Magic: the Gathering

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Standard: Jeskai Hinata é o próximo melhor deck do Formato

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Apesar de ainda estarmos ainda no começo da temporada, algumas estratégias são tão poderosas que não precisamos de muito tempo para perceber seu potencial; esse é o caso do Jeskai Hinata.

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revisado por Tabata Marques

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Permita-me começar este artigo com um fato curioso:

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Durante a temporada de previews, eu tinha a certeza de que Hinata, Dawn-Crowned era uma carta exclusiva para Commander porque tudo nela indicava isso: Ela foi revelada no mesmo dia que alguns spoilers exclusivos de Commander, ela é uma criatura lendária de três cores que não se encaixa especificamente numa temática do set, possui um corpo bom e evasivo, e suas habilidades são fáceis de se tirar proveito em formatos de multijogador.

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Ou seja, Hinata tem literalmente tudo o que uma carta exclusiva para Commander normalmente teria, e só fui descobrir que ela era válida no Standard quando li um artigo na ChannelFireball sobre como a nova criatura lendária de Kamigawa: Neon Dynasty abria a possibilidade de conjurar Magma Opus por duas manas.

E após ver os primeiros resultados do novo deck, não consigo imaginar uma situação onde Hinata, Dawn-Crowned não vá definir o Metagame e o Jeskai Hinata não venha a se tornar a absoluta melhor estratégia do Standard de Neon Dynasty, com uma real possibilidade de quebrar o formato por oferecer a uma base já muito consolidada a possibilidade de trapacear em mana e tirar proveito de uma mágica muito poderosa, e que de muitas maneiras me lembra oJeskai Turns do Historic, que utilizavam de Magma Opus em conjunto com Mizzix’s Mastery.

Claro que não contamos especificamente com Time Warp e Mizzix's Mastery no Standard, mas apesar de estarmos ainda no começo do formato, algumas estratégias são tão evidentemente poderosas que não precisamos de muito tempo para perceber seu potencial, esse é o caso do Jeskai Hinata.

Mas é melhor se formos um pouco mais a fundo para entendermos melhor o contexto do deck, do formato, e porque creio que este será o próximo arquétipo quebrado do jogo.

O que é o Jeskai Hinata?

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Em resumo, Hinata, Dawn-Crowned + Magma Opus é a melhor coisa que você pode estar fazendo no Magic Arena nesse momento, e há muitas variações para a lista enquanto os jogadores experimentam ideias, mas creio que esta lista, que ficou em quarto no Standard Challenge do último sábado, sirva como exemplo.

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Este deck é, por essência, um Midrange aos moldes do Izzet Dragons, que procura estabelecer trocas justas de 1-por-1 enquanto acumula vantagens a partir de efeitos de 2-por-1 como Expressive Iteration e Prismari Command, além de ameaças de alto impacto como Goldspan Dragon e de um finisher de late-game poderoso capaz de virar a partida ao seu favor mesmo em uma posição desfavorável, com Magma Opus.

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A inclusão notória está no splash para branco para Hinata, Dawn-Crowned e outras cartas de suporte e/ou efeitos que se tornam relevantes num cenário onde muitos jogadores estão optando pelo arquétipo, como Valorous Stance que funciona tanto como remoção quanto para proteger suas ameaças.

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A grande vantagem ao pilotar esse deck é que Hinata reduz significativamente o custo de mágicas que já seriam naturalmente boas, enquanto também aumenta o custo das interações que o oponente pode ter contra as suas criaturas ou mágicas: Magma Opus passa a custar duas manas com ela em jogo, Shatterskull Smashing sempre custará 2 a menos, Lorehold Command custará apenas três manas se você escolher causar 3 de dano em qualquer alvo e fazer um jogador ganhar 3 de vida, Prismari Command custa apenas duas manas, ou uma se você criar um token, enquanto removals tradicionais custam apenas uma e Negate basicamente se torna um Stubborn Denial, e tudo isso ocorrendo graças à presença de uma criatura 4/4 com Flying e Trample na sua mesa.

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Apesar de a versão acima ser muito focada em tirar proveito da nova lendária de Kamigawa, existem muitas variações surgindo nos eventos, e não levará muito tempo até que os jogadores mais experientes encontrem a versão ideal para o Metagame, e temos visto variações que não focam tanto em tirar proveito do novo card.

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Ainda existem outras variações surgindo, algumas com uma proposta mais voltada para o combo ao utilizar Galvanic Iteration com Magma Opus ou Alchemist’s Gambit, ou as versões que apostam numa proposta mais orientada para o Midrange com quatro cópias de Hinata e Goldspan Dragon, e apesar de cada um ter seus prós e contras, ainda estamos no começo da season e é difícil avaliar qual versão realmente se tornará a melhor para o Metagame.

Porque o Jeskai Hinata é o próximo melhor deck do Standard?

Agora que você foi formalmente introduzido ao novo arquétipo, permita-me explicar porque acredito que ele possui o potencial para quebrar o Standard novamente, ou tornar-se o absoluto melhor deck do formato, ponto por ponto.

Sua lista é inteiramente composta por cartas naturalmente boas

Basicamente, a maioria das mágicas que vemos ser utilizado nas listas já seriam comumente utilizadas em seus respectivos arquétipos conforme as necessidades do Metagame. Cards como Prismari Command já encontravam seu espaço no formato e participaram da composição de arquétipos que já estavam entre os pilares do formato, como o Izzet Dragons e Izzet Turns, além das variantes de Grixis.

O que Hinata, Dawn-Crowned faz é tornar deles melhores. Como já expliquei acima, ela essencialmente torna de um Abrade um Fiery Impulse que pode destruir artefatos, Lorehold Command vira um Lightning Helix com benefícios por uma mana a mais, Prismari Command passa a virtualmente custar apenas uma mana, e assim por diante.

Estamos novamente diante de um Combo-Control

Eu tenho algumas conclusões sobre Magic que costumam ser regularmente absolutas em contextos de formatos construídos com power level mais contido, como é o caso com o Standard, Pioneer ou Pauper, e uma delas é que Combo-Control sempre pode quebrar o formato, porque eles são eficientes demais em desestabilizar a métrica da proposta desses formatos em estabelecer o jogo mais longo, porque eles podem facilmente aderir ao melhor Late-Game com a possibilidade de fechar o jogo repentinamente, permitindo-os jogar bem contra arquétipos que optam por pressionar ao invés de interagir.

Recentemente, vimos com o Izzet Epiphany como a presença de um Combo-Control polariza o formato ao ponto de que você precisa jogar com o deck, ou jogar por baixo dele, sem exceções e sem espaço para a existência de opções que tentem quebrar este padrão e propor o “fair game” porque isso significa sempre precisar jogar em volta do Combo, enquanto o oponente pode simplesmente partir para um Fair Game com um plano de beatdown eficiente enquanto protege suas ameaças.

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Magma Opus é uma mágica ridiculamente poderosa que nunca viu muito jogo no Standard porque existiam opções melhores por oito manas, como conjurar Galvanic Iteration e Alrund’s Epiphany no mesmo turno, e Hullbreaker Horror parecia um meio mais eficiente de fechar o jogo na ausência de Epiphany.

A inclusão de Hinata muda completamente esse parâmetro porque conjurar uma bomba por duas ou três manas é simplesmente absurdo, enquanto Magma Opus ainda retém a qualidade de poder ser utilizado no começo da partida para acelerar o jogo, e também se faz necessário considerar como Galvanic Iteration pode potencializar a mágica, criando um estado de jogo irreversível no fim do turno do oponente, já que você acumulará 8 de dano em qualquer número de alvos, 12 de poder na mesa (dois tokens 4/4 e Hinata), quatro cards na mão e quatro permanentes viradas, que podem ser bloqueadores ou lands, além de lidar com possíveis Hall of Storm Giants ou Den of the Bugbear que estejam no campo de batalha, sem mencionar que, quando resolvida na pilha, o controlador de Hinata possui a prioridade, dando-lhe todo o espaço para conjurar o primeiro Magma Opus por duas manas antes que o oponente possa ter qualquer oportunidade de interagir com ela, limitando a evitar o combo somente através de counterspells ou efeitos de descarte.

Ou seja, Galvanic Iteration + Magma Opus + Hinata, Dawn-Crowned pode tornar-se essencialmente 3-card combo que ganhará o jogo na end step do oponente por oito manas (ou quatro manas, se você desvirar com Hinata no turno anterior), sem considerar ainda as variantes que estão adotando Alchemist’s Gambit como um turno extra, e essa composição de cards dando luz a um novo Combo-Control é absurdamente perigoso para o Standard.

Hinata é engine e ameaça simultaneamente, e por um custo muito eficiente

Recentemente, o Vinicius fez um artigo sobre como avaliar a jogabilidade de um card para Commanderlink outside website, mas creio que podemos aplicar algumas delas em um contexto mais amplo.

Segundo sua teoria, existem diversas características de valores que podem ser atribuídos a um card conforme o contexto de cada deck ou formato, e aqui vou utilizar de dois valores específicos: O Valor Ressonante e o Valor Individual.

O Valor Ressonante possui a característica de potencializar o seu jogo ou atrapalhar o jogo do oponente através de algum efeito específico, como duplicação de efeito, redução ou aumento de custos, dentre outros fatores que tornarão das suas outras mágicas melhores ou das dele pior. Em resumo, o valor dessa categoria de card “ressoa” a partir dele e afeta outros cards que compõem um deck, e um bom exemplo dessa categoria no Standard é Luminarch Aspirant, que cresce significativamente o poder das suas ameaças maiores no decorrer do jogo, mas não costuma ter espaço como ameaça individual no campo de batalha.

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O Valor Individual são cards que fazem coisas “por conta própria” e não precisam especificamente de um suporte para serem bons porque são extremamente autossuficientes em exercer a sua função como ameaça numa partida, um ótimo exemplo disso é o Goldspan Dragon, que oferece um corpo 4/4 com impacto imediato e ainda gera aceleração de mana através dos tokens de Tesouro.

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No contexto do Standard, Hinata possui tanto Valor Individual quanto Valor Ressonante.

Normalmente, mágicas com Valor Ressonante não fazem muito além da sua função de tornar de outros cards do seu deck melhores. Criaturas como Luminarch Aspirant podem demandar resposta imediata porque comumente fazem a situação sair de controle se permanecerem muito tempo na mesa, mas normalmente não representam uma ameaça por conta própria, e isso torna deles um topdeck comumente ruim, e se considerarmos os demais redutores de custo do Standard atualmente, nenhum deles realmente se apresenta como uma ameaça.

Mas Hinata, no pior cenário, sempre é uma criatura 4/4 com Flying e Trample, capaz de encerrar a partida em poucos turnos se for bem protegida e/ou se o oponente falhar em respondê-la apropriadamente, e o valor ressonante dela facilita significativamente na sua proteção, ou em tirar proveito da sua redução de custo no mesmo turno em que você a conjura.

Por conta do contexto do formato, e considerando que a habilidade dela é cumulativa para o número de alvos das mágicas conjuradas, não existem motivos que levariam um jogador a escolher outra ameaça neste slot para esta estratégia, porque Hinata é basicamente uma versão melhor Atsushi, the Blazing Sky (que possui Valor Individual e Valor Atribuído, ou seja, depende de outros fatores externos para se extrair uma vantagem dele).

Seria essa uma situação mais favorável se Hinata fosse uma criatura 2/2 e, dessa forma, ela só carregar o Valor Ressonante?

Talvez, porque haveria uma concessão em utilizá-la por quatro manas apenas para perdê-la para um Play With Fire, e possivelmente forçaria o arquétipo a precisar adotar mais ameaças, o que não seria um problema visto que não faltam boas criaturas para a base de Izzet.

Hinata + Magma Opus já é considerado a melhor coisa a se fazer no Standard

Ainda estamos na primeira semana desde o lançamento de Kamigawa: Neon Dynasty, o formato recebeu diversas cartas novas e poderosas nesse novo lançamento, mas já parece evidente para a maioria dos jogadores e criadores de conteúdo que a melhor opção que você tem para o formato atualmente é combinar Hinata com Magma Opus.

Apesar de não ter vencido nenhum dos Challenges deste fim de semana, o Jeskai Hinata chegou a um total de 11 colocações no Top 32, com mais da metade deles estando no Top 16, e três colocações no Top 8 do Standard Challenge de Domingo.

Para mim, isso não simboliza (ainda) que o arquétipo seja absolutamente quebrado, mas demonstra o quanto os jogadores realmente confiam que essa estratégia é a melhor para o formato no momento, e apesar de a percepção de “melhor deck” num Metagame saudável costumar mudar toda semana, não é comum que a primeira semana após o grande impacto de um set seja composto por um arquétipo “novo”.

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Se o Jeskai Hinata for tão poderoso quanto parece, o que devemos fazer?

Esperar, observar, se adaptar e evitar o botão de pânico

Não tenho o menor problema em considerar que posso estar errado em todas as minhas afirmações, e sou a última pessoa a querer apertar o botão de pânico e dizer que um formato está quebrado na primeira semana.

Ainda estamos nos familiarizando com Neon Dynasty e há muitas possibilidades com os novos cards que precisam ser explorados antes de presumirmos que o Metagame está quebrado e que precisamos de mais um banimento, e acredito fielmente que precisamos dar um espaço significativo para um formato que acabou de sair de uma intervenção direta seguido de um novo lançamento, e apesar de já ser considerado a melhor opção no momento, o Jeskai Hinata parece ser mais passivo à interação do que o Izzet Epiphany costumava ser, e parece abrir mais brechas para que oponentes possam capitalizar em cima de jogar por baixo ou de saber interagir bem com suas respectivas ameaças.

No entanto, com o próximo Set Championship sendo no formato Alchemy, não me surpreenderá se tivermos um rebalanceamento das habilidades de Hinata, Dawn-Crowned posteriormente, de maneira a ela não interagir tão bem com Magma Opus, possivelmente reduzindo os custos para somente 1, ao invés de para cada alvo, caso ela prove sua predominância através do torneio.

Não posso dizer o que acontecerá com ela no Standard, e suponho que se uma intervenção direta se fazer necessária, provavelmente será em Magma Opus, o que resolveria tecnicamente a “jogada quebrada” possibilitada pela nova criatura.

Logo, considero que nossa melhor opção nas próximas semanas é esperar e experimentar novas ideias e estratégias para encontrar os pontos onde um arquétipo pode se apresar do novo melhor deck do formato, enquanto analisamos, através dos resultados e estatísticas, o quão predominante ele realmente se tornará.

Conclusão

Isso é tudo por hoje, e considero que apesar de parecer uma ameaça iminente ao formato, o Jeskai Hinata apresenta mais uma proposta de jogo para o formato utilizando um dos cards mais poderosos que não tinham um lar no cenário competitivo ainda, trazendo, junto dos demais cards de Kamigawa: Neon Dynasty, um grande ar de renovação para um formato estagnado por bastante tempo e ainda está se adaptando á recente leva de banimentos.

As próximas semanas dirão o que podemos esperar do formato e o quanto a nova edição realmente impactará o Metagame. E se precisaremos, novamente, nos preocupar com a saúde do Standard.

Obrigado pela leitura!