Introdução
Há algum tempo, recebi uma Disa, The Restless de presente e desde então tenho tentado fazer essa comandante funcionar. Depois de semanas jogando com o deck posso dizer com confiança que ela não é um deck tier 1. Mas isso não quer dizer que a Tarmogoyf Tymna não possa achar espaço dentro do meta!
Este artigo é sobre um deck que abraça uma estratégia duvidosa, mas que é carregada pelo poder de seu comandante e transforma dano de combate numa verdadeira wincon. A estrela é obviamente Disa, the Restless, e o plano é simples: ou você comba e vence de uma vez só, ou amassa o jogo com uma avalanche de lhurgoyfs. Em um meta cheio de decks ultraeficientes, esta lista parece se destacar bastante.
Antes de continuarmos, tenho duas coisas a falar: apesar de eu ter tentado inovar e modificar bastante, a melhor lista que encontrei é a "Steady as She Goyfs" de jhintzy. Se alguém conseguir contato com ele, por favor o parabenize! Sem ele, não seria possível ter uma lista tão refinada!
A filosofia do deck

A ideia central por trás do deck é ter a comandante em campo e conseguir atacar com criaturas. Disa é importante tanto para pressionar os totais de vida quanto para combar. Como veremos mais para frente, não conseguimos fazer isso sem ela em campo. Mas sério, não se preocupe tanto com o combo e velocidade; em jogos mais lentos, seus tokens rapidamente dominam a mesa.
Em vez de ser uma estratégia típica de cEDH, que depende de uma vitória rápida e eficiente ou busca encher a mão de cartas atrás de um Rhystic Study, temos a opção de pressionar a vida de outros jogadores e fazê-los tomar decisões precipitadas, aproveitando janelas de oportunidade criadas por essas decisões. Novamente, Disa é absolutamente essencial para isso funcionar. Todas as principais jogadas do deck giram em torno dela, e sem sua presença em campo, o valor de nosso deck despenca, não comba e nem terá presença em campo.
Com isso em mente, o plano ideal é colocar Disa em campo o mais cedo possível, seja no turno 2 ou 3, e protegê-la ou recastá-la sempre que necessário. Ah, mas lembre-se, estamos jogando um deck midrange sem azul. Isso significa que muitas vezes não teremos interação para impedir a vitória de outro jogador. Faz parte, há um limite para o que podemos fazer com um Red Elemental Blast e um ocasional Endurance.
Decklist Disa
Ah, aqui vai a lista que eu utilizei!
Dicas de jogo
Pyrogoyf: o monstro do grind

Vou ser sincero, quando me falaram isso eu não acreditei, mas Pyrogoyf é realmente um monstro. Se o jogo estiver um pouco lento e você o tiver na mesa, suas chances de vencer são altas, mesmo sem um combo claro.
Pyrogoyf consegue dominar jogos inteiros, principalmente contra comandantes como Kinnan, Bonder Prodigy. Com Disa na mesa, o pequeno lhurgoyf flamejante se transforma em um verdadeiro pesadelo para qualquer estratégia baseada em campo. O dano que ele causa rapidamente vira um relógio inevitável e força os oponentes a correrem para fechar o jogo — muitas vezes abrindo espaço para você virar a partida.
Mas, sinceramente, todas as partidas que o mantive na mesa, venci apenas com o dano de combate. Acredite no goyf.
Mulligans

Apesar de parecer uma lista que não pode se dar ao luxo de fazer mulligans agressivos, a realidade é bem diferente. O principal critério para manter uma mão é simples: ela precisa acelerar Disa e permitir alguma ação no mesmo turno ou no próximo. Um turno 3 com Disa e um atacante já é um excelente ponto de partida e o deck facilita isso ser possível. Claro, não temos vantagem de cartas em nossa zona de comando, mas mesmo assim, o poder e a velocidade de Disa compensam isso.
Por outro lado, se a mão não permite jogar Disa cedo, ela precisa ter um plano claro por conta própria. Normalmente, isso envolverá um tutor ou talvez um Six, que por sinal é muito poderoso no deck.
Combos e sinergias notáveis
Essas são algumas das interações mais interessantes do deck, tanto pelos resultados que proporcionam quanto pelas jogadas inusitadas que criam. Elas mostram como o deck consegue operar bem fora dos moldes tradicionais do cEDH e ainda assim gerar pressão real.
Todos estes combos foram, até onde eu sei, criados por Jhin.
Combo com Hermit Druid

A linha mais clássica e fácil de fazer de todas. Com Survival of the Fittest em campo, uma criatura qualquer na mão, uma montanha em jogo e cinco manas disponíveis (sendo quatro verdes), você começa descartando qualquer criatura para buscar Anger.
Em seguida, descarta Anger para pegar Hermit Druid e o joga em campo. Se você tiver acesso a ímpeto, neste caso pela própria Anger no cemitério (um Concordant Crossroads ou um Tyvar, Jubilant Brawler também servem), você pode ativá-lo imediatamente e vencer no mesmo turno.
Tudo o que é necessário fazer é usá-lo, tombar todo o grimório, resolver os triggers de Disa, fazer a matemática e ganhar. Acredite, é GG.
Combo com Breath of Fury

Essa linha gira em torno de Breath of Fury, um encantamento que parece meme, mas aqui é vitória. Basta ter Disa, uma forma de ter ímpeto em campo e pelo menos um oponente aberto para o ataque.
Você encanta uma criatura com BoF, ataca, e quando o token da Disa entrar em jogo, transfere o encantamento para ele.
Isso reinicia o ataque, gera mais um token, e assim por diante. Pois é, combates infinitos. Com evasão ou trample, torna-se ainda mais fácil vencer o jogo.
Combo de plantas infinitas com Insidious Roots + Tortured Existence

Aqui temos uma interação que parece tirada de um deck casual, mas que escala rapidamente. Com Insidious Roots e Tortured Existence em campo, uma criatura na mão, outra no cemitério e mana preta disponível, você ativa a habilidade do Tortex: descarta uma criatura e retorna outra para a mão.
Isso ativa as Roots, gerando uma ficha de planta e colocando marcadores +1/+1 em todas as outras. Se você tiver uma forma de gerar mana com essas plantas, como um Phyrexian Altar ou uma Earthcraft, o ciclo se torna infinito. A mesa não demora a ser engolida por vegetação hostil.
Greater Good

Greater Good transforma qualquer goyf em MUITAS cartas, a sinergia aqui é óbvia. Sacrificar uma criatura como Terravore ou Necrogoyf já rende uma boa quantidade de cartas, mas quando você começa a fazer isso em loop com Disa em campo, as coisas podem sair um pouco de controle.
Ao descartar mais goyfs com o Greater Good, Disa ativa e traz eles de volta, o que permite comprar ainda mais cartas. Esta carta é um dos argumentos para se usar mais goyfs, apesar da qualidade de cartas cair.
Com Pyrogoyf envolvido, cada nova criatura que entra causa dano direto, o que acelera o jogo de forma brutal. Se tudo der certo, você pode até usar Endurance para embaralhar o cemitério e repetir o processo, mantendo sempre uma contagem alta de tipos para maximizar o impacto de cada nova entrada em campo.
Além disso, ainda pode cair uma Anger em seu cemitério.
Valor bruto com Buried Alive
Buried Alive também vira um plano de jogo por si só. Procurando Pyrogoyf, Polygoyf e Anger, você já prepara o cenário, os reanimando com apenas uma carta, com Disa em campo. Basta trazê-los de volta: Pyro e Poly entram com ímpeto, causando dano ao entrar. Polygoyf ainda tem myriad, criando cópias no ataque e dando ainda mais dano com seu amigo fogoso.
Cada uma dessas cópias, ao conectar dano, gera tokens com Disa, que por sua vez causam ainda mais dano. Esse tipo de linha cria uma bola de neve de dano que fecha jogos de forma repentina, mesmo sem recorrer a combo algum.
Conclusão
No fim das contas, Disa, The Restless não é um deck que você escolhe para vencer o maior número de partidas possível, ela é um deck que você escolhe para se divertir, aprender e testar os limites da criatividade no cEDH. Não é todo dia que alguém decide apostar em um plano baseado em dano de combate com um combo não ortodoxo e ainda assim consegue se manter relevante na mesa. É um deck que te recompensa por conhecer cada linha, cada interação e saber exatamente quando virar a esquina para partir para o abraço. Por isso, tenho que elogiar muito Jhintzy!
Você vai ter partidas em que tudo dá errado, vai ver Disa ser anulada, removida, staxxeada e mesmo assim, em alguma mesa perdida, um goyf flamejante vai virar de lado e lembrar a todos por que essa comandante não pode ser subestimada. (E depois não vão te deixar jogar nunca mais por um tempo)
Então, se você gosta de criaturas esquisitas, planos mirabolantes e fazer seus oponentes perguntarem "o que diabos acabou de acontecer?", dê uma chance à Disa. Pode não ser o deck mais limpo ou eficiente… mas é, sem dúvida, um dos mais inesquecíveis.
Mas é isso! O que acharam do deck? Gostariam de jogar mais goyfs? Menos? Acham que a estratégia pode ser mais otimizada? Me digam nos comentários e nos vemos nas mesas.
Não se esqueçam, cuidado com o Pyrogoyf!














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