Magic: the Gathering

Deck Guide

Deck Tech: Shadowheart, Dark Justiciar

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Depois de experimentar o jogo Baldur's Gate 3, decidi revisar a edição de Magic baseadas no universo de BG para ver o que daria para fazer baseado no jogo. Shadowheart sendo minha favorita, acabou por ser minha escolha para virar minha nova comandante.

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Hoje falaremos sobre um deck de EDH inspirado principalmente por flavor e no lançamento do jogo Baldur’s Gate 3. Com o sucesso do jogo e minhas muitas horas gastas jogando, inevitavelmente fui atrás da coleção baseada no mesmo universo e decidi montar um deck da Shadowsheart.

Introdução

Primeiramente, gostaria de avisar que há spoilers do jogo Baldur’s Gate 3 no artigo, então se você ainda não terminou o jogo e quer evitar spoilers, vá finalizar e depois volte aqui. Dito isso, seguimos.

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Para aqueles que não sabem, Baldur’s Gate é um cenário de campanha ambientado em Forgottens Realm, universo de Dungeons and Dragons. Além de também ter uma série de RPG para video game.

O set além de possuir personagens da história do jogo, também possui mecânicas fortemente baseadas no gameplay de Dungeons & Dragons. O principal destaque, para nós fãs de commander, é a mecânica Background.

Background no RPG, é o “estilo” do passado do personagem e foi interpretado para o Magic como uma mecânica interessante. Cartas do tipo “background” são encantamentos que podem ser seu comandante, caso a criatura lendária que você escolheu tenha a habilidade Choose a Background.

Como a Shadowheart, Dark Justiciar possui, vamos tirar proveito e escolher um. A minha escolha foi feita pensando em contexto da personagem e lore, além do que seria mecanicamente interessante.

Shadowheart é apresentada no jogo como uma seguidora da Deusa Shar. Ela é uma deidade da noite, escuridão, perda e outras coisas sombrias. A carta dela, intitula ela como uma “Dark Justicar”, uma patente de elite dentre os seguidores de Shar, dentro da lore de D&D. Entretanto, no game Bladur’s Gate 3, é demonstrado que ela sofreu lavagem cerebral e na realidade é seguidora da deusa Selune, rival direta da Deusa Shar. O “caminho bom” dela é quando ela descobre a lavagem cerebral e se converte de volta para Selune e é nessa ideia que montaremos o deck.

Escolhendo o Background

A deusa Selune, dentro da lore é conhecida como Moonmainden e Night White Lady, então eu acredito que as cores ideais para ela sejam Preto e Branco. Debatendo um pouco sobre a ideia com alguns amigos, teve a sugestão de que verde faria sentido também, pois a Lua e Lobisomens estão ligados e Lobisomens são verdes no Magic, entretanto, acho que Orzhov é uma combinação que faz mais sentido. Primeiramente porque “Night White Lady” (algo como Senhora da Noite Branca) é um nome extremamente branco e preto e segundo simplesmente porque a Shadowheart é monoblack, só podemos ter um background e nenhum deles tem mais de uma cor e golgari certamente não combina com a temática aqui.

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Olhando as opções brancas de background temos cinco: Veteran Soldier, Far Traveler, Noble Heritage, Folk Hero e Inspiring Leader.

Honestamente, acredito que todas sejam genéricas o suficiente para conseguir arranjar uma justificativa dentro do Lore para usá-la. E como todas são bem genéricas nesse aspecto, nenhuma chama a atenção e encaixa muito bem. Deste modo, vou optar pelo aspecto de gameplay.

E qual seria a melhor mecânica para o gameplay da Shadowheart? O efeito da Shadowheart é pague 1B, tap, sacrifique uma criatura: Compre X cartas, sendo X o poder da criatura sacrificada. Levando em consideração que as cartas mono Black que possuem efeitos de compra, por custo 2, geralmente dão 2 cartas, o mínimo de poder que você quer que sua criatura sacrificada tenha é 2.

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Com isso em mente, Noble Heritage e Inspiring Leader são as que fazem mais sentido, já que são os dois background brancos que aumentam o poder das sua criaturas. Noble Heritage tem a vantagem de custar somente duas manas e de dar proteção para você, contra os oponentes que decidirem colocar marcadores também. Entretanto, o efeito dele por dar alvo em somente uma criatura, acaba sendo prejudicial, em um deck que quer ter diversas criaturas em campo, para poder sacrificar sem ser prejudicado em valor.

Além disso, Inspiring Leader te dá abertura para estratégia go wide e agressão pura e simples, o que tendo a preferir. Ainda tem a questão de, na minha concepção ao menos, combinar mais com a temática de Selune, já que os seguidores servem como um exército para combater o mal.

Olha o Ramp

Decidido o background, é possível trabalhar o deck em cima disso. Primeiramente, vou atrás de cartas temáticas e com flavor. Então vamos começar olhando as cartas de Baldur’s Gate.

Particularmente, não costumo ser grande fã dos Diamantes, mas como eles estão na coleção, BW é uma combinação que depende muito de mana rock e as artes são lindas, vou colocar tanto o Charcoal Diamond, quanto o Marble Diamond na lista.

Também vou usar a Mind Stone que é outra mana rock da edição, com o drawback de gerar mana incolor, mas tem a capacidade de te dar um draw quando ocorrer o famoso flood de mana.

Patriar’s Seal é interessante também. Eu não costumo usar mana rock de custo de 3, entretanto este possui efeito de dar untap em criatura lendária e a Shadowheart precisa dar tap para usar sua habilidade, então abrirei essa exceção. Além das ja citadas, temos o Deep Gnome Terramancer. Ele é um pouco condicional, mas é uma carta legal para nivelar o jogo contra os decks verdes.

Como último mana rock “temático”, temos a wayfarer’s bauble na coleção. Com isso, já temos 5 cartas para ramp no deck, sem sair de cartas com a temática de Baldur’s Gate. Obviamente, a maioria delas já saíram em edições diferentes, eu particularmente usarei as da edição, já que são baratas e com artes muito boas.

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Com isso temos 6 cartas cuja função é acelerar o acesso à mana. Acho pouco, gosto de ter pelo menos 10, mesmo quando a curva de mana do deck não é alta, pois commander até em nível não competitivo, acaba sendo uma corrida de quem gera mais ameaça e joga mais bombas. Então vamos completar com algumas cartas clássicas pra função: Sol Ring, Arcane Signet, Talisman of Hierarchy, Orzhov Signet, Knight of the White Orchid, Smothering Tithe, Ashnod’s Altar e Keeper of the Accord.

Eu não costumo levar muito como “ramp” cartas com CMC 4 ou maior, pois geralmente o objetivo é chegar na quarta mana já com o jogo acelerado, mas Keeper consegue te manter na corrida de lands junto com os decks verdes e Smothering pode ganhar o jogo sozinha, se a mesa der bobeira, então acho legal contabilizar. Existem outras opções interessantes como Solemn Simulacrum e Legion’s Landing, mas não é possível ter tudo no deck.

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Fontes de Draw

Outra parte muito importante na hora de montar um deck de commander é considerar quantas fontes de compra de cartas você vai ter. É essencial ter várias, pois você não quer perder o folego em jogos que durarem muito. Além de ser extremamente difícil ser consistente em um formato singleton, sem comprar muitas cartas.

Eu tentei continuar focado no tema de Baldur’s Gate, D&D e o lore da Shadowheart, apesar de ter achado essa parte aqui um pouco mais complicada.

Inicialmente, já temos o Archivist of Oghma e [Black Market Connections]]. Acredito que já são consideradas staples no formato e estão em Baldur’s Gate, então parecem ótimas opções (desconsiderando o preço delas).

Your Temple is Under Attack é uma carta que eu não colocaria na maioria dos decks, mas ela consegue dar indestrutível para suas criaturas ou gerar Card Advantage para você (e algum oponente), além de ser literalmente um clérigo defendendo um templo na carta. Não tem como ser mais temático do que isso. Tivemos reprint de War Room] em Baldur’s Gate. Um draw por 4 manas não é exatamente o ideal, mas não faz mal te-la no deck. Temos o reprint de [[Deadly Dispute que já entraria de qualquer jeito. Infelizmente, ambas não ganharam arte nova nos reprints, então não fica muito temático, mas vida que segue.

Cartas interessantes da edição acabaram, então vamos ver o que podemos usar pra completar. Priest of Forggoten Gods é uma carta que serve como remoção, draw e ramp, além do cheap damage. Ela precisar virar para usar a habilidade é um inconveniente, mas ela encaixa demais com o flavor do deck para não usar.

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Disciple of Bolas é um clássico gerador de CA dentro de deck aristocratas, não pode ficar de fora.

Welcoming Vampire pode ser um pouco de anti-sinergia com o Inspiring Leader, mas o encantamento só aumenta o poder das criaturas que são tokens e nós temos bastantes que não são, além de ajudar a recuperar o folego, quando não estiver com o encantamento ativado. É uma alternativa boa de draw, para quando sua principal estratégia (Inpsiring + Shadowheart) não estiver disponível.

Sing in blood, [Night’s Whisper]], [Skullclamp]] e Read the Bones são excelentes draw imediatos. Temos também Lolth, Spider Queen como boa fonte de draw e gerador de token.

Temos 12 fontes de compra de carta, se minhas contas estão corretas. Como muitas são fontes constantes de draw e não de uso único, além de termos a Shadowheart na zona de comando, acredito que seja uma quantidade razoável. Vai depender um pouco do quão frequente são remoções na sua mesa.

Tokens para vitória

Escolhemos Inspiring Leader como background, então precisamos de muitos tokens para fazer valer. Eu tenho certeza de que o Ancient Gold Dragon vai ser a primeira carta que muitos vão pensar, mas 7 cmc que precisa causar dano para gerar um número aleatório de tokens, não é exatamente uma fonte confiável. Não vou colocar no deck.

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Uchuulon é uma fonte lenta, porém consistente de criação de tokens. Além de ser uma criatura encontrada em Baldur’s Gate. Não tem como não colocar.

Honestamente, não encontrei mais cartas tão interessantes na coleção, para gerar token. Sendo a principal maneira do deck ganhar, não é muito viável renunciar a qualidade aqui.

Adeline, Resplendent Cathar é um excelente gerador de tokens, por baixo custo e uma ameaça constante.

Secure the Wastes é uma carta que melhora muito conforme o jogo fica mais demorado, mas também tem um excelente valor early game.

Denethor, Ruling Steward gera um valor interessante também. Charismatic Conqueror tem o potencial de gerar muitos tokens sem chamar muita atenção. Jadar, Ghoulcaller of Nephalia consegue gerar de maneira constante, sem chamar atenção.

Martial Coup e Elspeth, Sun’s Champion limpam a mesa e fazem tokens.

Hero of Bladehold gerta tokens e ainda aumenta o poder de ataques deles.

Em forma de encantamento, temos Skrelv’s Hive, Bitterblossom, Felidar Retreat, March of the Canonized. Temos alguns bons planeswalker também, além dos já mencionados. Diversas versões da Elspeth, alguns Sorin e até algumas Kaya. Particularmente vou colocar só a Liliana, Dreadhorde General, ela serve como remoção, draw e gerador de tokens. Único contra é o preço dela.

Agora alguns multiplicadores : Ojer Taq, Deepest Foundation, Mondrak, Glory Dominus e Anointed Porocession

Com isso, temos uma boa quantidade de geradores de token. Então precisamos de dar um jeito de ter payoff, além do Inspiring Leader e Shadowheart.

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Teremos dois tipos de payoff: Deixar os tokens grandões para bater nos amiguinhos e os que vão ter resultado só deles saírem ou entrarem campo.

Felidar Retreat é um buff e um gerador de tokens que já está na lista. Cathars’ Crusade é provavelmente o melhor encantamento nesse sentido. Esta carta escalona de maneira absurda. Virtue of Loyalty é uma carta interessante que serve para se defender também.

Sorin, Lord of Innistrad entra e deixa um emblema. Não é um muito forte, mas como é impossível interagir com emblema, gosto muito da carta. Elspeth, Sun’s Champion pode vir a deixar um emblema também, muito mais forte por sinal. Eu não contaria tanto com ele, mas é um excelente finisher. Temos também Elesh Norn, Grand Cenobite.

Vamos para a outra categoria agora: Zulaport Cutthroat, Cruel Celebrant, Blood Artist e Syr Konrad, the Grim, vão punir seus oponentes por destruírem seus tokens. Um [Viscera Seer]] cai bem no deck, para podemos ter um pouco mais de agência sobre quando algumas criaturas vão sair de campo. Skullclamp, Ashnod’s altar, Denethor, Ruling Steward e algumas outras cartas já ajudam com a mesma tarefa, mas delas só Ashnod’s Altar é gratuíta, então mais um é interessante.

Interagindo

Nessa categoria vamos falar de interações. Já mencionamos a Elspeth, Sun’s Champion e Martial Coup como remoções globais. Damn é uma ótima escolha, por ser uma remoção pontual ou uma Wrath of God. Esta também entra no deck. Honestamente, dentro das cores, remoções globais boas não faltam.

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Farewell, Austere Command, Damnation, [Toxic Deluge]], Merciless Eviction, Hour of Reckoning, são todas excelentes opções. Eu vou acrescentar Farewell e Hour of Reckoning na minha lista. A primeira porque estou sentindo falta de exílio e a segunda porque acho que combina com a ideia de vários tokens, além do flavor remeter muito à mentalidade fanática religiosa encontrada na Shadowheart.

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Agora remoções pontuais, auqi temos muitas opções. A primeira e staple sem dúvidas é a Swords to Plowshares, melhor remoção com alvo do jogo.

Vanishing Verse é outra que me agrada bastante, só tiraria se eu estivesse tendo que lidar com decks com muitas multicoloridas.

Get Lost é bastante versátil e o drawback não é muito relevante.

Por fim, Anguished Unmaking é excelente também.

Para lidar com o graveyard do oponente, temos a Bojuka Bog, além da já mencionada Farewell.

Flawless Maneuver para proteger suas criaturas. Lightning Greaves para proteger sua comandante.

E é claro, demonic tutor para você não depender tanto da sorte de achar a resposta certa, na hora certa.

Não podemos esquecer do Sun Titan, para buscar de volta algumas permanentes que se foram durante o jogo.

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Considerações Finais

Esse não é um deck competitivo ou muito spike. Shadowheart funciona de maneira muito devagar e tem um custo relativamente alto. Dito isso, para aqueles que são fãs da personagem, acredito que vão conseguir se divertir com o deck.

É claro, sendo um deck temático, tenho certeza que cada um vai ter sua visão pessoal do que faria mais sentido no deck ou algum caminho para seguir, mas espero que o deck sirva de inspiração.