Pioneer: Mono Black Midrange (2025) - Deck Tech e Guia de Sideboard

Em um artigo recente, comentei sobre como o Metagame do Pioneer precisará se adaptar à chegada de Sunspine Lynx como o equivalente de Blood Moon do formato, e uma das principais soluções para não ser apresado pelo novo Red Aggro é ser mais conservador e menos ganancioso com a própria base de mana, visto que isso cria um “botão de inevitabilidade” nessa partida e recompensa o oponente por usar múltiplas cópias do Lince seguidas.

Uma dessas propostas envolve a redução de cores, e não existe exemplo melhor do que o Mono Black Midrange. Apesar da baixa abrangência de repostas, a maior segurança em usar pântanos básicos enquanto não abdica de terrenos utilitários o torna uma das opções viáveis para o atual Metagame, e neste artigo, nos aprofundamos na versão mais recente do arquétipo, focada em Invoke Despair.

Essa lista é baseada na versão que o jogador kaikas utiliza frequentemente nos Challenges de Pioneer e conquistou a primeira colocação em 5 de abril. Alterações são poucas e envolvem apenas ampliar o número de Invoke Despair para quatro e incluir Go for the Throat como outra remoção menos condicional e sem drawbacks nas partidas de Aggro.

Diferente do Mono Black Slasher, essa versão foca integralmente no jogo justo. Você quer fazer trocas de um-por-um no início da partida e em seguida soterrar o oponente com vantagem em cartas com Sorin the Mirthless e Invoke Despair. Esse plano funciona muito bem contra uma boa parcela do Metagame, mas te deixa mais vulnerável contra arquétipos onde os free wins do combo de Unstoppable Slasher seriam a única saída, em especial contra as pilhas de Goodstuff.

Apesar disso, essa versão parece muito mais apropriada para o atual Metagame: você não quer cards ruins e respostas condicionais. Tudo precisa funcionar bem e o timing precisa ser impecável para não sucumbir aos Red Aggro ou contra as mirrors de Midrange contra Rakdos Demons — felizmente, o Mono-Black tem muitas respostas para o Pioneer hoje: de sweepers baratos como Path of Peril até hate de cemitério eficiente como Go Blank, sem contar que ele não possui hoje um radar que o coloca na direção de hates específicos de Sideboard, como ocorre ocasionalmente com outras versões.

Maindeck

Nossas ameaças.

Gifted Aetherborn é o melhor two-drop disponível no preto nas circunstâncias do formato hoje: ele oferece um corpo eficiente que troca com qualquer criatura e o Lifelink garante um ganho de vida importante contra Aggro. Ele não é bom em pressionar contra Ramp e Control, mas não podemos ter tudo no mesmo slot ainda.

Graveyard Trespasser também faz um pouco de tudo: é um hate de cemitério e ganho de vida eficiente, cresce contra arquétipos reativos, e se protege por conta própria, forçando um dois-por-um.

Sheoldred, the Apocalypse foi em outrora a melhor criatura do formato. Ela não retém mais esse titulo, mas mantém todas as prioridades que a nomearam dessa maneira no ano passado: um clock considerável, e a capacidade de ditar o rumo da partida enquanto permanecer na mesa, pressionando o oponente e punindo seus draws enquanto nos recompensa com Sign in Blood e Invoke Despair.

Nossa remoção.

Murderous Rider dobra de função como um Hero’s Downfall que também é uma criatura com Lifelink e um corpo decente. Particularmente, sinto que ele tem um nível de poder um pouco baixo demais para os padrões atuais do Pioneer, mas ele exerce bem sua função.

Fatal Push ainda é a melhor remoção do formato. Infelizmente, não temos meios de desencadear o Revolt com facilidade, mas lidar com Emberheart Challenger ou Bloodtithe Harvester no primeiro turno na draw é o principal motivo para usá-lo.

Go for the Throat e Bitter Triumph complementam as remoções e podem ser qualquer outro card de duas manas que interage com a mesa e comporta as necessidades do seu Metagame. Gosto desse split no momento para ter quatro remoções contra Planeswalker e um meio limpo de lidar com four-drops ou Greasefang, Okiba Boss além de Murderous Rider.

A disrupção.

Thoughtseize é o pilar do Pioneer hoje que mantém uma dúzia de estratégias em cheque. Se seu deck usa preto, não há motivos para não incluir um set dele hoje.

Liliana of the Veil complementa a disrupção, é uma ferramenta essencial nas mirrors de Midrange e em jogos contra Control e Combo, mas não funciona tão bem contra Aggro e Ramp. Pode-se trocar uma cópia no maindeck por outro card no Sideboard, mas é importante ter três dela nas 75.

A vantagem em cartas.

Sign in Blood é a fonte mais simples e objetiva de vantagem em cartas da lista: dois de vida por dois cards. Há algumas opções que poderíamos considerar no seu lugar, como Unholy Annex, mas essas demandariam mais concessões de deckbuilding ao adicionar Mutavault para garantir a consistência do trigger.

Sorin the Mirthless faz um pouco de tudo: garante vantagem em cartas, coloca corpos com Lifelink na mesa, e seu ultimate pode ganhar jogos se pressionarmos o oponente durante os primeiros turnos.

Invoke Despair é a bomba de late-game. Ela lida com três permanentes do oponente, ou oferece rios de vantagem em cartas com apenas um card e cinco manas. Ela é capaz de virar jogos sozinho e, portanto, um set parece essencial para compensar a falta de flexibilidade em um deck de apenas uma cor.

Apesar de partir para a rota Mono-Black ser um meio seguro de nos protegermos contra Sunspine Lynx, não podemos abdicar por completo de terrenos não-básicos.

Castle Locthwain funciona como outra fonte de vantagem em cartas, principalmente em jogos mais longos em que os recursos de ambos os jogadores se exaustam e entramos no modo de topdeck.

Hive of the Eye-Tyrant é uma ameaça complementar e funciona quase como cópias extras de Graveyard Trespasser, funcionando como outro hate de cemitério no maindeck.

Field of Ruin garante resposta contra terrenos não-básicos indesejados, como manlands, Nykthos, Shrine to Nyx, ou na oportunidade de responder à ativação de um Thespian’s Stage — por mais raro que seja um oponente tentar copiar Lotus Field com uma Field of Ruin em jogo, pode acontecer em jogos ranqueados.

Takenuma, Abandoned Mire oferece um meio de recorrer aos nossos Planeswalkers ou criaturas em jogos mais longos, enquanto Urborg, Tomb of Yawgmoth garante consistência em ter mana preta o suficiente para jogar Invoke Despair mesmo com Field of Ruin na lista.

Sideboard

Ray of Enfeeblement é majoritariamente uma resposta contra Greasefang, Okiba Boss, mas funciona contra algumas outras criaturas importantes também: ameaças X/1 do formato comuns em decks como Ninjas, Heartfire Hero no primeiro turno, Zur, Eternal Schemer, entre outros que o tornam mais importante no atual Metagame.

Cut Down é uma remoção complementar que lida com Emberheart Challenger e Manifold Mouse, além de outras criaturas menores de decks Aggro ou Tempo.

Nos sweepers, Path of Peril é nossa principal resposta contra arquétipos com muitas criaturas de valor de mana baixo, principalmente contra Red Aggro, Ninjas, Humans, e ocasionais aparições de Boros Convoke e Spirits.

Extinction Event é mais abrangente, mas custa mais mana. Uma vantagem dele é poder usá-lo como um dois-por-um ou maior contra Rakdos Demons, Izzet Phoenix e outros Midranges ou até Big Mana.

Go Blank é nosso principal hate de cemitério e funciona também como ferramenta disruptiva nas mirrors de Midrange e jogos contra Combo e Control, onde força um efeito de dois-para-um que nunca é inútil caso o oponente tenha qualquer interação mínima com o cemitério.

Duress entra nos jogos de Control e Combo para atrasar os turnos do oponente, ou garantir que algum card-chave resolva. Além disso, ele oferece informações sobre quais cards-chave precisamos jogar em volta.

Kalitas, Traitor of Ghet faz um pouco de tudo: é um hate de cemitério ativo contra Izzet Phoenix e Sacrifice, ganho de vida contra Aggro e ferramenta de atrito nas mirrrors de Midrange. É um card que considero ocasionalmente adicionar ao maindeck, mas já temos four-drops demais e Sheoldred, the Apocalypse é uma criatura universalmente melhor.

Mono Red Lynx

IN

OUT

As escolhas são bem simples nessa partida: evitamos cards que nos fazem perder vida ou são subjetivas enquanto adicionamos todo tipo de interação que seja benéfico para a mesa, onde o jogo tende a se desenvolver.

Rakdos Demons

Na play:

IN

OUT

Na draw:

IN

OUT

Recursos na mão tendem a importar mais nessa partida do que colocar pressão. Se dominamos a disputa do topdeck, conseguimos jogar “por cima” do nosso oponente e extrair o máximo das nossas bombas de late-game. Go Blank é melhor do que Thoughtseize quando estamos na play, mas precisamos dele na draw para lidar com Unholy Annex.

Izzet Phoenix

IN

OUT

Se o oponente usar Ledger Shredder, é preferível remover quatro Thoughtseize e manter os Fatal Push, mas a interação atual do Izzet Phoenix é muito voltada para Arclight Phoenix e Picklock Prankster — em ambos os casos, Extinction Event resolve o problema de forma mais eficiente.

Nykthos Ramp

IN

OUT

Essa não é uma partida favorável, e apesar da tentação de usar Ray of Enfeeblement e Cut Down para remover os mana dorks, nosso problema está nas interações de Nykthos com Kiora, Behemoth Beckoner e/ou Storm the Festival, então é necessário focar em removê-los da mão do oponente e manter a devoção em cheque por tempo o suficiente.

Azorius Control

IN

OUT

Apesar de Go for the Throat parecer redundante, é comum o oponente incluir cards como Beza, the Bounding Spring ou outra criatura no Game 2, e precisamos de respostas no maindeck. No pior cenário, podemos lidar com um Hall of Storm Giants com ele.

Mardu Greasefang

IN

OUT

Ray of Enfeeblement é nossa melhor resposta contra Greasefang, Okiba Boss, e tende a fazer jogadas prevendo que o oponente possa devolver Parhelion II do cemitério a qualquer momento até ter Go Blank ou outro meio eficiente de criar um hate recorrente no cemitério.

Valor’s Flagship pode criar algumas situações problemáticas, mas há situações em jogos mais longos onde deixar que o oponente o reanime para responder com Murderous Rider / Bitter Triumph e, no turno seguinte, exilá-lo com Graveyard Trespasser é uma opção melhor do que remover o habilitador.

Dimir Ninjas

IN

OUT

Essa é uma partida difícil de interagir porque tudo do oponente custa menos do que pagamos para lidar. Se um Kaito, Bane of Nightmares for resolvido muito cedo e não tivermos uma resposta, ele domina a partida. Foque na maior quantidade possível de interações de início de jogo e respeite a possibilidade de um Spell Pierce com Invoke Despair.

Jund Ygra

IN

OUT

A partida é mais cansativa do que ruim. É necessário manter-se sempre atento ao que o oponente está fazendo e efetuar o timing de Go Blank da maneira mais eficiente possível. Kalitas, Traitor of Ghet é um grande dificultador do combo e deve ser protegido com Duress ou Thoughtseize antes de conjurado.

Lotus Combo

IN

OUT

Esse jogo é sobre remover cards-chave, colocar pressão inicial e fazer o possível para manter o oponente sem recursos enquanto as criaturas atacam. Forçar o topdeck com uma ou duas ameaças em jogo é nossa melhor opção, e o foco da mana em caso de ativar terrenos deve priorizar Hive of the Eye-Tyrant — quanto mais turnos dermos para eles, fica mais fácil fecharem o combo com o que vier do topo.

Isso é tudo por hoje!

Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!

Obrigado pela leitura!