A lore é uma parte fundamental de qualquer jogo de fantasia, faz o jogador se sentir parte daquele mundo e criar afeição por um personagem, por isso é possível ver tantos produtos com Jace. Acompanhamos toda sua vida através das cartas, algumas boas, outras ruins, mas sempre estamos lá vendo seu próximo passo na história. Quando você não tem a história acessível, você não cria afinidade. Por exemplo: Lukka em Ikoria; sua história é bem interessante, mas poucas pessoas tiveram acesso à história dele e do seu mundo. A Lore de Ikoria saiu em livro e por um preço bem salgado. Eu sei que para quem coleciona vale a pena e o preço não vai ser algo que impede isso, mas para o público geral, comprar vários boosters é melhor do que um livro ou um E-book.
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A Wizards já lançou a lore de Magic em muitas mídias: quadrinhos, livros, revistas, artes, contos online. Nunca foi algo que deu muito certo na visão da empresa, talvez ela estivesse esperando um grande lucro, mas a história de um jogo é o suporte e o que cria o laço com os jogadores. Entre seus altos e baixos, com certeza uma das fases que mais aproximaram o público jogador da história do jogo foi na ‘Saga das Sentinelas’, onde eles criaram um super grupo com personalidades diferentes que representavam as cores do Magic. Cada um podia escolher seu preferido e se aproximar dele através das Lore que em sua grande maioria saía de graça no próprio site. Os contos no site deram uma renovada no público consumidor da história ou “Vorthos”, muitos sites, canais do youtube (inclusive o meu) surgiram nesse hype da lore e quando a lore saiu em outras línguas, isso ficou ainda maior. Mais público, mais expectativa.
Os contos online começaram muito bem, com histórias muito boas como "As Sombras de Innistrad", "Kaladesh" e "Amonkhet". Até aí estávamos sentindo que a lore caminhava para algo grande, o grande vilão revelando seu plano, os heróis derrotados tendo que se fortalecer, a batalha final cada vez mais próxima. Em Ixalan a história deu uma desacelerada, mesmo assim foi uma história interessante e que fez muita gente que não gostava do Jace se aproximar dele. Fez a Vraska, uma planeswalker praticamente esquecida, ser uma das personagens mais amadas da época e nesse momento já sabíamos que voltaríamos para o plano mais importante da lore do Magic: Dominaria.
A lore de Dominaria prometia, eles contrataram uma escritora de fantasia para escrever a história, mas dava pra ver que ela não teve tempo para ler tudo que deveria sobre o plano e o time de revisão cometeu vários erros durantes os contos. Foi a maior decepção pra mim e um balde de água fria para quem esperou anos para voltar nesse mundo. Foi muito ruim? Foi. Mas tudo bem, a história tinha que continuar. A maior batalha do Magic estava prestes a acontecer e seria em Ravnica, outro plano amado pelos jogadores. Só que mais uma vez, a lore decepcionou, os contos não contavam nada da história principal, foi tipo assistir os fillers de Naruto ou pior. O maior evento de Magic, a Guerra da Centelha, passava por uma série de problemas.
Primeiro, a lore não sairia em conto, somente em um livro bem caro do Greg Weisman. Não que o livro dele seja ruim, mas seu valor era inacessível para muita gente. Depois disso, o prólogo do livro sairia em contos que você receberia por e-mail escritos por outra pessoa. Por último, meses depois do lançamento, já chegando na outra coleção, eles lançaram contos para mostrar a história de Guerra da Centelha para o público em geral, algo que ficou confuso e deixou muita gente perdida. Os livros de Guerra da Centelha seriam uma trilogia, mas no segundo livro veio o fundo do poço da lore.
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Nic Kelman foi responsável pela terceirização da história de Magic para escritores independentes, e isso, de acordo com alguns fãs, resultou em livros decepcionantes como o segundo livro de Guerra da centelha. O “Forsaken” mudou muito os personagens: o Jace que muita gente se aproximou, voltou a ser um personagem arrogante; Liliana que passou toda a saga das sentinelas tentando encontrar um jeito de se aproveitar do véu metálico, abandonou o artefato do nada; e as maiores críticas foram direcionadas à reconsideração da orientação sexual de Chandra, já que o livro especificava explicitamente que ela era exclusivamente atraída por homens, apesar do fato de ela ter sido escrita como bissexual em histórias anteriores. A revolta foi tão grande que mais tarde a Wizards divulgou um comunicado em seu site reconhecendo a polêmica e a recepção, e que a identidade de Chandra será mais explorada em histórias futuras. Greg Weisman também lançou um pedido de desculpas, afirmando que o processo criativo e editorial mútuo com a Wizards e a Del Rey foi o culpado pela versão final de Chandra no livro.
Muitos disseram que esse era o fim da lore do magic. Theros teve o livro cancelado. Ikoria passou despercebida pelo público. Realmente parecia o fim da lore, no entanto, a Wizards teve tempo para pensar. Com o Magic Arena, investimento nos trailers da coleção que alcançaram milhões de views no YouTube e o pedido de muitos para voltar com os contos no site, a Wizards percebeu o quanto essa parte era importante. Demorou! Muitos que jogavam o arena queriam conhecer mais das histórias daqueles personagens e isso era muito difícil de encontrar para um novato, então era hora de se redimir.
A Wizards anunciou que a lore Zendikar Rising sairá em contos no site na sessão ‘Magic Histórias’. Terão duas histórias por semana, um conto focado na história principal e um conto focado em alguma lenda da coleção. Então meus amigos, a lore do Magic ainda vive e vamos mantê-la assim, mostrar pra empresa que ela continua sendo uma das partes mais importantes do magic. Vai lá no site sempre que sair um novo conto. Esse não é só o Renascer de Zendikar, esse é o Renascer da Lore e eu estou muito feliz com isso!
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