O fim do ano está chegando, e 2024 foi um ano intenso para Magic: The Gathering. Do lançamento de expansões como Modern Horizons 3 até controvérsias envolvendo design de cards ou o fim da localização em português, não faltaram momentos fervorosos que aumentaram o debate em torno do TCG mais famoso do mundo.
Neste artigo, fazemos uma retrospectiva dos principais momentos de 2024 em Magic: The Gathering e quais foram os principais acertos e erros da Wizards of the Coast e do jogo no decorrer do ano.
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Os Acertos e Erros de Magic em 2024
Acerto: A história de Jace, Vraska e Loot
A lore de Magic é um dos muitos elementos que estão passando por mudanças. Além da perspectiva de design, a história do jogo agora aborda o arco dos Omenpaths, que basicamente deram ao Multiverso inteiro a consciência de que existem outros mundos, com a exploração entre eles sendo um tema recorrente.
Durante todo o arco pós-Invasão Phyrexiana, acompanhamos Kellan em sua viagem entre planos em busca do seu pai, Oko, que no final estava tramando um plano em Thunder Junction para recuperar um tesouro inestimável - essa trama, entretanto, se desenrola em um novo e talvez o mais importante plot twist que Magic teve nos últimos anos: Jace e Vraska tinham um plano, e ele envolvia recuperar um filho de uma raça ancestral, os Fomori, encapsulada neste tesouro, Loot, uma pequena criatura que opera como um mapa vivo do multiverso.
A maneira como a Wizards abordou essa parte da história foi seu maior ponto alto na lore esse ano: a história volta para a Invasão Phyrexiana, onde acompanhamos Jace e Vraska recuperando-se da infecção por Phyresis e sofrendo com as dores e sequelas da doença enquanto observam os Omenpaths se abrirem, concluindo que eles precisam fazer algo sobre isso, mesmo que o preço seja alto demais.
Quando encontram Loot, entretanto, o casal se sente, talvez pela primeira vez, como uma família. O que seria um instrumento se torna um filho, alguém digno de proteger, de amar e de acompanhar em sua jornada de crescimento. Há inúmeros dilemas morais que Jace e Vraska podem enfrentar a partir deste ponto, e por isso, acompanhar a maneira como Magic vai desenvolver essa trama é um dos eventos que mais aguardamos para 2025 e 2026.
Erro: Excesso de referências nos sets
Muita da discussão sobre Universes Beyond este ano perpassa por um problema recorrente que Magic passou durante este ano inteiro, e do qual já mostrava sinais de estar ocorrendo desde 2020: há uma crise de identidade no jogo.
No ano inteiro, tivemos expansões que pareciam versões estereotipadas de algum produto mainstream e abarrotados de referências ao ponto onde elas nem sequer eram mais divertidas. Um card de coiote e papa-léguas em Thunder Junction deixou de ser engraçado para ser cringe, o tanto de personagens com chapéu de detetive em Murders at Karlov Manor pareceu um delírio coletivo e nem sabemos por onde começar sobre as referências em Duskmourn.
Em meio a isso, perdeu-se a lore. Duskmourn, por exemplo, tem uma história inteira sobre a busca de Nashi pelo espírito da sua mãe que nem sequer é aprofundado nos cards, Loot foi capturado por Valgavoth e nenhuma parte da expansão conta essa história porque há espaço demais para fazer referências a Freddy Krueger, os Caça-Fantasmas, Scooby-Doo ou qualquer outro tropo de filmes de terror clássico dos anos 80 e 90.
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Em teoria, ganha a Hasbro em tentar transformar seu produto em tão cool que acaba ficando cringe e perde toda a construção de mundo e narrativa rica que Magic: The Gathering tem a oferecer e que poderia ser explorada e amplificada em outras mídias.
Acerto: Universes Beyond ser válido em todos os formatos
O projeto Universes Beyond visa trazer IPs e marcas de fora da lore de Magic: The Gathering para o card game. A proposta provou-se um sucesso com Lord of the Rings: Tales of Middle-earth em 2023, e não havia dúvidas de que ele continuaria acontecendo - Final Fantasy e Marvel foram anunciados no mesmo ano.
Só que Lord of the Rings tem um problema para a demografia de pessoas que conheceram Magic e/ou se interessaram no TCG, pois as colocava direto no Modern ou as limitava para o Commander. Quem se interessava no Magic como jogo competitivo e queria participar de torneios tinha de não apenas investir uma quantia absurda de dinheiro para jogar Modern como, se quisesse ter chances reais de ganhar, precisaria abdicar dos cards da marca que o trouxe para o jogo.
Colocar Universes Beyond como válido no Standard ajuda, em partes, com esse problema: o nível de poder é mais baixo, os cards são mais acessíveis, os decks são mais fáceis de entender e a participação em eventos locais e competitivos tem mais diversidade de arquétipos, tornando do ambiente de Magic: The Gathering mais convidativo para esse público.
Erro: Três sets de Universes Beyond em um ano
A ideia de Universes Beyond é atrair público de outras franquias para Magic. A ideia funciona, MTG ainda tem o melhor sistema de card games do mundo e em uma economia onde esse nicho está em ascensão e cada vez mais marcas estão produzindo seus próprios TCGs (League of Legends anunciou seu próprio card game de mesa para 2025), é natural de uma empresa como a Hasbro conversar com as marcas e dizer algo como “olha, nós temos o sistema e ele funciona faz 30 anos, vocês só precisam nos dar a permissão” - funciona.
Ao mesmo tempo, tal qual todo produto de Magic, Universes Beyond corre o risco da saturação: a Wizards teve nos últimos anos o modo operante de abarrotar seus consumidores com mais e mais de diferentes categorias de produtos até causar um burnout deles. Exemplos incluem Commander Decks, Secret Lair, diferentes tratamentos de foils, ilustrações alternativas, terrenos full art, entre outros - agora, o novo “hype” do momento corre o mesmo risco porque Magic anunciou três expansões de Universes Beyond em um ano.
Os fãs de Final Fantasy serão agraciados com alguns meses em que FF será o único IP de fora de Magic a estar presente nos torneios, mas os fãs de Marvel e seja qual for a terceira expansão da série para 2025 terão de lidar com situações mais frequentes em que o Doctor Octopus lutará contra o Sephiroth enquanto o oponente vira um Cristal para conjurar o Miles Morales. Isso pode causar fádiga nesses novos jogadores e uma sensação ainda pior para quem já está em Magic há muito tempo.
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Por essa razão, o anúncio da Wizards de fazer com que metade dos lançamentos para 2025 fossem de Universes Beyond cai como um sinal de alerta para jogadores e, talvez, para a própria empresa. Essa série precisa ser especial para importar no imaginário coletivo, ela precisa ocorrer com certo distanciamento entre um lançamento e outro para dar ao público novo a oportunidade de digerir o universo rico de Magic, e colocar vários lançamentos em um espaço tão curto pode não apenas tirar a importância dessas colaborações para os fãs de ambas as marcas como também dar a impressão ao público de fora do TCG que Magic é apenas um “Fortnite” dos Card Games.
Acerto: Secret Lair x Monty Python
Melhor Secret Lair de todos os tempos, melhor crossover que Magic poderia fazer com o projeto Universes Beyond.
Erro: Anunciar o Secret Lair x Bob Esponja no mesmo dia em que anunciou os planos para 2025
Não satisfeitos em anunciar a mudança de legalidade de Universes Beyond e a decisão de fazer metade das expansões de 2025 serem crossovers, a Wizards of the Coast decidiu apresentar, no mesmo dia, o Secret Lair x Bob Esponja. Se uma parcela dos jogadores já estava cética com essas decisões, colocar este produto no meio deles fez Magic parecer uma paródia distópica de si naquele dia.
Acerto: Colocar o Standard no epicentro do Magic competitivo
Durante muitos anos, o Standard era o coração de Magic: tudo passava por ele, tudo era inicialmente testado para ele, a melhor maneira de conhecer novos jogadores e participar de eventos era através dele e, se você quisesse ascender em uma carreira competitiva, ele era sua melhor porta de entrada.
Os anos passaram, novos formatos surgiram e, eventualmente, o Standard já não era o formato mais popular. Magic se adaptou, a pandemia veio, e o formato desapareceu das lojas locais e teve problemas em voltar aos holofotes. Era necessário dar um motivo para os jogadores investirem no Standard e a segurança de que valia a pena comprar cards para o formato - dois elementos que a empresa perdeu durante o isolamento social.
O primeiro passo foi ampliar a longevidade das expansões, uma faca de dois gumes já que, por um lado, isso aumenta a segurança de investimento dos jogadores enquanto, por outro, torna do formato mais estático já que cards mais poderosos e bases de mana mais robustas fica mais tempo no Metagame, dando relativamente pouco espaço para novos cards e/ou forçando o design de Magic a manter o power creep alto.
A parte mais importante ficou no segundo passo: dar um motivo para os jogadores se interessarem no Standard. A maioria das temporadas de RCQs e RC de 2025 serão no formato rotativo, e o Spotlight Series também terá edições voltadas para o Standard, criando um cenário onde vale muito a pena, para quem pode atender a estes eventos, jogar novamente.
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Standard precisa ser o epicentro do Magic: muitos problemas que encontramos em outros formatos só ocorrem porque cards novos muito poderosos são inseridos diretamente neles, e criar mais expansões que passem pela escala do Standard primeiro torna de Magic um jogo mais seguro, contido, e cujo demais formatos não sofrem com tantas potenciais intervenções quanto tem sofrido nos últimos anos.
Erro: Deixar o Pioneer no limbo
A Wizards acerta em dar mais relevância ao Standard no próximo ano, mas erra profundamente em não dar espaço para o formato mais plausível de transferir jogadores para ele quando seus cards rotacionam: Pioneer.
Sem qualquer temporada de RCQs ou RCs para o Pioneer em 2025, diversos jogadores e criadores de conteúdo já afirmam que não vale a pena investir ou jogar o formato no próximo ano, e dada a má popularidade que ele já teve pelos longos períodos onde ele esteve em Metagames instáveis, é possível que o Pioneer nunca se recupere desse ano.
Será necessário manter o engajamento da empresa e da comunidade muito alto no Pioneer para mantê-lo relevante, e caso isso não aconteça, seu destino pode ser o mesmo do finado Extended, que foi eventualmente substituído pelo Modern e jogado no limbo da história do Magic competitivo.
Este próximo ano, entretanto, pode virar a oportunidade que a Wizards precisa para “consertar” o Pioneer e torná-lo mais atrativo. Sem os riscos que uma temporada de RCs proporciona, banimentos mais assertivos podem ocorrer com mais frequência, e alguns cards podem até entrar em fases experimentais para definir se podem entrar de volta no formato e/ou se algumas staples históricas como Treasure Cruise e Fable of the Mirror-Breaker devem deixar o formato.
Acerto: Pioneer Masters
Após mais de um ano desde seu anúncio inicial, Pioneer Masters chegou ao Magic Arena e trouxe uma dúzia de staples do formato que não estavam na plataforma digital, como Hidden Strings e Reckless Bushwhacker, tornando o formato Explorer 99% semelhante à sua versão de mesa no Pioneer.
Algumas exclusões notórias incluem Sanctum of Ugin e Goblin Piledriver, além de alguns Eldrazi de Oath of the Gatewatch, mas a maioria do que é viável e competitivo no Pioneer, além de algumas adições interessantes, estão agora disponíveis na plataforma digital e podem ajudar em manter o formato relevante nesse período de “limbo”.
Além disso, a amostragem do Magic Arena é muito mais relevante tanto para dados envolvendo banimentos quanto para os próprios jogadores treinarem para torneios.
Erro: Nadu, Winged Wisdom
O erro mais admitido da Wizards e um dos cards mais controversos do ano, Nadu, Winged Wisdom transformou o Modern, o Legacy e o Commander em experiências de jogo miseráveis. Seu problema está em como sua habilidade desencadeia duas vezes por turno e para qualquer mágica ou habilidade, até aquelas controladas pelo seu dono.
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Com Shuko e uma base robusta de criaturas e tutores, Nadu logo dominou o Modern se tornou o arquétipo mais opressivo da história dos Pro Tours no formato, tendo uma taxa de vitória e representação maior até do que a de Hogaak, Arisen Necropolis enquanto apresentava o problema oposto ao dele: Hogaak encerrava jogos rápido demais para qualquer resposta funcionar, já Nadu era resiliente demais e com um padrão de jogo não-determinado que forçava seu controlador a repetir o looping até decidir que era possível ganhar o jogo.
Ao ser banido, Michael Majors, lead designer de Modern Horizons 3, fez uma publicação no site oficial da Wizards onde explicou o processo de design de Nadu e comentou como a iteração mais recente dele foi criada porque a equipe queria um card atrativo para Commander, e havia preocupações que uma das suas habilidades anteriores fosse forte demais para o formato - uma ironia do destino, dado que Nadu também foi banido do Commander por criar uma experiência de jogo ruim.
Acerto: Um dos melhores anos da história do Standard
As expansões de 2024 para o Standard foram algumas das melhores que já saíram na história recente do formato, e com a rotação que retirou os terrenos de New Capenna, houve espaço suficiente para novos arquétipos surgirem - e as edições deste ano colaboraram muito nesse quesito.
Da ascensão dos Aggros vermelhos com Slickshot Show-Off e suas iterações mais sinérgicas com o pacote de camundongos de Blomburrow, as listas de Tokens Control com Caretaker’s Talent, as novas variantes de Ramp com Overlord of the Hauntwoods e as recentes iterações do seu ciclo com Zur, Eternal Schemer, a ascensão do Azorius Tempo com Abhorrent Oculus ou até os diversos combos que surgiram com Unstoppable Slasher, Doomsday Excruciator, o Standard como o conhecemos em 2024 é um dos mais diversos da história recente de Magic e apresenta uma relação saudável entre todos os macro-arquétipos presentes em um formato competitivo.
Erro: O Pior ano da história do Modern
Modern Horizons é um conjunto já conhecido por bagunçar o Metagame do Modern e alterar completamente a relação de melhores decks do formato. Quando Modern Horizons 3 saiu, talvez ninguém esperasse que seu impacto fosse mais danoso ao cenário competitivo do que o de MH2, mas demorou poucos dias até Nadu, Winged Wisdom se tornar o melhor deck do formato e jogadores passarem algumas semanas com um cenário muito ruim.
Nadu foi eventualmente banido junto de Grief, outro card-problema que já havia provocado banimentos antes e cujo potencial de “anti-jogos” estava atrelado a possibilidade de jogá-lo no primeiro turno e reanimá-lo com Not Dead After All e semelhantes para remover dois cards-chave da mão do oponente antes dele ter a chance de jogar - mas este não foi o fim dos problemas do Modern.
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MH3 também mexeu com duas mecânicas perigosas: Energy é uma habilidade parasítica e difícil de interagir, e até para a extensa pool de cartas do Modern, as respostas para o arquétipo são lineares ou ineficientes demais, e bastou encontrar o pacote de cards certos - quase todos vindos de MH3 - para tornar do Boros Energy o absoluto melhor deck do formato e com números que beiravam os 40% de representação.
Do outro lado do espectro, os Eldrazi também ganharam os holofotes após a infâmia que ganharam com Oath of the Gatewatch e o famoso Eldrtazi Winter no Modern. A mistura de um plano de jogo não interativo, a mana extra de Ugin’s Labyrinth e a interação desses arquétipos com The One Ring estabeleceram outra grande ameaça ao Metagame e à diversidade do formato.
Resta torcer que, com as últimas intervenções em 16 de dezembro, o Modern tenha um cenário competitivo mais diverso e saudável em 2025.
Acerto: O retorno dos Grand Prix
O Magic Spotlight Series é uma série de eventos competitivos que ocorrerão durante 2025, cada um com um tema específico e tendo, basicamente, uma estrutura muito parecida com os antigos Grand Prix, cada um com uma premiação de $50 mil e oito convites para o Pro Tour vigente.
Com a reconstrução do Magic competitivo, a Wizards, aos poucos, fez uma nova estrutura que parecesse satisfatória para quem deseja seguir esse rumo, mas ainda faltavam oportunidades de participar de mais eventos de grande porte durante o ano, e o Spotlight Series cobre essa lacuna que foi deixada pelos Grand Prix, tanto para a competição quanto para o Gathering.
Erro: O fim da localização em Português e o abandono à América Latina
Há duas maneiras de enxergar o fim da localização em português de Magic em 2024: do ponto de vista abstrato, e como um latino-americano.
Na perspectiva mais abstrata, a Wizards decidiu que os números apresentados pela venda de produtos em português foram abaixo do esperado e não compensavam os custos de impressão. Inclusive, como mencionado pela empresa no anúncio oficial, os jogadores da demografia que importava nessa equação prefere cards em inglês, o qual é uma realidade ampla para o público de Portugal, pois a troca e venda de cards em inglês é facilitada quando estes precisam viajar para outras regiões da Europa - É uma decisão mercadológica e comercial, de números, de lucro, como qualquer outra.
Para o resto do mundo, pareceu - e é - mais chocante que a Wizards tenha optado por retirar a localização em chinês no mesmo dia. Afinal, a China hoje é uma das grandes potências comerciais do mundo. Para o Brasil, o fim da localização em Português era o prego em um caixão que já era anunciado desde o fechamento do escritório da Wizards no Brasil em 2023.
Nos meses seguintes, com os anúncios do Spotlight Series e outros eventos importantes ao redor do mundo, a sensação para o jogador brasileiro e, talvez, para uma parte da América Latina que não fale português é que não temos mais a atenção da Wizards of the Coast, tanto para Magic: The Gathering quanto para Dungeons & Dragons. Cabe a nós fazermos nossos eventos, cabe a nós mantermos o jogo vivo, é nossa responsabilidade continuar a cultivar comunidades em um jogo que, em partes, não está olhando para nós.
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Sem a pessoalidade de ser um jogador latino, essa decisão é um erro pela proposta que Magic adotou nos últimos anos: de ser um jogo mais inclusivo, de ser um lugar onde pessoas podem se unir e conhecer uma diversidade maior de culturas, opiniões, pontos de vistas e estabelecer vínculos através do Gathering - o Brasil e a América Latina podem e continuarão fazendo isso, mas para o nosso ambiente, faltam motivadores que outros TCGs estão entregando melhor, e isso pode e já aliena alguns jogadores da nossa comunidade para outros produtos.
Além disso, o Brasil merece um pouco mais do que está sendo entregue. Dois jogadores nossos já foram campeões mundiais (Carlos Romão e Paulo Vitor Damo da Rosa) e temos dois no Hall da Fama (Paulo Vitor Damo da Rosa e Willy Edel), deixamos nossa marca na história de Magic e, particularmente, merecíamos um pouco mais do que sermos jogados no limbo do “resto do mundo”.
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