Introdução
O Ka0s Tournament cresceu de um torneio caseiro entre amigos para um dos eventos mais influentes da história do cEDH. Conversamos com um dos organizadores para entender como tudo começou, os perrengues das primeiras edições, as histórias caóticas (literalmente) e o que pode vir por aí.
Como tudo começou
Antes mesmo do boom do cEDH online, Ka0s já era um nome ativo na comunidade e foi justamente um hiatus que deu origem ao torneio:
“Depois de um hiatus de alguns meses, eu busquei voltar a jogar, mas todos os meus colegas que participavam e jogavam comigo haviam sumido. Então, tentei reacender o fogo do cEDH nessa comunidade.”
A partir dessa vontade de reunir a galera de volta, nasceu o torneio — batizado inicialmente de Ka0s at the Nexus, uma referência direta ao servidor original onde ele jogava.
“Eu e meu amigo estávamos conversando e tivemos a ideia de chamar o evento de ‘Ka0s at the Nexus’. Assim, as pessoas que costumavam jogar comigo talvez reconhecessem meu nome e participassem.”
Dois amigos tentando reacender uma comunidade. E, sem querer, fazendo história.
Do caos ao Ka0s
A primeira edição foi puro improviso. Literalmente.
“A primeira edição saiu totalmente do nosso próprio bolso. Pegamos cartas valiosas e semi-valiosas que tínhamos na coleção e enviamos para os jogadores. Todos os custos eram nossos, incluindo o frete. A gente só queria que as pessoas voltassem a jogar.”
Só eles dois no comando. Mais de 100 participantes. Nenhuma experiência prévia em organização. Caos? Com certeza!
“No começo éramos só nós dois. Como fazemos os pagamentos? Como fazemos os pares? Como configuramos o bot do Discord?”
Hoje, o torneio tem uma equipe de apoio sólida — e elogiada múltiplas vezes durante a entrevista. Sério, se eu transcrevesse todas as vezes que o Ka0s elogiou a equipe, não dava para escrever mais nada.
Aprendendo na marra
Na época, não existia manual de “como organizar um torneio competitivo de cEDH online”. Foi tudo no teste do fogo.
“Não tínhamos a quem perguntar. Tivemos que aprender na marra, errando e acertando. O que funcionava, mantínhamos.”
Mesmo assim, o foco sempre foi um só: reunir a comunidade.
“Queríamos sim ter um evento bem organizado, mas, no fundo, o que queríamos mesmo era ver as pessoas jogando de novo. Por mais trabalhoso que fosse, tudo valeu a pena. Era um hobby que amávamos.”
Mas qual foi o pior desafio?
“O backend. Usávamos um pequeno software criado por um desenvolvedor que jogava Magic. Não tinha interface, era só um prompt. Parecia cena de filme, como se a gente estivesse hackeando nosso próprio sistema para fazer funcionar.”
O espírito do torneio
Com o tempo, o Ka0s Tournament foi criando sua própria identidade — e acumulando boas histórias.
“Era uma das primeiras edições e a ÚNICA coisa que o desenvolvedor do bot do Discord falou para eu NÃO fazer era expulsar alguém do servidor, porque isso quebraria o torneio…”
Adivinha?
“Tinha uma pessoa sendo extremamente negativa, falando abertamente que iria trapacear… e eu, sem querer, tirei ele do servidor. O torneio caiu na hora. E eu já tinha avisado todo mundo que isso era a única coisa que não podia acontecer…”
Apesar do caos, essa memória virou uma piada interna:
“Se você está preocupado em fazer alguma besteira, pelo menos você não crashou o seu primeiro grande torneio como eu.”
Ah, e claro, quem participou das edições mais recentes deve lembrar da “câmera do gato”:
“Tínhamos acabado de adotar um novo gatinho, o Lurrus. De vez em quando ligávamos a câmera só para mostrar ele dormindo na casinha. Chamávamos de Lurrus of the Dream Den.”
Empates e Byes
O cEDH tem lidado com polêmicas sobre empates intencionais e Byes.
Perguntamos sobre isso:
“Empates e Byes fazem parte do jogo. Venho do Magic de 60 cartas, onde isso acontece o tempo inteiro.”
Mas o torneio testou alternativas:
“Tentamos proibir empates, evitar byes, fazer pods com 3 jogadores… No fim, vimos que o jogo é melhor com essas mecânicas mesmo. Tentamos não reinventar a roda.”
E os jogadores problemáticos?
Ka0s foi direto:
“Sempre tem alguém que tenta trapacear, assediar ou causar problemas. Gente que te faz pensar ‘lá vem ele…’.”
Felizmente, ele diz que essa é a minoria. Mas quando se trata de trapaça, a tolerância é zero:
“No começo, os bans eram temporários. Hoje em dia, são vitalícios. Ninguém quer jogar num evento famoso por ter trapaceadores.”
E ele deixou um recado para os jogadores:
“Por favor, não deixe seu oponente comprar 4 com um Brainstorm!”
E o futuro do Ka0s Tournament?
“No fim do dia, isso é um jogo. Estamos aqui para nos divertir. Se as pessoas não se divertem, elas param de jogar. Sempre priorizamos a experiência do jogador.”
Mas e os próximos passos?
“Pensamos em fazer eventos presenciais em lojas, talvez outros online… mas por enquanto, nada definido.”
Trivia do Ka0s
Ele torce sempre para o underdog e os decks off-meta.
Tem 5 gatos — dois com nome de carta: Ajani e Lurrus.
Existe um jogador que ganha vários eventos… mas Ka0s manteve o mistério sobre
o nome dele.
Ele tem um jogador favorito secreto.
Considerações finais
Encerramos a entrevista perguntando o que mais marcou essa jornada como organizador. A resposta foi sincera:
“Acho que o formato teria se desenvolvido mesmo sem a gente. Mas fico feliz de ter feito parte disso. Foi divertido para muita gente - para a equipe, para os jogadores… E só tenho a agradecer.”
Sobre a equipe:
“Sem nosso time, nada disso teria acontecido. É um esforço coletivo. Todo mundo teve um papel importante.”
E para quem quer ser um organizador de torneio?
“É um projeto de paixão. Não é algo que se faz por dinheiro. Se você ama Magic, cEDH ou a comunidade, vá em frente. Fale com lojas, proponha eventos. Pode dar certo, pode não dar — mas você só vai saber se tentar.”
Conclusão
Gostou da entrevista? Curtiu conhecer os bastidores de um dos maiores torneios do cEDH online?
Tem alguém que você gostaria que entrevistássemos? Deixa nos comentários!
E claro, entra no servidor do Ka0s Tournament
para acompanhar as novidades.
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