Habilidade Golpe Duplo: tudo sobre a keyword, interações e dúvidas

De acordo com o livro de regras do jogo, Golpe Duplo (Double Strike) é uma habilidade estática que modifica as regras da fase de combate. Caso uma criatura que esteja participando do combate, tenha a habilidade Golpe Duplo (Double Strike) ou Iniciativa (First Strike), ocorrerá duas etapas de dano de combate, uma para as criaturas com as habilidades mencionadas e a etapa “normal”.

A criatura com Double Strike causa dano de combate nas duas etapas. Se uma criatura com First Strike receber Double Strike durante a primeira etapa, ela causará dano na segunda. Caso uma criatura perca a habilidade durante a primeira etapa, ela não causará na segunda.

Double Strike não é acumulativo. Se um Fabled Hero estiver equipado com Embercleave, ainda ocorrerá somente uma “etapa extra”.

First Strike e Double Strike são habilidades diferentes, se alguma carta especificamente remover First Strike, criaturas com Double Strike não serão afetadas e vice-versa.

Se uma criatura com Double Strike destruir a criatura bloqueadora no primeiro momento que causar dano, ela não causará dano uma segunda vez.

Double Strike + Trample

Double Strike, apesar de deixar as criaturas significativamente mais fortes e aumentar sua tendência de sobreviver a combates, ela ainda não é muito efetiva em causar dano no jogador, não sozinha, pelo menos.

Como mencionado anteriormente, a criatura com Double Strike não causa dano de combate uma segunda vez, caso destrua a criatura bloqueadora. Sendo assim, não é muito útil deixar a criatura com muito poder, só para o oponente jogar qualquer criatura dispensável como bloqueadora.

A maneira mais efetiva de se resolver isso é atribuindo Atropelar (Trample) para a criatura, juntamente com Double Strike. Veja, se o seu Enduring Angel estiver equipado com um Ceremonial Groundbreaker, ao destruir a criatura bloqueadora no primeiro golpe, ela causará o dano completo no segundo, pois a criatura defensora saiu de combate.

Se o anjo, já equipado, foi bloqueado por um Ao, the Dawn Sky, ele causaria 1 de dano no jogador e destruiria o dragão e depois causaria mais 5 de dano ao jogador defensor.

Double Strike + Lifelink

Double Strike juntamente com Vínculo com a Vida (Lifelink) acaba por não ser uma das interações mais interessantes, mas como é uma dúvida relativamente frequente, acho importante mencionar.

Quando uma criatura com as duas habilidades ataca, ela só fará com que o controlador ganhe vida duas vezes em três situações: se não for bloqueada, se não matar a criatura bloqueadora no primeiro golpe ou se possuir Trample.

Isso acontece pelo explicação dada no tópico anterior: sem Trample, ao matar a criatura no primeiro golpe, não realiza dano novamente, não fazendo com que a habilidade de Lifelink seja desencadeado novamente.

Entretanto, geralmente você quer dar evasão para sua criatura com Double Strike (ou Trample), então pode vir a ser uma boa pedida.

Double Strike + Deathtouch

Aqui a interação não tem muito mistério, mas como é muito eficiente, está aqui. A habilidade Toque Mortífero (Deathtouch) permite que qualquer quantidade de dano seja o suficiente para destruir uma criatura.

Como a criatura com Double Strike causa o dano antes de sofrer, ela simplesmente destrói a criatura bloqueadora, sem sofrer dano de combate e independente da resistência da bloqueadora.

Exemplo: Você utilizou Bladebrand no Fury que você controla. O oponente bloqueou com o Jegantha, the Wellspring. Como sua criatura está com Double Strike e Deathtouch, ele destrói o Jegantha na primeira etapa de dano.

Se por algum acaso o Fury também possuísse Trample, seria causado 5 de dano no jogador defensor. Dois do primeiro golpe (1 de dano para matar a criatura e os outros 2 passam) e 3 do segundo golpe.

Criaturas com Double Strike geralmente vem com o poder e resistência mais baixos do que o normal, para tentar deixá-las mais justas. Por exemplo, o Fabled Hero: é uma carta de custo de mana convertido 3, mas somente com 2/2 de poder/resistência. O que é abaixo da curva, considerando que ela é uma carta rara.

Isso acontece para tentar deixar a criatura balanceada e fazer com que o jogador se esforce para tirar o proveito máximo da carta.

No formato Commander, existe um arquétipo chamado “Voltron” que se baseia em derrotar o oponente causando dano de combate apenas com o comandante. Nesse arquétipo é muito comum o uso de lendárias que já possuam Double Strike, como o Rafiq of the Many ou cartas que dão a habilidade para a criatura, como a Lizard Blades ou Fireshrieker.

Em formatos de 60 cartas, nós tivemos na época do Standard de Theros com Khans of Tarkir, o famoso UW Heroic, que utilizava o Fabled Hero e auras como Aqueous Form e Stratus Walk para dar evasão.

Além das cartas de evasão, é bem comum que se utilize cartas para proteger a criatura com Double Strike. Isso acontece porque, via de regra, se dedica muito recurso para deixar a criatura com Double Strike mais forte, e como consequência uma remoção pontual pode acabar com o jogo.

Sendo assim, cartas como Gods Willing ou Hyena Umbra acabam sendo muito uteis.

Claro, algumas criaturas já possuem a proteção “embutida” nelas. Uma das cartas mais populares com Double Strike é o Mirran Crusader que possui proteção contra o preto, já conseguindo escapar da cor mais comumente usada para remoções.

Bem, como mencionado anteriormente, decks que utilizam criaturas com Double Strike tendem a dedicar muito recursos para deixá-las fortes e remoções pontuais costumam acabar com o plano do oponente.

Veja, para a estratégia dar certo o oponente deverá gastar uma quantidade de mana e turnos usando equipamentos, auras e instantâneas/feitiços que aumentam o poder da criatura ou dão evasão para ela. Então se você gasta 3 manas e um turno para usar um Murder na criatura que o oponente gastou 3 turnos deixando mais forte, você está na frente em “Tempo” e recurso.

Remoções globais costumam ser bem eficientes também, por menos eficiente que pareça de primeiro momento, já que geralmente eliminará somente uma criatura. Só que junto com a criatura vão embora as auras e o oponente terá que gastar mana para equipar novamente os equipamentos em uma próxima criatura.

Além disso, as famosas anulações também facilitam o trabalho. É comum que esses decks não tenham uma grande quantidade de criaturas, então um anula pode fazer com que o jogador fique alguns turnos sem conjurar uma criatura e como as outras cartas são inúteis sem uma, são muitas rodadas não avançando o jogo.

Dito isso, existem criaturas como Mirran Crusader que são bons independentes de receber buff e aparecerão em decks Weenies/agressivos e não em estratégias mais dedicadas. Nessas situações, é só tratá-las como mais uma criatura no deck aggro.

Durante a história do jogo, algumas cartas com Double Strike (ou que dão a habilidade) fizeram bastante sucesso, tanto em formatos casuais, quanto em formatos mais competitivos.

Mirran Crusader já foi uma carta bastante popular, inclusive no Legacy, sendo um excelente alvo para usar a Sword of Fire and Ice no deck Death and Taxes. Proteção contra preto e verde permitindo escapar de Abrupt Decay e Fatal Push e a capacidade de triggar duas vezes os efeitos das espadas, tornavam-na uma carta bastante ameaçador. Contudo, o eventual power creep do formato e o surgimento de diversos drops 3 brancos mais eficientes, acabou perdendo espaço no deck.

Embercleave já causou muito trabalho no Pioneer e no Standard da época. Os Mono Red e Gruul Aggro da época utilizavam a carta como um finalizador muito eficiente. Como o equipamento dá Trample, além de Double Strike, ficava muito complicado para o oponente lidar.

Temur Battle Rage foi uma carta muito popular no Pauper, principalmente quando Atog era válido.

Bruse Tarl, Boorish Herder e True Conviction são cartas bastante conhecidas entre os jogadores de Commander e adoradores da fase de combate. Lifelink e Double Strike acabam por ser muito útil em níveis mais casuais do formato.

Espero que tenham gostado desse artigo falando sobre Double Strike. Um dos meus primeiros decks competitivos foi o UW Auras com Fabled Hero, então tenho um apreço muito grande pelo estilo de jogo, ainda que hoje já não seja tão popular nos cenários mais competitivos.

Qualquer dúvida, só deixar nos comentários. Abraços!