Olá, pessoal! No artigo anterior, falamos dos dois principais documentos que envolvem o nosso tão amado Magic: the Gathering - as regras abrangentes e o manual de torneios.
No artigo de hoje, vamos falar de alguns outros, com um destaque especial para os manuais de conduta em ambientes digitais, algo bastante novo e desenvolvido em razão do florescimento do jogo na sua forma on-line, devido aos desdobramentos da pandemia do Covid-19. Vamos lá!
Ad
MANUAIS DE CONDUTA EM TORNEIOS - JAR E IPG
- JAR
- IPG
Vou rapidamente falar pra vocês dos manuais “Apitando em REL Regular”, ou em inglês Judging at Regular REL” (JAR), e o “Guia de Procedimentos e Infrações”, ou em inglês “Infraction Procedure Guide” (IPG). Embora sejam dois documentos diferentes, coloquei os dois nesse mesmo tópico pois o tema converge: são documentos que tratam como o juiz de Magic deve se portar e atender as necessidades dos participantes de um torneio, e como deve lidar com situações adversas que venham a acontecer.
Embora sejam documentos voltados fundamentalmente para juízes(as), mesmo que você não seja, não é má ideia se familiarizar com eles - afinal, existem informações sobre como certos “problemas” serão lidados, dependendo do nível de competitividade do evento em questão. Por exemplo, você conjura Collected Company e olha sete cartas do topo do seu deck ao invés de seis - como exatamente lidar com essa “carta extra” que foi vista e qual a melhor forma de retornar o jogo ao seu estado mais correto possível? É esse tipo de informação que você vai encontrar no JAR ou no IPG.
Eventos em REL Regular são, por natureza, mais “relaxados” e o papel do(a) juiz(a) será principalmente educacional, como esclarecer dúvidas/interações. O foco é o entretenimento, a diversão dos presentes e a receptividade da comunidade. Esses eventos são cuidados conforme orientado no JAR.
Eventos em REL Competitivo são, por natureza, mais estritos no cumprimento das regras, e o papel do(a) juiz(a) é focado em manter a integridade do torneio e do estado de jogo. O objetivo é separar/destacar quem joga melhor dentre os participantes, já que a premiação nesses torneios costuma ser diferenciada. Esses eventos são cuidados conforme orientado no IPG.
OS MANUAIS DA “ERA DIGITAL”
- DMTR
- DIPG
Como explicado no início do artigo, o crescimento/florescimento do ambiente digital no Magic trouxe também a necessidade de organizar/padronizar algumas questões envolvendo torneios//eventos. Daí, em 2020, foram estabelecidos os dois “manuais-base”: as regras de torneios digitais de Magic, ou em inglês Digital Magic Tournament Rules (DMTR), e o guia de procedimentos e infrações em torneios digitais, ou em inglês Digital Infraction Procedure Guide (DIPG).
Antes de mais nada, cabe destacar que o objetivo desses manuais NÃO É forçar uma série de regras aos organizadores de torneios. Pelo contrário! No DMTR, logo na primeira página, consta que “organizadores de torneios podem definir regras adicionais ou alternativas a este documento. Caso haja contradição entre elas, as regras definidas pelo organizador serão aplicadas”. O objetivo é que o DMTR e o DIPG sirvam de guia/referência caso alguma situação imprevista ocorra, mas sem prejudicar a liberdade dos organizadores em definir suas prioridades no tratamento dos eventos.
Ad
Por exemplo, um tópico que frequentemente gera muita dúvida é a questão da transmissão de torneios online - afinal, como garantir que nenhum dos participantes está assistindo a transmissão ao mesmo tempo que joga, e com isso obter alguma vantagem indevida (como uma “dica” de jogada dos narradores ou do chat)? O DMTR tem uma seção só para isso, inclusive com orientações até para os próprios narradores (exigindo, por exemplo, comportamento adequado/respeito com todos os participantes do evento). Como precaução, o DMTR recomenda que as transmissões tenham um atraso (“delay”) mínimo de 2 minutos. Cabe relembrar, como apontei no parágrafo anterior, que essas recomendações não são obrigatórias, ficando à discrição do organizador quais as orientações oficiais de seu evento.
De forma similar, o DIPG trata de possíveis condutas indesejáveis no ambiente digital e como lidar com elas. Desde questões mais simples - como por exemplo, atraso para começar a jogar após anunciada a rodada, até algumas mais complexas - como por exemplo quais softwares de “deck tracking” seriam permitidos nos eventos.
Uma questão bem delicada que também é tratada no DIPG é o “disconnect”, ou seja, quando a pessoa por algum motivo técnico perde sua conexão com a partida (seja por algum período curto de tempo, ou indefinidamente). Similar a outros jogos digitais, o procedimento padrão é conceder a vitória ao oponente de quem desconectou, caso a pessoa não consiga reconectar. Caso consiga (em tempo hábil), o jogo prossegue normalmente, não havendo qualquer restituição do tempo transcorrido para que a reconexão acontecesse (ou, mais especificamente para o MTG Arena, não há correção das fases/etapas que forem perdidas).
Cabe lembrar que nada desses documentos é “eterno” ou “finito”. Até pela natureza rápida/volátil do ambiente online, as situações e formas de lidar estão sendo constantemente atualizadas, o que justifica a boa decisão desses documentos serem referências, mas não obrigatórios para os organizadores. Assim como as regras de torneios presenciais sofrem mudanças conforme a necessidade, as de torneios digitais vão se comportar da mesma forma. Afinal, essa capacidade de adaptação às necessidades dos participantes é que deu ao nosso amado Magic: the Gathering sua longevidade e sucesso na realização constante de eventos competitivos.
E é isso que eu tinha para trazer a vocês hoje! Espero não ter sido cansativo e ter trazido algumas informações novas/interessantes que possam inclusive vir a te ajudar num próximo evento.
Até a próxima!
— Comentários0
Seja o primeiro a comentar