Magic: the Gathering

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Spoiler Destaque: Temporal Intervention no Pauper

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Meio Thoughtseize, Meio Fatal Push. Temporal Manipulation apresenta a nova mecânica de Void, que muito remete ao Revolt, em uma mágica de descarte com potencial suficiente para afetar o Pauper, mas seria ele a nova staple do formato?

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revisado por Tabata Marques

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A temporada de Edge of Eternitieslink outside website mal começou e um dos cards revelados durante a lore já tomou conta da comunidade de Pauper, com diversas especulações sobre o potencial dela no formato: Temporal Intervention.

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O novo descarte preto apresenta a mecânica de Void, uma nova versão de Revolt que conta apenas permanentes de não-terreno, mas que conta também as permanentes do oponente, significando que ela pode, por exemplo, ser utilizada junto de uma remoção de uma mana para extrair um recurso do oponente, ou usado com efeitos de Dispute, Bounce e Sacrifício para o mesmo propósito, onde ele virtualmente se torna um Thoughtseize melhorado.

No entanto, existe o outro lado da usabilidade: Temporal Intervention requer outros cards para funcionar, dificilmente será um efeito de primeiro turno, e pelo seu custo normal, ele é pior do que Pilfer ou Distress — dois cards que já não têm visto muito jogo no Pauper. Então, o quão relevante a nova mágica pode ser no formato?

Entre Thoughtseize, Duress e Distress

Considere a última vez em que jogou com um deck preto que utilizasse descarte pontual no maindeck. Presume-se que, provavelmente, o card escolhido foi Duress pela mescla de versatilidade e custo baixo. Pense: quantas vezes você quis um Pilfer no lugar de um Duress?

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E em quantas dessas ocasiões, pagar uma mana a mais pareceu um custo necessário para lidar com uma ameaça em específico que Duress não resolve? Com criaturas. Mesmo em listas que consigam aproveitar muito bem o card, é necessário que os decks do oponente tenham uma quantidade relevante de criaturas para justificar a inclusão de Temporal Intervention, e pode-se argumentar, portanto, que o Pauper já tem muitas criaturas nos decks e, por isso, vale a pena usar o novo card sempre que necessário.

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Voltamos para Thoughtseize. Em 2013, Reid Duke publicou um artigo no qual explicava as diversas e complexas nuances da mágica de descarte mais famosa de Magic: quando era válido usá-lo, quando não precisamos dele no primeiro turno, em quais partidas ele importa e em quais ele é um Side-out fácil, e uma dúzia de outras lições essenciais sobre troca de recursos. Duke era chamado de o Rei dos Midranges por um motivo.

Uma dessas lições, essencial para compreender a usabilidade de Temporal Intervention no Pauper, tem a ver com redundância. Duke defende que, quanto mais redundantes forem as peças de um deck, menos importante Thoughtseize se torna — uma lista cheia de Goblin Guides e criaturas 2/2 por uma mana, por exemplo, perdem muito pouco em tirar um deles da mão quando a maioria dos outros cards faz o mesmo, e este é um dos problemas-chave dos arquétipos de criatura do Pauper.

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Muitas criaturas dos arquétipos baseados em criaturas no Pauper são redundantes. Isso não invalida o card, mas significa que precisamos de um cenário onde os cards que ele atinge, mas Duress não, são relevantes o suficiente. Se fosse listar os principais alvos nos arquétipos mais jogados, estaríamos basicamente falando de:

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Dentre esses, as criaturas do pacote de Gruul são provavelmente as mais importantes porque geram valor demais se entrarem, tecnicamente invalidando remoções, e Duress faz muito pouco contra essa estratégia.

No entanto, em partidas contra Wildfire, por exemplo, Temporal Intervention se destaca consideravelmente se pagarmos apenas uma mana para retirar uma peça-chave, e vale ressaltar que o novo card remove qualquer não-terreno, incluindo os alvos válidos de Duress.

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Temporal Intervention, portanto, possui espaço no Pauper, mas requer algumas condições e/ou combinação de partidas específicas para funcionar da melhor maneira:

  • Ele requer um Metagame onde arquétipos em que pagar Magic Symbol 2Magic Symbol B para tirar uma ameaça da mão seja válido, ou onde os arquétipos que o querem conseguem suceder. Partidas incluem Jund Wildfire, Gruul Ramp, Affinity até certo ponto, talvez Faeries.
  • Seu deck precisa ser consistente em desencadear o Void de alguma maneira. Isso pode ser feito com efeitos de sacrifício como Carrion Feeder ou fichas de Sangue, Mapa ou Tesouros, ou com remoções baratas que usamos nas criaturas do oponente, ou com efeitos de Bounce/Flicker. Felizmente, o Pauper está lotado desses decks.

    Quais decks do Pauper querem Temporal Intervention

    O primeiro e mais óbvio dos possíveis decks para o novo descarte são os Midranges pretos com facilidade de desencadear a redução de custo.

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    O Black Gardens ou outras listas com Pactdoll Terror são um ótimo exemplo: entre fichas de Sangue, Crypt Rats, Nihil Spellbomb, Eviscerator’s Insight, existem meios o suficiente para reduzir o custo de Temporal Intervention sem depender do oponente, enquanto as próprias remoções da lista também ajudam nesse caso.

    Um dos problemas é fazer isso cedo: sem Snuff Out, é muito mais difícil desencadear o card no segundo turno, e a partir do terceiro, vão existir situações onde um Pilfer seria preferível porque resolveríamos a situação no timing certo — se meu oponente começou com um Arbor Elf para Utopia Sprawl, é quase certo que ele terá o payoff no turno seguinte.

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    Jund Wildfire também desencadeia o novo card com facilidade por conta própria graças a Krark-Clan Shaman, Makeshift Munitions e Fanatical Offering, sem contar as interações com Lembas e Nihil Spellbomb, as fichas de Writhing Chrysalis e as interações de mesa.

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    Existem situações onde listas de Tron, seja com Pactdoll ou com Myr Retriever, podem querer o card como proteção e/ou disrupção adicional em partidas interativas, e eles também desencadeiam Void com muita facilidade por conta própria, mas nem tanto se dependerem do oponente.

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    As listas Orzhov ou Mardu de Glint Hawk e Kor Skyfisher também utilizam o card com alguma facilidade, mas com o problema de terem relativamente poucos slots para dedicar a isso e, talvez, sem tanta motivação para fazê-lo no atual Metagame fora Writhing Chrysalis.

    Seriam necessárias algumas concessões, ou abrir espaço em algumas frentes para usar o card com eficácia, mas a possibilidade de voltar um artefato com Glint Hawk no segundo turno seguido de Temporal Intervention o torna um dos meios mais eficazes de mana de usar o novo card, desde que os terrenos venham na combinação certa.

    Concluindo

    Temporal Intervention é o mais próximo que o Pauper já teve de Thoughtseize com um pequeno toque de Fatal Push. Existem meios suficientes de utilizar o card e motivos para isso, mas, diferente de Duress, ele não parece uma inclusão automática em qualquer deck com preto — os dois não são excludentes no Metagame certo, podem até se complementar, só que Duress é mais independente em um escopo mais amplo.

    Pode ser uma potencial nova staple do formato, mas, no momento, não soa como o tipo de card que muda o Metagame por completo. É uma boa adição, uma resposta sólida em cenários específicos, mas longe de quebrar o formato.

    Obrigado pela leitura!