Magic: the Gathering

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Throwback Magic - Os Campeões Mundiais de Magic: The Gathering

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Com o Campeonato Mundial ocorrendo neste fim de semana, criamos um compilado dos campeões mundiais de Magic de cada ano, e analisamos as listas utilizadas para conquistar o título nas finais!

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revisado por Tabata Marques

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O Campeonato Mundial de Magic: The Gathering ocorrerá neste fim de semana, entre os dias 8 e 10 de Outubro, onde os dezesseis melhores jogadores da temporada de 2020-2021 disputarão uma premiação de $250.000, além de cada um deles receberem uma taxa de participação de $50.000, totalizando uma premiação de $1.050.000 para o mais importante evento de Magic: The Gathering do ano.

E com a chegada deste momento histórico para o jogo, podemos realizar um Throwback Magic especial nesta semana onde, ao invés de falarmos de um deck em específico, falaremos sobre os campeões mundiais de todos os anos desde o primeiro evento, em 1994, e comentaremos um pouco sobre os decks utilizados por eles na época, além de também observarmos as mudanças ocorridas na estrutura do evento com o passar dos anos.

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Sem delongas, apresento a vocês os campeões mundiais de Magic: The Gathering, de 1994 até 2019, junto a seus respectivos decks utilizados durante a partida das finais.

1994

O primeiro mundial de Magic: The Gathering ocorreu em 1994, durante a Gen Con em Milwakee nos dias 19 a 21 de Agosto, e o campeão foi o jogador norte-americano Zak Dolan, no único mundial na história do jogo onde não era necessário se classificar de alguma maneira e onde qualquer jogador poderia se inscrever e participar.

Zak Dolan
Zak Dolan

Dolan derrotou o francês Bertrand Lestree nas finais, num torneio onde o formato jogado é o que hoje seria conhecido como Vintage, mas na época ainda não existia a concepção de formatos e essencialmente todas as edições eram válidas, mas continha uma significativa lista de cartas restritas, o que pode explicar a quantidade de one-ofs na lista abaixo.

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Para ganhar o torneio, Zak utilizou um deck Prison-Control que chamamos atualmente de Angel Stasis, onde o objetivo era controlar o jogo utilizando remoções como Swords to Plowshares e uma infinidade de outras mágicas em one-ofs até conseguir realizar um “lock” de Stasis com Serra Angel em jogo, onde então o deck travava os recursos de ambos os jogadores, mas conseguia atacar com o anjo por conta de sua habilidade de Vigilância.

A premiação de Dolan por vencer o primeiro mundial incluiu Um troféu, um baralho de poker com o verso de Magic e boosters de edições que já não estavam mais disponíveis no mercado, como Alpha e Beta.

1995

O Campeonato Mundial de 1995 ocorreu entre os dias 5 e 7 de Agosto de 1995 em Seattle, Washington, no Hotel Red Lion Seattle, no formato Tipo II (atualmente chamado Standard) e o vencedor do evento que contou com 71 participantes foi o jogador suíço Alexander Blumke.

Alexander Blumke
Alexander Blumke

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Alexander venceu o torneio utilizando um deck voltado em abusar de descartes como Hymn to Tourach e Hypnotic Specter em conjunto com aceleradores como Dark Ritual e Lake of the Dead para desestabilizar os recursos do oponente, e em seguida utilizar de The Rack ou Sengir Vampire para ganhar o jogo enquanto controlava a mesa com removals.

1996

Com a introdução dos Pro Tours em 1996, o Campeonato Mundial passou a marcar o final da temporada competitiva do ano em Magic: The Gathering, como o último evento a dar aos jogadores os famosos Pro Points, e também sediar o evento em que o Jogador do Ano era nomeado.

O terceiro campeonato mundial de Magic ocorreu entre os dias 14 e 18 de Agosto na sede da Wizards of the Coast, em Seattle, nos Estados Unidos, e foi o primeiro Mundial após a criação do Pro Tour.

125 jogadores participaram do evento, que incluía os formatos Draft, Standard e Legacy, e o australiano Tom Chanpheng foi o grande vencedor, com um arquétipo que deixou um grande legado sendo conhecido no jogo até agora: o White Weenie.

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Tom Chanpheng
Tom Chanpheng

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O conceito do White Weenie de Tom Chanpheng é essencialmente o mesmo de todas as variantes que já vimos do deck até a atualidade: criaturas de custo baixo que estabelecem um clock significativo, somado a remoções de custo baixo para limpar a mesa de bloqueadores ou ameaças maiores.

A lista acima também inclui alguns elementos de disrupção relevantes, como Strip Mine para atacar manabases gananciosas e Armageddon, que poderia ganhar o jogo caso sua posição na mesa fosse superior a do seu oponente.

Um fato curioso sobre o deck de Champheng é que ele inclui o card Sleight of Mind no maindeck e no sideboard sem possuir nenhum meio de conjurá-lo. E isso aconteceu porque tom esqueceu de listar o playset de Adarkar Wastes ao submeter sua decklist, sendo, portanto, obrigado a troca-las por quatro lands básicas de sua escolha, e o jogador optou por incluir apenas planícies para manter a consistência do deck em ativar os pumps de Order of Leitbur e Order of the White Shield ao invés de ter acesso ao azul apenas para duas cartas mortas no seu maindeck e sideboard.

A vitória de Tom Chanpheng foi eternizada no card exclusivo 1996 World Champion.

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1997

Em 1997, o Campeonato Mundial ocorreu entre os dias 11 e 17 de Agosto no Centro de Jogos da Wizards of the Coast, em Seattle.

153 jogadores participaram do evento, o primeiro torneio de Magic a ser filmado pelo canal esportivo ESPN e com sua cobertura feita pela revista Sports Illustrated.

Os formatos foram Draft, Standard e Extended e o grande vencedor foi o jogador tcheco Jakub Slemr, considerado um dos melhores jogadores de Magic da década de 90.

Jakub Slemr
Jakub Slemr

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Jakub utilizou uma lista conhecida como Five-Color Black, um deck aggro que utilizava uma base majoritariamente preta, com cards como Black Knight, Knight of Stromgald e Nekrataal em conjunto com leves splashes das demais cores para cards pontuais como Incinerate e Earthquake no vermelho, Man-o-War no azul, Uktabi Orangutan no verde e Disenchant no branco.

Estes splashes eram concedidos com alguma facilidade, graças à inclusão das painlands de cores aliadas, além de terrenos que permitiam adicionar mana de qualquer cor, City of Brass, Gemstone Mine e Undiscovered Paradise.

1998

Em 1998, o evento ocorreu entre os dias 12 e 16 de Agosto em Seattle, nos Estados Unidos com os formatos Booster Draft, Construído de Bloco (um formato onde eram válidas somente as edições do último bloco lançado) e Standard e contou com 203 jogadores.

O vencedor do torneio foi o jogador norte-americano Brian Selden, num Top 8 que incluía alguns dos maiores nomes da história do jogo como Jon Finkel, Raphael Lévy, Chris Pikula e Alan Comer.

Brian Selden
Brian Selden

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Brian Selden utilizou um deck de toolbox-combo conhecido como Recurring Survival, ou apenas Rec Sur, que utilizava da interação de Survival of the Fittest com Recurring Nightmare para buscar criaturas do deck com Survival of the Fittest, enquanto descartava cards que eram extremamente poderosos na época, como Verdant Force e Spirit of the Night para então reanimá-los com Recurring Nightmare, enquanto a capacidade de tutorar qualquer criatura de maneira recorrente dava à lista um meio consistente de responder a qualquer situação na partida, enquanto a combinação de ambos os encantamentos davam inevitabilidade ao deck, visto que qualquer criatura morta ou descartada poderia voltar para o campo de batalha.

1999

O sexto mundial de Magic ocorreu entre os dias 4 e 8 de Agosto, no Yokohama Pacific, em Yokohama no Japão, e contou com 208 participantes que disputaram o título de campeão mundial nos formatos Draft, Standard e Extended.

O jogador alemão Kai Budde foi o campeão desta edição, derrotando o norte-americano Mark Le Pine de 3-0 em cerca de 20 minutos, a final de um Mundial mais rápida de toda a história do jogo.

Kai Budde
Kai Budde

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Kai Budde utilizou uma lista conhecida como Wildfire, onde você contava com a aceleração de mana que cards como Ancient Tomb e City of Traitors ofereciam para rapidamente conjurar artefatos que aceleravam ainda mais o seu jogo, como Fire Diamond, Thran Dymano e Grim Monolith para, em seguida, conjurar Wildfire preferencialmente antes do quinto turno do oponente, onde ambos os jogadores então sacrificariam todos os seus terrenos enquanto qualquer criatura de resistência menor ou igual a 4 seriam destruídas, essencialmente “travando” os recursos do oponente enquanto seus artefatos continuavam ativos para gerar mana, que então seria utilizada para conjurar poderosas ameaças como Covetous Dragon, Masticore e Temporal Aperture.

2000

O Campeonato Mundial de 2000 ocorreu entre os dias 2 a 6 de Agosto no Heysel, nas Bruxelas, Bélgica, sendo o primeiro Mundial ocorrido na Europa. 273 competidores competiram nos formatos Draft, Construído de Bloco e Standard, e o vencedor foi um dos jogadores mais famosos da história, o norte-americano Jon Finkel, que derrotou seu conterrâneo Bob Maher nas finais.

Jon Finkel
Jon Finkel

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A lista utilizada por Finkel é conhecida como Tinker, um deck que se aproveita das acelerações de mana providenciadas por Grim Monolith, Thran Dynamo e Metalworker para utilizar poderosos artefatos como Masticore e Phyrexian Processor, enquanto Tangle Wire, Mishra’s Helix e Rishadan Port negavam ao oponente o uso eficiente de seus recursos ao travar seus terrenos e outras permanentes.

2001

O oitavo Campeonato Mundial ocorreu entre os dias 8 e 12 de Agosto em Toronto, no Canadá. Os formatos do evento foram Draft, Standard e Extended* e um total de 296 jogadores, vindos de 51 países, competiram pelo título e pela premiação.

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O holandês Tom van de Logt foi o grande campeão desta edição, levando para casa uma premiação de US$ 35.000, num Top 8 onde o jogador derrotou Alex Borteh, ganhador do prêmio WSOP (World Series of Poker), o mais cobiçado prêmio não-monetário que um jogador de poker pode ganhar.

Tom van de Logt
Tom van de Logt

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A lista de Tom era conhecida como Machine Head, que funcionava como um deck Midrange aos moldes de decks que conhecemos como funcionais até hoje, com descartes como Duress e removals como Terminate para eliminar os recursos do oponente, enquanto ameaças de grande impacto como Phyrexian Scuta ou card que ofereciam poderosos efeitos de 2-por-1 como Flametongeu Kavu ou Blazing Specter finalizavam a partida.

2002

O Campeonato Mundial de 2002, que ocorreu na Fox Studios em Sidney, Austrália, contou com 245 jogadores de 46 países diferentes que jogaram os formatos Draft, Construído de Bloco e Standard.

O vencedor do torneio foi o jogador Carlos Romão, que se tornou o primeiro jogador brasileiro a ganhar um mundial de Magic: The Gathering, levando para casa uma premiação de $35,000.

Carlos Romão
Carlos Romão

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Para ganhar o torneio, Carlos utilizou um deck combo-control chamado Psychatog, que procurava controlar o jogo com diversos efeitos de card advantage para então finalizar o jogo com um “lock” que envolvia conjurar Upheaval e Psychatog no mesmo turno, comumente não dando tempo o suficiente para o oponente se recuperar e voltar para o jogo, já que Upheaval tecnicamente “resetava” os recursos de ambos os jogadores na partida, e Psychatog precisava de apenas um ou dois turnos após entrar o jogo para levar a vida do oponente a zero.

2003

O décimo Campeonato Mundial ocorreu entre os dias 6 e 10 de Agosto em Berlim, na Alemanha, nos formatos Draft, Standard e Extended.

312 jogadores de cinquenta e quatro países participaram do torneio, onde o jogador alemão Daniel Zink se saiu vitorioso e levou $35.000 dos mais de $200.000 distribuídos para os jogadores do Top 64.

Daniel Zink
Daniel Zink

(Infelizmente, não consegui encontrar fotos em melhor qualidade deste jogador durante seu período como jogador de Magic: The Gathering)

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O deck utilizado por Daniel Zink era um control conhecido como Wake, que procurava controlar o jogo até obter recursos o suficiente para conjurar Mirari’s Wake, que dobraria a mana disponível ao seu controlador que seria então utilizada para conjurar um Decree of Justice gigantesco, criando mais tokens do que o oponente conseguiria lidar.

O deck também apostava no uso do artefato Mirari com a mana extra disponível para copiar todas as mágicas conjuradas, essencialmente dobrando seus recursos ao decorrer da partida.

2004

O Campeonato Mundial de 2004 ocorreu entre os dias 1 e 5 de Setembro em São Francisco, Califórnia.

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Ao todo, 304 jogadores de 51 países participaram do evento, que incluiu os formatos Standard, Draft e Construído de Bloco, e o vencedor foi o holandês Julien Nujiten, que se tornou o jogador mais novo a vencer um campeonato mundial de Magic, aos 15 anos.

Julien levou uma premiação total de $52.366 dos $208.130 distribuídos ao Top 64, na época, um recorde da maior quantidade de dinheiro que um jogador de card game receberia em um único evento.

Julien Nuijten
Julien Nuijten

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Em um formato que, na época, estava sendo absolutamente dominado por Affinity, Julien utilizou um deck totalmente anti-meta chamado Astral Slide, que procurava abusar do card Astral Slide junto de efeitos de ETB poderosíssimos como Eternal Witness, que poderia reutilizar qualquer card de seu cemitério e Viridian Shaman, que lidava com praticamente todos os cards utilizados pelo Affinity, para controlar o jogo e obter card advantage enquanto acelerava o jogo por tempo o suficiente para jogar Akroma’s Vengeance e destruir praticamente todos os cards utilizados pelo jogador de Affinity.

Como wincondition, o deck contava com Eternal Dragon, um card que interagia bem com o plano de jogo do arquétipo enquanto poderia ser reutilizado do cemitério no late-game como uma ameaça evasiva que ganha o jogo em poucos turnos.

Segundo Julien, a ideia de sua lista veio de um artigo escrito pelo mundialmente famoso Brian Kibler.

2005

O Mundial de 2005 ocorreu entre os dias 30 de Novembro e 4 de Dezembro em Yokohama, no Japão e incluiu os formatos Standard, Draft e Extended, onde 287 jogadores de 56 países competiram pela premiação total de $208.130 a ser distribuída para o Top 64.

O vencedor do evento foi o jogador japonês Katsuhiro Mori, que ganhou $35.000.

Katsuhiro Mori
Katsuhiro Mori

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Katsuhiro utilizou para ganhar o evento um deck Midrange conhecido como Ghazi Glare, que tirava proveito da interação de Glare of Subdual com Vitu-Ghazi, the City Tree ou Selesnya Guildmage para controlar a mesa do oponente ao criar tokens e virá-los para remover bloqueadores ou atacantes do oponente, enquanto jogava com uma abundância de cards muito poderosos da época, como Kodama of the North Tree, Loxodon Hierarch e Yosei, the Morning Star.

2006

O Campeonato Mundial de Magic de 2006 ocorreu no Carrousel du Louvre, em Paris, na França, entre os dias 29 de Novembro e 3 de Dezembro nos formatos Standard, Extended e Draft.

O vencedor do torneio foi o japonês Makihito Mihara, que derrotou seu conterrâneo Ryou Ogura nas finais, utilizando o deck Dragonstorm.

Makihito Mihara
Makihito Mihara

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O Dragonstorm é um deck de combo voltado em utilizar uma sequência de mágicas em um único turno, como Lotus Bloom, Rite of Flame e Seething Song para acelerar mana, além de Sleight of Hand e Telling Time para esculpir a mão e Gigadrowse para segurar o jogo ou evitar interações do oponente no momento do combo.

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Com mana o suficiente e, pelo menos, mais três mágicas jogadas no turno, o deck pode então conjurar Dragonstorm para buscar quatro cópias de Bogardan Hellkite, que ao entrarem em jogo, causarão 5 de dano cada em qualquer alvo, totalizando 20 de dano imediatos contra o oponente, além de quatro corpos 5/5 na mesa, sendo o suficiente para ganhar o jogo na maioria das vezes.

2007

Em 2007, o Campeonato Mundial ocorreu entre os dias 6 e 9 de Dezembro, em Nova Iorque, onde 386 jogadores de 61 países competiram pela premiação total de $215.600 nos formatos Standard, Legacy e Draft.

O vencedor do torneio foi o israelense Uri Peleg, que derrotou Patrick Chapin nas finais por 3-1.

Uri Peleg
Uri Peleg

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Uri utilizou um dos melhores decks do formato na época, o Doran Rock, um deck midrange que utilizava disrupções de custo baixo como Thoughtseize somado à ameaças de custo baixo e poder alto, como Doran, the SIege Tower e Tarmogoyf enquanto acumulava valor com cards como Ohran Viper e os recém-lançados Planswalkers Garruk Wildspeaker e Liliana Vess.

2008

O décimo-quinto Campeonato Mundial ocorreu em Memphis, nos Estados Unidos e incluiu os formatos Draft, Extended e Standard e teve um total de 329 participantes vindos de cinquenta e sete países.

O vencedor desta edição foi o finlandês Antti Malin, recebendo $45.000 dos $245.245 que seriam distribuídos para os 75 mais bem colocados.

Antti Malin
Antti Malin

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Antti utilizou o deck que era considerado o melhor do formato na época, Faeries, um Tempo deck que utilizava alguns dos melhores cards disponíveis, como Thoughtseize e Cryptic Command, somado a uma base poderosa de permanentes que possuíam ótimas sinergias, mas que também eram muito poderosas individualmente, como Bitterblossom, Spellstutter Sprite e Vendilion Clique.

Dessa maneira, o deck conseguia alternar constantemente entre a função de agressor e controle ao decorrer da partida, enquanto tirava o máximo de proveito de cada uma de suas permanentes para lidar com as mais diversas situações.

2009

O Campeonato Mundial de 2009 ocorreu entre os dias 19 e 22 de Novembro, no Palazzo Del Congressi em Roma, na Itália, contou com 409 jogadores de 65 países que disputaram nos formatos Draft, Extended e Standard, e o evento terminou com o português André Coimbra se consagrando como campeão e levando uma premiação de $45.000

André Coimbra
André Coimbra

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André utilizou um deck aggro chamado Naya Lightsaber, que procurava aproveitar criaturas de custo baixo e poder alto, como Wild Nacatl e Wolly Thoctar para estabelecer pressão sobre seus oponentes enquanto removia bloqueadores da mesa com Path to Exile e Lightning Bolt.

O deck também utilizava cards que eram consideradas poderosas Staples do formato na época, como Bloodbraid Elf, um card que se tornaria o pilar do que seria o melhor deck do formato, o Jund, Ranger of Eos que permitia ao arquétipo preencher a mão com cards como Wild Nacatl ou Scute Mob, além de Ajani Vengeant como um card que servia como removal e wincondition ao mesmo tempo, e a criatura mais poderosa do formato na época, Baneslayer Angel.

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2010

O Campeonato Mundial de 2010 ocorreu em Chiba, no Japão, entre os dias 9 e 12 de Dezembro, nos formatos Standard, Draft e Extended.

Guillaume Matignon, jogador que também possui em seu currículo o título de Campeão Mundial de World of Warcraft TCG em 2007, se saiu vitorioso ao derrotar seu conterrâneo, Guillaume Wafo-Tapa nas finais de um evento que contou com 352 jogadores de 60 países.

Guillaume Matignon
Guillaume Matignon

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Antes de Mirrodin Besieged ser lançada, e com ela, Sword of Feast and Famine que traria ao Standard o terror chamado Caw-Blade, Jace, the Mind Sculptor já demonstrava ser de longe o card mais poderoso do formato e a maioria dos decks que obtiveram bons resultados estavam utilizando um playset do Planeswalker, somado à cópias adicionais de Jace Beleren para servir como um “removal” contra o Mind Sculptor dos oponentes, já que na época, a regra referente aos planeswalkers era diferente e não podiam existir dois Planeswalker com o mesmo subtipo em jogo, essencialmente transformando seus Jace Beleren em um counter/removal contra os Jace, the Mind Sculptor do oponente.

Portanto, a lista de Guillaume, um clássico Dimir Control, utilizava das melhores opções disponíveis no formato para segurar jogos e proteger o Jace, enquanto poderia finalizar o jogo com Grave Titan, outro card que era considerado uma das criaturas mais poderosas de Magic na época.

2011

O décimo-oitavo Mundial ocorreu entre os dias 17 e 20 de Novembro em São Franciso, USA, onde 375 jogadores de 60 países disputaram em rodadas de Standard, Draft e Modern*.

O destaque particular deste evento foi que quatro membros do então time da ChannelFireball chegaram ao Top 8: Conley Woods, Luis Scott-Vargas, Josh Utter-Leyton e Paulo Vitor Damo da Rosa, que se tornou o primeiro jogador a chegar ao Top 8 de um Mundial por quatro vezes.

Porém, o vencedor do torneio foi o japonês Jun’ya Iyanaga, que levou uma premiação de $51.000.

Jun’ya Iyanaga
Jun’ya Iyanaga

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O Wolf-Run Ramp foi um dos decks mais famosos do Standard de Scars-Innistrad e, por muito tempo, foi considerado o deck a ser batido no Metagame.

Como o nome sugere, o Wolf Run Ramp utilizava os primeiros turnos para acelerar o jogo com cards como Rampant Growth e Sphere of the Suns, que levariam até Solemn Simulacrum, que levariam então às winconditions do deck: Inferno Titan e Primeval Titan.

Inferno Titan essencialmente funcionava para estabelecer o clock e controlar a mesa de oponentes com decks mais agressivos, enquanto continha uma habilidade de manasink que aumentava o seu poder.

Primeval Titan ajudava o deck a acumular mais mana, enquanto buscava os dois terrenos mais importantes do deck: Kessig Wolf Run e Inkmoth Nexus.

Kessig Wolf Run essencialmente transformava qualquer criatura em uma ameaça ao dar +X/+0 e Trample para ela, uma habilidade que hoje vemos no lado da noite do card Tovolar, Dire Overlord.

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Inkmoth Nexus não fazia nada relevante por conta própria, mas possuía um “combo-kill” com Kessig Wolf Run no late-game, onde seu controlador poderia ativar a habilidade de Inkmoth Nexus, atacar e então dar +9/+0 para ela com Kessig Wolf Run, essencialmente matando o oponente por Infect.

2012

Em 2012, a estrutura do Mundial foi completamente alterada: O torneio não mais contava com um número grande de jogadores, mas sim com 16 competidores que se classificavam através de um sistema complicado, garantindo desta maneira uma competição que incluísse os melhores jogadores do mundo.

Os formatos jogados foram Draft e Modern, e num evento que incluía grandes nomes do Magic, como Paulo Vitor Damo da Rose, Jon Finkel e Martin Juza, o vitorioso foi o japonês Yuuya Watanabe, que ganhou um prêmio de $40.000 com um deck conhecido e amado pela comunidade até hoje.

Yuuya Watanabe
Yuuya Watanabe

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O Jund é possivelmente o mais clássico dos decks do Modern e um ponto de referência para qualquer jogador que teve o mínimo de contato com o formato em algum momento.

O deck procura realizar trocas favoráveis de 1-por-1 com seus descartes e remoções, enquanto suas ameaças de custo baixo, como Tarmogoyf, estabelecem o clock na mesa, comumente levando os jogadores ao topdeck, onde o poder individual e card advantage de permanentes como Bloodbraid Elf, Liliana of the Veil e Dark Confidant costumam prevalecer sobre os recursos do oponente.

Curiosamente, Bloodbraid Elf foi banido em Janeiro de 2013 por ser eficiente demais para o arquétipo, e foi desbanido em Fevereiro de 2018, junto de Jace, the Mind Sculptor.

Hoje, os decks de Jund não costumam mais utilizar Bloodbraid Elf.

2013

O Campeonato Mundial de 2013 ocorreu entre os dias 31 de julho e 4 de agosto em Amsterdam, onde dezesseis competidores jogaram os formatos Draft, Modern e Standard, e o campeão foi o israelense Shahar Shenhar, que venceu o americano Reid Duke nas finais, numa partida onde Shenhar conseguiu virar o jogo contra Reid e ganhar de 3-2.

Shahar Shenhar
Shahar Shenhar

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A lista de Shahar Shenhar foi um deck Control conhecido como UWR Flash, que procurava jogar todas as suas mágicas no turno do oponente e continha respostas para as mais diversas ocasiões com mágicas como Mana Leak e Cryptic Command, enquanto cards como Lightning Bolt, Electrolyze e Lightning Helix serviam tanto para segurar os decks agressivos quanto para aumentar a pressão imposta ela sua base sinérgica de criaturas, que incluía Restoration Angel, Snapcaster Mage e Vendilion Clique.

2014

Em 2014, o Campeonato Mundial ocorreu em Nice, na França nos dias 2 a 7 de Dezembro, nos formatos Draft, Modern e Standard, com as finais ocorrendo no formato Standard.

Shahar Shenhar foi o campeão mundial novamente em 2014, tornando-se o primeiro jogador a se consagrar bicampeão do evento, e também o primeiro jogador a ganhar o mundial por dois anos consecutivos e sendo premiado com $50.000.

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Shahar Shenhar
Shahar Shenhar

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O deck utilizado por Shenhar em 2014 foi o Sidisi Whip, um deck Midrange que procurava utilizar Whip of Erebos para reanimar cards com efeitos de ETB significativamente poderosos, como Hornet Queen, Doomwake Giant e a própria Sidisi, Blood Tyrant para obter valor constante ao decorrer do jogo.

2015

O Campeonato Mundial de 2015 ocorreu em Seattle, durante a PAX Prime, e os vinte e quatro competidores disputaram o evento em rodadas de Standard, Draft, e Modern.

O norte-americano Seth Manfield se saiu vitorioso sobre seu conterrâneo, Owen Turtenwald, na final, utilizando um dos decks mais populares do formato na época, o Abzan Control, e ganhando uma premiação de $50.000

Seth Manfield
Seth Manfield

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Existiam muitas variantes de Abzan na época: O Abzan Aggro utilizava uma curva mais baixa, apostando em cards como Rakshasa Deathdealer e Fleecemane Lion para acelerar o clock. Já o Abzan Control utilizado por Manfield, contava especialmente com o uso de sweepers para segurar a agressão inicial dos outros decks, enquanto cards como Courser of Kruphix e Siege Rhino seguravam e estabilizavam o jogo para que Elspeth, Sun’s Champion pudesse então dominar a partida completamente.

A maior vantagem que o Abzan Control tinha era que praticamente todos os cards no deck ofereciam card advantage, exceto pelos necessários removals pontuais na forma de Hero’s Downfall e no descarte de early-game com Thoughtseize.

2016

O Mundial de 2016 ocorreu entre 1 e 4 de Setembro em Seattle, com os formatos Draft, Standard e Modern e as finais ocorrendo no formato Standard.

O vencedor desta edição foi o norte-americano Brian Braun-Duin, que venceu as finais contra o português Marcio Carvalho por 3-1 em partidas longas e disputadas, mencionadas pelo comentarista Marshall Sutcliffe como uma das melhores partidas que ele já comentou, e levou uma premiação de $70.000.

Brian Braun-Duin
Brian Braun-Duin

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O deck de Brian foi uma variante dos diversos decks de Bant Company que existiam no formato na época, o Bant Humans, que trocava o poder individual de cards como Spell Queller e Sylvan Advocate em prol de uma quantidade maior de sinergias entre suas criaturas para estabelecer um clock mais rápido do que o oponente poderia segurar com Thalia’s Lieutenant.

Apesar de o deck conter alguns elementos de sinergia tribal, todas as cartas da lista eram muito poderosas individualmente, e algumas veem jogo nos formatos competitivos até hoje, como Reflector Mage e Tireless Tracker, além de Collected Company ser uma staple de diversos arquétipos do Pioneer.

2017

O Campeonato Mundial de 2017 ocorreu entre os dias 6 e 8 de Outubro em Boston, USA, nos formatos Standard e Draft, e o vencedor foi o norte-americano William Jensen, que recebeu uma premiação de $100.000.

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William Jensen
William Jensen

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O deck utilizado por Jensen era considerado o melhor, ou um dos melhores, decks do formato na época, o Temur Energy. Esse deck Midrange se utilizava da mecânica de Energia para acumular diversos recursos ao decorrer do jogo com diversos cards que eram naturalmente bons, mas se aproveitavam da mecânica para serem ainda melhores.

Attune With Aether permitia ao jogador corrigir sua mana ao mesmo tempo em que acumulava energia, enquanto Rogue Refiner tinha um corpo decente, adicionava energia e ainda comprava um card, e para se aproveitar desses recursos, o deck apostava em Longtusk Cub para criar aberturas agressivas contra o oponente, Whirler Virtuoso para criar um exército de criaturas 1/1 e Bristling Hydra como uma ameaça difícil de remover e que crescia exponencialmente.

2018

O Mundial de 2018 ocorreu em Las Vegas, entre os dias 21 a 23 de Setembro, com os formatos Standard e Draft.

Uma hora antes do início de torneio, o jogador Gerry Thompson postou nas redes sociais que não participaria do evento como uma forma de protesto pelo estado em que o Magic profissional se encontrava.

As alegações de Thompson incluíam o fracasso da Wizards em promover o evento e seus jogadores, uma cobertura ruim do evento, falta de recompensas para jogadores profissionais e aspirantes à profissionais e o fracasso em punir trapaças e outros mecanismos de cheating adequedamente e, com sua ausência, o evento contou somente com 23 participantes.

O jogador espanhol Javier Dominguez derrotou o polonês Grzegorz Kowalski numa mirror match do que era do absoluto melhor deck do formato na época, e tornou-se o campeão mundial de 2018, levando uma premiação de $100.000.

Javier Dominguez
Javier Dominguez

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O deck em questão era o RB Aggro, um deck midrange com um early-game agressivo e majoritariamente Mono-Red, mas que utilizava de um splash para o preto para ter acesso a cards pontuais importantes para lidar com uma parcela do Metagame, como Doomfall, The Eldest Reborn e Duress.

A grande força do deck encontrava-se no quão poderoso uma curva de Bomat Courier seguido de Scrapheap Scrounger, Goblin Chainwhirler e então qualquer uma das permanentes de custo 4 do deck criavam uma situação difícil de resolver, já que suas ameaças de mid-game compensavam os cards agressivos do começo da partida, e que todas as suas criaturas tinham alguma vantagem acoplada a um corpo decente.

Pela sua vitória, Javier foi eternizado no universo de Magic, tendo sua imagem representada no card Fervent Champion, de Throne of Eldraine.

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2019

O mais recente Campeonato Mundial ocorreu entre os dias 14 e 16 de Fevereiro de 2020, em Honolulu, no Havaí.

Dezesseis jogadores, dentre os melhores jogadores da agora extinta Magic Pro League e os Challengers, competiram no evento por uma premiação total de $1.000.000, a maior premiação já dada na história de Magic: The Gathering e também foi o primeiro evento jogado integralmente na plataforma Magic Arena, uma decisão que foi amplamente criticada pelos amantes do jogo tabletop.

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Os jogadores classificados incluíam: O Campeão Mundial do anterior, o vencedor de cada um dos sete Mythic Championship, o Top 4 da Magic Pro League e o Top 4 dos Challengers.

Os jogos foram disputados nos formatos Draft e Standard, e o vencedor foi o brasileiro Paulo Vitor Damo da Rosa, que venceu o português Marcio Carvalho nas finais e levou uma premiação de $300.000

Paulo Vitor Damo da Rosa
Paulo Vitor Damo da Rosa

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A lista utilizada por Paulo Vitor foi o Azorius Control, um deck control na sua essência mais clássica, com diversas remoções como Shatter the Sky e Banishing Light e counters como Absorb e Dovin’s Veto, meios de filtrar o topo e/ou comprar cards com Omen of the Sea e Thirst for Meaning, e meios de obter muito card advantage com Teferi, Time Raveler, Narset, Parter of Veils e Elspeth Conquers Death.

Para finalizar o jogo, o deck contava com Dream Trawler, uma ameaça difícil de remover e que comumente ganharia as partidas e principalmente mirrors de Control se ficasse na mesa, e Archon of Sun’s Grace, que funcionava melhor contra decks agressivos ao atrasar significativamente o clock do oponente.

Pela sua vitória no Campeonato Mundial, Paulo Vitor ganhou o prêmio eSports Brasil na categoria Jogador do Ano em 2020, e também foi eternizado em Magic: The Gathering na ilustração do card Elite Spellbinder.

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Conclusão

Estes foram os campeões mundiais, de 1994 até 2019, e neste próximo fim de semana, mais um jogador se juntará à lista de nomes que serão mencionados e lembrados na história de Magic: The Gathering ou, quem sabe, não veremos jogadores que já foram campeões se tornando bicampeões?

O Campeonato Mundial de 2021 será nos formatos Draft e Standard, jogados novamente através do Magic Arena, e poderemos presenciar todos os jogadores de alto nível competindo pelo prêmio e título ao vivo através do canal oficial da Wizards of the Coast.

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