Com toda coleção nova estamos acostumados a receber novos decks de Commander, com personagens e temas presentes nas mais novas cartas de Magic: The Gathering. Essa é a vez de vermos como os pequenos animais silvestres de Bloomburrow.
No artigo de hoje, iremos avaliar o deck Peace Offering, da nova coleção, e discutir cards que irão sair dele e o que colocar no lugar, de forma a criar um baralho mais coeso e jogável.
Os Decks Precon de Bloomburrow
Eu estava bem animado para os 4 novos decks Preconstruídos da coleção. Eu adoro animais pequenos e Bloomburrow foi um óbvio hit para mim. Então, cortei uma boa parte da introdução e resolvi vir direto ao ponto: os decks não estão tão otimizados quanto poderiam estar.
Cartas óbvias que jogariam nos decks não estão disponíveis nele, com opções fracas para cada arquétipo sendo preferidas no lugar. Alguns dos cards novos parecem misturados entre os decks, com escolhas óbvias para certas estratégias aparecendo em outros produtos. E, claro, diversos cards jogados de qualquer jeito em listas as quais eles não pertencem.
Peace Offering
Agora vamos falar sobre o Peace Offering, o deck deste artigo. Na própria caixinha dele temos os temas pré-estipulados para o baralho, um deles sendo o de acumular marcadores +1/+1, um tema bem intuitivo, e o outro sendo Group Hug.
Group Hug é uma estratégia é focada em ajudar seus oponentes, maximizando benefícios que eles podem receber e melhorando a qualidade de jogo deles. No superficial, ela parece horrível, o que faria os jogadores novatos, sedentos em ganhar e vendo apenas a própria mesa através de cabrestos, desistirem da ideia - mas o verdadeiro valor do Group Hug vai além disso.
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Os benefícios oferecidos a oponentes são todos de forma assimétrica, ou seja, para cada vantagem que você dá a eles, você acaba ganhando duas. Dito isso, esse deck peca enormemente com essa ideia do arquétipo, fornecendo em sua maioria apenas cards que trabalham com essas vantagens em razões simétricas, de um pra um, ao invés de te beneficiar mais do que o oponente.
E para melhorar isso iremos precisar de bastante coisa…
A lista original do deck pré-construído Peace Offering é a seguinte:
Os Comandantes
Como todo deck precon, temos dois comandantes disponíveis nas cores. Um na capa da embalagem do produto e outro que vem entre os 99 cards dele.
Ms. Bumblefower

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A coelhinha Ms. Bumbleflower é a comandante principal do baralho, vem nas cores Bant, ou seja, azul, branco e verde, e tem vigilância. Sua habilidade é a de sempre que você conjura uma mágica, você pode dar um draw a um oponente e colocar um marcador +1/+1 e dar flying a uma criatura. Se essa é exatamente a segunda vez que essa habilidade resolve, ou seja, a segunda mágica que você conjura, além de tudo você também compra duas cartas, equiparando os draws que você deu a oponentes.
Em primeiro lugar, essa habilidade é um interessante mecanismo de barganha, permitindo que você negocie draws com jogadores em troca de favores e de vantagens durante o jogo. Segundo, ela é uma habilidade que parece vantajosa para oponentes, mas é totalmente assimétrica quando bem distribuída, permitindo que você compre dois cards enquanto seus oponentes comprem apenas um cada. E, claro, o marcador +1/+1 pode ser colocado em uma criatura qualquer, não somente sua, ajudando ainda mais no senso de comunidade que um group hug invoca - é uma boa ferramenta para suas criaturas se defenderem, atacarem e para barganhar com oponentes.
Mr. Foxglove

Do outro lado, como segundo comandante, temos Mr. Foxglove, um larápio fora da lei que faz as próprias regras.
Mr. Foxglove não é um mal comandante. Pelo contrário, acho ele bem melhor do que a Ms. Bumbleflower no geral. O problema dele é que ele não se encaixa tão bem assim com o baralho, necessitando uma maior reestruturação do mesmo.
A habilidade de Mr. Foxglove tem a ver com o número de cards na mão do jogador defensor de seu ataque. Caso ele tenha mais cards do que você, você compra igual à diferença. Perfeito para comprar muitos cards contra certos oponentes e desencadear habilidades como as de Ominous Seas e Psychosis Crawler. Caso o jogador defensor tenha menos cards do que você, você pode colocar uma criatura da sua mão no campo sem pagar custos e sem risco de ser anulada, uma vez que ela não é conjurada. E isso é uma pena para esse deck, que não tem tantas criaturas vistosas e caras.
Mr. Foxglove provavelmente ficaria melhor em uma shell com Eldrazis ou outras criaturas grandes, como anjos, já que usamos branco. Neste deck ele te ajuda a tirar um pouco da vantagem de oponentes que você deu muitos cards, te igualando no jogo, mas o colocar como card principal do seu deck, do jeito que ele veio montado da caixa, é uma ideia um tanto ruim.
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Sendo assim, iremos seguir com Ms. Bumbleflower.
Cards para retirar
Como sempre, decks pré-construídos vem com cards que podem ser facilmente trocados por uma versão mais forte ou que estão fora de sincronia com a estratégia principal.

O primeiro que me vem à mente retirar de cara é Bloodroot Apothecary. Mesmo que esse esquilo seja um dos cards mais divertidos e de maior potencial destrutivo destes quatro decks de Commander, temos que concordar que ele não se encaixa bem neste deck.
Primeiro por que é um card bem frágil, tudo que os oponentes precisam fazer é esperar um removal para se livrar dele e, aí, sim, utilizar dos tokens armazenados, e segundo por que o deck não conta com mais maneiras de dar tokens de artefatos aos oponentes, fazendo com que um único tesouro não contribua tanto para a habilidade de tóxico dele. Isso se deve por que retiraremos An offer you can’t refuse em detrimento a outras opções.

Martial Impetus é outro card bem fraco que não vai te proteger tanto. O mesmo vale para Tenuous Truce, que eventualmente será quebrada e, pela natureza do precon, sempre pelo oponente. Kwain, Itinerant Meddler, o card tema do meu primeiro artigo aqui na Cards Realm, também sai, infelizmente para mim que adoraria fazer um deck apenas de coelhos.
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Jolly Gerbils é uma criaturinha que pode sair fácil de seu baralho, principalmente pelo fato de termos poucos cards com a mecânica de Gift e que iremos retirar a maioria deles, como, por exemplo, Long River’s Pull, que é só um Counterspell piorado. Octomancer também é um card com gift do qual iremos nos livrar, devido a, novamente, a dificuldade do deck de fazer Tokens interessantes.
Inclusive, Fisher’s Talent também será retirado, é um ótimo card, mas não adiciona muito a esse deck que já é capaz de bastante draw naturalmente, iremos em seu lugar colocar outro talento da coleção, que condiz mais com o que desejamos.

Rishkar, Peema Renegade também é uma criatura boa, mas utilizaremos outras interações com os marcadores em seu lugar. Além disso, não precisamos de tanta mana a mais que o deck falhe em prover.
Isso também nos permite retirar Coveted Jewel, uma pedra de mana ruim até mesmo para um deck que visa ajudar oponentes, gerando uma vantagem de cartas insalubre para qualquer um que tome posse dela. Não queremos nossos oponentes na posse de um card que permita isso e não tenha garantia de voltar fácil para nós. O mesmo para Secret Rendezvous, que também permite uma vantagem muito clara para oponentes. Simétrica demais.

De resto, Spore Frog também sai, o mesmo para Intellectual Offering e Promise of Loyalty. Uma Evolving Wilds saiu para colocar outra land e a Tamiyo, Field Researcher, que claramente é o card mais bonito do deck, também saiu porque não ajudava muito.
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O que colocar?

Começando as melhorias, no lugar de Evolving Wilds colocamos um Scavenger Grounds, perfeito para servir de hate de cemitério, algo que esse deck não tinha muito a vista.

Fisher’s Talent foi trocado por Innkeeper’s Talent, capaz de distribuir muitos, mas muitos marcadores, com bastante facilidade e, de quebra, também protege suas criaturas com marcadores, dando a elas Ward 1.

Propaganda e Ghostly Prison foram devidamente adicionadas, afinal, queremos prevenir nosso deck de tomar ataques intensos com boards largas. Quanto mais pudermos nos defender de oponentes melhor. Na mesma pegada também incluímos The Second Doctor, minha menção obrigatória a Universes Beyond: Doctor Who neste artigo.

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Já que falei de Universes Beyond: Doctor Who, vamos lá Everybody Lives! é uma adição maravilhosa a este baralho, nos permitindo segurar a mesa e fazer com que algum oponente mais hábil revide contra algum inimigo. Já Sergeant John Benton nos permite um número de draws entre razoável e ótimo, nos ajudando a fazer alianças.

Farewell funciona como um ótimo board wipe, sendo o nosso segundo, junto com Realm-Cloaked Giant, mas nos permitindo uma limpeza de campo mais abrangente, dando hate em artefatos, encantamentos e cemitérios, também.
Com Grasp of Fate e Fractured Identity sendo remoções pontuais igualmente boas, a primeira tirando um problema do campo de cada oponente e a segunda sendo um verdadeiro removal para Group Hug, presenteando certos oponentes nossos enquanto destruímos uma grande ameaça.

Frantic Search nos permite comprar cards e ativar uma vez a habilidade da nossa Ms. Bumbleflower de graça, uma vez que ele custa três manas e desvira três terrenos.
Mystic Confluence é uma mágica extremamente versátil, e também será colocada no deck. Enquanto The Council of Four é um card que encaixa bem em muitas situações e segue a mesma filosofia de retirar o máximo de suco possível do que este baralho quer, desencadeando na conjuração de mágicas e na compra de cards.

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Wedding Ring é uma ferramenta perfeita de barganha para certos oponentes, fazendo com que vocês dois se beneficiem das propriedades do artefato. Drannith Magistrate segura muito as partidas, se livrando de consequências de cascata, cards vindos do cemitério e até mesmo, comandantes alheios.

Kutzil, Malamet Exemplar nos protege durante nosso turno e conversa muito bem com os marcadores que colocamos em nossas criaturas, nos gerando compra de cards.
Daxos of Meletis é uma criatura que deixaremos muito grande, entupida de marcadores +1/+1, e colocaremos para pegar cards do topo dos decks oponentes, nos dando muita vida no processo e utilizando suas armas contra eles.

Por fim, Blind Obedience tem uma regra interessante. Em seu texto parecemos ver uma mana híbrida branca e preta. Apenas parecemos. Quando inspecionamos melhor o card, podemos ver que ela está apenas no reminder text do efeito da habilidade Extort. Uma vez que o reminder text faz exatamente o que seu nome fala, nos lembra de como uma habilidade funciona, ele não está formalmente no card, sendo assim, ele futuramente pode apenas ser impresso com o texto de “Extort”, sem o itálico logo em seguida. Isso quer dizer que, sim, você pode utilizar sua Blind Obedience em qualquer deck que tenha branco, mesmo que seu comandante não tenha a cor preta na sua identidade de cores. Dito isso, Blind Obedience está neste deck como mais uma peça de proteção.
O Deck final
A construção final do baralho que vimos hoje deixa ele assim:
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Outras ideias

Podemos utilizar diversos outros cards no deck, também. Counterspell, Prince Imrahil the Fair, Evolution Witness, Emrakul’s Messenger, Fathom Mage, Tidal Barracuda e muitos outros são ótimas adições ao deck!
Também temos, a seguir, uma ideia de deck que podemos fazer com Mr. Foxglove:
Considerações Finais
Como eu amei Bloomburrow. O flavor dos cards, a estética de livro infantil me lembrando o desenho do Pequeno Urso e a presença de muitos dos meus animais favoritos me deixou bem feliz com a coleção.
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No mais, a build final que vimos aqui no artigo de hoje foi a minha própria, espero que eu tenha conseguido melhorar este deck e o deixar mais redondinho e agradável de se pilotar. Até o próximo!
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