Magic: the Gathering

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Uma lança veloz no Magic Fest São Paulo 2019

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Olá, Planeswalkers! Recentemente eu estive participando do Magic Fest em São Paulo e, como uma garota e jogadora iniciante, fui convidada a contar um pouco do que foi minha primeira experiência num evento competitivo de Magic: the Gathering, como foi esse.

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审核人 Tabata Marques

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Olá, Planeswalkers! Recentemente eu estive participando do Magic Fest em São Paulo e, como uma garota e jogadora iniciante, fui convidada a contar um pouco do que foi minha primeira experiência num evento competitivo de Magic: the Gathering, como foi esse.

Além disso eu tive a honra de ser premiada pela Play it Forwardlink outside website por ter sido a mulher mais bem classificada no evento principal cujo o formato jogado era o Modern.

Acontece que eu venho jogando MTG desde do final de 2017, tendo finalmente, em meados de abril de 2018 apenas, montado um deck (MBC Pauper) e passado a frequentar semanalmente os campeonatos da minha loja local, a Portal TCGlink outside website.

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Desde o início eu fui acolhida junto com meu namorado que embarcou nessa aventura comigo, aventura que teve e tem como lugar central, essa mesma loja (Portal TCG) no Rio de Janeiro. Lá eu conheci muita gente, fiz muitos amigos e conheci garotas que já jogavam a mais tempo. Sou muito grata a todos desta loja porque desde iniciada no jogo passei por poucas infelicidades por ser uma garota e com isso pude frequentar assiduamente os campeonatos e crescer muito como jogadora, processo que ainda continua a todo vapor. Contudo, devo mencionar que sei que para muitas meninas a experiência é outra, bem menos positiva que a minha particular.

Durante a minha busca por conteúdo de MTG na Internet eu conheci o grupo Liga das Garotas Mágicas (S2). Lá eu fiz contato com muitas meninas que jogavam, escutei muitas histórias e percebi o quanto a comunidade feminina era expressiva ainda que esta não se fizesse "fisicamente" tão presente assim. E com o tempo eu fui entendendo, ou pelo menos passando a ter uma ideia, do porquê de isso acontecer.

Minhas especulações tomaram mais forma quando um dia eu passei pelo meu primeiro "desconforto" cuja a condição para ocorrer foi justamente eu ser uma garota. Fico feliz que a situação tenha se resolvido, mas no fundo eu me senti tão afetada que havia perdido grande parte da minha confiança enquanto jogadora. Comecei até a achar que o meu deck (Burn) estava errado e comecei a mudar loucamente as cartas; por fim achei até que eu não podia/sabia jogar com ele.

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Enfim. Isso aconteceu pouco menos de um mês para Magic Fest e, daí em diante, eu tive péssimos resultados com o deck que eu havia $ofridamente montado ao longo de pelo menos 6 meses. Eu já havia comprado as passagens, agendado hotel, mas estava praticamente decidida a não participar do evento principal. Eu só mudei de ideia quando cheguei na sexta-feira, um dia antes do evento, e meu namorado (a quem não posso deixar de mencionar novamente com gratidão) fez muita questão que eu participasse. Cheguei a jogar o Last Trial para conseguir 2 Byes no evento principal, mas era single elimination e adivinhem? Perdi no primeiro match e acabei sendo eliminada.

Lembram de quando eu disse que fiquei mudando as cartas do deck? Então, até eu desanimar um pouco com o deck, eu estava jogando com uma lista que eu gostava muito. Inclusive era um lista que recebia críticas (algumas construtivas e outras nem tanto) por não usar 4 dos novos queridinhos Skewer the Critics, e ainda por cima usar o estranhíssimo, mas não pouco eficaz, Vexing Devil e outras coisas "controversas".

No entanto era a lista que tinha minhas cartas favoritas e o mais importante: a que eu me sentia mais confiante em usar. Tenho certeza de que acreditar nela foi parte decisiva no meu resultado. Parti para o main event com a expectativa de simplesmente poder dizer que tive a experiência de participar de um evento mais competitivo do que eu estava habituada e extremamente concentrada no que poderia aprender de novo com esta experiência.

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O main event surpreendeu minhas expectativas. Foi um evento em que eu pude me descobrir a cada jogo como uma jogadora melhor que eu supunha, reconhecer meus pontos fortes e principalmente minhas fraquezas.

A loja que frequento e todo seu ambiente amigável havia me preparado mais para o cenário competitivo do que eu sabia, isto em grande parte devido ao power level dos meus colegas que semanalmente jogavam comigo em campeonatos. Nesse evento pude também conhecer outras meninas e me inspirar. Foi revigorante ver a comunidade tão receptiva, horizontes positivos se anunciam no Magic: todos os oponentes que jogaram comigo foram extremamente respeitosos e isto é uma alegria imensa para mim, não só por ser uma garota mas por amar genuinamente o jogo em si. Eu sei que há casos e casos e eu fui sortuda de encontrar boas pessoas no caminho, mas fica o meu recado: Meninas (ou qualquer outra pessoa), não desanimem ou deixem de jogar por conta de uma situação ruim. Existem boas pessoas e lojas preparadas para nos receberem. A comunidade ainda conta com "espaços tóxicos", mas eles não são a maioria e cada vez mais vejo ações dentro da própria comunidade para reprimir "certas posturas".

Correndo o risco de cometer redundância eu preciso agradecer imensamente aos meus colegas da Portal, da Cards Realm e ao meu namorado Davi que desde o início me incentivou muito e sempre me instigou a aprender mais sobre o jogo (inclusive montou meu side guide haha).

E foi assim que eu encarei o evento; atenta ao novo, mas sem muitas expectativas por me sentir inexperiente no jogo (afinal eu esbarrei com pessoas que estavam no oitavo GP e jogavam a mais de 10 anos), mas a cada partida que eu joguei consegui ver com mais clareza o que eu estava fazendo. O deck fazia o que precisava ser feito, ganhei de top draw mais vezes do que a sorte pode permitir e deste modo eu consegui fechar 6x2 e passar para o day two no meu primeiro GP (Magic Fest).

Sobre o segundo dia eu posso dizer que senti a atmosfera mais pesada e mais competitiva, mas nada fora do padrão do que eu esperava, apenas mais tenso. Isso por exemplo não foi motivo para meus oponentes deixarem de ser cordiais e respeitosos durante as partidas.

O que eu levo desse evento e que gostaria de compartilhar com todos, especialmente as meninas que querem aprender a jogar ou já jogam é: a comunidade do MTG é incrível e sempre há espaço para todo mundo. O meio competitivo me assustava porque eu achava que não seria possível fazer qualquer resultado sendo tão nova no jogo, mas o importante é que eu pude sim, fazer um bom resultado, e o melhor: perceber o quanto eu sou capaz de me dedicar e melhorar como player e como pessoa. Estou longe de ser a jogadora que eu quero ser no MTG, mas sinto que agora existe toda uma infinidade de planos no multiverso que eu posso explorar.