Magic: the Gathering

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Deck Tech Pioneer: Dimir Rogues

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No artigo de hoje, analiso o Dimir Rogues do Pioneer, deck utilizado pelo jogador SeventhProphet para chegar ao Top 4 do Challenge do último fim de semana!

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revisado por Tabata Marques

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Introdução

Decks tribais são facilmente um dos pontos mais comuns de se identificar em Magic: The Gathering, especialmente se você é um grande fã de RPGs (sejam eles analógicos ou eletrônicos), onde comumente existem tribos e classes dentre os personagens e, naturalmente, você acaba se afeiçoando mais por uma tribo ou classe do que por outras.

No meu caso, minha tribo favorita de Magic são os Vampiros, o que tem muito a ver com o quanto consumi conteúdos sobre esta criatura mitológica durante diversos períodos da minha juventude.

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Mas, se você me perguntar qual é a minha classe de RPG favorita, eu facilmente direi Ladinos, porque é a classe que costumo utilizar em praticamente todos os jogos que me permitem escolher.

Veja bem, eu não sou um grande adepto de RPG de mesa, então muito da minha experiência com classes vem de jogos que me permitem escolher uma, e comumente, Ladinos terão a minha preferência por encaixarem-se em padrões que costumam funcionar bem para o meu jogo: sua velocidade tende a ser maior que a do resto da party, ele não causa tanto dano quanto um Warrior em ataques individuais, mas causa tanto ou mais dano pela quantidade de vezes em que ataca, ele não tem um corpo muito resiliente, mas compensa isso com evasão e costuma funcionar muito bem em conjunto com um suporte adequado.

Então, quando Rogues se tornaram um arquétipo competitivo no Standard de Zendikar Rising, eu fiquei empolgadíssimo porque, além de ser a minha classe de RPG favorita, o arquétipo funcionava em uma das minhas três categorias de arquétipos favorita: Tempo decks (caso você esteja se perguntando, as outras duas categorias são Combo-Control e Broken Decks).

Consequentemente, a maioria do meu tempo jogando partidas no Magic Arena era pilotando o Dimir Rogues, um arquétipo que conseguia misturar uma tática de Mill com uma shell extremamente eficiente de Tempo decks e que se manteve como um competidor do formato até a rotação retirar algumas peças importantes. Em especial, Thieves’ Guild Enforcer.

Por diversas vezes, procurei fazer listas de Dimir Rogues para outros formatos para poder utilizá-lo após a rotação. Em especial, no Pioneer, estive com este deck durante alguns eventos, inclusive jogando um Top 8 do Pioneer Royale com ele. Porém, o Pioneer possui um enorme calcanhar de Aquiles para um arquétipo cujo foco é encher o cemitério do oponente: Delve spells.

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É muito difícil jogar com o cemitério do oponente e contar que ele tenha sete ou mais cards quando ele pode utilizar engines que resetam o cemitério dele e ainda oferecem um Ancestral Recall, criando uma situação extremamente desfavorável para o Dimir Rogues.

É uma situação que consegue, na minha concepção, ser muito pior do que quando o Rakdos Midrange utilizava Kroxa, Titan of Death’s Hunger no Standard porque você podia se preparar para um Kroxa com cards como Cling to Dust, mas você não pode ter a mesma preparação contra as Delve Spells porque o único jeito do oponente não utiliza-las é por efeitos de descarte como Thoughtseize, e ter seu efeito de descarte precisando obrigatoriamente dar algo em uma Delve spell já é um problema se o oponente possui outras coisas mais ameaçadoras no curto prazo.

Por conta disso, o Rogues nunca sucedeu no Pioneer, e eu não acredito que ele se tornará um Tier 1 enquanto Treasure Cruise, Temporal Trespass e Dig Through Time estiverem presentes no formato, mas não significa que ele fique totalmente fora do formato, e com a ascensão de um Metagame menos interativo, onde os jogos estão sendo comumente voltados para quem faz sua jogada explosiva antes da do oponente, arquétipos como o Dimir Rogues são favorecidos justamente por promoverem e forçarem a interação, e de uma maneira mais eficiente do que os decks Izzet porque as suas respostas tendem a ser melhores.

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Além disso, apesar da clara vulnerabilidade contra as Delve Spells, o Dimir Rogues possui uma base de mágicas tão sólida que, contra arquétipos não voltados para o próprio cemitério, torna-se muito difícil de se estabelecer uma vantagem contra eles porque a eficiência das suas mágicas tendem a ficar à par até mesmo das mais poderosas ameaças que o formato tem a oferecer.

O que nos leva à lista utilizada pelo jogador SeventhProphet para chegar ao Top 4 do Pioneer Challenge do dia 15 de Janeiro.

A Decklist

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O verdadeiro payoff para se jogar com Dimir Rogues não se encontra precisamente nas suas criaturas ou exclusivamente na sua sinergia tribal, porque muitos dos cards utilizados pelo deck são naturalmente bons e impactantes por conta própria (o que é uma vantagem quase essencial para qualquer tribal atualmente), mas existe um card que é uma importantíssima peça-chave para o arquétipo e cuja utilidade é maximizada por ele:

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No Rogues, Drown in the Loch é, após poucos turnos, uma mistura perfeita entre Counterspell e Terminate num mesmo card, pois a facilidade com a qual este arquétipo consegue levar cards do oponente ao cemitério faz com que esta Instant sempre consiga pegar uma enorme maioria dos alvos válidos no formato, exceto por mágicas de custo gigantesco, como as já mencionadas e temidas Delve Spells.

Essa aceleração na utilidade da mágica de Throne of Eldraine torna dela uma opção muito versátil para avançar seu plano de jogo ou proteger suas ameaças com uma única mágica, dando-lhe uma flexibilidade entre jogar de maneira proativa ou reativa, um ponto essencial de qualquer Tempo deck, e é refletido em diversos outros cards utilizados pela lista acima.

Apesar de estes cards serem conhecidos no Pioneer, o fato dele resolver fazer um Split entre elas é bem interessante e oferece certa eficiência em atender às mais diversas necessidades ou atacar o oponente pelos mais diversos ângulos.

Por exemplo, Brazen Borrower é ótima para criar poderosos tempo plays contra ameaças mais pesadas, e ainda deixa uma criatura evasiva que oferece um clock para o oponente lidar, enquanto Notion Thief não é tão bom em estabelecer um clock, mas pune severamente um oponente por conjurar Treasure Cruise. Já Nighthawk Scavenger é melhor em partidas contra aggro, oferecendo um clock poderoso e um meio de ganhar alguns pontos de vida extras.

Outro ponto relevante é que, ao incluir cards com um custo maior, a lista abandona um dos seus principais aliados na época do Standard: Lurrus of the Dream-Den, o que faz bastante sentido porque o contexto do Pioneer é bem diferente do que existia no Standard, e enquanto cards como Ruin Crab eram winconditions alternativas e motor para o seu principal plano de jogo, esta combinação não funciona tão bem no Pioneer, além do fato de que cards como Brazen Borrower são simplesmente bons demais para não se utilizar nesta lista.

Maindeck

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Apesar da versatilidade dos outros slots, o core principal da lista permanece como 4-ofs necessários para o bom funcionamento do mesmo e para manter uma estratégia que justifique a função tribal do arquétipo e dê um melhor uso para um dos cards mais importantes da lista: Drown in the Loch.

Thieves’ Guild Enforcer é uma ótima ameaça com Flash que pode, a partir dos primeiros turnos, adicionar cartas ao cemitério do oponente e comumente será uma criatura 3/2 com Deathtouch à partir do terceiro ou quarto turno com o sequenciamento certo e, apesar dela não voar como um Delver of Secrets, o fato dela trocar com qualquer criatura a torna mais uma peça de “removal” útil contra Aggro, enquanto suas habilidades e seu corpo a tornam uma boa ameaça contra Control e ainda melhor contra arquétipos não-interativos.

Porém, a maior utilidade do card acima é conseguir agilizar a habilidade de Soaring Thought-Thief, uma criatura com evasão e costuma ser uma das suas principais chaves para a vitória numa partida, já que aumenta o número de cards no cemitério do oponente a cada ataque, possui Flash e pode facilmente pegar um oponente desprevenido.

Ele também interage incrivelmente bem com a quantidade de interações em Instant-Speed que a lista possui.

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Dentre as criaturas que compõem o topo da curva, Brazen Borrower é provavelmente a mais conhecida e pode até mesmo ser considerada uma staple do formato, dado que ocasionalmente surge no sideboard de alguns decks, como o Izzet Phoenix.

Um corpo 3/1 Flying faz um bom trabalho em estabelecer pressão contra os oponentes, e sua habilidade de Adventure consegue atrasar significativamente o jogo de listas que possuam uma curva mais pesada, ou até mesmo servir como um Tempo Play para ganhar um turno adicional.

Nighthawk Scavenger, como já mencionado, é uma ótima ameaça de Midgame contra Aggro ou Midranges, sendo comumente um 5/3 Flying, Deathtouch e Lifelink por três manas.

Nas vezes em que eu jogava de Dimir Rogues no Pioneer, eu costumava chamá-lo de Gurmag Angler deste deck.

Notion Thief é um poderosíssimo meta-call que responde não apenas à Treasure Cruise como simplesmente trava completamente a engine utilizada pelos decks de Jeskai Ascendancy, onde eles são praticamente obrigados a resolver a criatura antes de começar o combo, ou jogar qualquer mágica em seu próprio turno, pois cada uma delas será um draw a mais para o controlador da criatura de Dragon’s Maze.

Por fim, Zareth San, The Trickster é uma bomba de Late-Game absurda com “Ninjutsu” por quatro manas, e cuja habilidade torna-se um enorme problema para o oponente caso ele possua permanentes de alto impacto no cemitério, como listas que utilizam Teferi, Hero of Dominaria, ou contra Naya Winota, onde você pode tomar o controle de qualquer criatura relevante que esteja no cemitério dele, incluindo a própria Winota, Joiner of Forces, cujo triggers podem ser bem utilizados por Zareth e outras criaturas para encontrar Soaring Thought-Thief ou Thieves’ Guild Enforcer.

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Entre as mágicas de uma mana, temos um padrão clássico de Cantrip + Descarte + Removal.

Consider realmente me surpreende nessa lista, pois, fora de Dig Through Time (do qual se utilizam apenas duas cópias), o deck não parece tirar total proveito do potencial da cantrip de Midnight Hunt, utilizando-a essencialmente para filtrar o topo e livrar-se de cards indesejados.

Thoughtseize ainda é o melhor descarte de custo 1 da história de Magic: The Gathering, e é essencial para lidar com cards problemáticos e proteger suas ameaças nesta lista, ou atrapalhar significativamente o plano de jogo do oponente ao remover uma peça importante de sua mão.

Fatal Push é um removal muito eficiente no early-game e, como este é um arquétipo que comumente poderá trocar recursos com outros decks de criatura utilizando suas próprias, não é muito difícil de se desencadear o Revolt para lidar com ameaças maiores.

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Como mencionado anteriormente, o grande payoff da lista não se encontra especificamente em suas criaturas, mas na facilidade que o deck possui em tornar de Drown in the Loch uma das mágicas mais flexíveis que o formato tem a oferecer, agindo como removal ou counterspell conforme a necessidade de cada situação numa partida.

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O pacote de card advantage da lista inclui um dos efeitos de card selection mais poderosos do jogo com Dig Through Time que permite, em Instant-Speed, selecionar dois dos sete melhores cards do topo de seu deck para a sua mão, podendo também ser conjurado no Late-Game sem grandes problemas caso a partida se estenda e, como você não utiliza o cemitério para nenhum outro propósito, não é incomum conjurar o card por duas ou três manas.

Sorin the Mirthless conquistou definitivamente o seu espaço no Pioneer: começando com pequenas aparições em listas de Vampires, hoje o Planeswalker é um card relativamente muito presente no formato, em especial em listas de Midrange ou Control por oferecer um misto de card advantage com um +1 que essencialmente funciona como um Dark Confidant, além de corpos para agredir ou se proteger e uma última habilidade que pode ganhar o jogo por conta própria, a depender da partida e do quanto de dano você conseguiu conectar ao decorrer do jogo.

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Esta lista utiliza um altíssimo número de lands utilitárias, com um total de seis cópias, mesmo com cada uma delas tendo suas próprias restrições e condições.

Castle Locthwain necessita de Pântanos para entrar no campo de batalha desvirado, e oferece um eficiente meio de ter cards extras na mão durante o Late-Game pelo custo de vida, podendo ser ativado em qualquer momento do jogo e oferecendo mais uma engine de card advantage que colabora para o bom-funcionamento da lista.

Hive of the Eye Tyrant é uma boa mistura de ameaça extra e hate de cemitério no maindeck (algo muito necessário para lidar com alguns cards pontuais, como Arclight Phoenix ou Kroxa), e também colabora para manter e estabelecer a pressão, mesmo diante de sweepers e outros removals em Sorcery-Speed.

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Não há muito o que comentar sobre as demais lands que compõem o deck, dado que elas são inclusões necessárias para manter a consistência em cores e algumas delas, como Watery Grave, Fetid Pools e Urborg, Tomb of Yawgmoth também servem para que Castle Locthwain entre no campo de batalha desvirado mais frequentemente.

Sideboard

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Com uma estratégia que inclui jogar cards do grimório do oponente no cemitério dele, o Rogues necessita de meios de lidar com o cemitério do oponente através de efeitos que não permita que ele jogue coisas vindas de lá ou exile coisas que estejam no cemitério.

Grafdigger’s Cage é extremamente útil em evitar que cards sejam devolvidos para o campo de batalha do cemitério, atrapalhando significativamente o plano do Izzet Phoenix ou Rakdos Arcanist, mas também sendo muito eficiente em evitar que criaturas entrem em jogo vindas do grimório, o que amplifica sua utilidade para lidar com arquétipos como Naya Winota ou Company decks.

Graveyard Trespasser pode até não ser um Ladino, mas funciona muito bem para remover cards pontuais do cemitério do oponente enquanto ainda oferece um bom corpo para atacar e bloquear e um meio de acelerar o clock enquanto ganha alguma vida extra contra listas mais agressivas.

Falando em listas agressivas, Kalitas, Traitor of Ghet é o tipo de criatura que decks agressivos precisam responder, ou serão totalmente dominados pelas suas habilidades em pouquíssimo tempo, já que ele não apenas pode popular a mesa com tokens de Zumbi, como pode utilizá-los para aumentar o seu próprio poder, tirando-o do alcance dos removals baseados em dano enquanto seu corpo com Lifelink impossibilita que o oponente vença na race.

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Na categoria de removals extras, temos Legion’s End para lidar permanentemente com criaturas menores e, apesar de ser potencializado quando utilizado contra ameaças recorrentes, é uma opção muito eficiente para lidar com qualquer ameaça de custo baixo, além de também resolver múltiplos tokens de decks com Esika’s Chariot.

Crippling Fear é, para esta lista, um poderoso sweeper de um lado só, capaz de resolver a maioria das criaturas de decks agressivos pequenos como Humans, Spirits ou Burn, enquanto mantém a sua mesa intacta.

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Atualmente, considero que tanto Aether Gust quanto Mystical Dispute são praticamente Staples de decks azuis que se fazem necessárias para lidar com as mais amplas situações no atual Metagame.

Mystical Dispute, por exemplo, excede incrivelmente bem contra mágicas azuis, mas não perde a utilidade de ser um Mana Leak de três manas contra Midranges que possuem uma curva mais alta, como o Rakdos ou o Jund Citadel, dentre muitos outros decks que apostam em cards de custo 4 ou maior.

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Aether Gust possui tantos alvos válidos no formato atualmente que não parece existirem motivos para não utilizá-lo, pois uma parcela significativa dos decks possuem alvos válidos relevantes para ela, como o Izzet Phoenix, Naya Winota, Four-Color Ascendancy, as mais diversas variantes de Rakdos e Jund, Boros Heroic e Burn, dentre muitos outros e, apesar desta mágica não resolver nenhum problema permanentemente, o atraso que ela oferece para o oponente costuma ser o suficiente para avançar o seu plano de jogo a um estado irreversível.

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Por fim, o terceiro Notion Thief parece relevante e necessário para partidas onde o oponente tende a comprar muitos cards, como já mencionado, e uma terceira cópia faz sentido para estas ocasiões visto o quão punitivo responder um Treasure Cruise com esta criatura pode ser para o oponente.

Conclusão

Esta foi minha análise do Dimir Rogues utilizado pelo jogador SeventhProphet para chegar ao Top 4 do Pioneer Challenge.

Esta semana, o Pioneer realmente surpreendeu muitos jogadores pela diversidade de arquétipos diferentes em todos os eventos que ocorreram ao fim de semana, demonstrando o quanto ainda existe espaço para exploração e para inovar no Metagame, e o quanto as adaptações do cenário competitivo abrem espaço para que outros novos arquétipos possam suceder e fazer bons resultados nos mais variados eventos.

Eu acredito que Kamigawa: Neon Dynasty trará boas novidades ao formato, e veremos novos arquétipos surgindo enquanto outros (incluindo, possivelmente, o Dimir Rogues, já que suas criaturas naturalmente interagem bem com Ninjutsu) serão beneficiados pelos novos cards.

Durante a temporada de spoilers da nova edição, pretendo trazer um Deck Guide do Izzet Phoenix, então fiquem ligados!

Obrigado pela leitura!