Metagame: Os Primeiros Torneios Competitivos de 2025

O ano de 2025 começou grande para o Magic competitivo. Nos Estados Unidos, a cidade de Atlanta foi palco do primeiro torneio da série Magic Spotlight, eventos de larga escala que são comparáveis aos antigos Grand Prix da década passada, desta vez no formato Standard e com a vitória de um Gruul Prowess utilizando Leyline of Resonance.

Do outro lado do mundo, a China teve campeonato nacional de Legacy, com 87 jogadores e um Metagame relativamente diverso, mas com a vitória de um deck de Nadu, Winged Wisdom, colocando novamente o card no radar daqueles atentos com um possível anúncio de banimentos futuros.

Enquanto isso, o Modern parece finalmente ganhar forma mais sólida quase um mês após os desbanimentos que agitaram o formato, e para a surpresa de poucos, Boros Energy ainda é a estratégia mais popular nos torneios competitivos, mas com uma presença bem reduzida se comparado com o formato pré-banimentos. O Pioneer dá os primeiros sinais de que pode enfrentar outro dilema no seu Metagame com a ascensão rápida do Rakdos Demons esta semana.

Confira abaixo as principais novidades dos primeiros torneios competitivos de Magic em 2025!

A novidade deste fim de semana para o Standard foi o primeiro Magic Spotlight Series de 2025, um evento aos moldes dos antigos Grand Prix ocorrido entre 3 e 5 de janeiro em Altanta, Estados Unidos.

O Metagame geral do evento, que contou com 362 jogadores, foi bem a par do que o Standard tem apresentado nos Magic Online nas últimas semanas, com Dimir Midrange, Gruul Aggro e Golgari Midrange representando os melhores decks enquanto vemos o crescimento do Esper Pixie, como ocorrido nos Challenges do fim de 2024.

A conversão para o Day Two, entretanto, mostra que o Esper Pixie é realmente o novo competidor do Standard conforme nos aproximamos de Aetherdrift, sendo o terceiro deck mais jogado apesar de não ter feito conversão para o Top 8 - feito que a variante Dimir do arquétipo conseguiu e chegou até as finais.

Com cada atualização das variantes de duas cores, mais parece que o Dimir Bounce vai eventualmente se mesclar tanto com o Dimir Midrange que se tornará a nova iteração do arquétipo, reaproveitando ETBs eficientes enquanto usa mágicas baratas que não são permanentes, removendo uma fraqueza natural das versões de Esper em depender demais de encantamentos.

O vencedor do evento foi o jogador Nick Odenheimer com o Gruul Prowess, utilizando a lista mais “all-in” do arquétipo com a interação entre Leyline of Resonance e Cacophony Scamp para combo-kills.

Essa variante sumiu do Metagame do Standard nos últimos meses, com sua aparição mais recente sendo quando Jean-Emmanuel Depraz levou uma lista parecida para quase chegar ao Top 8 do Campeonato Mundial de 2024. Agora, é provável que ela volte ao radar competitivo e tenha presença nos Challenges e outros torneios nas próximas semanas.

Vale ressaltar que, apesar dessa versão ter ganho o torneio, três Gruul Prowess estiveram presentes no Top 8, e as três contavam com mecanismos distintos para complementar seu plano de jogo, com as outras variantes incluindo Innkeeper’s Talent e um mix de Kellan, Planar Trailblazer e Inti, Seneschal of the Sun.

Outra lista relevante do Top 8 foi o Azorius Aggro do Zhao Li. Essa lista mescla a já conhecida base do Azorius Artifacts, mas abdica das interações com Zoetic Glyph em prol da interação de Enduring Curiosity - um dos melhores cards do formato hoje - com Faebloom Trick, trazendo uma proposta bem promissora para o futuro do Standard nas próximas semanas.

Nos Challenges do MTGOnline, Tulio Jaudy trouxe uma nova versão do Selesnya Aggro para o Top 8 do evento de 5 de janeiro, onde usa uma ampla quantidade de criaturas com custos para extrair o máximo do potencial de Wilt-Leaf Liege, um reprint meio esquecido de Foundations, mas que se beneficia muito de um Metagame onde jogadores estão usando Hopeless Nightmare.

A primeira semana de 2025 do Pioneer não teve grandes novidades, mas um detalhe chamou a atenção na leva de eventos desta semana: o crescimento notório do Rakdos Demons no Top 32.

Rakdos Midrange tem sido o melhor deck do Pioneer desde antes do lançamento de Vein Ripper no começo do ano passado, mantendo-se na posição de “deck atemporal” do Metagame junto do Izzet Phoenix. Nos eventos de 30 de dezembro até 5 de janeiro, no entanto, a iteração mais recente do arquétipo bateu números que beiram os 25% até os 35%, e agora ele tem mais do dobro de representação do que o segundo arquétipo mais jogado.

Ainda é muito cedo para afirmar que o Rakdos Demons quebrou o Pioneer da mesma maneira que sua iteração com Vampires fez no ano passado. O Metagame tende a se adaptar e um deck específico cresce a cada semana nos últimos três meses, então devemos esperar e ver como as próximas semanas (e Aetherdrift, que sai em fevereiro) vão moldar o comportamento do formato.

Com quase um mês desde a última atualização de banidas e restritas, é possível afirmar que o Boros Energy ainda é o melhor deck do Modern. Ou, pelo menos, o mais confiável e consequentemente o arquétipo com mais presença nos eventos competitivos.

Apesar da perda de Amped Raptor e, em escala menor, The One Ring e Jegantha, the Wellspring, o coração do Boros Energy permaneceu intacto como a Wizards planejava ao manter Guide of Souls no formato, e sua interação com Ocelot Pride e Ajani, Nacatl Pariah não apenas se manteve forte como agora encontra complementos com Seasoned Pyromancer, que por sua vez alimenta o cemitério para Phlage, Titan of Fire’s Fury, fazendo com que o arquétipo ainda se mantenha extremamente sinérgico e com um plano de jogo agressivo, mas com um alcance capaz de jogar por cima até dos Midranges.

A dúvida agora é se o Boros Energy se tornou um bom melhor deck, ou se outro arquétipo ainda pode tomar esse lugar dele. Hoje, as variantes Mardu estão declinando e outras estratégias, como o Dimir/Grixis Murktide, Eldrazi Ramp, Ruby Storm, Amulet Titan e Grinding Breach tem continuado a crescer e apresentar bons resultados nos Challenges e outros eventos, e os números que diferenciam o Boros Energy do segundo deck mais presente nos torneios não chega a ser tão alto hoje ao ponto de criar hegemonia no Metagame.

Nos eventos paralelos do Magic Spotlight, o $5K Modern trouxe uma amostragem muito semelhante ao que temos acompanhado no Magic Online, e dentre os diversos arquétipos com resultados de 6-2 ou melhor, apenas três listas de Energy estão presentes, enquanto o restante apresenta um ambiente bem diverso e com várias estratégias viáveis, considerado por muitos como o ambiente ideal para o Modern.

Um desses decks, inclusive, foi o Hammer Time que terminou o evento com 6-1, utilizando agora a interação entre Leyline Axe e Mox Opal para habilitar o Metalcraft de Puresteel Paladin mais rápido e, assim, fechar o jogo mais cedo com Colossus Hammer.

No geral, o Metagame do Legacy desta semana foi uma continuação dos Challenges passados, com Mono Red Stompy e Eldrazi se destacando em termos de quantidade, mas não muito acima do restante do formato. Outra novidade desse fim de semana foi o Campeonato Chinês de Legacy 2025, com 84 jogadores.

Reanimator teve uma presença um pouco maior nesses Challenges, e podemos ver como jogadores têm buscado adaptar suas listas após tomarem duas levas de banimentos que afetaram bastante o plano de jogo do deck, principalmente nas versões Dimir. Apesar de contar com alguns elementos disruptivos, parece que o Reanimator precisa agora focar mais no plano de combo ao invés de jogar com linhas de Tempo e manter o combo como um plano alternativo eficiente.

Outros jogadores já tentam mesclar estratégias diferentes ao plano de Reanimate e Atraxa, Grand Unifier. Segundo colocado no Campeonato Chinês, o jogador BalefulStrix tenta reaproveitar a base de Up the Beanstalk e Uro, Titan of Nature’s Wrath para complementar o combo com um foco maior em Metamorphosis Fanatic, que desencadeia a habilidade do encantamento e gera vantagem em cartas.

O vencedor do torneio chinês foi Pok Man Chan usando um arquétipo que, como comentamos nas últimas semanas, precisamos vigiar os resultados em eventos presenciais: Nadu Zenith é um baralho muito difícil de pilotar no Magic Online pela alta quantidade de cliques que o seu combo precisa para funcionar em uma plataforma onde o relógio é individual e pode atrapalhar o rastreamento da taxa de vitórias do deck.

Os jogos presenciais, por outro lado, podem demandar atalhos e/ou é mais benéfico para o oponente se ele conceder no momento em que o jogador de Nadu tem o looping fechado para otimizar o tempo de um relógio compartilhado, então ele tem chances maiores de fazer bons resultados nas mesas ao invés de na frente de uma tela.

Ainda é cedo para definir se Nadu, Winged Wisdom deveria ter partido junto dos outros cards de Modern Horizons 3 que deixaram o Legacy no fim de 2024, mas a sua primeira vitória em um torneio de grande escala após os banimentos foi registrada, e devemos olhar com cuidado para ele nos próximos meses.

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