Sempre que uma coleção nova chega ao Magic, minha principal mentalidade é separar duas criaturas lendárias diferentes para fazer guias de decks de Commander. Uma dessas criaturas é mais forte, joga com situações mais coesas e costuma permitir situações melhores. Já a outra é mais engraçadinha, tem sempre uma habilidade mais diferente e brinca criando situações incomuns na mesa de jogo.
E é justamente essa peneira que eu fui fazer quando começaram a anunciar as novas cartas de Senhor dos Anéis: Contos da Terra Média.
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Isso reflete muito bem a natureza do formato. O Commander é conhecido por sua abordagem inclusiva e pela comunidade acolhedora que o rodeia. Os jogadores são encorajados a adaptar seus decks conforme o poder da mesa, buscando equilíbrio entre os participantes e evitando a dominação excessiva. Essa mentalidade compartilhada proporciona um ambiente mais descontraído e divertido, no qual a competição é valorizada, mas não se sobrepuja ao prazer de jogar.
Dito isso, existem aquelas vezes em que você vê uma carta pela primeira vez e dá de cara com um potencial enorme para criar situações engraçadinhas e risonhas, mas, ao olhar o texto do card com um pouco mais de cuidado, você percebe um real potencial de jogo um pouco mais sério, que é ao qual você passa a se dedicar.
Esse é o caso do comandante de hoje que, apesar de parecer engraçadinho, trouxe muitas ideias interessantes e a possibilidade de montar um excelente baralho.
O Comandante
Quando vemos Shadowfax, Lord of Horses pela primeira vez, já pensamos em fazer um tipal de cavalos. Não só o nome, como sua primeira habilidade, focam bastante na ideia de construir uma armada equina de alto impacto capaz de dar um coice na cara dos oponentes.
Foi justamente esse pensamento que tive logo de cara: juntar os pocotós mais pocotozentos do jogo e fazer uma frota de criaturinhas que, ao invés de irem para o cemitério quando morrem, vão para uma fábrica de cola. Só depois eu vi a segunda habilidade do alazão e percebi o potencial que ela tinha.
Por mais divertido e engraçadinho que possa parecer, um tipal de cavalos nas cores Branca e Vermelha não dá tão certo assim. Contamos com apenas 18 criaturas do tipo nessa identidade de cor e, se retirarmos o próprio Shadowfax e Ordinary Pony de Unstable, ficamos com apenas 16 criaturas, das quais a maioria não é boa. Esse lado mais tipal de Shadowfax, Lord of Horses poderia se beneficiar de outras criaturas, caso incluísse Unicórnios e Pegasus também, mas mesmo assim, só seria um ganho em números, e não em qualidade.
Assim, infelizmente, sobra para o deck de Shadowfax, Lord of Horses ser mais guiado para o lado de sua segunda habilidade, colocando criaturas de baixo poder em campo, e é exatamente por essa abordagem que iremos seguir.
O Deck
Como disse anteriormente, minha ideia inicial era de um tipal de cavalos, que caiu por terra assim que vi a baixa qualidade dos equinos disponíveis para o trabalho. Sendo assim, o escopo do trabalho mudou totalmente, migrando para um baralho que será capaz de colocar criaturas com custos muito elevados de mana em campo com apenas um ataque de seu cavalo comandante.
Assim, o baralho ficou se parecendo com isso no final:
Os Cavalos
Não é só porque abandonamos a ideia de fazer um tipal apenas com cavalos que não haverão alguns deles perfeitos para nossa estratégia. No caso, o principal deles vem de Amonkhet: Crested Sunmare torna os outros cavalos que controlamos Indestrutíveis, assim permitindo que Shadowfax, Lord of Horses sobreviva facilmente a remoções em massa e continue a popular o campo de batalha no turno seguinte. Além disso, o cavalo branco também pode criar outras fichinhas quando ganhamos vida, o que não é um tema recorrente do deck, mas pode acontecer em certas situações.
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Outro alazão disponível no nosso deck é Thundermare, possuidor de uma sinergia perfeita com Shadowfax. Quando colocado em campo com a habilidade de nosso comandante, essa criatura irá fazer com que todas as criaturas no campo, até as nossas, sejam viradas. Quando utilizada em meio a declaração de atacantes, é muito fácil encaixar um ataque limpo e, muitas vezes, fatal em algum oponente.
Quando Essa Criatura Ataca…
Agora que finalmente estamos falando de efetivamente colocar criaturas em campo com o cavalinho, temos que nos dirigir a um ponto importante. Criaturas como Etali, Primal Storm falam sobre habilidades que desencadeiam quando estes são designados como criaturas atacantes.
A regra de interesse aqui é que entrar atacando e ser designado como atacante são ações diferentes de jogo. Assim sendo, colocar um Etali, ou uma Aurelia, the Warleader em campo com Shadowfax não irá desencadear suas ótimas habilidades, mas ainda assim, será uma preciosa vantagem poder colocar essas criaturas em campo sem nenhum custo adicional.
Dentre essas criaturas, gosto de chamar a atenção para Baldin, Century Herdmaster, a versão de Dominaria do card E. Honda, Sumo Champion. Esse card é capaz de crescer muito o nosso campo e contribuir bastante para um ataque em massa.
Quando Essa Criatura Entra no Campo de Batalha…
Agora que sabemos que criaturas que entram atacando não são designadas como atacantes, podemos mudar nosso foco para criaturas que tem bons efeitos desencadeados quando entram em campo, tal qual Palace Jailer. Além de usarmos várias criaturas que produzem bons efeitos, também contamos com Strionic Resonator e cartas como Charming Prince e Felidar Guardian, capazes de blinkar nossas criaturas, produzindo novamente seus efeitos.
Temos vários cards que podemos destacar com esse tipo de habilidade. Dentre eles, temos Stonehorn Dignitary, que já foi um terror no Pauper por um motivo, e, nesse baralho, podemos ver um pouco disso, impossibilitando seus oponentes mais perigosos de revidar enquanto você está totalmente virado.
Taj-Nar Swordsmith é uma surpresa bem-vinda que eu descobri enquanto montava esse deck. Capaz de tutorar qualquer equipamento do deck e o colocar em jogo, podemos fazer uma grande sinergia com a habilidade do comandante de colocar criaturas em jogo de forma gratuita, nos ajudando a estocar mana para ser usada em busca do equipamento certo.
Voadores
Por fim, contamos com múltiplas criaturas, grandes, capazes de voar. Conseguir encaixá-las em campo de surpresa é uma ótima pedida, principalmente contra oponentes que não podem se defender contra elas. Utilizamos muitos Anjos nesse baralho, uma vez que são criaturas com altos custos e ótimas habilidades e as quais Shadowfax nos permite colocar em campo com certa facilidade.
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Algumas, como Zeriam, Golden Wind podem entrar e conectar dano diretamente, utilizando de suas habilidades na hora. Outros, como Gisela, Blade of Goldnight, entram em campo o agraciando com um belo efeito passivo, contribuindo para o combate vindouro de suas criaturas.
Minha escolha de criatura voadora favorita é Nobilis of War, criatura que já entraria no combate dando um grande buff para suas criaturas atacantes, fortificando suas unidades de forma instantânea e criando reviravoltas no combate.
Equipamentos
Como vocês podem ter notado, algumas criaturas presentes nesse baralho não cumprem o requisito de Shadowfax, Lord of Horses de possuírem um poder inferior ao do cavalo para poder entrar em campo com sua habilidade. Assim, temos que utilizar de alguns artifícios para injetar um ânimo no bichinho. Nesse caso, utilizaremos equipamentos no nosso comandante, o que, diferente de The Elder Scrolls IV: Oblivion, irá trazer uma melhora substancial em suas características.
Podemos adornar Shadowfax, Lord of Horses com os mais diferentes tipos de armas e armaduras, como espadas, martelos e foices. As criaturas voadoras que temos no deck também são ótimos receptáculos. Uma Sephara, Sky’s Blade segurando uma boa Embercleave em suas mãos é capaz de acabar com partidas e amizades. Ou, no caso de Shadowfax, a espada pode ir direto na boca do cavalinho mesmo.
O Combo
Na minha opinião, Helm of the Host funciona quase como o bilhete dourado do Willy Wonka. Quando você consegui-lo, irá encher seu rosto de alegria e poderá ter a certeza de que em breve você estará cantando de alegria enquanto seus oponentes somem da mesa em circunstâncias calamitosas e suspeitas.
Este equipamento pode burlar a regra de lendárias, fazendo várias cópias de criaturas como Gisela, Blade of Goldnight sem o supertipo, por exemplo. Ou também pode nos presentear todo turno com uma criatura comum, como Angel of Sanctions ou Balefire Liege, pronto para melhorar ainda mais nosso campo de forma passiva.
Contudo, o melhor par para o artefato sem dúvida é Aurelia, the Warleader. Uma vez que o elmo ativa sempre no começo de cada etapa de combate, e a anja desencadeia sua habilidade na mesma hora, criando uma outra fase de combate mais tarde no turno, sequenciar infinitos combates com infinitas Aurelias voando não é difícil, gerando dano massivo e consecutivo.
Deck Budget
Abaixo temos uma lista do baralho focada em ser mais acessível financeiramente, mas ainda assim capaz de polarizar totalmente o jogo a seu favor:
Considerações Finais
A diversão está correndo solta com o magnífico Shadowfax, Lord of Horses! Quando este card ataca, é como se uma festa selvagem começasse! Você pode simplesmente trazer uma criaturinha de poder menor da sua mão, e puf! Ela surge no campo de batalha, pronta para se juntar à pancadaria. Imagina a cara dos seus oponentes quando você solta uma tática inesperada assim!
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Shadowfax lidera com estilo, criando combinações malucas e risadas contínuas. Com ele no comando, suas partidas vão ficar mais animadas do que uma corrida de cavalos em dia de apostas!
Se tiver alguma dúvida, estarei à disposição nos comentários. Não se esqueça de compartilhar este artigo nas redes sociais para ajudar nosso trabalho.
Até mais!
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