Magic: the Gathering

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Deck Tech: Mono-Black Vampires (Pioneer)

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No artigo de hoje dissecamos o Vampires, deck do Pioneer que tem feito ocasionais resultados nos Challenges deste último mês.

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revised by Tabata Marques

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Quem não gosta de Vampiros?

Eu sei, existem muitas pessoas que não gostam, que acham muito mainstream, considerando que ficou superestimado durante os anos 2000/2010, e há quem simplesmente nunca gostou da mudança decorrida ao decorrer das décadas, onde se criou cada vez mais um imaginário que Vampiros não são criaturas selvagens e sedentas de sangue, e sim seres racionais, muitas vezes extremamente sociáveis e convidativos.

No Magic, Vampiros já foram retratados das mais diversas formas, indo de selvagens sedentos por sangue (como em Vampire Neonate), passando por criaturas que se escondem nos pântanos se apresando de aventureiros desavisados (como em Pulse Tracker), aristocratas com seu próprio sistema hierárquico e requintes de elegância como os vampiros vistos em Innistrad e também como colonizadores, como vimos em Ixalan.

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Particularmente, Vampiros é minha tribo favorita de Magic: The Gathering, e isso muito tem a ver com o quesito de memória afetiva, já que Vampires foi o meu primeiro deck de Standard, em 2010, durante o ciclo de Alara-Zendikar e eu me lembro de cada uma das cartas da lista até hoje sem precisar realizar qualquer consulta online de como era o formato na época, e de como as listas mais otimizadas utilizavam Fetchlands, mas eu, como um estudante de ensino médio, não tinha dinheiro o suficiente para elas.

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O Vampires, inclusive, foi a minha porta de entrada para a introdução de diversos conceitos como curva de mana e o uso otimizado de um arquétipo denominado de Midrange.

A combinação de Vampire Hexmage na 2, Gatekeeper of Malakir na 3, Vampire Nocturnus na 4 e Malakir Bloodwitch na 5 me trazem as mais diversas boas lembranças até hoje.

Deixando a nostalgia de lado e olhando para o presente, por muito tempo um deck de Vampires não era competitivamente viável fora das mesas casuais e do sempre tão presente Commander de Edgar Markov, mas com a chegada do Pioneer e com o recente sucesso que o Orzhov Vampires estava tendo na mesma época no Standard, como um dos predadores naturais dos decks de Field of the Dead, o arquétipo possuía algum potencial de surgir no cenário competitivo do jogo com as recentes adições de cards como Knight of the Ebon Legion e Sorin, Imperious Bloodlord.

Mas o Pioneer é um formato que mudou bastante nestes últimos anos, passando por banlists semanais e, em seguida, por uma predominância significativa dos decks de Combo, o que deu pouco espaço para que decks mais justos pudessem competir quando precisavam lidar com três tipos de combos diferentes que atacavam por ângulos diferentes.

Com o banimento destes decks de Combo, o Pioneer tem se tornado um dos formatos mais diversificados do Magic atualmente, com novidades e uma gama significativa de decks diversos fazendo resultados nos Challenges quase todo fim de semana.

E neste padrão de formato diversificado, o Vampires finalmente encontrou seu lar ao juntar todas as peças que estiveram sempre lá, fazendo ocasionais resultados, como o do jogador fingers1991, que chegou ao Top 8 do Pioneer Challenge com o arquétipo.

O Deck

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A lista de Vampires do Pioneer é um deck Midrange, que procura escalonar sua curva entre ameaças de custo crescente acopladas a efeitos disruptivos, removals e card advantage, oferecendo um plano de jogo que consegue estabelecer pressão ao oponente enquanto também consegue grindar jogos e manter-se à frente da partida ao acumular valor em cards com Champion of Dusk e Castle Locthwain.

Além disso, o deck também conta como seu principal pilar com Sorin, Imperious Bloodlord, um Planeswalker capaz de servir tanto para aumentar o poder de suas criaturas quanto como um removal E um meio de trapacear em mana, podendo habilitar um Champion of Dusk ainda no turno 3.

Essa lista é bem direta e aposta muito no valor das suas criaturas individualmente, a ponto de nem sequer precisar recorrer a um lord ou um meio de aumentar o poder delas, porque a maioria deles são ótimos por conta própria e/ou interagem muito bem com o resto do deck.

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Por outro lado, fica muito claro pelas escolhas do Maindeck que o principal objetivo do arquétipo é lidar com os decks Aggro, o que faz sentido, visto que o formato hoje é mais voltado para decks de criatura e com interações com criatura, podendo dessa maneira dedicar slots do Sideboard para jogar contra os Controls e Combos presentes no Pioneer atualmente.

Dito isso, vamos fazer uma análise de como cada card opera no deck:

Maindeck

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Knight of the Ebon Legion é o drop 1 ideal para qualquer deck preto que procure atacar com criaturas, e é ainda mais ideal no caso do Vampires porque interage muito bem com o resto do deck.

Este card sempre causará os primeiros pontos de dano ao oponente, e não se torna um topdeck ruim no Late-game porque possui uma das melhores habilidades de mana sink do formato, tornando-se gigantesco com apenas uma ativação e trocando favoravelmente contra a maioria das criaturas do formato, enquanto também é uma enorme ameaça num campo de batalha aberto.

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As criaturas de custo 2 do arquétipo funcionam muito mais como uma ponte para os próximos turnos do que necessariamente como ameaças.

Dusk Legion Zealot é uma criatura que possui um corpo inexpressivo, mas que adiciona um corpo a mais na mesa enquanto se substitui na mão de seu controlador, permitindo que você compre um card, enquanto aumenta o número de Vampiros para Champion of Dusk e servindo como alvo válido para as habilidades de Sorin, Imperious Bloodlord.

Gifted Aetherborn é uma criatura que troca de maneira equivalente com a maioria das criaturas do formato, oferece uma vida extra contra os decks agressivos e é uma ameaça que precisa ser respondida por arquétipos como o Burn para evitar que ele, por conta própria, acabe atrasando significativamente o jogo de um deck focado em causar a maior quantidade de dano o possível na menor quantidade de turnos.

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Sorin, Imperious Bloodlord é o pilar deste arquétipo, e provavelmente o deck não existiria sem sua inclusão.

Sorin oferece ao deck uma flexibilidade que nenhum outro tribal do formato possui em apenas um card: Ele é um pump permanente para suas criaturas, aumentando o clock, ele é removal ou alcance extra quando necessário, sacrificando suas criaturas para causar um Lightning Helix e é um acelerador de mana ao permitir jogar de graça criaturas de custo maior como Kalitas, Traitor of Geth e Champion of Dusk

Essa flexibilidade torna de Sorin, Imperious Bloodlord exatamente o card que você precisa e o principal card que você quer utilizar no turno 3, já que ele possuirá um impacto imediato na mesa e comumente estará colocando ainda mais pressão no oponente enquanto se torna uma ameaça difícil de remover por meios tradicionais sem já ter criado algum efeito na mesa.

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Um set de Kalitas, Traitor of Geth provavelmente parece um pouco demais e a maioria das listas utiliza apenas três cópias, mas este card é a melhor criatura do deck por uma margem significativa, especialmente contra os decks agressivos.

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Kalitas oferece um corpo relevante com Lifelink, e uma habilidade que lhe beneficia significativamente por destruir as criaturas do oponente, criando tokens de Zumbi toda vez que uma criatura do oponente morrer, além de exilar estas criaturas, uma habilidade relevante contra os decks que utilizam Lurrus of the Dream-Den e decks como o Mono-Black Aggro, Izzet Phoenix e Jund Sacrifice.

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Champion of Dusk é sua engine de Card Advantage acoplado a um corpo 4/4 e que comumente será o card que você quer utilizar com a habilidade de Sorin, Imperious Bloodlord, mas que também pode ser utilizado no cast durante o turno 5 para agregar mais valor, ou caso você não tenha um Sorin disponível na mesa.

A grande fraqueza de Champion of Dusk, entretanto, é que uma criatura 4/4 por 5 manas que compra um card é apenas uma versão maior de Dusk Legion Zealot, e portanto, o card necessita de alguma posição na mesa para ser útil o suficiente ao decorrer do jogo.

Felizmente, o deck não possui dificuldades em ter outros Vampiros na mesa, e um Champion of Dusk para comprar duas cartas muitas vezes já é o suficiente para que o card represente algum valor.

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Como um Midrange, muitas vezes a melhor jogada de turno 1 que o deck pode ter é a de obter acesso à informação do plano de jogo do oponente, enquanto remove uma peça importante da mão dele que poderá ser problemática no curto ou médio-prazo.

Thoughtseize encaixa este papel muito bem, já que é a melhor mágica de descarte disponível no formato atualmente, e trata-se também do principal meio de interação que o deck possui de maindeck contra os decks Control e os decks de Combo.

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Os removals.

Vampires é um deck que parece altamente focado em interagir com decks de criaturas e, por consequência, faz um uso significativo de remoções para interagir com essas criaturas.

Fatal Push lida com a maioria das ameaças dos decks que podem tentar jogar “por baixo” do Vampires como os decks de Ensoul e Burn enquanto joga muito bem contra decks como Rakdos Pyromancer. O deck também possui alguma facilidade em habilitar o Revolt para matar cards de custo maior como Omnath, Locus of Creation por conta da interação de Sorin, Imperious Bloodlord com seus Vampiros.

Heartless Act essencialmente destrói tudo o que Fatal Push não resolve, como Niv-Mizzet Reborn, Bonecrusher Giant, Spell Queller, entre outras opções.

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Sua outra (e possivelmente principal) forma de Card Advantage: Castle Locthwain oferece ao deck a possibilidade de manter o fluxo de cards no late game com pouca ou nenhuma punição no early game, permitindo ao arquétipo recuperar-se de situações desfavoráveis onde o oponente resolveu suas principais ameaças, ou tentar ficar à par na guerra de atrito contra os decks Control.

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Manlands continuam sendo meios importantes para proteger-se de sweepers e manter a pressão do deck fluindo quando o oponente conseguir resolver suas ameaças.

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Mutavault é ativado por um custo baixo, é um Vampiro (portanto interage bem com Sorin, Imperious Bloodlord e Champion of Dusk) e possui um corpo relevante o suficiente para puxar algum dano ao oponente em qualquer estágio do jogo.

Hive of the Eye-Tyrant é uma nova inclusão vinda direto de Adventures in the Forgotten Realms, e apesar de não se transformar em um Vampiro, possui um corpo relevante no Late-Game e oferece ao deck um muito necessário hate de Maindeck contra decks de cemitério, como Izzet Phoenix, Rakdos Pyromancer, Mono-Black Aggro ou decks com Torrential Gearhulk.

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Por fim, temos as lands utilitárias.

Nykthos, Shrine to Nyx permite ao deck alguns turnos extremamente explosivos com uma mesa cheia, gerando quantidade significativa de mana que normalmente simbolizará mais ativações de Knight of the Ebon Legion ou jogadas incluindo Champion of Dusk e quaisquer outros cards comprados com ele.

Urborg, Tomb of Yawgmoth essencialmente permite ao arquétipo utilizar lands incolores e demais lands utilitárias sem necessariamente perder o uso delas em gerar mana preta ao transformar estes terrenos em Pântanos.

Sideboard

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Apesar de ser um deck voltado para lidar com decks de criaturas, o Vampires não possui meios o suficiente para conseguir sempre estabelecer uma posição de mesa superior ao do oponente, logo, meios de realizar efeitos de 2-por-1 ou melhor contra a mesa do oponente se fazem necessários.

Crippling Fear é o sweeper ideal, já que consegue destruir todas as criaturas do oponente (ou a maioria delas) sem remover nenhuma criatura do seu lado da mesa.

Legion’s End é muito útil em ocasiões onde o oponente joga múltiplas criaturas com o mesmo nome, ou para lidar com criaturas que voltam do cemitério, como Kroxa, Titan of Death’s Hunger, além de também lidar com tokens produzidos por cards como Young Pyromancer.

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Decks de cemitério estão em alta no Pioneer, e Grafdigger’s Cage é uma ótima opção para lidar com estes decks já que impede que criaturas destes decks voltem para o jogo e que mágicas que possam ser reutilizadas do cemitério através de cards como Dreadhorde Arcanist e Torrential Gearhulk.

Go Blank parece um card mais direcionado à interações contra decks que procuram manter a mão cheia ou ter mais recursos responsivos, como é o caso de Izzet Phoenix e Rakdos Pyromancer, além de ser um elemento útil nas partidas contra decks Control.

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Falando em Control, a melhor forma de um midrange lidar contra este arquétipo pós-sideboard é com a inclusão de um número maior de elementos disruptivos, especialmente aqueles que podem ser utilizados repetidamente, como Liliana, Waker of the Dead.

Por fim, Duress opera como uma quinta cópia de Thoughtseize, dando ao deck mais acesso a cards que podem remover ameaças problemáticas como Teferi, Hero of Dominaria ou respostas eficientes como Supreme Verdict.

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Conclusão

Esta foi minha análise do Vampires, deck do Pioneer que tem demonstrado ocasionais bons resultados nos Challenges.

O Pioneer continua se provando um formato extremamente diversificado, com diversos arquétipos tendo algum espaço dentro do Metagame e sem, até então, a absoluta predominância de um arquétipo no formato.

2020 foi um ano muito complicado para o formato, e eu espero de verdade que entre 2021 e 2022 o Pioneer possa se recuperar e se tornar novamente um formato competitivo que tenha a devida atenção nos grandes eventos e para o Wizards.

Obrigado pela leitura!