Magic: the Gathering

Opinião

Entrevista com Ondřej Stráský, último vencedor do MPL

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Confira a entrevista com o Pro Player tcheco, Ondřej Stráský, último vencedor do MPL.

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revisado por Tabata Marques

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Estamos de volta com a nossa série de artigos Onze Perguntas!, no qual entrevistamos personalidades do Magic. Hoje traremos um jogador que está em ascensão no Magic, sendo o vencedor do último MPL, a liga de jogadores profissionais do nosso querido jogo: ele é o tcheco Ondřej Stráský!

Nascido em 1º de Junho de 1995, seu primeiro Pro tour foi em 2012, ficando em 102º logo na sua primeira participação, dentre os 445 jogadores, e após esse Pro Tour, resultados mais expressivos começaram a surgir. Jogou ao todo 21 Pro Tours, ficando dentre os oito melhores em três deles, 6º em 2014, 3º em 2015 e foi o campeão de 2019, em cima do brasileiro PV. Em GP's chegou cinco vezes ao Top 8 e também venceu um deles, em Estocolmo em 2018, com o deck Bant Spirits, um de seus favoritos até então.

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Na recém extinta MPL, a liga dos jogadores profissionais de Magic, ele foi o grande campeão, derrotando os melhores jogadores do jogo na atualidade. Sabendo disso, vamos então para a entrevista deste jogador, que vem subindo muito a cada ano que passa!

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1. Quando você começou a jogar Magic: the Gathering e em que formato?

Ondrej: Quase 15 anos atrás, eu comecei no Legacy, que era o formato mais jogado na minha comunidade local.

2. O Magic é muito popular na República Tcheca? Tem uma comunidade bem engajada? Qual é o formato mais jogado?

Ondrej: Não acho que seja super popular. Certamente existem comunidades de Magic nas grandes cidades, mas eu não jogo muito IRL (mesmo antes de COVID), então não tenho certeza de qual é o formato mais jogado. Eu acho que assim como na maioria dos países é o Commander.

3. Como foi para você entrar no circuito profissional? Você teve incentivo?

Ondrej: Sim, os jogadores profissionais tchecos do Magic me ajudaram muito. Juza (Martin Juza), Cifka (Stanislav Cifka), Blohon (Lukas Blohon) e Floch (Ivan Floch) me ajudaram muito nos meus primeiros dias. Deixaram-me treinar muito com eles e tive sucesso num dos meus primeiros Pro Tours, o que é inusitado, mas tive uma grande vantagem, porque já fazia parte de uma grande equipe..

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4. O que achou da decisão da Wizards of the Coast de parar com a Magic Pro League (MPL)?

Ondrej: Não acho que a MPL tenha sido uma má ideia, mas a execução não foi ideal. Eu gostei do fato de que ser um jogador de Magic de repente significava ter uma boa renda, o que não era o caso no passado, mas acho que o MPL tinha várias falhas. É bastante claro que o WOTC não se preocupa com o jogo profissional ou que eles são incapazes de montar um sistema completo e com bom suporte. No final, a MPL teve que acabar, porque basicamente não deixava nenhum jogador feliz e estava dividindo muito a comunidade, na minha opinião.

5. Mas você estava indo muito bem na MPL, o fim dela prejudicou de alguma forma a sua carreira?

Ondrej: Eu estou planejando parar de jogar Magic, então veremos se isso ajudou minha carreira ou não com base no que eu acabarei fazendo no futuro. Eu aproveitei meus anos jogando Magic profissional, mas é hora de seguir em frente.

“Eu estou planejando parar de jogar Magic”

- Ondřej Stráský

6. Você acha que a Wizards of the Coast abandonará totalmente os jogadores profissionais, focando naqueles que realmente gastam em produtos lacrados?

Ondrej: Parece que eles estão mudando seu foco para o jogo casual, ainda mais com os anúncios recentes. O Commander é o melhor formato, é o que ouvi.

7. Você ficou muito conhecido após enfrentar e ganhar do jogador Paulo Vitor Damo da Rosa na final do Mythic Championship. Do ponto de vista de jogador, como descreve a sensação da sua participação?

Ondrej: Ganhar o Pro Tour foi incrível, algo com que sonhei quando criança e ganhar do PV, que foi meu ídolo enquanto crescia e agora é um dos meus melhores amigos, tornou isso ainda mais especial. Não acho que a sensação de vencer o PT seja fácil de descrever, mas lembro-me de estar muito exausto, mas um exausto feliz.

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8. Você jogou muito Modern, até ganhou um GP no formato. Você acredita que o formato está realmente acabando ou é apenas um momento difícil de jogar devido à pandemia? Será que ele volta a aparecer no Players Tour, ou no Arena, juntamente com o Standard e o Historic que passaram a dominar o competitivo?

Ondrej: Não faço ideia, eu acho que as pessoas ainda gostam do formato Modern e de formatos eternos como Legacy / Vintage, e eles sempre têm comunidades que gostam muito de jogar eternos, então eu acho que Modern vai acabar em uma situação semelhante.

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9. Você acredita que o formato Histórico tomou de vez o lugar do Pioneer? Na sua opinião, o Histórico seria viável para ser jogado em Tabletop? (pergunta feita antes do anúncio de Historic Horizons)

Ondrej: Eu penso que sim. Pioneer parece morto para mim, mas acho que a Wizards vai tentar manter o Historic no Arena. Acho que o foco principal para Tabletop é e sempre será o Commander.

10. Sendo o último campeão da MPL, tendo participado do último campeonato mundial e tendo feito resultados expressivos nos últimos jogos, você pode se imaginar nomeado para o MTG Hall of Fame, mesmo que o último tenha ocorrido em 2019?

Ondrej: Obviamente, ficaria muito honrado em entrar no Hall of Fame e, se ele voltar, posso tentar entrar. No momento, acho que estou perdendo de fazer alguns resultados excelentes, mas não tenho a certeza de como os outros me classificariam como vencendo a MPL. Pessoalmente, acho que vencer a MPL este ano é a maior conquista da minha carreira. Vencer os melhores jogadores do mundo em uma grande amostra de partidas foi definitivamente a coisa mais difícil que já fiz.

11. O que tem achado dos jogos online? Sente falta dos torneios presenciais?

Ondrej: Acho que já viajei o suficiente na minha vida e estou pessoalmente muito feliz jogando online este ano. A única coisa que sinto falta é de ver meus amigos de todo o mundo, mas não sinto falta de todo o tempo que passo em aviões e hotéis.

A entrevista de hoje foi bem produtiva e pudermos saber um pouco mais sobre esse jogador da República Tcheca, que vem refletindo sobre uma possível parada do jogo. Essa decisão foi mais aprofundada depois das suas férias em família nas últimas duas semanas.

Espero que tenha gostado da entrevista. Até a próxima!