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Guia de Deck: Dimir Midrange Standard

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Nesse artigo, focaremos no Dimir Midrange do Standard! Esse deck já foi o Tier 0 do formato, passou por maus bocados e agora vem se recuperando. Discutiremos as novas ideias do deck campeão do Standard RC Qualifier, com um guia de sideboard!

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Guia de Deck: Dimir Midrange Standard

Dimir Midrange é um deck excepcional, que um tempo atrás era o mais dominante do formato... porém, com a vinda do Esper Pixie, o metagame mudou muito, o que acabou prejudicando bastante seu posicionamento. E agora, nosso Dimir volta com uma nova proposta!

Hoje, tentarei mapear todas as estratégias que a estratégia do Dimir Midrange pode proporcionar para termos mais sucesso no meta atual!

Sobre o Dimir Midrange

No dia 26/05/2025, o jogador bernardocssa venceu o Standard RC Qualifier com uma lista bem inusitada utilizando Vren, the Relentless, uma escolha que certamente surpreendeu muita gente. Essa carta que não via jogo em lugar nenhum, agora, juntamente com The Filigree Sylex no side, se tornou uma ótima resposta contra os decks Izzet.

Esse arquétipo de Midrange sempre teve uma complexidade grande, e isso porque, muitas vezes, temos diversas opções na mão. Como quando você pode optar por remover a criatura do oponente, esperar para virá-la com Floodpits Drowner, ficar com mana open para anular ou simplesmente partir para o ataque, a quantidade de opções o torna um deck não muito recomendado para iniciantes. Mas quando bem pilotado, é incrível ter todas essas opções ao seu dispor!

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A ideia é que você consiga segurar o Early game com remoções como Cut Down e Go for the Throat, anular algo pontual com Spell Pierce, usar Duress para ganhar tempo tirando aquele Cori-Steel Cutter ou algo relevante que o oponente tenha, até conseguir estabilizar a board com um Preacher of the Schism ou Sheoldred, the Apocalypse, por exemplo.

Outro plano menos utilizado é começar com Spyglass Siren ou talvez no turno 2 baixar qualquer criatura de custo 2 e, no turno 3, voltar com o Kaito, Bane of Nightmares, que normalmente é um dos melhores starts do deck.

Outra carta relativamente nova nessa nova proposta é Azure Beastbinder, que tem se mostrado extremamente eficiente em diversas matchups, pode ser usado para “diminuir” uma criatura a ponto de você conseguir usar o Cut Down em qualquer criatura em campo (e é por isso que utilizamos 4 Cut Down na lista). O mais interessante é que ela também é um Rato, o que tem grande sinergia com o Vren, the Relentless.

Em jogos mais voltados para o grind, temos os clássicos Enduring Curiosity, Kaito, Bane of Nightmares e Gix's Command para tentar ganhar no draw Advantage fazendo o famoso 2 ou 3 para 1.

Decklist

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Por que Jogar com Dimir Midrange?

Esse arquétipo estava em baixa desde o último Pro Tour, no qual teve um desempenho abaixo do esperado. No entanto, o cenário mudou com a ascensão do Izzet Prowess, que passou a dominar o metagame. Apesar disso, o Dimir Mid geralmente não tem um bom desempenho contra o Izzet Prowess.

Então, por que escolher Dimir?

A resposta está no metagame atual: muitos jogadores estão focados em combater o "melhor deck do formato", o Izzet Prowess, e as respostas que funcionam bem contra ele geralmente não são eficazes contra o Dimir. Isso faz com que o Dimir tenha matchups muito favoráveis contra os decks que tentam derrotar o Izzet.

Em outras palavras, o Dimir não é o melhor contra o Izzet Prowess, mas é forte contra os decks que buscam vencê-lo.

Além disso, bernardocssa incluiu uma resposta específica e eficaz contra o próprio Izzet Prowess, o que tornou essa partida muito menos desfavorável do que se imaginava, graças à ideia de utilizar a Vren, the Relentless juntamente com The Filigree Sylex no side.

Só não se esqueça de que deve treinar muito com ele, pois como o nível de complexidade é muito grande, vai levar um tempo até se habituar a todas as situações e possíveis respostas.

Dicas de Mulligan

O Mulligan normalmente não é tão recomendado para o G1, apenas em casos extremos. Temos uma boa base de curva de mana, com vários cards de drop 1 e drop 2 - sendo assim, se você tiver cartas mais reativas para os primeiros turnos, pode ser uma boa opção quando se está no G1. Outra boa opção também é ter um sequenciamento forte. Deixarei alguns exemplos a seguir.

Evite mãos como esta:

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Aqui, claramente, você não tem jogadas para os turnos iniciais (nem ofensivas, nem defensivas). Ou seja, mão sem a menor chance de keep, mesmo tendo um certo balanço entre mágicas e terrenos.

Veja este outro exemplo:

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Esta mão apesar de não ser incrível, possui uma jogada no turno 1, e caso não venha nenhum drop 2 ainda podemos usar o mapa para manipular o topo. Já na 3, temos uma jogada forte contra a maioria dos oponentes: Preacher of the Schism. Temos também ma bomba para o turno 4, nossa querida Sheoldred, the Apocalypse = que se não for respondida rapidamente, pode ganhar o jogo sozinha.

Lembrando que o Preacher of the Schism também pode te gerar um Draw Advantage muito relevante.

Agora, imagine uma mão excepcional, onde teríamos um sequenciamento incrível juntamente com uma possível resposta rápida a criaturas ou preventiva para podermos avançar sem medo:

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Entenda que você deve procurar uma mão em que haja um equilíbrio entre mágicas e terrenos, observando também a curva de mana. Um último exemplo seria uma mão razoavelmente floodada, com 4 ou até mesmo 5 terrenos, mas com um Duress e um Go for the Throat, que te dariam resposta para as principais ameaças e te garantiriam todos os land drops, algo muito relevante para esse arquétipo.

Claramente não é a mão ideal, mas considere que o Mulligan pode te punir muito se não fizer os land drops até o turno 4.

Guia de Sideboard

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O side desta lista é um pouco diferente da maioria dos outros decks, pois é composto, em sua grande maioria, por cartas únicas. Isso pode parecer estranho à primeira vista, mas é bastante eficaz, já que o deck principal já está muito bem ajustado para o G1.

Por isso, são poucas as partidas em que será necessário trocar vários cards. Com essa abordagem, o deck passa a ter uma resposta pontual para praticamente todos os principais arquétipos do formato.

Vale notar que as únicas cartas com mais de uma cópia são The Filigree Sylex, com 3 cópias (uma resposta poderosa contra o Izzet Prowess) e Ghost Vacuum, com 2 cópias, eficiente contra qualquer deck que utilize o cemitério.

Contra Izzet Prowess

Finalmente, vamos para o confronto mais aguardado, Izzet Prowess! É o deck do momento, sendo cotado até para um possível banimento em sua principal carta Cori-Steel Cutter. Mas agora temos boas armas para jogar contra ele.

Side In

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Side Out

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Lembre-se de aproveitar a interação do Vren, the Relentless com o The Filigree Sylex: abuse disso e ganhará o jogo. Quando tiver Duress sempre priorize descartar o Cori-Steel Cutter, já que é muito difícil avançar com ela em campo.

Contra Mono Red Aggro

Aqui um deck que você tem sempre que estar preparado. Muda o meta, muda o formato, mas não muda o fato de ter um Mono Red Aggro te aguardando. Um dos decks mais explosivos do Standard atualmente, temos que ser rápidos nas respostas. Tem somente um adendo nesse Side In e Side Out que devemos levar em consideração: se estamos na Play ou estamos no Draw.

Side In

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Side Out

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Mas Rodrigo, pera aí... como vou tirar 5 cartas do deck e colocar só 4?

Lembra do que falei sobre estar no Play ou no Draw? Então, quando você estiver no Play, mantenha o Kaito, Bane of Nightmares. Agora, se estiver no Draw, mantenha o Enduring Curiosity.

Mas por quê? Basicamente, quando você está no Play, pode adotar uma postura mais ativa na partida. Como estará um turno à frente, tem a chance de baixar o Kaito, Bane of Nightmares no turno 2 do oponente, o que o força a responder imediatamente, mudando o ritmo do jogo.

Por outro lado, se estiver na Draw, você deve buscar uma postura mais reativa. Existe uma grande chance de que a partida entre num ponto em que ambos estarão dependendo do topo do deck. Se, nesse momento, você conseguir encaixar uma Enduring Curiosity no passe e o oponente não responder de imediato, é quase certo que você venceu a partida.

Contra Esper Pixie

O Esper Pixie também passou por mudanças na sua lista. Atualmente, a maioria dos jogadores tem optado por um plano um pouco mais agressivo, utilizando a Optimistic Scavenger, que cresce com o uso dos diversos encantamentos do deck. Com isso, o plano de jogo se assemelha ao do Izzet Prowess, explorando a interação entre The Filigree Sylex e Vren, the Relentless para lidar com as criaturas pequenas do oponente.

Side In

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Side Out

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Contra Azorius Omniscience Combo

Essa é uma partida que, no geral, já tende a ser favorável, mas melhora ainda mais no pós-side. Acredito que seja o confronto em que mais fazemos alterações no sideboard. Temos várias cartas muito fortes contra esse deck, enquanto outras se tornam praticamente inúteis na maioria dos casos. Por isso, o pós-side melhora bastante, e precisamos saber tirar proveito disso.

Side In

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Side Out

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Fique atento, pois no G2 e G3 o oponente pode adotar um plano mais agressivo, explorando 4 cópias de Overlord of the Mistmoors, 2 de Voice of Victory, entre outras criaturas. Por isso, é importante manter os 4 Go for the Throat no deck e estar preparado para essa abordagem mais aggro.

Contra Domain ou 4c Zur

Aqui temos uma matchup bem difícil, já que praticamente não temos formas diretas de lidar com os encantamentos mais fortes do oponente, apenas o descarte com Duress para tentar evitá-los. Se ele fizer a sequência perfeita com Up the Beanstalk no turno 2, Overlord of the Hauntwoods no turno 3 e Zur, Eternal Schemer no turno 4, já ativando a habilidade no Overlord of the Hauntwoods, ou você responde imediatamente, ou é praticamente GG.

Infelizmente, essa curva não é tão rara justamente por causa do Up the Beanstalk, então sua prioridade com o Duress deve ser descartar essa carta e manter uma remoção reservada para o Zur, Eternal Schemer.

Side In

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Side Out

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Lembre-se: o Cut Down tem um alvo certo, e o nome dele é Zur, Eternal Schemer. Por isso, não removemos todas as cópias do deck. Você precisa usá-lo no momento certo, então sempre reserve mana para ele caso o oponente tente avançar com o Zur.

Considerações Finais

Chegamos ao fim da análise do Dimir Midrange, um deck que, apesar de parecer discreto à primeira vista, se mostra extremamente poderoso nas mãos certas. Não é uma escolha fácil, exige leitura constante do jogo, domínio das interações e uma boa dose de paciência. Se você está começando agora com ele, prepare-se para cometer alguns erros, faz parte do processo. Esse deck te força a pensar, calcular e adaptar, e é exatamente isso que o torna tão recompensador.

O mais interessante é que, no metagame atual, ele está muito bem posicionado. Suas respostas pontuais, aliadas a um plano de jogo sólido, fazem dele uma ótima escolha para quem busca consistência e profundidade. Não espere vitórias fáceis em todas as partidas, mas saiba que, ao entender suas nuances, você terá em mãos uma ferramenta capaz de vencer qualquer matchup.

Portanto, minha dica é: pratique. Quanto mais partidas você jogar, mais natural será tomar boas decisões com ele. E se você busca alcançar o Mítico, essa pode ser a arma perfeita, desde que esteja disposto a dominá-la.

Eu sou Rodrigo Monteiro, mais conhecido como Prof. do canal ProfFriend’s, e fico muito feliz por ter você por aqui. Qualquer dúvida ou sugestão, fique à vontade para comentar abaixo.

Nos vemos em breve, e boa sorte com o Dimir!