Magic: the Gathering

Opinião

Onze Perguntas com Kai Budde, o maior vencedor do MtG

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Entrevistamos Kai Budde, um dos jogadores com mais vitórias em grandes torneios de MtG! Confira!

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revisado por Tabata Marques

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Hoje teremos um ilustre convidado, que estava na Rivals League (até o anúncio do seu fim). Quem o acompanha nas redes sociais sabe que ele está sempre fazendo comentários e posts sobre o jogo, opiniões sobre spoilers e situações de jogos, enfim, é uma figura importante e bem recebida pela comunidade.

É o maior ganhador de prêmios na história do Magic, vencendo 7 Pro Tours, sendo 5 individuais e outros 2 por equipes. Conquistou dois World Championship na época, e juntou também 7 GP's. Quatro vezes jogador do ano, campeão nacional, chegou ao Hall da Fama em 2007.

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Sem dúvidas, o melhor jogador da Alemanha, e um dos Top 3 de toda história. Mesmo diante das dificuldades de jogo, apresenta muita calma e uma linha de pensamento diferente dos jogadores em geral, tornando muito difícil fazer uma leitura de seu jogo.

Agora que sabemos um pouco sobre esse jogador, vamos ver a entrevista com ele, Kai Budde, vulgo Juggernaut!

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1. Começando pelo básico, quando e como conheceu o Magic? Tinha um grupo de amigos?

Kai Budde: Por volta de 1995, enquanto estava no colégio, eu jogava a versão alemã de Dungeons & Dragons com um grupo de amigos. Um deles nos ensinou como jogar MtG. Nenhum desses caras estava interessado em jogar torneios, mas conheci pessoas na loja local que realizavam torneios semanais com muita frequência.

2. Nessa época, o Magic já era muito popular na Alemanha e Europa? Tinha uma comunidade bem ativa?

Kai Budde: Isso foi antes da internet, então é muito difícil dizer, não sei os números de vendas da WotC. A Alemanha sempre foi um dos maiores mercados para MtG e os alemães também foram um dos maiores, junto à Itália e a França. Eu cresci em Colônia, uma cidade com uma população de cerca de 1 milhão de pessoas. Houve uma presença bastante ativa com torneios semanais e outras coisas.

3. Foi muito complicado atravessar o Atlântico para jogar o Pro Tour ou ir ao Japão para o World Championship em que foi campeão? Quais as dificuldades que enfrentou na época?

Kai Budde: Viajar não era um grande problema. O passaporte alemão é um dos melhores, no que diz respeito a viagens. Não precisei de visto nem nada parecido para entrar nos EUA ou no Japão. Outra coisa, eu ainda não tinha 18 anos quando viajei para meu primeiro Pro Tour nos Estados Unidos, então precisava de um monte de coisas assinadas pelos meus pais.

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4. Aquela partida contra o Alan Comer foi incrível, assisti mais de 10 vezes. Como foi jogar uma partida que era bad match pra você? Tsabo's Assassin era potencialmente um grande problema. Sentiu algum tipo de pressão, já que ao final, seria campeão do seu terceiro Pro Tour?

Kai Budde: Esse foi o PT Barcelona. Naquela época, as listas de deck não eram públicas e eu não tinha permissão para assistir às partidas dele, então eu realmente não sabia o que ele tinha. Meu deck era muito mais forte do que o dele. O Tsabo's Assassin foi um problema, já que eu não tinha muitas remoções para ele, mas ele estava essencialmente splashando outra cor para utilizá-lo, então não era tão fácil de conjurá-lo, e eu tinha algumas cartas com efeito de bounce e uma criatura que pode dar proteção contra o preto à outras criaturas.

Era uma final do PT, então eu estava claramente nervoso. Mas não foi a minha primeira vez e eu sabia que meu deck era muito bom - e também, se você estivesse tendo resultados tão bons quanto eu naquela época, você estaria muito confiante.

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5. O Magic era diferente, muito mais voltado para o jogador em relação a hoje, que é mais comercial. Como você vê essa evolução e essa direção que a empresa tomou? Imaginava, quando entrou para o Hall da Fama, que o Magic estaria diferente de quando jogava?

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Kai Budde: A maior mudança nos torneios de Magic é o fluxo rápido e a quantidade de informações agora em comparação com o passado. O Magic Online não existia nos primeiros 2-3 anos em que joguei profissionalmente. A Internet estava começando a existir, e essa foi a maior mudança. Naquela época, você iria entrar em um torneio e torcer para que ninguém mais encontrasse um deck quebrado.

Hoje as informações são trocadas tão rápido e há tantos jogos sendo jogados online, que alguém aparecer com um deck que você não viu antes é muito, muito raro. Não acho que o próprio MtG mudou muito desde que entrei no HoF (2007, eu acho). Os arredores sim. A maior mudança foi a introdução do MPL e agora sua abolição. Espero que a WotC apareça com um bom sistema de torneio daqui para frente, seria triste não ter nada como o Pro Tour.

6. Como é o Magic na Alemanha? Como é a comunidade geral? São bem competitivos, são mais voltados para conteúdo, mais casuais? Qual formato preferido? E o seu formato favorito?

Kai Budde: Faz alguns anos que não moro na Alemanha e, mesmo antes disso, não era muito ativo na comunidade local, eu ficava principalmente jogando online ou fazendo draft com amigos.

No geral, a comunidade na Alemanha é enorme, suponho que haja mais Commander Casual do que Competitivo, acho que isso é normal para uma grande base de jogadores. Meu formato favorito é qualquer formato Limitado, Selado, Booster Draft ou Rochester Draft. Isso é o mais divertido para mim.

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7. Como você comentou sobre o fim de MPL, alguns jogadores, como o brasileiro Lucas Berthoud, anunciaram aposentadoria com o fim dessa Liga e da outra liga que dava acesso a ela. Acredita que isso afasta os mais experientes, aqueles mais profissionais?

Kai Budde: Não sabemos como o jogo será organizado pós-MPL. Não gostei da estrutura da liga, era boa para todos lá dentro e ruim para todos os demais. Espero que o WotC volte a um sistema semelhante ao anterior ao MPL. Focar o circuito competitivo IRL através de plataformas como o MTGO/Arena não funcionou muito bem. Se a WotC deseja mover o alto jogo competitivo para o online, eles precisam investir muito mais recursos no Arena.

Eu gostei da mudança de ter um torneio para jogadores de uma região e, em seguida, um torneio de jogadores final. Provavelmente seria um bom passo ter um também na América do Sul, já que para os sul-americanos viajar é sempre um pesadelo. Então, uma na América do Norte, uma na América do Sul, uma na Ásia e depois na Europa - e então qualquer pessoa com uma certa pontuação se qualifica para a próxima etapa. Eu gostei da mudança que foi feita quando o MPL começou e espero que eles mantenham isso.

8. Com referência à pergunta anterior, isso impede um retorno de quem já se afastou? Você, por exemplo, se considera aposentado do jogo, ou ainda tem intenção de voltar, agora com o fim da Rivals League?

Kai Budde: Atualmente estou na liga Rivals, então sou um jogador semi-profissional de MTG, suponho. Mas uma vez feito isso, vou voltar a jogar 1-2 torneios por ano, no máximo. Jogar em todos esses eventos da liga enquanto tinha um emprego em tempo integral significava que eu tinha que usar todos os meus dias de férias com MtG no ano passado. Isso foi divertido por uma temporada, mas eu não gostaria de fazer isso todos os anos.

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9. Saindo um pouco Magic, quais direções sua vida tem tomado? Tem algum hobbie que gostaria de mencionar?

Kai Budde: Trabalho para uma empresa de apostas esportivas há mais de 10 anos, fora isso ainda sou um jogador, nenhum verdadeiro hobby fora disso.

10. Ensinaria, ensinará ou já ensina seus filhos a jogar MTG? Acredita que o Magic pode ajudar a desenvolver o raciocínio da criança?

Kai Budde: Magic é um ótimo jogo, possivelmente o melhor que existe - meu único problema é que é muito caro. Não tenho filhos, se tivesse, tenho certeza de que os ensinaria a jogar para que soubessem o que tenho feito durante a maior parte da minha vida - mas caberia a eles se gostariam de continuar jogando. É um ótimo jogo, mas algumas pessoas o adoram, já outras não.

11. No nível em que está o Magic hoje, fácil acesso a listas, fácil acesso aos torneios, um jogador tem mais facilidade para entrar no circuito profissional. Em contrapartida, muitos outros jogadores têm a mesma facilidade de acesso, aumentando a concorrência. Neste cenário, acha possível que algum jogador alcance o topo de troféus como o seu? Afinal, são 7 Pro Tour, 5 individuais e 2 por equipes.

Kai Budde: Não sabemos como será a organização do jogo depois que o sistema de ligas acabar. Em geral, os eventos são maiores e o nível dos jogadores é mais uniforme. Digamos que PV seja o melhor jogador que vai para o Campeonato Strixhaven na semana que vem - não acho que sua vantagem sobre o pior jogador seja tão grande quanto era sobre o pior jogador em um evento de 20 anos atrás. O que significa que é incrivelmente improvável que alguém ganhe tantos torneios grandes. Mas talvez aconteça, o PV está num bom caminho!

Esse foi Kai Budde; se não o melhor jogador de Magic, ao menos o mais vencedor!

Para encontrar o Kai Budde, acesse:

-Twitterlink outside website

Conheça o site de apostas esportivas no qual Budde trabalha:

-Pinnacle.comlink outside website

Muito obrigado pela leitura e até a próxima!