Com o lançamento oficial de Lord of the Rings: Tales of Middle-earth, o último fim de semana foi bem agitado para os formatos competitivos, em especial para o Modern, onde algumas das principais cartas da nova edição foram testadas ostensivamente.
Neste artigo, destacamos os principais cards de Lord of the Rings que apareceram nos grandes eventos de Modern deste fim de semana, e especulamos sobre o impacto que o novo set pode proporcionar ao Metagame!
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Um Anel Para Governar o Modern?
Enquanto todos especulavam sobre o potencial de Orcish Bowmasters, Stern Dismissal ou Delighted Halfling, o card que mais se destacou neste fim de semana, e continua crescendo tanto em presença quanto em valor de mercado, foi a peça mais icônica de toda a franquia da Terra-média: The One Ring!
Por ser um card incolor, The One Ring se mostrou poderoso o suficiente para estar em uma variedade de arquétipos não-agressivos. Sua habilidade de oferecer proteção contra tudo ao seu controlador funciona como um pseudo-Fog ou Time Warp, a depender da posição da mesa, enquanto duas ativações do card (uma no turno em que ele entra em jogo, e outra no turno posterior) garantem, pelo menos, três cards ao seu controlador.
Somado à ausência de boas respostas no maindeck e/ou sideboard do Metagame atual contra artefatos indestrutíveis, The One Ring se tornou uma peça importante em variadas listas e estratégias do Modern.
Em listas de combo, como o Grinding Breach, The One Ring oferece mais um turno e três cards, sendo o suficiente para iniciar loopings infinitos com Emry, Lurker of the Loch, seja com Mox Amber, Grinding Station, ou até uma sequência de múltiplos The One Ring para "trancar" o jogo por infinitos turnos.
Scapeshift foi outro arquétipo que retornou neste fim de semana com a presença de The One Ring. Assim como em outros arquétipos de combo em que o card esteve presente, três cards e um turno amplificam a possibilidade de encontrar as peças necessárias para fechar o combo, além de garantir mais um land drop para a conta de Valakut, the Molten Pinnacle.
Tron era um dos arquétipos onde o Anel tinha maior potencial de aparecer. Diferente da expectativa, ele não foi incluso como um one-of para o toolbox de Karn, the Great Creator, mas sim com quatro cópias de maindeck!
Tal como os arquétipos acima, um turno e três cards faz uma diferença gigantesca para o jogador e Tron, dado que este pode significar mais duas à três manas, e o deck já é conhecido por ter um dos, se não o melhor, topdeck do formato!
Além disso, Karn, the Great Creator é um meio excelente de travar a ativação do The One Ring do oponente, enquanto o lifelink de Wurmcoil Engine ajuda a mitigar qualquer dano que seria causado pelo uso do artefato.
O Ponza foi outra estratégia que retornou esta semana, graças à presença de The One Ring, e apesar desse não se beneficiar tanto do efeito de "turno extra", ele é um dos melhores em tirar proveito do mecanismo de card advantage do Anel após conjurar Blood Moon, enquanto o artefato amplifica o potencial de jogar o Magic justo.
E, claro, o card mais poderoso da temporada não poderia estar de fora dos arquétipos de Goodstuff, dos quais também se beneficiaram da inclusão de Delighted Halfling para acelerar e proteger o cast de Teferi, Time Raveler, Nissa, Resurgent Animist e Omnath, Locus of Creation, além de permitir jogar Fury e Solitude pelos seus custos um turno mais cedo.
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Por não poder utilizar artefatos e outras criaturas, as variantes de Four-Color Creativity não puderam usar The One Ring em suas listas, e com o efeito de cast do artefato protegendo o jogador da habilidade de Archon of Cruelty, é possível que jogadores queiram se afastar um pouco dessa proposta, e busquem no combo de Saheeli Rai e Felidar Guardian a segurança necessária para conseguir tirar proveito do Anel nas partidas justas e de atrito, enquanto ainda habilitam a ameaça de um combo-kill.
O destino de The One Ring no Modern ainda não está definido. Nesta primeira semana, o card pareceu estar no topo do que há de melhor no Metagame, e iguala-se aos outros cards que se tornaram staples de múltiplos arquétipos ou estratégias no Metagame nos últimos anos.
Por outro lado, é também o momento de outros arquétipos se adaptarem, e incluírem respostas eficientes contra o artefato em seus Sideboards. No entanto, as peças mais eficientes para lidar com ele são também lineares demais, com as melhores, no momento, sendo Cast into the Fire, que consegue lidar com criaturas pequenas, e Haywire Mite, que pode ser buscado com Urza's Saga.
Pithing Needle é outra opção decente, e funciona para evitar múltiplas ativações do Anel, enquanto Disdainful Stroke pode receber seu espaço de volta nos Sideboards, caso seus decks consigam lidar com Delighted Halfling,
Orcish Bowmasters: Bom, mas não excelente
Orcish Bowmasters foi considerado por muitos o melhor card de Tales of Middle-earth para os formatos competitivos, e enquanto essa máxima parece se concretizar no Legacy, os Orcs fizeram poucos resultados no último fim de semana.
Dentre os principais decks que fizeram resultados, Bowmasters apareceu apenas nessa lista de Rakdos Undying, ao lado de Dauthi Voidwalker, e também na lista ganhadora do Challenge de domingo, um Golgari Yawgmoth com várias peças de LotR.
Sua inclusão nas listas de Yawgmoth é uma escolha interessante: enquanto a criatura pune oponentes por comprarem muitos cards (e, logo, servem como um hate indireto contra The One Ring), Bowmasters oferece dois corpos pelo custo de um, da qual Yawgmoth, Thran Physician consegue tirar vantagem com maestria.
Samwise Gamgee: um novo combo para os combos?
Samwise Gamgee protagoniza um novo combo ao lado de Cauldron Familiar, que leva a um looping de dano infinito com qualquer fonte de sacrifício. Enquanto a opção mais comum foi Viscera Seer, outros cards também interagiram com a proposta do combo e trouxeram algumas variantes de arquétipos já conhecidos.
O Abzan Yawgmoth é uma dessas combinações, onde a lista recorre a um leve splash para o branco para incluir Samwise, além de Boromir, Warden of the Tower no Sideboard.
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Nessa versão, Yawgmoth, Thran Physician serve como outra fonte de sacrifício para o combo, e um que oferece também draws infinitos, já que você mitiga a perde de vida com o lifegain do trigger de Cauldron Familiar.
As variantes clássicas de Food também exploraram o novo combo neste fim de semana. Aqui, Asmoranomardicadaistinaculdacar junta-se à Academy Manufactor e Finale of Devastation para buscar as peças necessárias enquanto controla a partida, e até permite garantir uma posição de mesa absurda ao lado de Urza's Saga, por conta do número de artefatos produzidos pelo restante da lista.
Outras variantes preferiram ir ainda mais longe com o tema de tokens, optando por Chatterfang, Squirrel General e Lonis, Cryptozoologist para ampliar as interações entre seus cards e Academy Manufactor.
Forge Anew: Novas propostas para o Hammer Time!
Forge Anew foi a melhor adição de Tales of Middle-earth para o Hammer Time, e enquanto ele fez resultados tímidos durante o fim de semana, algumas variantes aproveitaram do novo encantamento em algum número entre 2 e 3, para aumentar a consistência com qual o deck consegue equipar seus artefatos em criaturas-chave.
A maior novidade ficou para a lista de Boros Hammer Time do jogador Gen Shinohara, que aproveitou do novo encantamento para colocar uma pequena interação com cemitérios ao lado de Goblin Engineer e Seasoned Pyromancer, para colocar Argentum Armor no cemitério vindo do campo de batalha, e reanimá-lo com Forge Anew.
Enquanto o combo parece excelente se utilizado nos primeiros turnos, o decréscimo de consistência em uma estratégia já bem consolidada me faz questionar se Argentum Armor é, de fato, a melhor opção.
No entanto, Forge Anew abre novos precedentes para Goblin Engineer, onde ele pode operar como cópias extras de Stoneforge Mystic ao lado do encantamento.
Living End: Menos terrenos, mais buscadores
As novas criaturas com Landcycling de Lord of the Rings deu ao Living End a oportunidade de incluir mais ameaças para reciclar sem reduzir a quantia de terrenos que o deck precisa para operar.
Agora, as novas versões do arquétipo usam entre 16 e 14 terrenos, com algum número entre quatro e oito cópias de Generous Ent e Oliphaunt. Minha pouca experiência com Living End me leva à não ter muitas opiniões sobre essa mudança, mas ela parece bem mais benéfica do que ter um número maior de "cards mortos" em sua mão, e funcionam como cópias extras de Fetch Lands para o que ele se propõe a fazer.
Flowering of the White Tree: Boros Convoke chegou ao Modern!
Enquanto Flowering of the White Tree não parece impressionante se considerarmos suas concessões de deckbuilding, um Honor of the Pure por duas manas é o suficiente para que arquétipos mais agressivos o queiram em suas listas. Com isso, e a existência de Kuldotha Rebirth no Modern, o Boros Convoke ganhou seu espaço no Metagame!
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Flame of Anor: O Vermelho chegou para os Tritões
Flame of Anor é um dos cards mais poderosos e mais condicionais de Lord of the Rings. Por um lado, todos os seus efeitos são decentes, e poder escolher dois deles caso controle um Mago faz dele uma remoção que compra dois cards, ou um efeito de 2-por-1 em arquétipos que recorrem a artefatos.
Porém, há sérias concessões em necessitar de Magos para funcionar, e três manas não é um custo eficiente para os padrões de remoção e draw individuais no Modern hoje, apesar de ser comparável a Esper Charm.
Para os Merfolks, no entanto, a maior concessão se encontra no splash para o vermelho, dado que uma parcela significativa das criaturas usadas em suas listas já são do tipo Mago.
O Deliciado Retorno dos Mana Dorks
Se olharmos para as listas acima, perceberemos que o card mais presente da nova edição nos principais decks do Modern nesse fim de semana, ao lado de The One Ring, foi uma categoria de criatura que não vemos com frequência no formato faz tempo: um mana dork - Delighted Halfling.
Delighted Halfling é o tipo de dork que nunca é ruim. No pior cenário, ela é um Boreal Druid com um de resistência à mais, e ajuda a conjurar determinados cards mais cedo. No melhor, ela trava a principal interação contra cards de grande impacto - Counterspells.
Com um design de jogo onde cards lendários estão cada vez mais fortes e mais presentes no ambiente competitivo, a nova mana dork se torna uma peça-chave para garantir que alguns dos melhores cards lendários do formato, como Teferi, Time Raveler, Nissa, Resurgent Animist e Omnath, Locus of Creation não apenas entrem em jogo mais cedo, como também garante que elas terão o impacto desejado ou demandem resposta imediata.
Faz anos desde que um mana dork foi tão importante para o Modern como Delighted Halfling está sendo, e em um Metagame onde essa categoria foi abandonada por diversas estratégias por conta de Fury, é bom ter esse respiro de ar fresco no ambiente competitivo.
Conclusão
Isso é tudo por hoje.
Diferente do que alguns clamam, o Modern ainda está em fase de experimentos com Tales of Middle-earth, e parece cedo demais para afirmarmos que este é o momento de considerarmos uma intervenção direta.
The One Ring parece, sim, um card perigoso para a saúde do formato por adentrar em muitas estratégias sem nenhuma concessão (listas de Mono Black Coffers e Mill já o utilizam em ligas), e não me surpreenderia se o artefato ganhasse um status no ambiente competitivo que apenas alguns cards de Modern Horizons e Modern Horizons II chegaram.
No entanto, estamos agora na segunda semana do formato, e precisamos de mais dados e resultados para uma avaliação assertiva do impacto da nova edição para o cenário competitivo.
Obrigado pela leitura!
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