Top 5 Cartas de Innistrad Crimson Vow para o Legacy

Olá, jogadores e jogadoras!

Fechando o meu ciclo de reviews para formatos competitivos, hoje estaremos abordando a nova edição, Innistrad: Crimson Vow com foco no Legacy!

Diferente do que fiz para o Pauper e para o Pioneer, dado o alto power level do Legacy, estarei realizando apenas um Top 5 de cartas que podem apresentar algum potencial ou utilidade para o formato, junto a algumas menções honrosas que possuem efeitos peculiares ou interessantes.

Mas antes de entrarmos neste tópico, precisamos primeiro compreender o momento que o Legacy está vivendo.

Tal como em outros formatos competitivos, acredito que este assunto demande um artigo próprio analisando a situação de maneira aprofundada, ao invés de apenas uma nota em um review.

Porém, creio também na necessidade de contextualizar o formato atualmente para os leitores, especialmente aqueles que se interessam no Legacy, mas estiveram distantes do formato durante a pandemia, ou para os jogadores que gostam de acompanhá-lo, mas não o jogam ativamente.

E sendo bem objetivo, o Legacy não se encontra num estado muito saudável atualmente, e muito se deve a como Modern Horizons II trouxe para os Delver decks um pacote de cartas muito poderoso que adiciona redundância e consistência demais ao arquétipo:

Estes cards, junto a Expressive Iteration, de Strixhaven, fizeram com que os decks Izzet ou URx do formato estivessem muito acima do resto do Metagame, ao ponto de que Delver of Secrets nem é mais uma staple obrigatória destes arquétipos, e eu explico melhor como isto ocorreu e porque o card tem visto cada vez menos jogo no formato neste artigo.

Existe um consenso de que algo precisa ser feito para reequilibrar o formato: Muitos acreditam que Ragavan, Nimble Pilferer precisa ser banido, pois cria padrões de jogo extremamente desagradáveis, mas que isso não será o suficiente para fazer com que os “Delver” decks se tornem menos predominantes, e a partir disso, existe muita discordância entre quais outros cards precisam partir para equilibrar o formato, indo de banir todo o pacote recebido em Modern Horizons II, Expressive Iteration e até Daze.

Um dos argumentos mais comuns de banimentos hoje incluem uma das free spells que funcionam como a base fundadora dos Tempo decks do formato faz mais de quinze anos, e os principais argumentos incluem que Daze é uma mágica que, diferente de Force of Will ou Force of Negation, tem como principal utilidade atrasar o jogo dos decks justos, e que com o acréscimo de criaturas super-eficientes nos últimos anos, a vantagem de Tempo oferecida pela free spell torna-se muito mais impactante do que costumava ser quando seu objetivo era apenas atacar com uma criatura 3/2.

Ainda existe a preocupação de que, ao “nerfar” os Delver decks, o formato torne-se polarizado em torno do Bant Control, que também recebeu ótimas adições com Modern Horizons II e é um dos arquétipos que mais consegue bons resultados nos torneios competitivos.

Quanto à minha opinião resumida, acredito que Ragavan já deveria estar banido. O card era interessante, divertido, inovador e abria novas possibilidades para o formato quando foi lançado, mas hoje, ele padroniza o Legacy de uma maneira prejudicial, e os jogos onde você começa com ele e com os meios de protegê-lo são ótimos quando o formato é extremamente voltado para blue-based decks.

Não acredito que será o suficiente para “equilibrar” o formato, e que o banimento de outro card mais antigo, ou outra das inclusões de Modern Horizons II se faça necessário, mas ter um one-drop que é uma ameaça que precisa ser respondida a qualquer custo e que oferece uma quantia significativa de card advantage e mana advantage não é saudável, e já sabemos disso desde o banimento de Deathrite Shaman.

Thalia seria o meu Top 1 da edição para o Legacy, mas ela é um reprint, portanto, não a incluirei na lista.

O reprint de Thalia, Guardian of Thraben pode ter desapontado alguns jogadores que esperavam uma nova versão do card que pudesse adentrar ao formato e, honestamente, eu também estava esperando uma nova Thalia saindo como Mítica-Rara e sendo a grande staple de formatos eternos da edição.

Porém, este reprint é um enorme favor aos formatos que não tinham ainda acesso a ela, como o Pioneer e o Standard, e a sua nova ilustração é bem mais temática do que a de Dark Ascencion.

Uma criatura 3/3 por uma mana ainda vale de alguma coisa?

Acredito que a falta de evasão e a limitação de exilar somente cards de criatura fazem com que Cobbled Lancer não seja uma boa opção para o Legacy atualmente, mas dado o histórico que criaturas 3/3 por uma mana possuem no formato, estou dando uma menção honrosa ao card.

Havia uma época onde decks de Reanimator utilizavam Tidespout Tyrant no Sideboard e, apesar de Hullbreaker Horror não devolver terrenos para a mão do oponente, ele possui um poderoso efeito de Unsubstantiate, que pode torná-lo uma ameaça mais fácil de se proteger, se um dia o arquétipo necessitar desta categoria de criaturas novamente.

Menção honrosa por tratar-se de uma mágica que, por uma mana, pode anular um custo de Escape de Uro, Titan of Nature’s Wrath, ou a mágica conjurada através do Cascade de Shardless Agent, ou Hogaak, Arisen Necropolis, ou Dread Return no All Spells, enquanto não perde sua utilidade como um counterspell tradicional (apesar de que três manas para um counter é um custo muito alto no Legacy).

Se decks pretos precisarem, Path of Peril é um ótimo card para lidar com as diversas criaturas de custo baixo que o formato possui, já que destrói essencialmente todas as criaturas do Elves e uma grande maioria das ameaças de arquétipos como Delver e Death & Taxes.

Porém, Path of Peril compete no formato com Toxic Deluge, mais eficiente em lidar com criaturas maiores, além de possuir um custo de mana muito mais splashável do que a nova adição de Crimson Vow.

Blazing Volley ocasionalmente aparece no Sideboard de decks como o Izzet Delver, dentre outros, para lidar com Elves e outros arquétipos poluídos de criaturas X/1 como Death and Taxes.

End the Festivities é um upgrade direto do card, oferecendo um relevante 1 ponto de dano ao oponente enquanto limpa o campo de batalha de criaturas X/1.

Atualmente, efeitos como Blazing Volley e Forked Bolt não tem sido amplamente utilizados, mas acredito que End the Festivities substitui ambas as opções.

Com o fim das menções honrosas, vamos aos cinco cards mais interessantes de Innistrad: Crimson Vow para o Legacy!

Não é muito difícil treinar Savior of Ollenbock uma ou duas vezes com o Death and Taxes, especialmente nas versões com Yorion, Sky Nomad, tornando-o facilmente um 2-por-1, ou melhor, que pode ser tutorado com Recruiter of the Guard.

O fato dele também exilar criaturas de cemitério pode ter alguma utilidade para devolver criaturas mortas através de combate ou removals, e também é possível utilizá-lo para exilar suas próprias criaturas, o que pode ter alguma utilidade em determinadas ocasiões.

É possível que valha um slot de one-of nas versões com Yorion do arquétipo.

Eu não sei se há meios de abusar de Stormchaser Drake no Legacy de maneira eficiente, mas o seu efeito é único o suficiente para merecer uma menção neste artigo.

Basicamente, se você conseguir proteger Stormchaser Drake, você pode utilizá-lo como uma poderosa draw engine enquanto você tiver mana e meios de utilizar mágicas que deem alvo na criatura, o que pode ser reaproveitado com efeitos que também compram cards quando são conjurados, como Expedite.

Sendo bem honesto, acredito que estou pensando numa combinação “Pauper” demais para o Legacy, mas Stormchaser Drake tem potencial o suficiente para ser mencionado neste artigo, mesmo que acabe apenas criando um deck casual ruim.

O novo vampiro não é necessariamente uma variante de Eidolon of the Great Revel, e se decks como o Burn necessitarem de mais cards como este, Pyrostatic Pillar é mais eficiente em causar dano recorrente, e também não existem muitas vantagens em você utilizá-lo para exilar uma land no early-game, já que o Legacy é um formato que consegue jogar bem com uma baixa quantidade de lands, além de que o oponente sempre pode utilizar um removal antes de fazer o seu land drop.

Portanto, no meu ponto de vista, o melhor alvo para Cemetery Gatekeeper para torná-lo um efeito punitivo provavelmente serão Instants e Sorceries, pois forçará o oponente a gastar alguns pontos de vida para removê-lo, ou para procurar o removal para o card, enquanto seu corpo 2/1 com First Strike possui algumas vantagens no combate, especialmente no atual Metagame, onde diversas das mais utilizadas criaturas são X/1 ou X/2.

Reckless Impulse está num estranho meio-termo entre Light Up the Stage e Expressive Iteration, sendo menos eficiente em custo para o Burn, enquanto parece muito mais útil para decks que procuram jogar de maneira proativa, essencialmente funcionando como um “Draw 2” por duas manas.

Em um mundo onde o formato se torna mais equilibrado, ou onde Expressive Iteration venha a ser banido, consigo facilmente imaginar arquétipos como o Izzet Delver ou até versões Temur recorrendo à nova adição para obter alguma vantagem na partida, especialmente em versões mais proativas, como as que costumavam existir com Monastery Swiftspear e Sprite Dragon.

Outro deck que pode se beneficiar de Reckless Impulse são as variantes de Mono-Red Storm, que podem conjurá-lo por uma mana, mas acredito que a versatilidade de Jeska’s Will ou a interação que Galvanic Relay possuem com seu plano de jogo as tornam mais recompensadoras.

Dito isso, eu vejo muito potencial para Reckless Impulse em decks que consigam tirar um bom proveito dos cards revelados, servindo como mais um poderoso efeito de card advantage, apesar de não oferecer a versatilidade que encontramos com Expressive Iteration.

Por fim, temos Eruth, Tormented Prophet, que essencialmente transforma todos os seus draws em um Light up the Stage.

O grande destaque para Eruth vem do fato dela substituir todos os seus draws por um efeito de exilar dois cards do topo do seu deck, o que significa que cantrips como Ponder ou, se você for ganancioso o suficiente, Brainstorm, também funcionam com ela, o que pode significar comprar uma quantidade absurda de draws com uma única engine.

Tal como Reckless Impulse, existe um preço a se pagar por comprar tantos cards: eles precisam ser utilizados de maneira proativa no mesmo turno em que são exiladas, o que significa que decks com uma abundância de mágicas reativas podem não tirar total proveito desta criatura.

Logo, Eruth provavelmente poderá ser utilizada como uma engine para combos (talvez uma nova variante de Storm?), ou como uma engine de valor para o Late-Game em decks que não se preocupam tanto em ter counterspells e respostas genéricas exiladas.

Inclusive, a nova criatura também possui uma interação poderosíssima com Sylvan Library onde, como você não comprou os cards extras e, ao invés disso, eles foram substituídos por um efeito de exílio, você não precisa pagar nenhum ponto de vida pelos draws extras, logo, você estará “comprando” seis cards por turno com ambas as permanentes em jogo.

Todos esses elementos, somados a um corpo 2/4 por três manas, o que a torna um alvo fora do alcance de Lightning Bolt e que demanda um cast de três cores de Prismatic Ending, me levam a crer que Eruth, Tormented Prophet é o melhor novo card de Innistrad: Crimson Vow para o Legacy.

Esta foi minha análise da nova edição, Innistrad: Crimson Vow para o Legacy!

Particularmente, com o significativo acréscimo de power level ocasionado por Modern Horizons e Modern Horizons II, não é fácil para uma edição voltada ao Standard trazer cards que conseguem impactar por definitivo o formato, mas Crimson Vow trouxe algumas opções interessantes que podem levar novos decks a surgirem ou novas ideias a serem testados em arquétipos já estabelecidos.

Obrigado pela leitura!