Magic: the Gathering

Deck Guide

Pioneer: a Ascensão do deck Azorius Control

, Comment regular icon4 comments

Kamigawa: Neon Dynasty trouxe peças muito poderosas para o Azorius Control, alavancando-o para o topo do formato pós-banimentos!

Writer image

revisado por Tabata Marques

Edit Article

Indo direto aos fatos, Azorius Control foi o deck mais jogado na parcela de Pioneer do SCGCon Indianapolis, que ocorreu neste último fim de semana, enquanto também foi um dos arquétipos com maior representatividade no Top 32 dos Challenges, inclusive com três colocações de Top 8 no dia 19 de Março.

Ou seja, todas as evidências apontam para uma notória ascensão do mais clássico Control do formato para o topo do Metagame, de onde ele provavelmente não sairá durante as próximas semanas, visto que algumas das melhores inclusões de Kamigawa: Neon Dynasty funcionam incrivelmente bem na lista.

Ad

O que é o Azorius Control?

Loading icon

Caso você esteja se perguntando do que o Azorius Control se trata, o deck é essencialmente o seu clássico “Draw-Go”, que utiliza disrupções e trocas de 1-por-1 de custo baixo, como Portable Hole e Censor no começo do jogo para estender a partida ao ponto de que o investimento de mana do oponente seja obsoleto perante cards como Absorb e Fateful Absence. Isso até o ponto em que o jogador começa a acumular rios de Card Advantage com efeitos de 2-por-1, como Supreme Verdict, ou por meio de poderosos Planeswalkers que incluem alguns dos melhores já lançados na última década, como The Wandering Emperor e Teferi, Hero of Dominaria.

Loading icon

A partir deste ponto, o Azorius Control alcança a inevitabilidade e começa a soterrar o oponente em valor e card advantage, enquanto suas jogadas mais proativas podem envolver tokens gigantes de Shark Typhoon, ou ativações de Hall of Storm Giants para fechar a partida quando todos os recursos do oponente foram devidamente neutralizados, ou tornaram-se escassos.

Loading icon

Uma das vantagens que o Azorius Control possui em comparação com as demais variantes é a quantia de respostas universalmente eficientes que suas listas costumam possuir, com suas respostas sendo úteis tanto contra criaturas quanto contra Planeswalkers ou artefatos e encantamentos, enquanto outras variantes, como as Dimir, precisam separar suas escolhas conforme a necessidade do Metagame esperado.

Loading icon

Já as respostas condicionais, como Dovin’s Veto no maindeck ou Rest in Peace no sideboard, também são significativamente melhores do que a necessidade de recorrer a Negate ou Thoughtseize para uma mirror de Control, ou de necessitar de Leyline of the Void, Soul-Guide Lantern ou Graveyard Trespasser contra Izzet Phoenix. Tudo isso enquanto o Azorius ainda retém as peças azuis mais importantes, como Aether Gust ou Hullbreaker Horror, tornando-o uma versão significativamente superior às demais opções de Control do formato e, ao que tudo indica, também tornando-o um dos melhores decks do formato.

Causas da Ascensão

No entanto, essa ascensão não ocorreu do dia para a noite, e uma sequência de fatores colaboraram para que o Azorius chegasse ao topo do Metagame nessas últimas semanas:

Kamigawa: Neon Dynasty trouxe ótimos cards para esta categoria de estratégia

Loading icon

Kamigawa: Neon Dynasty trouxe três cards importantíssimos para uma estratégia de Control.

The Wandering Emperor é considerada uma das dez melhores Planeswalkers já lançadas no jogo, e sua habilidade de poder ser conjurada com Flash e já realizar um efeito a torna uma perfeita jogada que equilibra o proativo e o reativo para um arquétipo que deseja, na maioria das ocasiões, levar o jogo de maneira reativa, sempre considerando o que o oponente pretende fazer antes de realizar sua própria jogada. Além de também ser a responsável pelas mirrors de Azorius não serem ditadas apenas pelo acúmulo de recursos, mas também pelo estrago que uma The Wandering Emperor resolvida na End Step, ou como um bait para conjurar algo mais impactante no turno seguinte, criando novas aberturas de jogadas para ambos os jogadores.

Ad

March of Otherworldly Light, como mencionei no meu review de Pioneerlink outside website da edição, é tão individualmente poderoso que pode ser facilmente comparado com Prismatic Ending, com a notória exceção de que ela não demanda um requerimento de cores alto, mas sim um maior requerimento de mana para funcionar contra as mais diversas situações. Ter um removal que consegue lidar tanto com criaturas quanto com outras categorias de permanentes por um custo relativamente “baixo” para um Draw-Go é uma enorme vantagem em flexibilização de slots no Maindeck e Sideboard.

Por fim, Farewell, apesar de ter um custo relativamente alto, consegue limpar a mesa (e através de um efeito de exílio, muito importante para matchups como Izzet Phoenix ou Cat-Oven) de basicamente qualquer permanente que não seja um Planeswalker, tornando-o um sweeper perfeito para a estratégia proposta pelo Azorius Control.

O banimento de Lurrus

O Pioneer sofreu um terremoto abrupto com o último anúncio de banidas e restritas que privou o formato de uma das criaturas mais poderosas da história de Magic: The Gathering, Lurrus of the Dream-Den, alterando toda a estrutura do Metagame e rebalanceando o formato de maneira a não mais invalidar uma categoria de cards que punem severamente o alto investimento de mana para conjurar mágicas, como removals e counterspells, abrindo mais espaço para que arquétipos de “resposta”, justamente a categoria em que o Azorius Control se encontra.

Loading icon

Com decks que se beneficiavam de um baixo investimento de mana sofrendo um impacto gigantesco com o último ban, acompanhamos a ascensão de arquétipos como Naya Winota, Niv-to-Light e Rakdos Midrange, que utilizam cards de custo mais alto, tornando as trocas de 1-por-1 com Censor e Absorb vantajosas, enquanto as listas que tiravam proveito de custos baixos estão notoriamente mais ausentes do cenário competitivo agora.

É o melhor deck de Narset

Loading icon

Uma estratégia que voltou a ascender com a ausência de Lurrus of the Dream-Den e o decréscimo das listas de Oni-Cult Anvil foi o Izzet Phoenix, que era considerado o melhor deck do formato antes de Neon Dynasty e ainda é extremamente popular, além de ainda estar presente no Tier 1 do formato, e um dos cards mais punitivos para se jogar contra ele, e também contra a mirror match é Narset, Parter of Veils — que essencialmente demanda uma resposta imediata, ou a necessidade de jogar muito em torno dos cards para não ser soterrado pela vantagem estabelecida pela Planeswalker meramente por estar presente.

O Azorius Control consegue utilizar Narset melhor do que qualquer outro Blue-Based Deck atualmente, já que não apenas possui vários alvos válidos para sua habilidade, como também se importa muito pouco em pagar três manas para obter dois Impulse com disrupção acoplada, ao longo de dois turnos.

Ad

É um dos decks que melhor consegue operar de maneira parecida com a sua variante do Modern

Loading icon

Se observarmos de perto, podemos notar que o padrão de slots e jogadas do Azorius Control no Pioneer segue essencialmente a mesma base que era e ainda é utilizada pelo Azorius Control no Modern. É claro, não temos acesso a Staples como Solitude, Jace, the Mind Sculptor ou Snapcaster Mage, além de opções mais bem-estabelecidas no formato como Cryptic Command, mas temos acesso a diversas engines e cards que são igualmente poderosas em ambos os formatos, como Narset, Parter of Veils e Teferi, Hero of Dominaria em junção com novas peças como Hall of Storm Giants, que passa uma boa impressão da finalidade que Celestial Colonnade costuma possuir no arquétipo como uma ameaça que oferece inevitabilidade.

Ou seja, o Azorius Control do Pioneer consegue operar quase na mesma escala em que a sua versão de Modern pré-Modern Horizons II costumava jogar. Algo que não apenas oferece uma excelente shell, como também é um grande atrativo para que jogadores queiram testar e jogar com o arquétipo.

Como jogar bem contra o Azorius Control?

Force o 2-por-1

Loading icon

Jogar com cards que forçam o oponente a gastar mais recursos do que o planejado, e onde toda criatura que ficar em jogo é naturalmente uma ameaça é uma forma de ganhar uma significativa vantagem no decorrer dos turnos contra Control, eventualmente forçando trocas desfavoráveis.

Criaturas e outras permanentes que oferecem alguma vantagem adicional, como a disrupção de mão de Elite Spellbinder, ou um aumento considerável de poder na mesa, como Esika’s Chariot, são candidatos ideais para dificultar a eficiência das trocas do Azorius Control. Portanto, considero que decks como o Naya Winota e Humans (com acesso a Kitesail Freebooter e Elite Spellbinder) podem tirar proveito dessa fraqueza inicial do Azorius para estabelecer uma vantagem.

Variantes de Spirits também podem estabelecer essa vantagem, especialmente com o acesso a Mystical Dispute no Sideboard, mas suponho que ele seja a variante menos agressiva e mais dependente de cards específicos para operar, enquanto os outros dois creature-based possuem inúmeras criaturas que são incrivelmente boas por conta própria.

Seja disruptivo, muito disruptivo

Loading icon

Um Black-based deck com uma boa base de descartes e outras disrupções ao lado de um clock eficiente pode desestabilizar o Azorius por tempo o suficiente para fechar a partida, ou até mesmo acumular mais recursos e valor do que eles, á depender das suas jogadas.

Um dos meus meios favoritos de se fazer isso é com base na junção de efeitos de descarte eficientes, como Thoughtseize e Go Blank ao lado de efeitos que permitem reutilizar tais mágicas, como Bloodthirsty Adversary, acoplado com meios de recorrer às suas ameaças, como Kolaghan’s Command (e, anteriormente, Lurrus of the Dream-Den). Essa combinação, quando bem construída, cria um ciclo de disrupção tão poderoso que, frequentemente, o oponente estará com menos recursos do que você, forçando-o a se estender ou jogar apressadamente para não perder por outvalue.

Ad

Proteja suas ameaças

Loading icon

Azorius Control tenta se beneficiar de trocas de 1-por-1 para conseguir estabelecer o jogo nos primeiros turnos e, muitas vezes, demanda um maior investimento de mana para conseguir responder a mais do que uma ameaça por vez.

Portanto, se você conseguir estabelecer uma ou mais ameaças e protege-la com counterspells ou efeitos de proteção como Gods Willing, ou com descartes como Thoughtseize, é provável que o Azorius tenha dificuldades em se estabelecer rápido o suficiente para conseguir diminuir o seu clock, que inclusive pode ser complementando com Manlands para fugir de sweepers no meio do jogo.

Ignore-o e seja mais rápido do que ele

Loading icon

Combos dedicados possuem as ferramentas eficientes para evitar que o Azorius Control consiga se estabelecer antes de você fechar o combo, ou a simples possibilidade de você ameaçar fechar o combo durante turnos repetidos já faz com que o arquétipo precise jogar muito para trás, oferecendo-o virtuais Time Walks que podem ser aproveitados para criar blefes ou jogadas notoriamente inesperadas que farão com que o oponente precise pensar duas ou três vezes antes de decidir anular uma mágica ou responder a uma permanente.

Acredito que, dentre os atuais combos do formato, o Lotus Field seja a lista mais eficiente para se jogar contra Azorius Control por sua principal ameaça possuir uma proteção embutida e não ser um alvo fácil para March of Otherworldly Light, como é o caso do Jeskai Ascendancy, além de sua abundância em mana também poder ser utilizada para conjurar ameaças do maindeck ou sideboard que possibilitam jogar em volta do plano de jogo do oponente.

Conclusão

Isso é tudo por hoje. Creio ser possível imaginar que o Azorius Control manterá sua posição no formato por mais algumas semanas até que o Metagame se estabeleça contra ele. E mesmo diante dessa situação, creio que ele ainda estará presente como um dos principais competidores do formato, por possuir uma estrutura muito bem elaborada e com uma série de cards individualmente poderosos.

Não é possível afirmar, ainda, que ele é a melhor estratégia do formato: observamos diversos outros arquétipos fazendo resultados no Top 8 e Top 16 dos Challenges, inclusive com algumas inovações envolvendo Fable of the Mirror-Breaker, que parece estar tornando-se uma staple do Pioneer, além também de outras opções já bem estabelecidos que fazem bons resultados, como o Izzet Phoenix, Lotus Combo, Rakdos Midrange, dentre outros que conseguem manter-se a par do Metagame.

Obrigado pela leitura!