Magic: the Gathering

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Deck Tech: Mono-Green Infect Pauper

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No artigo de hoje, dissecamos o Infect do Pauper, que fez Top 4 no Pauper Masters Online e parece uma ótima opção anti-meta no formato atualmente!

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revisado por Tabata Marques

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Estamos de volta com mais um Deck Tech.

Vamos ser honestos, o Pauper não está num bom momento. O formato está num péssimo momento: Storm e Affinity se tornaram os principais decks do formato com uma margem significativa.

Ambos os decks, juntos, representam cerca de 30% do Metagame do Pauper atualmente, e poucos decks conseguem competir e interagir bem com eles porque são extremamente resilientes e os únicos decks que parecem obter algum sucesso na interação são os decks Dimir Faeries e Dimir Delver.

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O grande problema destes decks é que não basta apenas ser disruptivo para lidar com eles. O Affinity consegue estabelecer um clock muito rápido e possui inevitabilidade na forma de Atog + Fling, enquanto o Storm precisa ser pressionado ou pode esperar quantos turnos forem necessários até fechar o seu combo com segurança.

Se você der tempo demais e/ou gastar recursos demais respondendo às coisas do oponente, o Affinity vai tirar proveito disso para recompor sua mão e/ou ganhar com um Atog, e o Storm vai ter tempo o suficiente para criar um setup para lidar com o combo, e o grande desafio contra esses decks é justamente dosar quando você deve ser o deck proativo e quando você precisa se manter na retaguarda para não perder na volta.

Por isso, uma nova categoria de decks tem se destacado na última semana como decks que conseguem jogar bem nesse Metagame: os decks não-interativos.

Ou seja, decks que se importam apenas com fazer o seu plano de jogo mais rápido do que o seu oponente. Não importa se seu oponente vai fazer múltiplos 4/4 ou se vai colocar dez esquilos na mesa, o que importa é apenas você conseguir realizar um plano de jogo mais eficiente antes que ele consiga fazer isso.

E foi em cima dessa lógica que o jogador JherjamesB surpreendeu todos os outros jogadores, organizadores e espectadores do Pauper Masters Online, quando chegou até o Top 4 com uma lista que poucos jogadores nem sequer levam a sério desde o banimento de Invigorate: O Infect!

O Deck

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Existe um ditado popular entre os organizadores do Pauper Masters que é "Não existe bad match se você ganha no turno 2".

Esse ditado foi criado pelo Leo (Bukareste) depois das infinitas vezes em que eu joguei os eventos presenciais com listas que tinham como estratégia vencer o mais rápido o possível, passando por Inside Out, Infect, diversas variantes de decks de Kiln Fiend, etc.

Mas, no caso do JherjamesB, foi exatamente isso que aconteceu. Em uma das partidas, vimos o jogador vencer o campeão do evento, A_AdeptoTerra, ganhando ambos os jogos no turno 2.

Nesta última semana, pude concluir que o Pauper já não possui mais espaço para jogos voltados para atrito ou decks baseados em valor. O Metagame está propenso para jogos não interativos, jogos rápidos e onde o seu objetivo é ir para a race e tentar fazer a sua coisa absurda antes que o oponente faça a coisa absurda dele.

O objetivo hoje no formato não é conseguir travar o Storm e/ou segurar o Affinity. Você precisa ser mais rápido que eles, precisa ser mais explosivo que eles, precisa apresentar uma ameaça maior do que a que eles apresentam a você e, por mais improvável que pareça, este é o Metagame perfeito para o Infect porque ele é essencialmente o deck mais rápido do formato.

O objetivo primário do deck é fazer com que o oponente ganhe 10 marcadores de veneno o quanto antes. Por conta de como a habilidade de Infect funciona, pumps como Groundswell ou Mutagenig Growth possuem essencialmente o dobro do valor que teriam em outros decks já que o jogador possui virtualmente 10 de vida.

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A tarefa parece fácil, e por conta da quantidade de mágicas de custo baixo que aumentam poder do deck, isso pode ser feito até mesmo no turno 2. Porém, o Pauper é um formato que, num metagame comum, é fortemente voltado para criaturas e interações com criaturas. Até o lançamento de Modern Horizons II, a principal chave do formato era o atrito e o card advantage, e o Infect não tem tanto espaço quando absolutamente todo deck do formato vai ter os removals necessários para lidar com o seu deck, já que isso significa precisar criar um setup anteriormente que, muitas vezes, não será o suficiente especialmente contra os Black-Based decks ou os decks de Tempo.

Isso não significa que o Infect não consiga jogar jogos longos, ele apenas possui mais dificuldades em conseguir ganhar esses jogos, já que o oponente sempre estará trabalhando para interagir com ele, o que significa precisar de mais recursos e jogar de maneira mais segura, procurando sempre se aproveitar das menores brechas que o oponente vir a utilizar.

Eu conversei com o Jherjames sobre o seu deck e sua escolha, e basicamente sua resposta era que ele esperava um metagame rápido que incluísse uma quantidade relevante de decks de Storm, e ele projetou o deck para matar consistentemente entre os turnos 2 e 4.

Além disso, ele projetou o deck tendo em mente que a principal remoção seria Galvanic Blast e que, portanto, se ele pudesse fazer uma criatura no turno 1, Mutagenic Growth comumente a protegeria de um Galvanic Blast do oponente. Tornando da sua lista, portanto, um ótimo Meta Call que rendeu a ele o Top 4 do Pauper Masters Online.

Dito isso, vamos à lista:

Maindeck

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As suas ameaças.

O que diferencia o Infect de outros decks com temáticas parecidas é a consistência no número de criaturas que realizam o mesmo tipo de efeito no objetivo do deck, o que lhe dá uma vantagem se em comparação a outros decks como os de Kiln Fiend, por exemplo.

Nesse método, o Infect é mais comparável a decks que possuem esta mesma consistência em ameaças e/ou efeitos como é o caso do Heroic ou do Burn. Essencialmente, as suas criaturas neste deck são os seus Lava Spikes.

Glistener Elf é sua principal ameaça e é o card que você possui preferência (mas não obrigatoriedade) de ter na mão, pois é a criatura de custo mais baixo existente no arquétipo. A maioria das suas kills de turno 2 ou 3 costumam vir dele, ele é mais fácil de proteger do que as demais criaturas por conta do custo baixo também e é o card que muitas vezes vai, nos primeiros turnos, fazer o oponente se arrepender de ter mantido uma mão com lands viradas e/ou fora da cor dos seus removals de custo baixo.

Ichorclaw Myr possui duas vantagens no arquétipo: a primeira é que ela é uma criatura punitiva de se bloquear porque ela cresce com o bloqueio e isso a torna a melhor portadora de Rancor do deck. O segundo é que ela se trata de uma criatura incolor, portanto escapa de efeitos de cards muito utilizados no formato como Prismatic Strands.

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Blight Mamba possui a significativa vantagem de ser uma ótima criatura em partidas de atrito contra decks que utilizem efeitos que a permitem se regenerar, como removals vermelhos ou Cast Down. Isso também torna de Blight Mamba uma ótima criatura para o combate já que, tendo mana disponível, ela nunca morrerá e sempre estará enfraquecendo ou destruindo as criaturas do oponente.

Por fim, Cystbearer é uma opção interessante. Este slot comumente é dedicado a mais meios de acelerar o clock do deck ou a Rot Wolf já que este comprará um card caso uma criatura bloqueada por ele morra. Mas como o objetivo do deck é evitar validar o Galvanic Blast do oponente (e você pode fazer um Cystbearer no turno 2 com Lotus Petal), a criatura possuir 3 de resistência faz uma grande diferença, inclusive no meio do jogo também, já que um Mutagenic Growth o deixará com 5 de resistência ao invés de 4.

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Estou categorizando ambos os cards juntos porque eles possuem funções parecidas: garantir a sua mana.

Lotus Petal colabora em dar espaço para as jogadas mais explosivas do deck, garantindo muitas vezes jogadas de kill de turno 2 ou 3 com backup de proteção ou agilizando um Ichorclaw Myr, ou Blight Mamba no turno 1.

Quirion Ranger possui diversas micro-funções no deck: garantir seus land drops já que o deck opera com 16 lands, desvirar suas criaturas caso o bloqueio seja necessário, garantir o Landfall de Groundswell em qualquer turno e, por fim, servir como um alvo válido para se sacrificar para cards como Chainer’s Edict.

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Suas mágicas de pump.

Suas kills de turno 2 ou 3 comumente envolvem um misto delas, especialmente de Groundswell que, por apenas uma mana, pode dar +4/+4 para uma criatura, o que em qualquer criatura do deck já é dano o suficiente para dar pelo menos metade dos marcadores de veneno necessários para ganhar o jogo.

Mutagenic Growth é uma ótima free spell para o arquétipo, já que isso permite um leque de possibilidades ainda maior tanto nas suas jogadas proativas quanto nas suas jogadas reativas. É também o card que seu oponente precisa respeitar a qualquer custo.

Rancor é a principal forma de evasão do formato e costuma ser um dos cards que permite ao deck ir adicionando marcadores gradativamente ao oponente, já que você pode focar em utilizar seus pumps e outros recursos de maneira a manter sua criatura viva e passar algum dano, sem necessariamente precisar ir atrás do combo-kill.

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Suas mágicas de proteção.

Vines of Vastwood pode ser utilizado de maneira proativa em determinados estágios do jogo para dar +4/+4 para uma criatura, mas a proposta do deck comumente é de tentar mantê-la para proteger sua criatura no momento certo. Afinal, mais vale gastar 1 mana e manter sua ameaça na mesa por mais tempo do que gastar 2 manas e perder sua criatura porque você se apressou.

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Apostle’s Blessing possui a função de, além de proteger suas criaturas contra removals, dar a elas a proteção necessária para torná-las imbloqueáveis contra decks onde as criaturas tendem a possuir uma única cor. Isso abre mais lacunas para um combo-kill ou para puxar o dano necessário, quando necessário, para fechar o jogo.

Sideboard

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Existem jogos onde você precisa de mais meios de obter alcance e/ou de um blocker para segurar a agressão inicial do oponente. Llanowar Augur serve para ambos os propósitos, além de também ser mais um card que pode ser sacrificado para cards como Chainer’s Edict.

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Decks de Faeries ainda são muito presentes no formato e Spellstutter Sprite é uma carta muito problemática para o arquétipo lidar já que pode, por conta própria, anular a maioria das suas mágicas.

Portanto, Gut Shot é a melhor opção que o deck pode ter para lidar contra este deck sem gastar nenhum outro recurso, enquanto também possibilita ao deck lidar com Standard Bearer que, apesar de não estar vendo tanto jogo atualmente, é um dos cards mais problemáticos de se lidar.

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Você não pode simplesmente esperar conseguir proteger todas as suas criaturas e desviar de todos os removals. E Hunger of the Howlpack é, portanto, uma ótima maneira de tirar proveito das suas criaturas que morrerem ao decorrer da partida, dando ao deck um elemento de resiliência e atrito ao fazer com que suas criaturas fiquem permanentemente fora da zona de alguns removals e poderem atacar/bloquear de maneira eficiente as criaturas menores.

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Com a ascensão do Burn nas últimas semanas como uma estratégia viável para lidar com o atual Metagame, e sendo um deck que se recupera mal caso o oponente utilize as primeiras mágicas como remoções, faz-se necessário ganhar tempo para se recompor e Life Goes On é uma resposta barata e eficiente

Análise

A primeira coisa que considero importante mencionar é que, apesar de eu ter categorizado as cartas como pumps e proteções, é quase um desserviço considerá-las unicamente para um ou para outro ao decorrer da partida.

O Infect precisa de criaturas para funcionar. Todo o resto do deck é completamente inútil se você não tiver ao menos uma criatura na mesa que você precise apresentar como uma ameaça constante ao oponente. Portanto, o uso das suas mágicas precisa ser consciente e acompanhar o ritmo do jogo.

É claro que você pode sempre aproveitar a oportunidade dada pelo seu oponente e tentar fazer dano letal, especialmente se você tiver as respostas necessárias para seja quais forem os meios que o oponente pode ter de interagir com você, mas se o seu dano não é o suficiente para letal, não adianta tentar apressar as coisas e muitas vezes é melhor passar apenas 1 de dano do que passar 7 e não conseguir proteger sua criatura posteriormente.

Por conta disso, cada mágica utilizada no Infect também conta como uma mágica de proteção, e isso é muito importante para partidas interativas e é algo que deve ser considerado pelos jogadores.

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Por outro lado, é importante saber quando arriscar. Um jogo prolongado contra Faeries muitas vezes vai significar não conseguir passar dano o suficiente porque o deck possui muitas cartas que são comumente boas contra você e muitos meios de filtrar os seus draws.

Portanto, o Infect é um deck bem mais complexo de se pilotar do que você imagina, já que suas mãos perfeitas de turno 2 ou 3 vêm de maneira bem menos frequente do que você normalmente gostaria, já que você precisa de um set de 4 cartas + terrenos, além de que o deck não interage bem; logo, para que estes turnos explosivos funcionem, portanto, muitas vezes a sua opção ao decorrer do jogo é planejar adiante e sequenciar suas jogadas de maneira a tirar proveito de cada brecha deixada pelo oponente sem se deixar levar pelo impulso que, muitas vezes, pode terminar com suas criaturas morrendo antes de causar o dano.

Outro ponto a ser considerado nas suas partidas é que o dano causado por uma criatura com Infect é causado na forma de marcadores -1/-1. Isso é relevante no Metagame atual porque uma criatura com Infect com os Pumps certos pode servir para enfraquecer os atacantes do oponente, matar permanentemente cards como Atog ou criaturas com Persist, e previne que o oponente possa regenerar suas criaturas.

Por conta da falta de interação, o Infect é um ótimo meta call para o formato hoje, os hates comumente utilizados para lidar com os principais decks do formato não são o suficiente para parar o Infect e/ou são irrelevantes na maioria das ocasiões e são cards fáceis de se jogar em volta.

Quando uma banlist sair, será a vez de analisar como o formato vai se desenvolver. Se voltarmos a era onde o formato é voltado para criaturas, removals e atrito, o Infect terá de volta o seu principal calcanhar de aquiles que é uma quantidade maior de removals pontuais nas listas, além da volta dos efeitos de Éditos que costumam ser tão problemáticos para o deck quanto costumam ser para outros decks do mesmo estilo, como o Heroic.

Até lá, se você quiser se apresar dos decks não-interativos do formato sem necessariamente ser hateado por cards como Weather the Storm e que não está no radar do Metagame hoje, o Infect é sua melhor escolha.

Conclusão

E encerramos aqui o Deck Tech do Infect Pauper.

O formato está num estado quebrado atualmente e eu honestamente espero que uma intervenção direta aconteça em breve. Já se passou um mês e o formato não se adaptou, ele está polarizado com dois decks compondo mais de 30% do Metagame.

Eu até posso gostar deste formato explosivo e com um power level mais alto do que o habitual como o que vemos atualmente no formato, mas quando isso se trata de dois decks sendo superiores ao resto, existe um problema crônico no formato e ele passa a se tornar desinteressante, perdendo jogadores e prejudicando todo evento de Pauper que possa existir.

Afinal, ninguém gosta de jogar num Metagame onde você precisa escolher um deck específico ou estará jogando errado. E a cada semana, este é o formato que o Pauper parece estar se tornando.

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Até o anúncio de banidas e restritas, entretanto, se você não quiser jogar com um dos dois óbvios melhores decks do formato e também queira ficar fora do radar dos outros decks, contar até dez, atacar com Glistener Elf e ganhar o jogo antes que eles tenham a oportunidade de começar o seu próprio jogo parece uma opção viável.

Obrigado pela leitura!