Sempre que um debate sobre banimentos no Pauper começa, é comum ouvirmos declarações aclamadas da comunidade sobre as Bridges, os Terrenos-Artefato originais, Basking Broodscale, Krark-Clan Shaman, ou até sobre Goblin Bushwhacker, ou Kuldotha Rebirth, cada um com explicações que teoricamente fazem sentido na perspectiva de como eles funcionam em seus respectivos decks.
Mas um card em particular surge surpreendentemente com frequência:

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A quantidade de vezes que vemos reclamações em torno de Writhing Chrysalis é gigantesca. Todo vídeo, post ou artigo em torno de banimentos acaba, em algum momento, tendo comentários sobre banir o Eldrazi de Modern Horizons 3, e a maioria deles se fundamenta na dificuldade de responder essa criatura e no fato de muitos decks estarem adotando splashes apenas para jogar com ele.
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Mas afinal, Chrysalis merece banimento só por ser uma criatura muito eficiente? Vamos avaliar o curioso caso desta criatura no Pauper.
Writhing Chrysalis é o Tarmogoyf do Pauper
Vamos dar uma volta em 2007. A expansão Future Sight havia acabado de sair, e em um dos primeiros eventos competitivos, um deck de Zoo estava utilizando quatro cópias de Tarmogoyf, uma nova criatura que poucos deram muita atenção durante as prévias ou no lançamento para o que ele fazia, mas pelo fato dele ser o primeiro card a mencionar o tipo Planeswalker em Magic.
Algumas semanas depois, outros jogadores estavam usando Tarmogoyf em outras listas. Passaram-se uns meses, e todo deck em todo formato competitivo de Magic estava usando Tarmogoyf - algumas listas adicionando um splash apenas para o card.
Após sua rotação, Goyf continuou presente nos formatos eternos, e se tornou uma staple instantânea no então nascido Modern em 2011, fator que fez seu preço explodir e forçou um reprint atrás de outro em edições de Modern Masters até ele se tornar obsoleto pelo power creep.

Writhing Chrysalis não terá o mesmo histórico. No máximo, ele tem começado a surgir nas listas de Eldrazi Ramp do Modern onde ele está longe de ser o card mais poderoso da lista. Mas as semelhanças dele com a era de ouro do Goyf são notórias:

Mas o Pauper deveria ter um Tarmogoyf? Um 4/5 ou maior por duas manas é trabalho demais para o formato? Sim, ele desvia da maioria das interações disponíveis no Metagame, o que levanta o segundo ponto sobre essa criatura e sua posição no Pauper.
Writhing Chrysalis é o maior card Anti-Meta que o Pauper já teve
Só para nomear alguns dos cards que Writhing Chrysalis desvia e que são amplamente jogados no Pauper, temos:
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Além disso, mágicas como Snap são bem ruins em atrasar um Chrysalis porque ele gera valor no cast.
Em contrapartida, os melhores cards para lidar com ele hoje são:

Dentre esses, apenas Cast Down e Snuff Out estão entre os cards mais jogados do Pauper hoje, com Thraben Charm em uma distante terceira posição. Mágicas como Destroy Evil são muito condicionais, mas poderiam ganhar mais espaço já que servem para quatro das cinco principais partidas do Metagame hoje: Affinity, Broodscale, Terror e Gruul Ramp.
Por outro lado, cards como Skred e Defile são lentos demais para lidar com Chrysalis, mas necessários para segurar o Kuldotha Red, enquanto Journey to Nowhere, Unable to Scream e Extract a Confession são fáceis de interagir e/ou condicionais demais para funcionar.

É sempre possível apenas anular Writhing Chrysalis e continuar o jogo, mas dado a facilidade em conjurá-lo no terceiro turno, é difícil para um jogador de Faeries conseguir fazer o setup de Spellstutter Sprite, enquanto outros decks não podem contar com Force Spike para forçar a mana gananciosa do oponente.
O problema é: independente do que você faça, o oponente já vai ter gerado valor. Nós não temos Consign // Oblivion no Pauper para lidar com ambos o cast e o trigger de Chrysalis, então, perante um Counterspell, seu oponente terá duas fichas de Eldrazi para acelerar o turno seguinte, ou até para servir de chump Block em turnos posteriores.
Esse mesmo dilema é visto com remoções. Sim, Cast Down e Snuff Out lidam com a criatura maior e são dois dos cards mais jogados do Pauper, mas as fichas ficam.
Elas vão conjurar outros cards poderosos nos turnos seguintes - um Avenging Hunter, um Boarding Party, ou servirão de alimento para o combo de Basking Broodscale e Sadistic Glee, ou vão garantir que o oponente otimize o uso de cores no deck dele ao pagar os custos incolores com as fichas - no longo prazo, o valor que elas vão gerar será sentido, e nem imagine se o oponente, por acaso, tiver outro Writhing Chrysalis na mão que logo estará olhando para você como um 6/7.

Por fim, Chrysalis tem Reach, e um dos aspectos inerentes ao Pauper desde a década passada era a importância de Flying no formato. Staples históricas como Spellstutter Sprite e Kor Skyfisher se beneficiavam muito de poder atacar “por cima” do oponente e criar micro-interações, como Ninja of the Deep Hours para reutilizar ETBs, sem contar a abundância de criaturas novas que saíram nos últimos anos e que também tornavam dessa mecânica importante para o Metagame competitivo.
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O Eldrazi, sozinho, mudou completamente a dinâmica do Flying porque agora todas essas criaturas precisam lidar com Chrysalis, ou segurar interações especificamente para ele - um problema inerente de outros cards que comumente debatemos o banimento, como Krark-Clan Shaman ou Basking Broodscale, e também de cards banidos do Pauper em outros tempos, como All That Glitters.
Writhing Chrysalis revitalizou os Big Mana
Antes do lançamento de Modern Horizons 3, o verde era de longe a cor mais fraca do Pauper, servindo normalmente de suporte e splash para Weather the Storm no Black Gardens, ou aparecendo em algumas ocasiões em arquétipos focados como Elves ou Walls Combo, mas o tradicional Big Mana como os vários decks de Cascade que surgiram com Commander Legends haviam deixado de existir há muito tempo.
Writhing Chrysalis ajudou a trazer essa estratégia de volta ao dar um meio de curva super eficiente que era alimentado pela já conhecida engine de Arbor Elf e Utopia Sprawl, que também foi complementada por Malevolent Rumble, trazendo este arquétipo de volta ao cenário como um dos melhores competidores enquanto também revitalizou outros Midranges como o Jund Gardens, que também esteve em baixa nos últimos meses.
Writhing Chrysalis é a melhor criatura em jogos justos, mas irrelevante contra os decks injustos
Uma criatura como Tarmogoyf é tão boa quanto o que seu corpo importa em duas situações: manter o atrito da partida e pressionar oponentes em jogos não interativos. Writhing Chrysalis é excelente no primeiro caso, mas péssimo no segundo.

Considere qualquer arquétipo mais rápido e menos voltado para o atrito, mas em fechar um combo específico e/ou criar uma posição de mesa imbatível repentinamente. Nesses casos, o valor do Chrysalis se resume a ser um 4/5 por quatro manas que coloca duas “manas extras” em jogo - o que é muito valor por conta própria, mas negligenciável quando você não precisa se importar em interagir com ele.
Mas exceto pelo Broodscale Combo e, até certo nível, o Dredge, todos os outros arquétipos não interativos estão limitados aos Tiers 2 ou 3 porque a qualidade de respostas é muito superior ao que já foi um dia: um Breath Weapon ou Drown in Sorrow é uma derrota quase instantânea para o Elves, remoções em excesso são um problema para o Walls, e hate de cemitério que já é necessário para outros arquétipos atrasa muitos turnos do Dredge ou trava completamente suas chances de ganhar a partida - o resultado é que, apesar de Chrysalis não se destacar nessas partidas, o Metagame é mais hostil para esses decks.
Writhing Chrysalis deveria ser banido?

A resposta depende muito da interpretação de cada jogador sobre como sua inserção no Pauper é benéfica ou um detrimento para a saúde do formato. Se formos pesar os prós e contras do card conforme apresentado acima:
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Prós
Contras
Dado os argumentos acima, não há dúvidas de que Writhing Chrysalis é um card divisório na comunidade de Pauper. Assim como outros cards que são pilares do formato hoje, ele se encontra na famosa linha tênue de que basta um pequeno empurrão ou a combinação certa em uma nova expansão para torná-lo predominante demais no Metagame.
O suporte que ele recebe de Malevolent Rumble, a maneira como ele entrou no Broodscale Combo e tornou do arquétipo muito mais eficiente, ou a forma que ele está encontrando de aparecer em outras listas que não são de Ramp e nem se importam com Eldrazi fazem deste card um alvo fácil de pedidos de banimentos.
Minha posição atual sobre o Pauper é de que o formato não precisa de banimentos e a principal justificativa é que tirar qualquer card do formato hoje significaria desequilibrar a balança que existe no Metagame competitivo - sim, há cinco ou seis decks que estão no topo há um bom tempo, mas o Pauper sempre existiu dessa maneira, mesmo nos tempos em que os melhores decks se resumiam em Faeries, Monarch, Tron e Stompy.
Há poucos cards que poderíamos considerar, e eles já foram mencionados em outros artigos ou vídeos. Em um deles, por exemplo, mencionei a possibilidade de “trocar” Deadly Dispute por Prophetic Prism, mantendo assim o manafixing que algumas listas requerem sem que os decks tenham acesso a um Ancestral Recall quando sacrificam Ichor Wellspring.

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Também comentei sobre como Krark-Clan Shaman é um limitador absurdo de decks go-wide como Elves, mas há de convir que enquanto Breath Weapon e semelhantes existir e não tivermos acesso a cards nos moldes de Imperious Perfect, Elves continuará tendo problemas com sweepers com ou sem ele, e o Shaman tem um papel fundamental em segurar ameaças como Writhing Chrysalis.

Outra afirmação recorrente nos meus conteúdos sobre o Pauper é que o banimento de Basking Broodscale ou Sadistic Glee é um quando e não um se, porque combos de duas cartas tem a tendência de serem aprimorados até chegarem a dominância do Metagame - não aconteceu ainda, pode levar anos para acontecer porque aparentemente a atual pool de cartas do Pauper não permite que o deck continue evoluindo, mas uma hora ele vai chegar nesse ponto, mas devemos deixar o martelo cair sobre ele quando este momento chegar.

Quanto a Writhing Chrysalis, estou muito mais interessado nas mudanças que ele poderia provocar se não existisse o Broodscale Combo ou Deadly Dispute / Krark-Clan Shaman do que imaginar um formato sem ele.
São poucos os momentos em que um card é tão significativo ao ponto de agir como uma resposta contra o Metagame inteiro apenas por fazer coisas boas e desviar das principais respostas do formato. Se o feels bad existe, é porque seu deck não está preparado para lidar com ele, e se não está, é um bom momento para considerar quais mudanças seriam possíveis para contornar o fator Chrysalis.
Talvez seja impossível imaginar, hoje, quais mudanças fazer para lidar com Chrysalis sem perder automaticamente para outros decks, mas soa mais prudente compreender que isso é uma questão do Metagame como ele se encontra hoje do que direcionar a raiva a um único card - e nesses momentos, é bom se lembrar que Metagames nunca duram para sempre.
Obrigado pela leitura!
— commentaires0
Elton • 17/02/25
Fernando • 17/02/25
HumbertoMOD • 17/02/25
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