no Pioneer estão no formato - exceto por um deles que requer um pouco mais de trabalho.
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As melhores maneiras de trazer a Lotus de volta, além de Emry, do cemitério, são esses dois cards. Há outras opções como Brought Back que podem valer a pena, mas como ele devolve as permanentes para o campo de batalha virados, não poderíamos reaproveitar a habilidade do artefato sem outra peça como Paradox Engine, Manifold Key ou Corridor Monitor.
Repair and Recharge garante valor positivo com Radiant Lotus porque coloca uma ficha de Powerstone na mesa enquanto devolve o card para o campo de batalha. Não é uma grande vantagem, mas permite outra rodada de conjurar artefatos para sacrificá-los em seguida.
Brilliant Restoration, por outro lado, custa mais para ser jogado, mas, se resolver, virtualmente vence o jogo para o seu controlador; é muito difícil voltar de outra rodada de Lotus somada com cinco ou mais ETBs de comprar mais cards.
Vale ressaltar que o Pioneer possui alguns habilitadores gratuitos além de Mox Amber com dois terrenos-artefato que entram desvirados.
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E se um dos maiores desafios deste deck é conseguir conjurar seu card-chave, existem meios de acelerar esse processo também:
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Além disso, cards como Whir of Invention aumentam bastante a consistência de achar Radiant Lotus enquanto cada artefato que entra conta para o custo de Improvise - outro meio de encontrar Aetherflux Reservoir, a provável condição de vitória.
Há um deck novo para o Pioneer com este card, e um que precisará ser respeitado por algum tempo se encontrar a casa certa com a velocidade ideal para progredir com seu plano e se apresar dos Midranges do Metagame sem ser esmagado pelos Aggros.
Radiant Lotus no Modern
O Metagame do Modern hoje é uma fera diferente de quando Krark-Clan Ironworks, e Radiant Lotus têm o desafio de se provar um combo mais eficiente do que os de Grinding Station - e spoiler: ele não deve conseguir.
É claro que quase todos os benefícios do Grinding Breach podem ser aproveitados de alguma forma com o novo card com a combinação de Emry com Mox Amber, e Mox Opal sendo a principal delas. A quantidade de cartas tecnicamente mortas que o novo KCI tem de usar em comparação com um dos atuais melhores decks do formato.
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O custo de , dois a mais que Krark-Clan Ironworks, faz muito mais diferença no Modern mais agressivo de mana e custos baixos como os de hoje do que teria feito em 2019, e enquanto o combo quando executado não toma um Consign to Memory e Ceremonious Rejection nunca impediu o KCI de jogar, não podemos desconsiderar também a redução nos custos de interações do Modern, em especial com cards como Force of Negation.
Tenho certeza de que alguém tentará quebrar Radiant Lotus, e será interessante (mas não divertido) se conseguirem. Mas hoje, dado o atual estado do Modern, sinto que o novo artefato apenas tentará fazer algo que outro deck faz melhor enquanto existem outros combos - como Belcher - que conseguem exercer uma função parecida no Metagame e com mais consistência e ferramentas de maindeck para se proteger.
Talvez, assim como Splinter Twin, KCI se tornaria uma relíquia do passado em 2025.
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!
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