Magic: the Gathering

Deck Guide

Modern: Calibrated Blast - Deck Tech e Sideboard Guide

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Conheça tudo sobre o deck que surpreendeu todo mundo nesse final de semana, Calibrated Blast! E ainda incluímos uma versão Budget de apenas 15 tix!

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revisado por Tabata Marques

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E aí galera, beleza? Eu sou o Rodrigo Monteiro, jogador de Magic the Gathering há mais de 20 anos e hoje vim aqui para falar sobre um deck que surpreendeu muita gente neste final de semana: Calibrated Blast!

É um combo muito interessante e divertido de se jogar e que, de quebra, ainda possui uma versão Budget muito próxima da versão original, falarei um pouco sobre mais à frente. Se você quer surpreender o pessoal da lojinha com uma lista bem inesperada e divertida, esse é o deck para você!

Sobre o Deck

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Calibrated Blast é um deck que usa 38 terrenos, o que não é muito comum, contudo os terrenos, em sua grande maioria, contam com alguma habilidade específica para ajudar na hora do combo. Por exemplo, os novos terrenos de Kamigawa com Channel; Otawara, Soaring City, Boseiju, Who Endures e Sokenzan, Crucible of Defiance, além de possuírem habilidades muito relevantes contra vários decks, ainda têm o agravante de não poderem ser anulados normalmente e ainda são incolores, dificultando muito para o oponente conseguir ter alguma resposta.

Está um pouco longe de ser um Tier 1 do formato, devido à sua falta de consistência em obter resultados positivos. Porém, sem dúvida é uma estratégia muito forte, e o melhor de tudo, divertida de se jogar, muitas vezes surpreendendo os oponentes mais desavisados.

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Nossa ideia principal gira em torno do Calibrated Blast e Throes of Chaos, que no caso é para buscar o Calibrated Blast com a cascata e assim você irá revelando cartas do topo de seu grimório até revelar uma de suas enormes criaturas. Isso mesmo, o deck é cheio de grandes criaturas como Emrakul, the Aeons Torn, Shadow of Mortality, Autochthon Wurm e o Scion of Draco que em várias partidas você consegue conjurar a partir do turno 3, já impondo um grande clock ou muitas vezes ajuda a minar a vida do oponente e finalizá-lo com apenas um Calibrated Blast.

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Quando o Calibrated Blast revela a carta, ele causa dano em qualquer alvo conforme o custo de mana convertido daquela carta. Por exemplo, quando acho um Emrakul, the Aeons Torn, ele chega causando 15 de dano no oponente já de cara, o que muitas vezes já pode ser letal.

Atualmente, onde quase todos os decks usam fetchs e shock lands, não é nada difícil de você conseguir finalizar seu oponente no turno 3 com apenas 1 Calibrated Blast. Hoje usaremos a lista campeã do Challenge desse final de semana, do Brasileiro LucasG1ggs, grande jogador do formato.

Versão completa

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Esta é versão mais completa do deck, a qual iremos nos concentrar. Posteriormente, colocarei uma lista da versão Budget.

Você pode perceber que, mesmo tendo muitos terrenos, eles são extremamente uteis e versáteis. Temos o Boseiju, Who Shelters All para garantir que você conseguirá conjurar seu Calibrated Blast sem se preocupar com aquelas duas ilhas em pé do outro lado, temos Gemstone Caverns que muitas vezes te adianta no jogo mesmo estando do Draw, além de alguns terrenos que causam dano para ajudar a chegar no range do letal em um hit.

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No sideboard ainda temos mais terrenos com habilidades relevantes, como Bojuka Bog, Nephalia Academy que é incrível contra estratégias de descarte, entre outras que falaremos mais no plano de side.

No metagame atual, Calibrated Blast acabou de encontrar uma brecha para se destacar. Sinceramente, não acredito que ele se mantenha por muito tempo, pois a grande sacada desse deck é o efeito surpresa, sendo exatamente o que aconteceu nesse final de semana e acabou deixando muita gente de boca aberta.

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Procurei em diversos sites estatísticas mais relevantes sobre o deck, porém como talvez ainda não tenha sido muito explorado no formato, não existem estatísticas consistentes para uma avaliação mais minuciosa.

Versão Budget de Calibrated Blast

Aqui a ideia, postura e modo de jogo são praticamente os mesmos — o que muda é o valor e alguns cards complementares.

O importante é a diversão, vale a pena demais montá-la — afinal, não tem coisa melhor do que ganhar de um deck que vale 10x o valor do seu, não é mesmo?!

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Mulligan e Postura de Jogo

Definitivamente um dos pontos mais importantes aqui é o Mulligan, pois como temos apenas 6 mágicas que vão causar o maior estrago, temos que mulligar agressivamente em diversas situações. Lembrando que tanto Calibrated Blast quanto Throes of Chaos podem ser “recapitulados” do cemitério — o primeiro com a habilidade de flashback mesmo, só que agora pagando 3 incolores e 2 vermelhas e o segundo descartando um land de sua mão mais o seu custo convertido de 3 incolores mais 1 vermelha. Então, se ver pelo menos 1 deles na sua mão, já é o suficiente para ter um keep muito forte.

A segunda opção de keep é vir com o Scion of Draco, que pode ser facilmente conjurado no turno 2 se você tiver fetch lands para buscar um Trioma e uma shock dual, possibilitando ter 5 tipos diferentes de terrenos em campo já no turno dois. Desse jeito podemos exercer uma forte pressão desde o início do game, e quando estiver com uma vida mais baixa outra criatura que poderá ser conjurada diretamente é o Shadow of Mortality, muitas vezes podendo virar o game, afinal uma criatura 7/7 impõe uma forte pressão no oponente.

Quanto a postura de jogo propriamente dita, deve-se ter sempre muita cautela para não tomar um counter spell na sua única mágica forte no g1. Cuidado, pois Spell Pierce vem sendo muito usada já no main de vários decks populares do formato. De resto é tempo: se você ver que o oponente possui uma estratégia mais lenta, não se afobe — muitas vezes você precisa acertar apenas 1 Calibrated Blast para finalizar o jogo, vá com calma e na certeza.

Para se ter uma chamada “God Hand” com esse deck não precisa muito, apenas 3 terrenos e 1 Calibrated Blast e de resto, o que vier é lucro. Claro que, quanto mais Calibrated Blast ou Throes of Chaos melhor, né?

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Contra Controle, não se esqueça de jogar sempre em volta dos anulas, pois eles sempre terão, e bastante — pode ter certeza. Então espero o momento certo, tenha paciência e não se afobe.

Contra Aggros, você pode ir calculando os turnos, sempre atento para não tomar nenhuma carta surpresa com haste, por exemplo, e acabar morrendo com sua carta principal na mão sem conjurar porque achou que duraria mais um turno. Como não precisa ter medo de counters pode ir pra cima sem medo, mas se for necessário para evitar um letal ou remover uma criatura que pode ganhar o jogo para o oponente, lembre-se: é possível direcionar o dano do Calibrated Blast em uma criatura — mas só em último caso!

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Os Midrange, como sempre, são os mais problemáticos, pois podem ter os anulas e podem te impor um clock perigoso. Mas no geral, acaba sendo uma partida até favorável, pois não é sempre que ele terá os anulas no momento ideal e normalmente não impõe um clock muito rápido, possibilitando a você ter mais tempo para alcançar o dano letal.

Sideboard Guide

Murktide

Sempre a match mais presente no formato, o clássico Murktide que se enquadra nos Midranges. Como já disse anteriormente, acredito ser uma match onde devemos ter muita cautela para não tomar um anula na sua única carta relevante e acabar perdendo o jogo por pressa ou ansiedade.

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O mais importante nessa match é você conseguir conjurar suas mágicas sem preocupações com os anulas, então por isso subimos mais 3 Boseiju, Who Shelters All.

O Bojuka Bog é para evitar que o oponente atinja o delírio suficiente para acelerar o clock, e também evitar o cast do Murktide Regent. Caso isso seja inevitável subimos também mais 1 Otawara, Soaring City para devolver um Murktide Regent ou Ledger Shredder já buffado.

E o que sai são as cartas menos relevantes nessa match, pois 1 de dano é útil, mas fica quase sempre como um slot flexível para lands do side, e o Sokenzan, Crucible of Defiance você dificilmente vai querer usar no quarto turno para colocar 2 tokens, pois o oponente quase sempre terá criaturas para bloqueá-los.

Obs: Sempre fique de olho quando o oponente estiver buscando Ilhas básicas, pois provavelmente irá conjurar a Blood Moon. Apesar das nossas principais mágicas serem vermelhas, ela pode atrapalhar o Boseiju, Who Shelters All.

Elementals

Acredito ser uma partida favorável para nós, pois ele normalmente não consegue impor um grande clock e apenas algumas versões do Elementais possuem os anulas, até por isso acredito que esse deck fez um ótimo resultado esse final de semana: ter uma match favorável contra elementais, deck muito presente em grandes torneios.

De qualquer maneira, é sempre bom jogar em volta dos anulas, pois na dúvida você consegue se garantir, ainda mais sabendo que não tem um clock forte pra cima de você.

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Aqui fiz a opção como se fosse a versão 4C dos Elementais que vai anulas, mas caso você tenha a certeza de que é outra versão sem anulas, você pode optar pelo seguinte:

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No G2 ou G3 o oponente muito provavelmente não estará esperando o cast de nenhuma criatura que possa lhe impor um clock, então tenha em mente que o plano do Scion of Draco pode ser um ótimo keep nesse momento.

Os Boseiju, Who Endures são principalmente para possíveis Rest in Peace ou até em alguns casos alguns oponentes usam Leyline of Sanctity. São casos raros, mas como temos slots não tão necessários no main para essa partida, vale a pena a substituição.

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Living End

Acredito ser uma partida equilibrada, pois o oponente tem pouca interação com o nosso combo, somente Force of Negation de main deck e possivelmente um Grief, o que às vezes pode ser muito relevante, mas dentre as partidas que assisti e outras que joguei tendem a ser próximo de 50/50 — até por que muitas vezes ele acaba usando Street Wraith, deixando-o no range de apenas um Calibrated Blast.

Uma dica que obviamente depende de sua mão inicial, mas pode ser uma estratégia um pouco diferente da tradicional e que já funcionou comigo algumas vezes é: quando você está no Draw, pode segurar a carta que comprou para ficar com 8 cartas na mão até o final do turno e descartar um Autochthon Wurm, por exemplo. Isso fará seu oponente pensar duas vezes antes de conjurar um Living End, te dando o tempo necessário para partir para seu combo.

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Preste atenção, pois nessa match acabamos mudando bastante cartas pós-side, contudo, são terrenos e não vão abalar a estrutura do deck. Mais uma observação que vale para todas as matchs pós-side, mas mais especificamente para essa, é a Gemstone Caverns — caso você esteja no play, pode retirá-las no lugar dos Sokenzan, Crucible of Defiance ou de algum outro terreno que possa ter alguma utilidade mais relevante na partida.

Fique atento aos Endurance pois podem atrapalhar seu plano de flashback, então dependendo da situação você pode esperar para conjurar no passe e já conjurar novamente com o custo do flashback antes dele poder usar o Endurance (claro que ainda pode conjurar sem manas, mas pelo menos você diminui a probabilidade de isso acontecer).

Guarde os Boseiju, Who Endures para Leyline of Sanctity. Não baixe lands sem necessidade, elas podem te fazer falta no futuro, saiba que você precisa de máximo 5 lands para conjurar tudo necessário.

Uma última dica é que às vezes se oponente fez um Living End meio na pressa com poucas criaturas em campo, talvez depois da primeira pancada você possa conjurar um Shadow of Mortality e estabilizar a board.

Hammer Time

Aqui temos uma match bem difícil, mas que na maioria dos casos acaba sendo bem rápida. O oponente pode vir combado e você não tem muito a fazer, exceto dar um Calibrated Blast para evitar o letal e retirar a única criatura do campo do oponente, possibilitando a você administrar o tempo para conjurar o flashback diretamente no oponente desta vez. Ou também, o oponente pode keepar uma mão mediana e que não tem resposta alguma para o seu combo e só concede sem maiores preocupações.

Mas lembre-se de tomar cuidado com as versões UW, pois podem conter Spell Pierce de main deck, e as versões Mono White podem ter o Mana Tithe pós-side. Se ele não estiver te pressionando para o letal, não avance sem ter certeza de que o oponente não terá um counter. Também deve-se atentar para o Inkmoth Nexus, que sempre é um risco eminente de letal.

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Pós-side essa partida pode ficar bem interessante, pois temos um side forte, então preste atenção no Keep. Sempre de preferência para o keep com pelo menos 1 hate para frustrar os turnos iniciais do oponente — muitas vezes, se você consegue impedir o plano inicial dele, acaba demorando muito para que ele encontre a peça especifica faltante. Já você, só precisa de uma única peça.

Otawara, Soaring City e Boseiju, Who Endures deve-se evitar utilizá-las como simples terrenos, pois estão aqui pelo seu efeito. Nunca se esqueça disso, o deck possui 38 lands, dificilmente você vai zicar por falta deles.

Burn

Aqui é uma terra sem lei... mana, mana, mana, Calibrated Blast e às vezes é GG aqui mesmo, pois como o Burn normalmente não se preocupa muito com as fetch e shock lands no começo já se causou uns 5 de dano, se não, mais uma mana e Throes of Chaos aí GG.

Brincadeiras à parte, no G1 é uma race, então tente não mostrar que está jogando de Calibrated Blast no turno 1 e 2 para que ele use as shocks sem dó e muitas vezes acabe ficando no range de apenas 1 Calibrated Blast, o que seria perfeito para você.

Não temos nada muito relevante contra o Burn nem de maindeck e nem de side, porque já se considera uma partida onde a sorte conta muito.

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Aqui cada ponto de vida conta, então tiramos o Boseiju, Who Shelters All por não ter utilidade e por poder nos causar dano, mantemos os desertos que causam dano direto e retiramos o Desert, que não mataria nenhuma das criaturas do Burn.

Fique muito atento ao Roiling Vortex quando for conjurar o Throes of Chaos, pois ele irá te causar 5 na hora que decidir conjurar o Calibrated Blast que virá na Cascata. Até por isso subimos os Boseiju, Who Endures.

O Goblin Guide frequentemente te dará alguns terrenos extras, afinal temos 38 terrenos. O Eidolon of the Great Revel não fará muita diferença também, então vá para a race e dê preferência para keepar com mãos já combadas na três. Fuja de mãos lerdas ou estratégias como a do Scion of Draco ou Shadow of Mortality, que apesar de serem tentadoras são muito arriscadas nessa match.

Finalizando

É isso aí, pessoal! Essas com certeza são as matchs que você mais enfrentará no meta atual. Não se esqueçam sobre o Mulligan (não tenha medo de Mulligar com esse deck!) e sobre a Gemstone Caverns, que vale para todas as matchs no Play. Sempre jogue em volta dos anulas, eles são a sua principal fonte de frustração com esse deck.

Qualquer dúvida estou à disposição, é só deixar nos comentários. Muito obrigado pela sua atenção, valeu e até a próxima!