Sempre que descrevemos o ciclo de lançamento de coleções novas do Magic: The Gathering, falamos sobre o como cartas novas geram ânimo aos jogadores com suas possibilidades e promessas de melhorar decks antigos e criar decks novos. Dentre as duzentas ou trezentas e poucas cartas e novidades em cada coleção, sempre é possível revitalizar baralhos que estão mofando no armário de alguém e trazer para jogo ideias novas em formatos como Pauper, Standard, Modern ou Pioneer, que utilizam cards com efeitos mais concisos, voltados para uma mecânica de jogo mais competitiva.
Ad
Entretanto, no Commander é outra história. Ao menos que seu nome seja Lutri, the Spellchaser, o anúncio de uma criatura lendária nova é garantia de existência de um baralho novo, e jogadores vão quebrar a cabeça em busca de builds capazes de diverti-los ou tentar transformar uma lenda desvantajosa com uma habilidade ruim em uma máquina de vitórias.
No artigo de hoje, iremos buscar satisfazer os jogadores que querem um baralho da coleção nova, Lost Caverns of Ixalan, para chamar de seu, mas estão meio perdidos. Como sempre, iremos falar apenas de comandantes disponíveis na coleção principal, ignorando os comandantes novos exclusivos de produtos de Commander, que já foram pensados para essa posição.
10 - Zoyowa Lava-Tongue
Este é um carinha bem divertido, mas sua condição para ativar suas habilidades abre diversas ramificações. Zoyowa Lava-Tongue necessita que uma carta que tenha algum tipo de permanente tenha sido enviada para o cemitério. O termo “carta” está em evidência, pois a habilidade Descend não é alimentada por tokens, mesmo que esses sejam permanentes e entrem no cemitério por um breve período antes de sumir, uma vez que fichas são fichas e não são cartas.
Uma vez que entendemos como alimentar totalmente essa habilidade, como, por exemplo, às custas de um Skirk Prospector e uma Wort, Boggart Auntie criando em todo turno o loop de um Goblin do cemitério para a sua mão, podemos então pensar na habilidade principal de Zoyowa, forçando os oponentes a sacrificar uma permanente ou descartar um card, tirando vida dos que não fizeram isso. E claro, esse comandante vai muito bem com Tergrid, God of Fright.
9 - Inti, Seneschal of the Sun
Vermelho é considerado corriqueiramente uma das piores cores para construir um monocolor no Commander. Um desses motivos é a rapidez em esvaziar a mão e a dificuldade de a repor, gastando rapidamente suas ameaças sem oferecer novas. Com isso em mente, o comandante Inti, Seneschal of the Sun parece ter a resposta certa para esse problema gritante do Vermelho.
Sua primeira habilidade permite que você descarte um card para colocar um marcador +1/+1 e dar Atropelar para a criatura atacante alvo. Isto não é nada de mais, e é bem padrão. Contudo, essa oportunidade de poder descartar um card é perfeita para desencadear a segunda habilidade do comandante, a que garante o famoso “Impulse Draw”, ou seja, o exílio de um card que tem uma janela bem específica de tempo para ser jogado, podendo ser perdido se não for usado até o final dela. Isso torna todas as suas mágicas que pedem por um descarte, como Lightning Axe, motores de Draw, de certa forma. Além disso, cartas como Faithless Salvaging se tornam muito mais fortes, lhe permitindo um “draw” extra.
Infelizmente, Inti, Seneschal of the Sun descreve exatamente quando “um ou mais” cards são descartados. Assim, ações que descartem mais de um card de uma vez, como uma Burning Inquiry que, por exemplo, diz para você descartar três cards, geram apenas uma carta exilada. Essa restrição no modo como seu efeito é escrito e o fato de cards no exílio por tempo limitado não serem tão fortes quanto draw são o que segura esse comandante de ir mais além nesse Top 10.
Ad
Ainda assim, se esse for o caminho para o qual o desenvolvimento queira levar alguns comandantes Mono-Reds, podemos dizer que é algo muito positivo.
8 - The Mycotyrant
Temos aqui um comandante que serve para decks focados em criaturas do tipo Fungo e Saprófita, mas que também pode ignorar totalmente elas e ir para uma abordagem de sacrifícios, cemitério e até self-mill. The Mycotyrant é outro comandante que utiliza a mecânica de Descend para criar fichas do tipo Fungo.
A ideia mais simples que esse baralho é capaz de executar seria justamente a de jogar diversas permanentes para o cemitério, desencadear a habilidade que cria fichas de Fungo e utilizá-las para um ataque massivo, junto ao comandante enorme graças aos Fungos e Saprófitas habitando o campo. Mas, mesmo assim, é possível construir diversas outras builds, pois este é um comandante bem flexível.
Apenas devemos lembrar que, como dito anteriormente em Zoyowa Lava-Tongue, cartas do tipo Permanente não são o mesmo que Tokens de Permanentes, o que impossibilita o loop de tokens de Fungo e Saprófita.
7 - Malcolm, Alluring Scoundrel
Eu não consigo ler o nome desse personagem sem lembrar do seriado “Malcolm in the Middle”, dito isso, iremos falar de um comandante monocolor com potencial tanto para jogos casuais, com seus amigos, como competitivos.
Malcolm, Alluring Scoundrel tem um objetivo muito claro em mente: acumular quatro marcadores de Chorus e com isso transformar sua habilidade de comprar e descartar um card em uma verdadeira bomba, o tornando capaz de conjurar o card descartado gratuitamente. Assim, é possível colocar um Ulamog, the Ceaseless Hunger em campo ou até mesmo uma Omniscience para prosseguir o plano de jogo de conjurar mágicas gratuitamente.
Obviamente, Malcolm é uma criatura bem frágil, o que dificulta seus ataques, que podem se tornar inviáveis com a simples presença de uma ficha Voadora 1/1. Além disso, queremos o máximo de marcadores possíveis na criatura, ou seja, a habilidade de Proliferar um card como The Ozolith, capaz de armazenar marcadores quando seu comandante sair de campo, é uma ótima ideia para incorporar neste deck.
6 - Sovereign Okinec Ahau
Indo agora para um baralho que tem uma visão bem mais agressiva, falaremos de Sovereign Okinec Ahau, um comandante do tipo Felino Nobre, muito focado em aumentar o tamanho de suas criaturas exponencialmente. Sua habilidade desencadeada calcula o poder atual de cada criatura atacante, assim como seu tamanho original, e dá para cada uma marcadores +1/+1 baseados individualmente na sua diferença.
O lado bom é que essa habilidade checa apenas o poder inicial e o atual, não se importando com os meios para isso. Ou seja, a criatura pode estar maior seja por efeitos passivos, como o de Glorious Anthem, mágicas como Giant Growth ou de marcadores +1/+1, assim como os colocados previamente pelo efeito de Sovereign Okinec Ahau, o que torna este Felino ótimo em crescer suas criaturas recursivamente, as tornando cada vez maiores. E claro, um Colossification vai neste baralho maravilhosamente.
Ad
Esse é um dos comandantes que mais me deixou animado, pois permite builds fortes de criaturas que crescem cada vez mais, muito comuns nestas cores, listas focadas apenas cards tipo Felino ou até mesmo um deck Voltron delicioso focado em deixar o Soberano cada vez maior e capaz de encerrar partidas por dano de comandante.
5 - Saheeli, the Sun’s Brilliance
Agora que Saheeli não é mais uma planeswalker, fica bem mais fácil de balanceá-la como comandante, como foi quando recebemos Saheeli, the Gifted. Sua versão mais recente, Saheeli, the Sun’s Brilliance, é uma comandante capaz de reproduzir os efeitos de copiar criaturas e artefatos vistos em Saheeli’s Artistry - mas só até o final do turno.
Isso é perfeito para usar em conjunto com cards como Wurmcoil Engine ou Triplicate Titan, que se convertem em tokens menores quando são destruídos. Atsushi, the Blazing Sky é outro exemplo de criatura que se beneficiaria com o sacrifício mandatório da ficha que a habilidade de Saheeli te força a fazer. Cards como Bosh, Iron Golem podem ser utilizados com tal sinergia, também.
Saheeli, the Sun’s Brilliance é aquele famoso comandante que fica cada vez melhor com o tempo, conforme o número de opções apresentadas para ele em coleções futuras.
4 - Ojer Kaslem, Deepest Growth
Ojer Kaslem, Deepest Growth é uma versão mais educada do nosso próximo comandante da lista. E, sinceramente, eu acho a versão ideal, sem roubar e sem causar situações opressivas em jogo. Ele pode olhar cards do topo de seu baralho conforme o dano que ele causa (Atropelar ajuda muito nessa parte) além de pegar uma dessas cartas reveladas, sejam elas de terreno ou criatura, e as colocar em campo de forma gratuita.
A forma principal de usá-lo seria aumentando seu poder, para que ele Atropele melhor e consiga revelar mais cards do topo, dando mais opções de jogadas entre os cards revelados. E claro, como a cereja do bolo, ele volta ao campo como um terreno quando é destruído, e pode ser transformado de volta em seu comandante caso você possa cumprir as condições designadas no card.
Não me prolongarei muito nesse comandante, pois como eu disse, ele é uma versão mais certinha e comportada do próximo, que é…
3 - Ghalta, Stampede Tyrant
Ghalta, Stampede Tyrant é uma comandante que me cheira mais a problema do que qualquer outra coisa. Com essa Dinossaura, é muito fácil colocar monstros gigantescos em campo com pouco investimento. Oito manas, no Commander, não é muito recurso - inclusive, é bem fácil de atingir com ramps e mana rocks, que são muito comuns no Verde.
Se olharmos com olhos de economista, um simples trigger de Ghalta, Stampede Tyrant entrando no campo pode desencadear a entrada de muitas outras criaturas, como Ulamog, the Ceaseless Hunger, Blightsteel Colossus, Craterhoof Behemoth e Apex Altisaur, te gerando uma economia enorme de mana e permitindo uma vantagem grande para a sua mesa. Sem contar que é possível utilizar cards como Conjurer’s Closet para ter uma recursão grande com esse efeito.
Ad
Ghalta, Stampede Tyrant é ridícula de forte, capitalizando o melhor do Verde e do incolor, e é capaz de melhorar, e muito, sua partida.
2 - Ojer Axonil, Deepest Might
Esse é provavelmente o meu comandante favorito nessa edição. Ojer Axonil, Deepest Might permite que dano fora de combate seja assimilado igual ao poder dessa criatura lendária, desde que originalmente ele seja menor, abrindo assim um grande espaço para um comandante de burn magistral. E, além disso, ele funciona como os outros deuses da coleção, virando um terreno, e pode voltar a se transformar em seu comandante, ao invés de morrer.
Obviamente, temos duas linhas a serem seguidas. Ou traremos diversas mágicas e habilidades que dão bem pouco dano para transformá-las em quatro de dano, imitando o poder original de Ojer Axonil, ou usar diversos buffs no poder deste comandante, de modo a cada mágica e habilidade causar quantidades obscenas de dano.
Com esse comandante, um Lightning Bolt pode causar facilmente 10 de dano direto em um oponente, com uma simples Blackblade Reforged equipada nele. Ele é simplesmente um dos melhores comandantes dessa edição.
1 - Aclazotz, Deepest Betrayal
Esse é um comandante dos bons. Seu efeito é crescente, com cada situação causada por ele sendo coberta e te gerando diversos bônus. Quando ele ataca, os oponentes sacrificam uma carta, e para cada um que não puder, você compra um card. Se o oponente guardar uma land na mão pensando em ser mais esperto, ou precisar descartar uma para não perder sua próxima jogada, você cria uma ficha de Morcego 1/1.
Assim, Aclazotz, Deepest Betrayal faz exatamente o que o nome insinua: trai seus oponentes. Não importa se ele não puder descartar um card, descartar um land tentando ser esperto, ou despender uma mágica, você sempre sai ganhando e o oponente perdendo. Além de conversar maravilhosamente com Tergrid, God of Fright, em uma espécie de sinergia da mais pura canalhice.
E claro, como os outros deuses citados neste artigo, ele também se torna um terreno ao invés de morrer, e esse terreno pode voltar a ser uma criatura, cumprindo certos requisitos. Assim, Aclazotz, Deepest Betrayal nunca vai ser caro ou sair de campo após ser conjurado - só se for exilado.
Considerações Finais
Eu decidi deixar Ojer Taq, Deepest Foundation de fora desse artigo devido à simplicidade e abundância que seu efeito tem em outras cartas. Triplicar tokens é sim um efeito muito poderoso, mas existem diversas outras cartas que aumentam os tokens produzidos e algumas delas também podem ser seus comandantes.
O Branco tem passado por uma renascença no Magic, indo de algo digno de piada para uma presença poderosa. Assim, a ideia de relegar essa cor nos ciclos a apenas “multiplicar o número de tokens gerados” se torna apenas uma escolha sem imaginação.
Até o próximo artigo!
Ad
— Commenti0
Diventa il primo a commentare