Magic: the Gathering

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Top 10 Cartas de 2021 para o Modern

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No artigo de hoje, analiso os dez cards (ou ciclo de cards) mais importantes de 2021 para o Modern!

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revisado por Tabata Marques

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Para este final de ano, estou elaborando uma série de artigos voltadas para o Top 10 das melhores cartas de 2021 para os formatos competitivos, onde analisamos quais foram os cards mais importantes para cada formato e o impacto individual e coletivo delas dentro do Metagame.

No meu último artigo, falamos sobre o Pauper, e hoje abordaremos como foi o último ano para um dos formatos mais famosos e movimentados, o Modern!

O Modern em 2021

Considero que 2021 foi um ano bem proveitoso para o Modern, e que o formato não apenas cresceu como mudou bastante ao decorrer do ano, em especial e obviamente por conta das inclusões de Modern Horizons II.

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Ainda no começo do ano, com Kaldheim, o Modern sofreu um enorme impacto por conta da inclusão de Valki, God of Lies e sua notória interação com a mecânica de Cascade, fazendo com que diversos jogadores passassem a utilizar o Valki Cascade, que conseguia conjurar a versão Tibalt do card tão cedo quanto no turno 2.

Em fevereiro, o Modern teve seu único anúncio de banidas e restritas do ano, onde além de uma mudança nas regras relacionadas a Cascade e o custo das mágicas reveladas, Field of the Dead, Mystic Sanctuary, Uro, Titan of Nature’s Wrath, Tibalt’s Trickery e Simian Spirit Guide foram banidos.

Strixhaven trouxe ao formato um dos melhores efeitos de card selection já lançados nos últimos tempos na forma de Expressive Iteration, além da inclusão de outros cards que ocasionalmente se fazem presentes nas listas, como Prismari Command, enquanto Adventures in the Forgotten Realms trouxe algumas adições que se tornaram relevantes, como Ingenious Smith.

Porém, é impossível não mencionar que Modern Horizons II mudou quase que completamente o cenário competitivo do formato, com tantas adições e inclusões poderosíssimas que praticamente definem todo Metagame contemporâneo do formato, com uma grande maioria dos principais decks do formato, essencialmente “rotacionando” o Modern.

Diferente do primeiro Modern Horizons, acredito que MH2 obteve um enorme êxito em seu objetivo ao fazer com que diversos arquétipos surgissem, ou diversos arquétipos precisassem adotar cards da edição, mas sem necessariamente quebrar o formato de maneira alguma.

Não tivemos, até o momento, nenhum cenário catastrófico no Modern envolvendo um card ou deck de Modern Horizons II; não tivemos nenhum Hogaak, Arisen Necropolis nessa edição (e eles tentaram muitas mecânicas ousadas na edição).

O problema que isso gerou para o formato, todavia, é o fator financeiro: Os preços dos cards de Modern Horizons II não param de disparar pela alta demanda e baixa disponibilidade do produto atualmente, tal como ocorre com os cards do seu predecessor, e atualmente vemos cards como Solitude e Ragavan, Nimble Pilferer chegando em preços assustadores, enquanto incomuns da mesma edição, como Dragon’s Rage Channeler e Prismatic Ending, estão com valores relativamente elevados para incomuns lançadas recentemente.

Isso faz com que a comunidade de Modern encare dois problemas, sendo o primeiro que, se você joga Modern, você precisa se atualizar com Modern Horizons II, independente do seu deck... Ou ele se tornou absolutamente invalidado por arquétipos melhores que incluem cards novos: Você não vê mais um Jund com Bloodbraid Elf, você vê Jund com Ragavan, Nimble Pilferer e Lurrus of the Dream-Den.

Não significa, essencialmente, que seu deck se tornou inviabilizado, o Modern continua sendo um formato muito diversificado e com centenas de estratégias viáveis, mas a não-inclusão de cards de premier set como MH2 traz consequências na hora de otimizar sua lista, o que nos leva ao segundo problema: Os preços.

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Magic, como um todo, encareceu nos últimos dois anos, e os preços para atualizar um deck Modern ficaram significativamente mais altos (por exemplo, um playset de Ragavan me faz desconsiderar a possibilidade de montar meu deck de Death’s Shadow novamente), e se isso já é complicado para um jogador que está por dentro do formato, é ainda pior para quem pretende adentrar ao Modern, pois a barreira monetária tornou-se ainda mais alta e já não existem mais tantas opções de decks competitivos por um preço muito acessível (o deck competitivo mais barato atualmente, Burn, encontra-se na faixa dos 500 dólares), fazendo com que o formato tenha problemas em incrementar sua base de jogadores em comunidades locais.

Dito isso, encerramos 2021 com o Modern tendo, graças a MH2, um ar de “Legacy lite”, e sendo extremamente voltado para eficiência de mana, card advantage e o uso consciente de suas mágicas de custo baixo ou free-spells, e onde temos uma diversidade muito viável de estratégias e arquétipos, com seu único problema, tal como o Legacy numa escala muito maior, a barreira financeira para ingressar no formato.

Dito isso, vamos avaliar os dez cards que considero os mais impactantes de 2021 para o formato.

Os dez cards mais impactantes de 2021 para o Modern

10 — Valki, God of Lies // Tibalt, Cosmic Impostor

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Apesar de praticamente não ver jogo no formato atualmente, Valki, God of Lies foi a primeira carta do ano que realmente impactou o Modern, ao ponto de fazer com que uma errata fosse criada para as interações que cards de dupla face possuem com a mecânica de Cascade.

Essencialmente, era possível conjurar Tibalt, Cosmic Impostor com qualquer mágica de Cascade ainda nos primeiros turnos do jogo, como Ardent Plea ou Violent Outburst, e praticamente ganhar o jogo a partir deste momento, já que Tibalt oferecia removal e card advantage enquanto acumulava tanto os seus recursos quanto recursos do oponente, impossibilitando para qualquer oponente que estivesse jogando “justo” conseguisse ganhar a partida,

Por conta dessa interação, o Cascade passou a considerar, no caso de cards de dupla-face, o valor de mana de cada face do card individualmente , impossibilitando que cards como Ardent Plea possam conjurar mágicas com um valor de mana maior do que 3 em cards de dupla face e, por ter essencialmente sido o motivo para esta mudança de regras, Valki, God of Lies merece seu espaço nesta lista.

9 — Counterspell

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Um dos maiores pedidos para o Modern durante anos foi a inclusão de Counterspell ao formato, para que os Blue-Based Decks pudessem ter uma mágica eficiente e uma resposta universal para lidar com a quantidade crescente de ameaças cada vez mais poderosas sem precisar recorrer a efeitos condicionais, como Mana Leak ou Remand.

Modern Horizons II finalmente trouxe Counterspell para o formato, e o card agora é uma gigantesca staple de muitos decks azuis que tenham espaço para seu uso, como o Izzet Tempo, o Azorius Control, ou até mesmo o Dimir Mill.

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8 — Shardless Agent

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Shardless Agent já foi uma poderosíssima staple do Legacy quando foi inicialmente lançado em um produto de Commander, e um dos cards que muitos jogadores especulavam de sua viabilidade no cenário do Modern.

Na época em que a criatura foi lançada, a coisa mais poderosa que você poderia estar fazendo com ela era conjurar Ancestral Vision para comprar três cards, um efeito que não é tão empolgante atualmente.

Porém, Modern Horizons trouxe Crashing Footfalls, que em combinação com diversos outros cards lançados nos últimos anos que conseguem “burlar” as restrições de mana de uma mágica com Cascade através de custos alternativos, como Bonecrusher Giant e Brazen Borrower, fizeram com que Shardless Agent tivesse uma base sólida o suficiente para sempre trazer 10 de poder por três manas, criando assim um dos principais decks do formato atualmente, o Temur Footfalls.

7 — Expressive Iteration

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Expressive Iteration é o único card que não é de Modern Horizons II e que ainda é válido no formato com suas devidas interações e sem erratas nesta lista, e creio que isso já demonstre o quão poderoso esta mágica de Strixhaven é para o formato.

A nova “cantrip” de duas manas é um dos efeitos de card selection mais poderosos já criados nos últimos anos em Magic: The Gathering, pois essencialmente oferece um meio de não apenas filtrar o topo de seu deck, como também de poder sequenciar mágicas e tirar o máximo de proveito dos seus land drops nos primeiros turnos, enquanto os tornam descartáveis em turnos posteriores.

Sendo uma staple de múltiplos formatos, no Modern, Expressive Iteration é utilizado especialmente no Izzet Tempo e nas variantes Grixis dos decks de Death’s Shadow, e provavelmente permanecerá como um dos melhore card selections do formato por bastante tempo.

6 — Ciclo de Elementais

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O novo ciclo de Elementais de Modern Horizons II, ou também considerado o novo ciclo de “free spells” do formato foi um enorme sucesso e um dos elementos mais impactantes que o Modern recebeu em anos, em especial não apenas por poderem ser utilizados de graça, mas também porque há muitas interações que se tornam possíveis com estes cards.

Apesar de vermos alguns, como Subtlety e Endurance sendo utilizados em menor escala, todos os elementais tornaram-se Staples do formato, com Fury e Solitude sendo os mais utilizados, por lidarem diretamente com a posição de mesa dos jogadores enquanto são poderosas ameaças individuais.

Além disso, estes cards oferecem um potencial interativo praticamente absurdo ao lado de efeitos como Ephemerate, e são permanentes cujo habilidade de devolver permanentes para a mão de Teferi, Time Raveler cria poderosas interações de card advantage, tornando ainda mais fácil de abusar de seus efeitos.

Todas essas qualidades juntas fizeram com que os Elementais se tornassem Staples do Modern, e estivessem presentes nos mais diversos arquétipos, como o Four-Color Control, Azorius Control, Temur Footfalls, Elementals, Reanimator, dentre outros.

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5 — Prismatic Ending

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Prismatic Ending é outra inclusão de Modern Horizons II que se tornou uma staple por ser uma poderosa interação de mesa, e uma que lida com algumas das principais ameaças do formato, já que o Metagame voltou-se para um cenário onde os jogadores procuram utilizar a menor quantidade possível de mana para as jogadas mais impactantes.

A grande vantagem que o card oferece sobre outros removals de custo baixo é a sua flexibilidade em lidar com qualquer permanente que não seja um terreno por um custo de mana flexível conforme as demandas de cores do seu deck, um feito que pode ser facilmente abusado utilizando alguns Triomes em conjunto com Fetchlands para obter o máximo de proveito.

Mas, até mesmo em decks de duas cores, Prismatic Ending é uma grande staple, pois oferece um meio eficiente de lidar com alguns dos principais cards do formato atualmente, como Ragavan, Nimble Pilferer e Colossus Hammer, num único card, abrindo mais espaço para que decks que o utilizem possam aproveitar melhor seus outros slots.

4 — Unholy Heat

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Apesar de muito do sucesso dos decks que utilizam a base de Ragavan, Nimble Pilferer e Dragon’s Rage Channeler estar voltado para a super-eficiência de suas criaturas, acredito que outra grande razão pela qual esses decks conseguem suceder é porque o vermelho recebeu um dos mais poderosos removals que o formato já teve.

Num formato onde habilitar o Delirium deixou de ser uma dificuldade graças à inclusão de novos cards + a interação já muito conhecida de Lurrus of the Dream-Den com Mishra’s Bauble, Unholy Heat torna-se um dos meios mais eficientes de se lidar com quase qualquer criatura ou Planeswalker que vê jogo no formato atualmente, indo de remover um pequeno Memnite até um Primeval Titan com um único card e, dessa maneira, fazendo com que os decks Midranges possam abdicar da necessidade de removals condicionais para lidar com situações diferentes, padronizando o topdeck de forma a sempre ter uma boa resposta para cada situação.

Essencialmente, Unholy Heat fez com que decks como o Jund pudessem abdicar da necessidade de ter Terminate, Abrupt Decay e Assassin’s Trophy no maindeck, ou também habilitou que arquétipos como o Izzet Tempo pudessem ter, de fato, removals que lidassem com diversas situações sem precisar recorrer a splashes.

Logo, acredito que dentre todos os removals que Modern Horizons II trouxe, Unholy Heat é o melhor deles.

3 — Dragon’s Rage Channeler

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Se o pacote de Delirium faz de Unholy Heat um dos melhores removals para o Modern, ele também faz de Dragon’s Rage Channeler uma das melhores criaturas do formato.

Dragon’s Rage Channeler é um Delver of Secrets construído da maneira certa para o Modern, onde a manipulação de topdeck é muito menos eficiente do que em outros formatos, mas onde temos probabilidades mais eficientes de termos diversos tipos de cards em nosso cemitério de acordo com como a partida se desenrola, o que torna de transformar esta criatura em uma ameaça 3/3 com Flying uma tarefa fácil.

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Além disso, o novo one-drop também oferece um poderoso e eficiente meio de filtrar o topo do deck com a habilidade de Surveil 1, fazendo com que cada mágica de não-criatura que você conjure tenha acoplado um meio de remover os cards inúteis do topo de seu deck e manter os úteis, tornando-a ainda mais poderosa e eficiente em arquétipos que optem por utilizá-la, e tornando-a a segunda criatura mais utilizada do formato atualmente.

2 — Urza’s Saga

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Dentre os cards lançados em Modern Horizons II, creio que Urza’s Saga foi uma das, se não, a mais polêmica da coleção por se tratar de um card com mecânicas inteiramente novas.

Urza’s Saga é um terreno, encantamento e uma Saga em simultâneo, e possui habilidades que buscam ou produzem artefatos, tudo isso num único card, o que levava a uma série de possibilidades e potenciais a serem explorados com o card, dos quais atualmente vemos nas mais diversas listas.

Em um dos melhores decks do formato atualmente, o Hammer Time, o card realiza um ótimo trabalho em não apenas produzir tokens que são significativamente poderosos nesta lista por conta do alto número de artefatos, como também procura por Colossus Hammer para fechar o combo ou Shadowspear para dar evasão.

No Amulet Titan, Urza’s Saga é a garantia inevitável de que, em algum momento da partida, você terá o controle de uma ou mais cópias de Amulet of Vigor, e sua interação com as bouncelands permitem que o deck reutilize o terreno diversas vezes para produzir mais tokens.

Em arquétipos como o Jund, Urza’s Saga funciona como um tutor eficiente que, além de buscar cards específicos, também pode ser reutilizado com Wrenn and Six.

Além disso, o card também é amplamente utilizado em outros arquétipos, como o Hardened Scales, Thopter Combo, Eldrazi Tron, Affinity, dentre diversos outros, tornando de Urza’s Saga, atualmente, uma grande Staple do Modern.

1 — Ragavan, Nimble Pilferer

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Não poderíamos terminar esta lista sem o card mais forte lançado em 2021, Ragavan, Nimble Pilferer.

Diferente de muitos dos cards mencionados neste artigo, Ragavan não precisa especificamente de um contexto para ser bom, ele apenas é ótimo por conta própria, e não demanda muitas concessões de deckbuilding para isso também.

Para muitos jogadores, Ragavan é uma mistura quase perfeita entre card advantage, mana advantage e ameaça que precisa ser parada ou removida a qualquer custo, ou desenvolverá uma vantagem absurda ao decorrer da partida para o seu controlador, comumente ditando o rumo da partida à partir do momento em que entra em jogo, principalmente durante os primeiros turnos.

Além disso, o card também pode, em partidas de maior atrito, simbolizar falhas ou ameaças na matemática de combate graças à sua habilidade de Dash que, se utilizada em momentos oportunos, pode dar aqueles pontos de dano necessários para fechar a partida, e qualquer jogador que já esteve nessa situação com certeza já questionou, antes de atacar, se um “Ragavan + Bolt” no turno do oponente significaria dano letal, criando uma vantagem virtual caso o jogador opte por respeitar as possibilidades envolvendo um possível macaco albino na mão do oponente.

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Desde seu lançamento, Ragavan, Nimble Pilferer é um dos cards mais jogados do formato atualmente, e a criatura mais utilizada no Maindeck dos decks do Modern, estando presente no Izzet Tempo, nas variantes de Rakdos, incluindo o Jund e o Death’s Shadow, e até mesmo no Gruul Ponza, com todos esses decks não precisando realizar concessão alguma para utilizá-lo em seu maindeck, porque naturalmente já atendem à única demanda que o macaco albino necessita para ser bom: ter boas interações de mesa e bons elementos disruptivos para ele poder permanecer no campo de batalha pela maior quantidade de turnos o possível.

Todos esses elementos, em conjunto com o fato desta criatura ser um dos principais pilares do formato atualmente, tornam de Ragavan, Nimble Pilferer o card mais impactante para o Modern em 2021.

Conclusão

Essa foi minha análise dos dez cards mais impactantes de 2021 para o Modern.

Particularmente considero que, apesar das drásticas mudanças que Modern Horizons II trouxe, o formato encontra-se num momento estável e diversificado, com uma alta quantidade de arquétipos viáveis, apesar de a inclusão de muitos cards ter padronizado, de certa maneira, como os decks são construídos.

Minha grande preocupação com o formato atualmente é o fato de acessibilidade, onde os crescentes preços dos decks tornam da barreira de entrada do formato muito maior, e não creio que teremos tantos reprints nos próximos dois anos ao ponto de conseguir cobrir este problema de forma eficiente, já que o único reprint set previsto (até então) para o ano que vem é o novo Double Masters.

É claro que este novo Double Masters poderia ser um ótimo meio de aliviar os preços de algumas das atuais Staples do formato, especialmente dos cards de Modern Horizons I e II, mas dado a natureza de Master Set e a maneira com a qual ela é projetada tendo em mente reprints dos mais diversos formatos e ainda manter um cenário de draft/selado saudável, considero muito improvável que tenhamos muitos, ou até mesmo alguma staple de Modern Horizons na edição.

Dito isso, acredito que o objetivo de produtos como Modern Horizons seja justamente o de criar cards projetados para formatos eternos, de maneira que possam se tornar impactantes o suficiente para “rotacioná-los”, criando uma maneira de se adaptar ao cenário competitivo desses formatos e, neste sentido, a “rotação” do Modern neste ano trouxe um formato que considero estar num bom momento, e espero que as próximas edições de 2022 o mantenham dessa maneira.

Obrigado pela leitura!